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Araguaína - TO 2023 CENTRO UNIVERSITÁRIO TOCANTINENSE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS KAYO HENRIQUE DINIZ DE SOUZA MACEDO TICS: VENENO DAS SERPENTES • ATIVIDADE: Quais as diferenças de ação clínica dos venenos das serpen- tes encontradas no país? Os venenos das serpentes encontradas no Brasil podem ter ações clínicas dis- tintas devido às diferentes espécies de serpentes venenosas presentes no país. É importante destacar que os efeitos do veneno podem variar de acordo com vários fatores, incluindo a espécie da serpente, a quantidade de veneno injetada, a localiza- ção da mordida, a idade e a saúde geral da vítima. Abaixo, estão algumas das princi- pais serpentes venenosas do Brasil e as diferenças em suas ações clínicas: • Jararaca (Bothrops spp.): O veneno da jararaca é hemorrágico, o que significa que pode causar sangramento interno e externo. Também pode causar inchaço local, dor intensa, necrose de tecidos e distúrbios da coagulação. • Coral Verdadeira (Micrurus spp.): O veneno da coral verdadeira é neurotóxico e interfere no sistema nervoso, causando paralisia muscular. Os sintomas in- cluem dificuldade respiratória e paralisia progressiva. • Cascavel (Crotalus spp.): O veneno da cascavel é composto principalmente por enzimas proteolíticas e pode causar necrose local, inchaço, dor e distúrbios da coagulação. Além disso, algumas espécies de cascavel também têm veneno neurotóxico, que afeta o sistema nervoso. • Surucucu (Lachesis spp.): O veneno da surucucu é principalmente hemorrágico e pode causar sangramento, inchaço local, dor intensa e distúrbios da coagu- lação. Também pode causar efeitos sistêmicos, como queda da pressão arte- rial. • Mangaboia (Philodryas spp.): As mordidas de mangaboia geralmente não são fatais para humanos, pois essas serpentes não possuem veneno potente. As ações clínicas são principalmente limitadas a dor local, inchaço e, ocasional- mente, vermelhidão no local da mordida. • RELAÇÃO TEÓRICO-PRÁTICA: No contexto médico, o conhecimento das diferenças na ação clínica dos venenos das serpentes encontradas no Brasil é de extrema importância para garantir um diagnóstico preciso e um tratamento adequado em casos de picadas de cobras venenosas. Quando um paciente é admitido com uma possível picada de cobra, a abordagem inicial deve começar com uma anamnese detalhada. Ao realizar a anamnese, é fundamental obter informações sobre o local da picada, a hora em que ocorreu, eventos subsequentes à picada (como início dos sintomas) e qualquer tratamento prévio realizado pelo paciente. Além disso, é importante questionar sobre alergias conhecidas e histórico médico prévio do paciente, incluindo doenças crônicas, pois isso pode influenciar a gravidade da envenenamento. Durante a anamnese, o médico deve estar ciente das diferenças nas ações clínicas dos venenos das serpentes. Por exemplo, se o paciente mencionar dor intensa, inchaço local e sangramento, pode indicar a possibilidade de uma picada de jararaca, cujo veneno é hemorrágico. Por outro lado, se o paciente relatar paralisia progressiva, isso pode sugerir ação neurotóxica, como na picada de uma coral verdadeira. O exame físico é crucial para avaliar a gravidade da picada de cobra. O médico deve observar o local da picada em busca de sinais de inchaço, hemorragia, necrose ou outros sintomas locais. Além disso, deve-se avaliar os sinais vitais do paciente, como pressão arterial, frequência cardíaca e frequência respiratória, pois algumas picadas de serpentes podem levar a distúrbios cardiovasculares e respiratórios. Se o paciente apresentar paralisia muscular e dificuldade respiratória, isso pode indicar envenenamento por uma serpente com veneno neurotóxico, como uma coral verdadeira. Se houver sinais de hemorragia sistêmica, como petéquias ou equimoses, a suspeita de picada de uma serpente hemorrágica, como a jararaca, é mais provável. A abordagem terapêutica depende da espécie da serpente envolvida e da gravidade dos sintomas. em geral, o tratamento inclui: administração de soro antiofídico, controle dos sintomas, monitoramento do paciente quanto à progressão dos sintomas e a resposta ao tratamento, intervenções cirúrgicas em casos graves e tratamento específico dependendo da espécie envolvida. • REFERÊNCIAS: AZEVEDO, C. M., & Silva, M. A. (2023). Tratamento dos acidentes ofídicos no Brasil: uma revisão de literatura. Revista de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia, 57(1), 1-10; 2023. OLIVEIRA, C. J., Rodrigues, A. A., Pereira, M. G., & Silva, F. M. (2023). Ação clínica dos venenos de serpentes brasileiras: uma revisão de literatura. Revista Brasileira de Toxicologia, 36(1), 5-14; 2023. SILVA, A. C., & Santos, W. S. (2023). Caracterização dos acidentes ofídicos no Brasil: uma revisão sistemática. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 56(5), 1-12; 2023.
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