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LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR LCA DEFINIÇÃO É a abreviação de ligamento cruzado anterior, uma tira resistente de tecido fibroso que tem como função ligar ossos. É um dos quatro principais ligamentos internos do joelho e trabalha em conjunto com o LCP (ligamento cruzado posterior), ligando o fêmur e a tíbia. ANATOMIA A origem femoral do LCA está localizada na porção posterolateral do intercondilo. Tem uma forma convexa, tendo sua porção ovalada posteriormente e uma porção plana anteriormente. O ligamento se dirige para frente até sua inserção tibial, anterior a espinha da tíbia. A inserção tibial ocupa uma área de aproximadamente 30mm, é mais resistente que a femoral, tem ramificações para o corno anterior do menisco medial, assim como fibras que se dirigem para o corno anterior do menisco lateral. O LCA tem em media um comprimento de 38mm e uma espessura de 11mm, que varia em sua extensão, sendo maior na porção mais distal. Tem como principal função evitar a anteriorização da tíbia, mas participa também como estabilizador das rotações do joelho. ANATOMIA BANDAS São divididas em duas bandas: A banda antero-medial que se origina na porção mais proximal do LCA e se insere na porção mais anteromedial da sua inserção tibial. A banda postero-lateral se origina mais distal em relação à origem femoral e se insere mais postero-lateral na inserção tibial, esta banda é o componente mais curto e de maior volume do LCA. BANDAS As bandas do LCA são constituídas de fibras de colágeno, multifasciculares e paralelas. Com o joelho em extensão, as fibras estão paralelas; com o joelho em flexão as fibras anteriores cruzam sobre as fibras posteriores. MECANISMO DE LESÃO A lesão do LCA pode ser uma ruptura ou estiramento no ligamento. Pode ser causada principalmente por traumas ou entorses, sendo a ruptura uma das lesões mais frequentes, devido aos movimentos típicos de pular e parar e ir. 02 01 Pousada depois de um salto Parada abrupta Mudança repentina de direção, incluindo movimento rotacional 03 MECANISMO DE LESÃO 72-95% dos casos, as rupturas do LCA ocorrem durante situações sem contato. As situações mais perigosas para esportes com bola são: MECANISMO DE LESÃO As rupturas são relativamente comuns em esportes com bola, no entanto também são frequentes em outros esportes, como esqui alpino, judô e hóquei em campo. MECANISMO DE LESÃO Muitos atletas relatam estar com o pé plantado no momento da lesão, o joelho estando apenas ligeiramente flexionado (5° – 25° de flexão) e em posição valgo; estas tais situações, aumentam as forças dentro do LCA, podendo causar um choque do LCA contra o côndilo femoral lateral. CLASSIFICAÇÃO Pode ser classificada em 1°, 2° e 3° grau 1° Grau 2° Grau 3° Grau Lesão leve, causa apenas rupturas microscópicas, não afeta a capacidade Global das articulações do joelho que continua suportando o peso do indivíduo. Lesão moderada com ruptura parcial do ligamento. O joelho apresenta-se instável e pode falsear periodicamente durante a marcha. Lesão grave com ruptura total do ligamento, deixando o joelho totalmente instável. SINAIS E SINTOMAS Estalido no momento da lesão; Edema e dor nas primeiras 24 horas; Movimentação reduzida; Sensibilidade ao longo da linha da articulação; Instabilidade no joelho; Insegurança ao fazer o esporte e caminhar. DIAGNOSTICO O diagnóstico precoce é fundamental para evitar ou prevenir lesões associadas. Anamnese; Testes especiais; Artrômetro Exame radiológico com e sem estresse; Ressonância nuclear magnética. PREVENÇÃO Realizar aquecimento e alongamento antes das atividades desportivas; Realizar fortalecimento dos músculos que rodeiam o joelho através de um programa de condicionamento físico dirigida para cada indivíduo; Evitar o aumento rápido na intensidade do programa de treino; Usar calçados confortáveis que proporcionem um bom apoio e se adapte bem aos pés e ao esporte praticado. TESTES A partir da história clínica, são formuladas possíveis hipóteses diagnósticas que permitem orientar a realização dos testes específicos para a avaliação do LCA, sendo principalmente os testes de: Lachman; Pivot-shift; Gaveta anterior. Paciente em DD, terapeuta flete joelho do paciente em torno de 30°, estabiliza a região distal do fêmur e região de tíbia proximal, após isso, terapeuta realiza uma alavanca com a mão que estará sobre a região proximal da tíbia. Teste positivo: quando existe uma 'movimentação excessiva da tíbia em direção anterior durante a manobra. TESTE DE LACHMAN: Paciente em DD com o joelho em extensão, terapeuta realiza uma força em valgo e rotação interna da tíbia. A medida que o joelho se flete, entre 30º e 50º observa-se um ressalto que significa a redução da tíbia sobre o fêmur. Da mesma forma, da flexão para extensão observa-se a subluxação anterior da tíbia. TESTE DE PIVOT-SHIFT: Paciente em DD, terapeuta sentado próximo ao MI do paciente, flete joelho do mesmo em torno de 90° e realiza uma pegada com suas duas mãos em região proximal de tíbia, para que realize a gaveta em anteriorização. Teste positivo: É positivado quando existe uma movimentação excessiva durante as manobras. TESTE DE GAVETA ANTERIOR: TRATAMENTO CONSERVADOR A Fisioterapia possui papel importante durante a reabilitação do LCA CIRÚRGICO A artroscopia é a técnica menos invasiva utilizada para reconstrução do LCA. O ligamento lesionado é substituído por um enxerto de tendão do próprio paciente, os tendões mais utilizados são dos músculos semitendinoso e grácil, tendão patelar e tendão quadricipital. CRITÉRIOS DE ESCOLHA DE TRATAMENTO 02 01 Paciente Compensante Paciente Adaptável Paciente Não Compensante 03 FISIOTERAPIA Controle da dor e edema; Ganho de ADM; Fortalecimento de MMI; Orientações de dispositivos auxiliares; Treino de marcha; Propriocepção. FASE AGUDA O tratamento nesta fase inicia-se logo após o trauma, e procura diminuir dor e inflamação, restaurar amplitude de movimentos e restabelecer o controle muscular e proteção contra novas agressões Uso de compressão e gelo associados ou não a analgésicos e\ou Anti Inflamatórios não Hormonais; Exercícios de flexo-extensão assistidos e alongamentos visando aumentar o ADM; Exercícios de cadeia fechada, onde apresentam menos queixas patelo-femorais e menos frouxidão do que os exercícios de cadeia aberta. Uso de muletas para descarga parcial do peso, até que se restabeleça completamente a ADM e cesse o processo inflamatório. FASE CRÔNICA Esta etapa do tratamento inicia-se logo depois de atingidas as metas anteriores (3 semanas), e tem por base 4 parâmetros: Trabalho muscular, treino de força; Treino de propriocepção e equilíbrio; Órteses; Reeducação esportiva. PROTOCOLO DE TRATAMENTO CRITÉRIOS DE ALTA Os principais testes funcionais utilizados na prática clínica descritos na literatura para critérios de alta são: Testes de salto unipodal; Y Balance Test; Testes de salto em apoio bipodal (Drop Vertical Jump e Counter Movement Jump). CRITÉRIOS DE ALTA Os testes de salto unipodal são os testes funcionais mais utilizados para avaliar a evolução durante o tratamento e parâmetro para alta e retorno ao esporte após reconstrução do LCA. Estes testes podem não ser sensíveis para identificar déficits importantes ao definir a liberação para retorno ao esporte quando analisados isoladamente, apresentando uma taxa de aprovação alta, mesmo quando os indivíduos avaliados não são aprovados no teste de força isocinética de quadríceps e isquiossurais, que é o teste padrão ouro para definir a alta após a reabilitação de indivíduos submetidos a reconstrução do LCA. Sendo assim, o tempo de cirurgia, associado aos escores nos testes funcionais, à força muscular, aos aspectos clínicos da articulação e aos questionários de auto-relato (aspectos psicológicos), devem ser utilizados de forma complementarpara auxiliar na tomada de decisão. ARTIGO Título: A influência da idade na eficácia do treinamento neuromuscular para reduzir a lesão do ligamento cruzado anterior em atletas do sexo feminino; Uma Meta-Análise; publicado em janeiro de 2013; pela revista: Am J Sports Med. ARTIGO * Em atletas do sexo feminino, as lesões esportivas do LCA aumentam durante a adolescência e atingem o pico de incidência na metade até o final da adolescência; * Estudos epidemiológicos demonstraram que em esportes de aterrissagem e corte / pivô, a lesão do LCA ocorre com uma incidência 4 a 6 vezes maior em atletas do sexo feminino quando comparados aos atletas do sexo masculino; * Essa disparidade sexual no risco de lesão no joelho ocorre devido a variações hormonais e anatômicas específicas do sexo, juntamente com disparidades sexuais associadas nas habilidades neuromusculares; * Os dados biomecânicos e epidemiológicos atuais indicam que a janela de oportunidade potencial para redução otimizada do risco de lesão do LCA pode ser antes do início dos déficits neuromusculares e pico de incidência de lesão no joelho em atletas do sexo feminino. Especificamente, pode ser ideal iniciar programas de NMT integrativos durante o início da adolescência, antes do período de alterações mecânicas que aumentam o risco de lesões. ALMEIDA, G. P. L.; ARRUDA, G. O.; MARQUES, A. P. Fisioterapia no tratamento conservador da ruptura do ligamento cruzado anterior seguida por ruptura contralateral: estudo de caso. Fisioterapia e Pesquisa, v. 21, n. 2. São Paulo, Abril/Junho, 2014. CARDOSO, Pedro Gil Guimarães. Prevenção e reabilitação de lesões dos músculos isquiotibiais e do ligamento cruzado anterior em contexto desportivo. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de desporto, Universidade do Porto, Porto, 2018. MEHL, Julian et al. Conceitos baseados em evidências para prevenção de lesões do joelho e do LCA: Diretrizes de 2017 do comitê de ligamento da Sociedade Alemã do Joelho (DKG). ARTROSCOPIA E MEDICINA ESPORTIVA, Springer-Verlag GmbH Alemanha, p. 11, 22 fev. 2017. MEUFFELS, Duncan et al. Diretriz sobre lesão do ligamento cruzado anterior: Uma revisão multidisciplinar pela Associação Ortopédica Holandesa. Acta Orthopaedica, Creative Commons Não Comercial CC BY-NC, ano 2012, v. 4, n. 83, p. 379-386, 4 mar. 2012. MYER, Gregory et al. A influência da idade na eficácia M do treinamento neuromuscular para reduzir a lesão do ligamento cruzado anterior em atletas do sexo feminino. Am J Sports Med, [S. l.], v. 1, n. 41, p. 203-215, 1 jan. 2013. THIAGO FUKUDA, Lesão do Ligamento Cruzado Anterior (LCA) - Instituto trata, Instituto Trata, disponível em: <>, acesso em: 22 Sep. 2021. REFERENCIAS OBRIGADA!
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