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ENDOMETRIOSE 1 ENDOMETRIOSE Glândulas e estroma endometriais fora do sítio normal Localização frequentemente encontrado no peritônio pélvico Ovários, septo retovaginl, ureter rara na bexiga, pericárdio e pleura Doença hormônio dependentes Diagnóstico entre 20-30 anos (em pacientes jovens → associado a malformações uterinas, obstrução cervical ou vaginal) Etiologia TEORIAS VARIADAS 1) TEORIA DA IMPLATAÇÃO / MENSTRUAÇÃO RETRÓGRADA / TRANSPLANTE / REFLUXO MENSTRUAL Regurgitação transtubária fisiológica → disseminação de células endrometriais viáveis que estariam presentes no efluente menstrual → transplante dessas células em sítios ectópicos O processamento da doença variaria de acordo com: quantidade de tec.endometrial que atinge a capacidade pélvica capacidade do sistema imune em eliminar o tecido ENDOMETRIOSE 2 � falha em explicar os implantes extrapélvicos � o endométrio tópico é muito diferente do ectópico, o que dificulta a aceitação da teoria 2) TEORIA IMUNOLÓGICA Mulheres com endometriose → grande número de células imunes Células de defesa estimulariam a doença (citocinas e fatores de crescimento) � funciona como complementar à teoria da implantação 3) METAPLASIA CELÔMICA OU TEORIAS MULLERIANAS E SEROSA Transformação de cél. celômicas totipotenciais em endométrio � ainda não há experimentos que comprovem � pode explicar endometriose em pessoas que não menstruam 4) TEORIA DA INDUÇÃO FATOR INDUTOR para metaplasia do epitélio celômico Extensão da metaplasia celômica � testada em coelhas ENDOMETRIOSE 3 5) TEORIA IATROGÊNICA Transplante mecânico de endométrio em procedimentos ginecológicas 6) DISSEMINAÇÃO LINFÁTICA Explica endometriose em sítios distantes Comprovada em estudos em coelhos PATOLOGIA História familiar (comumente + grave, bilateral e + precoce) é necessário associação de genética + fatores ambientais Fatores imunológicos → deficiência na imunidade celular → cél.natural killer com atividade reduzida → aumento de macrófagos e leucócitos na cavidade peritoneal e no endométrio ectopico (citocinas e fatores de crescimemto) Fatores hormonais → endometriose é estrogênio-dependente → presença anormal de aromatase no endométrio (endometriose severa) → feedback positivo para produção de estrogênio no endométrio: estrogênio endometrial → estimula COX-2 → produz PGE2 → estimula aromatase → mais estrogênio → ausência de converte estradiol em estrona Fatores ambientais ENDOMETRIOSE 4 → DIGOXINA (emitidas a partir da combustão) → desenvolvimento da endometriose FATORES DE RISCO FORMAS CLÍNICAS Implantes peritoneais superficiais e profundos, aderências e cistos ovarianos � aderências extensas → podem envolver instestino, bexiga e ureter LESÕES ATÍPICAS: → vesículas, → lesões vermelhas em chama de vela, → janela peritoneal → finas aderências (em véu de noiva) no hilo ovariano e fundo de saco posterior LESÕES TÍPICAS: → vermelhas (muito ativas) → pretas (menos ativas) ENDOMETRIOSE 5 → brancas (cicatriciais) MICROSCOPICAMENTE → glândulas e estroma endometrial com ou sem macrófagos repletos de hemossiderina SÍTIOS DE ENVOLVIMENTO ENDOMETRIOSE 6 ENDOMETRIOSE OVARIANA → endometrioma (cisto endometrioide) → cisto com líquido espesso e achocolatado, cercado de áreas de fibrose → mais comum do lado esquerdo devido à presença do sigmoide (que dificulta o trânsito de sangue mesntrual) ENDOMETRIOSE PROFUNDA → formas infiltrativas da doença → envolvem lig.uterossacros, septo retovaginal, intestino, ureteres e/ou bexiga ENDOMETRIOSE DO TGI → mais frequente no retossignoide (85%). apêndice cecal (10%), delgado (5%) → acometimento superficial (só serosa) ou profundo (atinge a muscular) → desconforto e distensão abdominal, constipação ou diarreia (mais frequente), náuseas e vômitos, dores em hipo ou mesogástrio, apresenta sangramento recorrente cíclico (hematoquezia). → perfuração e fistulização são raras ENDOMETRIOSE DO TRATO URINÁRIO → menos frequente que no TGI → maior acometimento vesical (90%). ureter (10%) → raramente acomete a mucosa, sendo o acometimento superficial (serosa) mais comum ENDOMETRIOSE TORÁCICA ENDOMETRIOSE 7 → endométrio ectópico alcançaria a cav.torácica por defeitos diafragmáticos ou microembolização através das veias pélvicas → penumotórax, hematotórax, hemoptise, nódulos pulmonares → sintoma mais comum: dor torácica (90% dos casos) → dispneia em 1/3 dos casos DIAGNÓSTICO DOR dismenorreia secundária → progressiva dispareunia → de início recente, + intenso com penetração profunda dor pélvica crônica 💡 PARADOXO: pacientes com endometriose profunda podem ser totalmente assintomáticas, enquanto aquelas com endometriose leve e moderada podem apresentar dor incapacitante INFERTILIDADE → presente em 20-40% das pacientes OS 3 MECANISMOS PRIMÁRIOS SÃO: → Distorção Da anatomia anexial Dificultando a captação oocitária: aderências pélvicas inibem a motilidade tubo-ovariana → interferência no Desenvolvimento oocitário e na embriogênese Precoce → redução da receptividade endometrial ENDOMETRIOSE 8 💡 o fluido peritonael rico em citocinas e fatores de crescimento, que estimulam crescimento de implantes endometriais, podem gerar ambiente hostil para espermatozoides ou embriões EXAME FÍSICO REALIZAR PREFERENCIALMENTE À ÉPOCA DA MENSTRUAÇÃO → SENSIBILIDADE MAIS FACILMENTE DETECTADA GERALEMNTE NÃO HÁ ACHADOS ANORMAIS AO EXAME FÍSICO visão de nódulos azulados ou marrons na vagina e colo do útero (exame especular ou vaginoscopia → paciente virgens) grandes endometriomas são palpáveis em fossas ilíacas. com dor à palpação profunda ACHADO MAIS COMUM: sensibilidade ao toque do fórnice posterior ENDOMETRIOSE 9 Sensibilidade localizada no fundo de saco vaginal ou nos ligamentos uterossacros. Nódulos palpáveis sensíveis no fundo de saco, ligamentos uterossacros ou septo retovaginal. Dor à mobilização uterina. Sensibilidade e massas anexiais que aumentam de volume durante o período menstrual. Fixação dos anexos ou do útero em posição retrovertida. 💡 CA 125 é um marcador que se eleva na endometriose moderada ou grave → mas é muito inespecífico / Pode ser usado apenas para indicar progressão do tratamento USGTV diagnóstico de endometrioma - imagem em vidro moído auxilia diagnóstico de doença vesical ou retovaginal 💡 para diferenciação com cistos hemorrágicos ou do corpo lúteo, idealmente a USG deve ser realizada na primeira fase do ciclo menstrual. usgtv com enema retal: → melhor a acurácia do método ENDOMETRIOSE 10 → definir o número de lesões intestinais RM DO ABDOME E PELVE muito bom mas não pode substituir a videolaparoscopia pois não detecta pequenos implantes peritoneais CITOSCOPIA, UROGRAFIA EXCRETORA E URORRESSONÂNCIA Avaliar comprometimento ureteral 💡 Retossigmoidoscopia e colonoscopia → ferecem pouco ganho na avaliação da endometriose intestinal, visto que raramente a doença compromete a mucosa. VIDEOLAPAROSCOPIA → método de escolha 🥇 visualização direta dos implantes + biópsia ENDOMETRIOSE 11 peritónio fenestrado → síndrome de allen-master (antigos focos que destruiram peritôneo) ENDOMETRIOSE 12 TRATAMENTO endometriose costuma progredir em 2/3 das pacientes 1 ano após diagnóstico objetivo → amenorreia RESSECAÇÃO/CAUTERIZAÇÃO DOS FOCOS VISÍVEIS remoção da capsula do cisto do endometrioma (>4cm) Anticoncepcionais combinados orais → bom para retardar a progressão de casos assintomáticos → forma ininterrupta (sem pausa para sangramento de supressão) → induzir amenorreia por 6-12 meses (pode haver piora transitória da dor no início) → usar formulações com maior ação androgênica (divergência) Progestagênios → Decidualização e atrofia do tecido endometrioide → efeitos col.: retenção hídrica, hemorragia de privação (corrigida com estrogênios por um curto período), náuseas e ganho ponderal. Danazol → derivado sint. da 19-nortestosterona (propriedades andro. e prog./ inibe sec. de GnRH e esteroidogênese / tecido direto sobre o cresc. endometriótico) → efeitos colaterais secundários a ação androgênica e hipoestrogernisto (diverg) → bom para controle de dor em casos leves e mod ENDOMETRIOSE 13 → não é bom para tratar cistos endometróticos grandes e aderências Gestrinona → efeitos androgênicos, antiestrogênicos e antiprogestogênicos → efeitos semelhantes ao danazol, mas menos intensos Agonista do GnRh → produz menopausa medicamentosa → efeitos colaterais: fogachos, ressecamento vaginal, redução da libido e dispareunia. A perda da matriz óssea pode ser importante → monitorizaçaõ com desitometria óssea → via nasal, subcutânea ou IM 📢 em pacientes com risco para osteoporose → associar estrógeno ou est com progestógeno (não fazer isso por mais de 12 meses Inibidores da aromatase → parecem regular a formação local de estrogênio nos tec. endom. e inibir prod ovariana e periférica de estrógenos → necessários mais estudos p/c omprovar eficácia Abordagem cirúrgica → para endometriose grave, incapacitante ou aguda → preferida ao tratamento clínico quando existe distorção da anatomia pélvica, cistos endometrióticos, ou obstrução intestinal ou do trato urinário → laparotomia, videolaparoscopia → retorno a fertilidade: 60% em casos moderados/ 35% em casos graves ENDOMETRIOSE 14 📢 aspiração: elevadas taxas de recorrência / melhor retirar completamente → cirúrgica definitiva: quando não há desejo de engravidar conservar ovários em pacientes jovens (evitar necessidade de terapia de reposição estrogênica; mas há 6x mais risco de recorrência) ooforectomia quando os ovários estão intensamente acometidos Associação com câncer fator de risco independente para o câncer de ovário epitelial risco de transformação maligna para a endometriose ovariana foi estimado em 2,5% não existem informações que mostrem que a extirpação profilática dos sítios de endometriose seja útil na redução do risco O risco parece ser reduzido através do uso de contraceptivos orais 🗣 paciente menopausada com histerectomia e história de endometriose → não pode dar só estrogênio (focos crescem de novo) 💡 controle pós-tratamento → CA-125
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