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ENDOMETRIOSE · Tecido endometrial fora da cavidade uterina · Adenomiose: endométrio no miométrio · Endometrioma: endometriose no ovário. Forma uma cápsula · Endométrio ectópico é diferente de forma morfológica e funcional do endométrio normal Etiopatogenia: teorias nenhuma teoria explica · Menstruação retrógrada (Sampson). Obs: menstruação é presente em 90% das mulheres · Metaplasia celômica: células indiferenciadas que se diferenciam em endométrio · Teoria de Javert: menstruação retrógada + metaplasia celômica · Imunológica: endometriose não é destruída pelo SI · Implantação: procedimentos internos podem causar Epidemiologia e fatores de risco: · 10% das mulheres mais comum em mulheres brancas, ↑ socioeconômico, fator genético, ↓ IMC e ansiedade, menarca precoce e menopausa tardia, nuliparidade · É uma doença com predomínio no menacme *Estrogênio estimula o crescimento da endometriose. Quadro clínico: · Dor na menstruação dismenorreia secundária* Obs: dismenorreia primária é a cólica menstrual · Assintomáticas · Dispareunia (dor relação sexual) de profundidade · Infertilidade: endometriose gera inflamação no local, o qual irá alterar o ambiente tubário (pH, células inflamatórias, prostaglandinas) e dificulta a fecundação. E também em caso de endometrioma, que alterará os ciclos ovulatórios · Importante: extensão da doença não tem relação com intensidade dos sintomas Pontos importantes da anamnese: 1) Dismenorreia 2) Dispareunia 3) Dor pélvica crônica 4) Infertilidade Exame físico: · Realizar preferencialmente no período menstrual · No toque pode sentir nodulações e empastamentos no fundo de saco Progressão das lesões endometrióticas: em 10 anos · Vermelhas: mais ativas. São petéquias · Pretas: menos ativas. Café com leite, queimaduras por pólvoras · Brancas: cicatriciais Principais sítios de envolvimento: · Ovários · Ligamentos uterossacros · Fundo de saco · Endometriose extrapélvica: maioria dos casos assintomática; suspeitar quando dor e/ou massas palpável fora da pelve com aparecimento cíclico. · Endometrioma: mais comum no lado esquerdo devido à presença do sigmoide · Endometriose do TGI: tenesmo, ↓ calibre das fezes, urgência para defecar e dor baixa posterio; dispareunia profunda quando acomete reto Diagnóstico: · US transvaginal: pode identificar implantes de endometriose. Pode realizar preparo de cólon (intestino sem fezes) que ajuda na visualização. US é bom para ver endometrioma sinal vidro moído · Visível quando > 5 mm · TC e RM · Videolaparoscopia padrão-ouro e diag. definitivo. São visíveis lesões achocolatadas / acastanhadas e aderências · Para confirmar diagnóstico biópsia e histopatológico de pelo menos 1 lesão; as demais lesões são cauterizadas · Sd de Allen-Master: visível na videolaparoscopia; são perfurações do peritônio que ocorreram devido a endometrioses antigos CA 125: marcador de CA ovário que pode se alterar na endometriose, mas não usado no diagnóstico de endometriose, pois é ↓ específico. Usar p/ acompanhar Diagnóstico diferencial: · DIP, sd cólon irritável, cistite intersticial, adenomiose, tumores ovarianos, doença diverticular, CA cólon Tratamento deixar a pct em amenorreia · Ressecção/cauterização dos focos visíveis + amenorreia · Amenorreia + não deseja gestar: ACO contínuo; progesterona contínua (dienogeste é muito bom!), DIU levonorgestrel, danazol, gestrinona, análogo do GnRH · Melhores opções: ACO ou progesterona · Danazol e gestrinona: muitos efeitos colaterais; efeito andrógeno, em deuso · Análogo do GnRH: muitos efeitos colaterais; efeitos parecidos com menopausa (calorão, vagina seca..) · Amenorreia + deseja gestar: ↑↑ taxas fertilidade após os primeiros meses após laparoscopia Tratamento endometrioma: · > 4 cm: ressecção cápsula do cisto/endometrioma · < 4 cm: não operar Nas seguintes condições realizar tratamento empírico (prescrever pílula combinada contínua ou outro anticoncepcional e reavaliar 3 m): · Não deseja gestar · Sem endometrioma > 4 cm · Sem lesões ureter ou intestino sinais de oclusão Anotações da aula: Dor pélvica - Definição: duração de ≥ 6 meses. Localiza na pelve, na parede abdominal ant abaixo da cicatriz umbilical, na região lombossacral ou nas nádegas. Dor não cíclica com duração de três a seis meses ou mais. Anamnese: sintomas urinários, gastrointestinais, ginecológicos, musculoesqueléticas, sexuais e psicossociais: - dor piora com alimentação / melhora com evacuação: sugere TGI - dor ao urinar ou defecar: endometriose profunda, bexiga e intestino - dor altera com posição: musculoesquelética ou vascular Possíveis causas: endometriose, DIP, sd intestino irritável, cistite intersticial, doença musculoesquelética, doença psiquiátrica. Exame físico: Abordagem clínica: - Caracterização da dor: diário da dor - Toque vaginal unimanual e bimanual; toque retal - Pesquisa IST (pensar em DIP) - Verificar marcha da pct Endometriose Fatores associados: - menarca precoce - menopausa tardia - nuliparidade - infertilidade - quantidade de fluxos menstruais - uso de anticoncepcionais para tto de dismenorreia Teoria mais aceita: - menstruação retrógada (proposto Sampson): tecido endometrial viável disseminado na cavidade peritoneal *Classificação: Baseia-se na apresentação da lesão – útil no tto 1) Endometriose superficial: peritoneal 2) Endometrioma: cisto endometriose ovário 3) Endometriose profunda: invasão tecidual maior que 5mm ou que atinge a camada muscular do tecido afetado Quadro clínico: 3 sinais principais 1) Infertilidade 2) Dor pélvica: dismenorreia, dispareunia e DPC acíclica; disúria e disquezia na forma profunda 3) Massa pélvica Diagnóstico: - Em caso de endometrioma ou endometriose profunda · CA-125: pouco específico - Dosagem prolactina: triagem de pct; usado associado a outros exames - Diagnóstico definitivo: visualização/biópsia - US: avaliar endometrioma; endometriose profunda (não muito útil na forma leve) - RM: avaliar endometrioma e endometriose profunda; mapeamento pós-cirúrgico Tratamento: - Objetivo: dor e infertilidade - Busca reduzir ação estrogênica endógena e/ou produzir diferenciação/bloqueio dos focos endométrio Acetato de Medroxiprogesterona (AMP) de 3 em 3 meses injetável - Progesterona: causa atrofia endometrial e dos focos ectópicos de endometriose - Gastrinona: esteroide antiprogestogênio. Não possui superioridade ao danazol e apresentou efeitos terapêuticos inferiores ao análagos do GnRH Análogos GnRH: - Inibem a secreção de LH e FSH pela hipófise, causando o hipoestrogenismo efeitos colaterais, como fogachos, secura vaginal e osteoporose - São indicados quando anticoncepcional combinadas ou progestágenos não funcionam Pacientes que não desejam engravidar: - Pílula anticoncepcional combinada ou progestágenos contínuos - A administração das pílulas com estrógeno e progesterona em pequenas doses bloqueia a produção hormonal dos ovários e isso, ao invés de induzir a proliferação do tecido endometrial, faz com que ele se atrofie. *Estradiol não deve ser adm isoladamente. 4d’s da endometriose: · Dismenorreia · Dispareunia · Dificuldade para engravidar · Dor pélvica crônica Endometrioma · Não respondem ao tratamento clínico · É indicado cirurgia quando > 5 cm, mas pode ser realizado antes · Na cirurgia é retirado parte do tecido ovariano O endometrioma de ovário é um cisto resultante do tecido endometrial ectópico dentro do ovário. Ele contém fluido espesso, marrom, e é comumente chamado de "cisto de chocolate" ou “cisto café com leite”. Os endometriomas costumam aderir-se às estruturas adjacentes, como peritônio, trompas de falópio e intestino. Os objetivos do tratamento do endometrioma de ovário são aliviar a dor, prevenir complicações, como ruptura ou torção, excluir doenças malignas, tratar a infertilidade e preservar a função ovariana. A presença de um endometrioma de ovário é, fortemente, sugestiva de endometriose profunda concomitante. A exérese do endometrioma pode reduzir a reserva ovariana, com redução dos níveis do hormônio antimülleriano (AMH).O tratamento clínico (medicamentoso) é uma boa opção para o tratamento da dor pélvica, mas não é eficaz para o tratamento dos endometriomas de ovário Obs: quando Cotte positivo tubas uterinas não obstruídas na histerossalpingografia US pélvica sem preparo intestinal só é capaz de diagnosticar os endometriomas de ovário. Por outro lado, a ultrassonografia pélvica com preparo intestinal é um dos exames de imagem indicados para a investigação da endometriose, assim como a ressonância magnética. Progestagênio isolado oral caso em que a paciente tem enxaqueca com aura. A origem da dor pélvica crônica pode ser dividida em causas orgânicas e não orgânicas. Dentre as causas orgânicas existem as de origem ginecológica e as não ginecológicas. A prevalência da dor pélvica crônica é de cerca de 15% na população geral, porém a etiologia varia de acordo com cada população. Dentre as causas ginecológicas, as principais são: endometriose, varizes pélvicas, aderências e miomas uterinos. Já as causas não ginecológicas mais prevalentes são síndrome do intestino irritável e constipação crônica. A tabela abaixo resume as causas ginecológicas para a dor pélvica crônica:
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