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1 Rafaela Pamplona Propedêutica Médica Exame Físico do Abdome ▪ Roteiro - Inspeção - Ausculta - Percussão - Palpação - Toque retal - Manobras especiais ▪ Divisões relacionadas com a posição dos órgãos - Hipocôndrio direito: lobo hepático direito, vesícula biliar - Epigástrico: extremidade pilórica do estomago, duodeno, pâncreas, porção do fígado - Hipocôndrio esquerdo: baço, estômago, rim esquerdo, cauda do pâncreas - Flanco esquerdo (ou região lateral): cólon descendente, jejuno, íleo - Mesogástrio (ou região umbilical): duodeno, jejuno, íleo, aorta abdominal, mesentério, linfonodos - Flanco direito (ou região lateral): cólon ascendente, rim direito e jejuno - Fossa ilíaca direita (ou região inguinal): ceco, apêndice, ovário e tuba uterina direita - Hipogástrio: bexiga, útero, ureter - Fossa ilíaca esquerda (ou região inguinal): cólon sigmoide, ovário e tuba esquerda ▪ Região de hipersensibilidade renal - Vista posterior - Ângulo costovertebral - Borda inferior da 12ª costela - Apófises transversas das vertebras lombares superiores ▪ Orientações - Iluminação adequada - Paciente tranquilo - Informações sobre o exame que será realizado - Desnudamento da área corporal ▫ De acima do apêndice xifoide até a sínfise pubiana - Musculatura relaxada - Conhecimento das Características Normais - Bexiga vazia (capacidade em torno de 300 mL) - Examinador de pé, à direita do paciente - Decúbito dorsal com travesseiro e braços ao longo do corpo 2 Rafaela Pamplona A ausculta deve ser o primeiro elemento a ser avaliado após a inspeção. A explicação é que a palpação ou percussão podem alterar os movimentos peristálticos Inspeção ▪ Abordagem e posicionamento (obrigatório) ▪ Observar se há lesões, estrias, pelos, umbigo, contorno abdominal, simetria, volume, massas e vísceras ▪ Forma - Normal ou plano - Globoso: apresenta distensão uniforme e regular. Encontrado em indivíduos portadores de ascites, grande obstrução intestinal e em grandes tumores - Escavado ou retraído: muito achatado no diâmetro ântero-posterior, com rebordo costal e sínfise púbica proeminentes. Ocorre em indivíduos com caquexia, desidratados - Gravídico: subtipo globoso - Batráquio (sapo): dilatação exagerada de flanco, com aumento do diâmetro lateral. Ocorre em indivíduos com ascite e obesos com diminuição da tonicidade da parede abdominal - Avental: grande acumulo de tecido adiposo, faz o abdômen cair sobre as coxas. Ocorre em grandes obesos ▪ Circulação colateral: pode ser visível em caso de obstrução do sistema venoso porta (cabeça de medusa) ou veia cava - Direcionamento do fluxo: ascendente/descendente Sinal de cirrose - Eritema palmar: as palmas apresentam manchas vermelhas. É um sinal de doença hepática, particularmente de cirrose e esteatose hepática não alcoólica - Aranha vascular ou telangiectasia: dilatação dos vasos terminais - Ginecomastia ▪ Lesões cutâneas, cicatriz cirúrgica, escoriações Sinal de Cullen - Equimose periumbilical, é um sinal de hemorragia retroperitonial, seja por pancreatite aguda necrohemorrágica, ruptura de gravidez ectópica, rompimento de um aneurisma de aorta ou do baço em caso de trauma Sinal de Gray-Turner - Equimose em região de flancos, é um sinal de hemorragia retroperitoneal encontrado em pancreatite aguda necrohemorrágica ▪ Pulsação da aorta abdominal - Magros: normal, aórtico - Hipertrofia do VD: epigástrica - Aneurisma: área correspondente 3 Rafaela Pamplona ▪ Peristaltismo visível na região epigástrica - Denominada agitação peristáltica de Ondas de Kussmaul - Caracterizada por movimentos rotatórios, acompanhados de fortes ruídos intestinais, denominados de borborigmos ▪ Abaulamento ou protusão: presença de massas abdominais, cicatrizes, diástase ou hérnias - Manobra de Valsava: o aumento da pressão intra-abdominal, faz o conteúdo herniado se insinuar através da fraqueza da parede abdominal Ausculta ▪ Avaliar a motilidade intestinal e a presença de sopros arteriais ▪ Técnica: utiliza a divisão em 4Q de forma superficial, posicionando o estetoscópio em um único ponto por 3min em cada área auscultada ▪ Principais sons - Ruídos hidroaéreos (RHA): consistem em cliques e borbulhamentos ▫ Presente ou ausente (intensidade ++++/IV) ▫ Normoativo ▫ Hiperativos: diminuído ou ausente, íleo paralitico ou peritonite ▫ Hipoativos: aumentado, diarreia, hemorragia digestiva, obstrução intestinal (borborigmos) - Obstrução mecânica: peristaltismo de luta, ↑RHA que adquirem som metálico (ondas de Kussmaul) - Obstrução fisiológica: ▫ Íleo paralitico: silencio abdominal, devido a obstrução intestinal alta, com presença de vômitos ↓RHA ▫ Síndrome de Ogilvie: obstrução intestinal baixa, associada a trauma, pós-operatório etc - Sopros: sugerem aneurismas e compressões arteriais Percussão ▪ Possibilita identificar a presença de ar livre, líquidos e massas intra-abdominais, além de pontos dolorosos, determinar dimensões hepáticas e baço ▪ Técnica: digito-digital 4 Rafaela Pamplona ▪ Tipos de sons (percussão geral – 4Q) - Som normal ▫ Timpânico: vísceras ocas ▫ Maciço: órgão maciço (fígado e baço), fezes ou líquidos - Timpânico: presença de gases - Hipertimpânico: aumento de gases (meteorismo, obstrução intestinal, pneumoperitônio etc) - Maciço - Submaciço: transição entre órgão oco e maciço, encontrado na altura das últimas costelas ▪ Hepatimetria: determina as dimensões do fígado - Técnica: verificar a borda inferior da macicez hepática na linha hemiclavicular, em seguida, percute começando do som claro timpânico ao pulmão, no sentido da macicez hepática. Medir, em centímetros, a distância entre os dois ponto. Sinal de Torres Homem - Percussão de áreas da zona de projeção do fígado - Dor intensa, despertada pela é indicativo de abscesso hepático, amebiano ou bacteriano ▪ Percussão do espaço de Traube: determina as dimensões do baço - Sinal de percussão esplênica positivo: quando há transição de uma percussão timpânica para maciça, durante a inspiração Sinal de Giordano – doença renal - Pesquisa de pielonefrite ou litíase renal - Realizar uma percussão com a mão em forma de punho no dorso do paciente no nível da 11° e 12° costela, com a outra mão realizando o amortecimento - PPL positivo: paciente apresenta dor aguda, em pontada Sinal Piparote ou Onda líquida – ascite grave (↑1,5L) - Pesquisa de ascite grave - Técnica: solicita que o paciente posicione uma das mãos na linha mediada do abdome. O examinador com uma das mãos golpeia o abdômen com piparotes, enquanto a outra mão espalmada na região contralateral - Caso haja ascite, ele sentirá a vibração do líquido ascítico no outro lado do abdome capta ondas líquidas 5 Rafaela Pamplona Sinal de Semicírculo de Skoda – ascite de vol méd (1,5 – 0,5L) - Líquido ascítico ocupam as áreas de declive do abdome, em hipogástrio e flancos - Com o paciente em decúbito dorsal, percute-se a região periumbilical do meio para as extremidades - Em casos de ascite, observa-se alteração do timpanismo Sinal de macicez móvel – ascite de vol peq (0,5L) - Encontra-se macicez nos flancos quando é feito a percussão em decúbito dorsal. Ao mudar o paciente para decúbito lateral, o local antes maciço torna-se timpânico, havendo inversão entre os locais maciço e timpânico Sinal de Jobert – perfuração de víscera oca - Desaparecimento da macicez hepática - Percussão do hipocôndrio direito com detecção de timpanismo, é indicativo de pneumoperitônio- Sinal clássico de abdome agudo Θ som maciço som timpânico Palpação ▪ Superficial - Realiza palpação em todos os quadrantes - Investigar se há palpação dolorosa ou alterações de consistência ▪ Profunda - Realiza palpação em todos os quadrantes - Investigar se há palpação dolorosa ou alterações de consistência - Realiza manobras: fígado, baço e rim direito ▪ Os pacientes com dor abdominal devem ser solicitados a localizá-la. Só então inicia-se a palpação da área mais distante da região dolorosa, deixando esta por último. Deve ser feita com uma mão a 45 graus ou duas mãos superpostas ▪ Palpação do Fígado - Determinar as características da borda hepática, consistência, regularidade da parede e a forma da borda. Verifica a presença de pontos dolorosos e a massa palpável - Paciente deve inspirar durante a palpação Manobra de Lemos Torres - Examinador realiza palpação com movimentos ondulantes, da crista ilíaca até a borda inferior hepática direta - Fisiológica: paciente apresenta borda hepática inferior com superfície lisa, fina, consistência fibroelástica e indolor - Patológica: paciente apresenta borda hepática inferior com superfície irregular, grossa, consistência endurecida e dolorosa 6 Rafaela Pamplona Manobra de Mathiew - Examinador realiza palpação com mãos em garra, fazendo busca da borda hepática desde a crista ilíaca direita em direção ao rebordo costal direito, os dedos tentam entrar por baixo do rebordo costal - Fisiológica: paciente apresenta borda hepática inferior com superfície lisa, fina, consistência fibroelástica e indolor - Patológica: paciente apresenta borda hepática inferior com superfície irregular, grossa, consistência endurecida e dolorosa ▪ Palpação do Baço - Identificar esplenomegalia, sendo facilmente palpável abaixo do rebordo costal esquerdo - Classificação de Boyd I. Baço palpável sob o rebordo costal esquerdo II. Baço palpável logo abaixo do rebordo costal, entre o rebordo costal e a cicatriz umbilical III. Baço palpável até o plano horizontal ao nível da cicatriz umbilical IV. Baço palpável abaixo do plano horizontal ao nível da cicatriz umbilical Posição de Schuster – grau I - Examinador à esquerda do paciente - Inicia-se a palpação, com as mãos em garra, da crista ilíaca direita em direção ao rebordo costal esquerdo em encontro ao baço - Fisiologicamente, o baço não é palpável Palpação bimanual – grau III Sinais – Pontos Dolorosos Sinal de Murphy – vesícula biliar - Ponto cístico – hipocôndrio direito - Pede-se para o paciente realizar uma inspiração profunda - há aumento súbito da dor com uma brusca interrupção do esforço inspiratório, indicando colecistite aguda 7 Rafaela Pamplona Sinal de Courvoisier-Terrier - Vesícula Biliar palpável em paciente ictérico sugere neoplasia maligna Sinal de Blumberg – apendicite - Ponto de McBurney – fossa ilíaca direita - Descompressão brusca dolorosa no ponto de McBurney - A descompressão rápida em qualquer outra parte do abdômen é indicativo de peritonite - Sensibilidade 50-94% - Especificidade 75-86% Sinal de Rovsing – apendicite - Examinador comprime o quadrante inferior esquerdo e o paciente sente dor no quadrante inferior direito (força o movimento antiperistáltico) - Ocorre devido o deslocamento de gases, distendendo o ceco, o que provoca dor se houver apendicite - Sensibilidade 22-68% - Especificidade 58-96% Sinal do Psoas – apendicite - Examinador realiza extensão forçada - A intensificação da dor sugere irritação do m. psoas por um apêndice inflamado - Sugere apendicite retrocecal - Sensibilidade 13-42% - Especificidade 79-97% Sinal do Obturador – apendicite - Examinador realiza extensão forçada - Dor na fossa ilíaca direita à flexão do quadril direito com rotação interna do joelho - Sugestivo de irritação do m. obturador por um apêndice inflamado - Sensibilidade 8% - Especificidade 94% 8 Rafaela Pamplona Dor Abdominal - Abdome Agudo ▪ Definição - Sensação de caráter desagradável, percebida em um determinado ponto ou em uma ou mais de suas regiões ou em todo abdome; intensidade variável de leve a grave; que conota sofrimento e pode ameaçar a integridade do organismo Tipos de Dor ▪ Dor visceral - Fibras C encontradas no peritônio visceral, mesentério e vísceras - Dor profunda, difusa - Em cólica ou queimação - Localização e limites imprecisos - Geralmente situada na linha mediana - Pode vir associada: sudorese, palidez, náuseas, vômitos - Paciente tem atitude de inquietude e posição antálgica - Ex.: cólicas menstruais ▪ Dor parietal - Fibras A, encontradas na pele, peritônio parietal e musculatura estriada. - Resulta da irritação do peritônio parietal. - Dor cortante, súbita e bem localizada costuma ser de forte intensidade - Ex: apendicite aguda, fase tardia, localizada no ponto de McBurney ▪ Dor referida - Sensação dolorosa superficial localizada a distância da estrutura responsável pela dor - Ex: dor diafragmática que pode ser sentida em ombro Principais Áreas ▪ A dor visceral é difusa, áreas amplas, sem limites precisos, em torno da linha média Etiologia ▪ Dor abdominal aguda - Apendicite Úlcera perfurada - Colecistite Coledocolitíase - Ruptura de baço Aneurisma dissecante de aorta - Nefrolitíase Pielonefrite aguda - Gastroenterocolite Gestação ectópica rota - Pancreatite aguda Obstrução intestinal - Diverticulite ▪ Dor abdominal crônica - Obstrução intestinal intermitente Colecistopatia crônica - Calculosa DII - Pancreatite crônica Porfiria - Dispepsia não ulcerosa SII - Isquemia mesentérica crônica Úlcera péptica Diagnóstico – História Clínica ▪ História clínica - Localização e irradiação ▫ Fornece pista para interpretação da causa ▫ Pedir ao paciente que aponte e defina, com maior precisão possível o local da dor ▫ Local da dor deve ser sempre mencionado nos termos anatômicos de divisão topográfica do abdome e de outras regiões. Ex.: HD; QSE ▫ A irradiação pode representar a progressão da irritação. Ex.: apendicite 9 Rafaela Pamplona - Início ▫ Súbito, insidioso? ▫ Autolimitada ? Progressiva? ▫ Duração? Horas, dias, semanas... ▫ Descrever o curso da dor abdominal ao ▫ longo do tempo desde a instalação - Evolução - Caráter ▫ Queimação: em epigástrio >> doença péptica ▫ Em peso: distensão de víscera oca >> dispepsia funcional ▫ Em cólica: litíase ureteral; colelitíase; obstrução intestinal; SII; gastroenterites agudas, DII.. ▫ Contínua: neoplasia ▫ “Em pontada ou facada”: processos inflamatórios agudos envolvendo o peritônio - Intensidade ▫ A intensidade da dor depende do grau de sensibilidade do paciente, do limiar dele; sofre influência do psiquismo, cultura, etnia e personalidade. Nem sempre guarda relação gravidade da doença subjacente ▫ Escala visual numérica ▫ Sintomas associados são indicativos da intensidade da dor: sudorese, palidez, bradicardia, hipotensão arterial, náuseas e vômitos - Fatores agravantes e fatores atenuantes ▫ Úlcera gástrica: dor desencadeada pela ingesta de alimentos ▫ Úlcera duodenal: dor é atenuada com as refeições ▫ Posições antálgicas: o paciente fica de joelhos e com o tronco fletido sobre os membros inferiores (para aliviar a dor na pancreatite, apendicite) - Sintomas associados ▫ Anorexia; náuseas; vômitos; diarreia; flatulência; obstipação ▫ Febre; calafrios; sudorese noturna; perda de peso;mialgia; artralgias ▫ Disúria; icterícia; alterações na menstruação; gravidez ▫ Dispneia; dor precordial ▫ Tosse; hemoptise - História médica pregressa ▫ Episódio semelhante prévio? (considera doenças que provoque recidivas de dor como pancreatite crônica, úlcera péptica, nefrolitíase, colelitiase...) ▫ Cirurgia prévia ou trauma abdominal? (pensar em obstrução intestinal) ▫ Antecedente de etilismo crônico? (considerar pancreatite, hepatite ou cirrose) ▫ Anemia falciforme; lúpus; síndrome nefrótica; cálculos biliares ou renais já detectados? ▫ Faz uso de antibiótico ou corticoide? (podem mascarar infecções) Diagnóstico – Exame Físico ▪ Exame física geral - Capacidade do paciente de conversar; padrão respiratório; posição no leito; grau de desconforto; expressão facial; hidratação - Avaliação nutricional; presença de edema; de anemia; emagrecimento - Quadros graves: taquicardia; sudorese; lábios secos; respiração rápida e superficial - Sinais de alarme: hipotensão e baixa perfusão periférica ▪ Exame físico do abdome - Inspeção, ausculta, percussão, palpação 10 Rafaela Pamplona Ausculta deve ser feita antes da palpação para evitar aumento involuntário do peristaltismo ▪ Toque retal e exame ginecológico - Devem ser feitos quando os dados da anamnese sugerirem doença do reto ou sistema genital como principal causa da dor abdominal - Fecaloma (fezes rígidas); corpo estranho; doença perirretal; hemorragia digestiva baixa - Doenças ginecológicas devem ser afastadas em todas as mulheres com dor abdominal aguda Diagnóstico – Exames Complementares ▪ Devem ser individualizados, para cada paciente, baseado nas hipóteses diagnósticas construídas a partir da anamnese e exame físico - Laboratoriais: hemograma, enzimas, BHCG, eletrólitos - Endoscopia alta, colonoscopia, raio-X de abdome, USG abdome, tc/rm de abdome - USG transvaginal - ECG, raio-X tórax Abdome Agudo ▪ Definição - Síndrome dolorosa abdominal aguda, de início súbito, de intensidade variável, que requer tratamento imediato, clínico ou cirúrgico Diagnóstico sindrômico baseado nas características da dor ▪ Inflamatório - Dor insidiosa, progressiva. - Tempo de evolução longo. - Sinais sistêmicos: febre, taquicardia - Causas: apendicite aguda, colecistite aguda, diverticulite, pancreática ▪ Obstrutivo - Dor em cólica, geralmente periumbilical - Náuseas, vômitos, distensão abdominal, RHA anormais, parada de eliminação de flatos e fezes - É comum história de cirurgia anterior - Tempo de evolução: variável - Causas: bridas ou aderências, hérnia da parede abdominal, neoplasias ▪ Perfurativo - Dor súbita, intensa e torna-se difusa precocemente - Defesa abdominal, irritação peritoneal - Tempo de evolução: curto - Causas: ulcera péptica perfurada, doença inflamatória intestinal (DII), corpo estranho, perfuração por neoplasias ▪ Hemorrágico - Dor súbita, intensa, difusa - Rigidez e dor à descompressão - Sinais de hipovolemia/choque (hipotensão, taquicardia, palidez e sudorese) - Tempo de evolução: curto - Causas: gravidez tubária rota, ruptura de cisto de ovários, rotura espontânea do baço ▪ Vascular - Dor súbita; progressiva, mal definida - Desproporção entre a dor e os achados do exame físico - Tempo de evolução: curto - Causas: isquemia intestinal, trombose mesentérica Apendicite Aguda ▪ Causa comum de dor em fossa ilíaca direita (FID) na urgência ▪ Inicialmente: dor periumbilical moderada; náusea, anorexia e febre ▪ Após 6-8h: dor em FID, ponto de McBurney, sinais de peritonite ▪ Leucocitose ▪ Tc de abdome Colelitíase ▪ Migração de pequenos cálculos com obstrução fixa ou temporária do ducto cístico ▪ Dor tipo cólica, em QSE ou epigástrio ▪ Início insidioso, gradativa, dura cerca de 1h ou poucas horas ▪ Irradiação para dorso e ombro direito ▪ Espontânea ou desencadeada por refeição rica em gordura ▪ Náuseas e vômitos ▪ USG abdome superior: sensibilidade 95% ▪ Mulher, obesidade, gravidez, multiparidade Colelitíase Aguda ▪ Obstrução do ducto cístico por cálculo, levando a estase e infecção da vesícula ▪ Complicação da colelitíase 11 Rafaela Pamplona ▪ Dor contínua, >6h, em hipocôndrio direito, espontânea e à palpação ▪ Náuseas e vômitos, febre ▪ Leucocitose, icterícia raro ▪ Episódios anteriores de cólica biliar ▪ Sinal de Murphy positivo ▪ USG abdome superior Pancreatite Aguda ▪ Processo inflamatório do pâncreas. ▪ Cálculo biliar 70%; álcool 30% ▪ Dor intensa, contínua, sem flutuações, início súbito, em abdome superior. ▪ Pode irradiar para dorso ▪ Em faixa 50% ▪ Paciente inquieto, mudando de posição no leito, em busca de alívio ▪ Posição tronco fletido sobre o corpo ▪ Náuseas e vômitos ▪ Sinal de Cullen; sinal de Grey-Turner ▪ Elevação amilase e lipase (3x o valor normal) ▪ Tc abdômen superior (casos graves) Obstrução Intestinal ▪ Dor tipo cólica, região periumbilical ou epigástrica, de instalação rápida, distensão abdominal. ▪ Início: dor intermitente, com RHA mais intensos ▪ Evolui com queda do estado geral, dor constante ▪ Obstrução alta: vômitos precoces, com restos alimentares ▪ Obstrução baixa: vômitos tardios, fecaloides ▪ Questionar sobre cirurgias anteriores (bridas e aderências); alteração do hábito intestinal (neo de cólon); hérnias (encarceramento) Úlcera Péptica Perfurada ▪ Dor súbita, em epigástrio, forte intensidade; evoluindo com dor em todo abdome e rigidez de parede ▪ História clínica, questionar sobre úlceras pépticas, uso de antiácidos ▪ Radiografia simples de abdome: pneumoperitônio, 75% ▪ Tc abdome (casos duvidosos) Diverticulite ▪ Dor em FIE moderada, contínua, espontânea e à palpação ▪ História clínica: divertículos; constipação, idade avançada ▪ Febre, anorexia, náuseas, constipação ▪ Leucocitose ▪ Tc abdome Outras Causas Casos Especiais ▪ Idosos: queixas vagas; manifestações atípicas de condições potencialmente graves que dificultam o diagnóstico. ▪ Imunocomprometidos: manifestações atípicas e variáveis que dificultam diagnóstico. Febre, sinais peritoneais e leucocitose podem estar ausentes. ▪ Crianças: sintomas atípicos; anamnese prejudicada; exames ▪ Complementares podem trazer informações decisivas. ▪ Nível de consciência: anamnese prejudicada; exames complementares podem trazer informações decisivas ▪ Mulheres: diagnóstico diferencial amplo, inclui trato ▪ Reprodutivo e doenças associadas à gravidez. Tratamento farmacológico ▪ Paciente com dor abdominal deve receber analgesia no inicio dos seus cuidados, ainda na investigação diagnóstica
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