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Maria Eduarda Amaral 4º período Do� Abdomina� Como fazer o diagnóstico? ● história clínica detalhada = diagnóstico em 70% das vezes *sequência cronológica dos eventos é + importante do que o local da dor ● associar o exame físico = diagnóstico em 90% das vezes *durante o EF acompanhar as fácies do paciente ● causas extra abdominais devem ser consideradas Caracterizar a dor ● tipo = queimação, pontada, cólica, pressão... ● localização, irradiação, intensidade, duração, forma de início, fatores associados à piora ou ao alívio da dor (repouso, jejum, uso de analgésicos) * considerar o limiar de sensibilidade e tolerância de cada pessoa obs: dividir o abdome em 4 quadrantes (superior e inferior direito/esquerdo) e 9 regiões (hipocôndrio DE, epigástrio, flanco DE, mesogástrio, fossa ilíaca DE e hipogástrio) ● 4 categorias de causas podem gerar dor abdominal: ○ trauma = vários e diferentes tipos de trauma de maior ou menor intensidade ○ obstrução = pode haver distensão abdominal -> as alças aumentam seu peristaltismo e aumento dos RHA --- ex: bolo de áscaris, fecaloma... ○ inflamação = pode haver diminuição do peristaltismo na tentativa de deixar o intestino em repouso e evitar a dor -> RHA diminuídos ou ausentes --- ex: apendicite, colecistite, pancreatite, gravidez ectópica... ○ causa extra abdominal = RHA presente e normais na maioria das vezes --- ex: infarto, angina e esofagite Maria Eduarda Amaral 4º período Direito Esquerdo Quadrante superior - fígado - vesícula biliar - piloro - duodeno - pâncreas (cabeça) - suprarrenal (direita) - rim direito (polo superior) - flexura hepática - cólon ascendente - cólon transverso - fígado (lobo esquerdo) - baço - estômago - pâncreas (corpo) - suprarrenal (esquerda) - rim esquerdo (polo superior) - flexura hepática - cólon transverso - cólon descendente Quadrante inferior - rim direito (polo inferior) - ceco - apêndice - cólon ascendente - ovário e tuba uterina - ureter - cordão espermático - rim esquerdo (polo inferior) - cólon sigmóide - cólon descendente - ovário e tuba uterina - ureter - cordão espermático Sintomas abdominais ★ distensão abdominal -> pode ter várias causas e para nortear a causa de distensão use a regra dos 5F e 1T (fluid, fetus, flatus, fat, faces e tumor) ★ náuseas e vômitos ★ dispepsia -> desconforto digestivo após a alimentação ★ sangramento intestinal (alto e baixo) ou vaginal ★ diarreia ou constipação ★ emagrecimento inexplicado ★ sintomas urinários associados Causas comuns de dor abdominal Gastrite e DRGE (doença do refluxo gastro esofágico) ● dor é referida como queimação, ardência, com ou sem azia/pirose, estão muito associadas a doenças do estômago ou duodeno: DRGE, esofagite de refluxo, gastrite aguda e úlcera péptica Gastroenterite ● dor em cólica, periumbilical, associada à diarréia, com ou sem vômitos, sejam alimentares (intoxicações) ou infecciosas (diarréia aguda) Apendicite aguda ● dor localizada na porção inferior direita do abdome, caráter progressivo tornando-se, muitas vezes, intensa e com tendência a se localizar na fossa ilíaca direita --- sinais característicos: febre, náuseas, vômitos e anorexia *forma típica = inicia com dor em torno do umbigo, acompanhada de náuseas e eventualmente vômitos, após algumas horas, a dor localiza-se na parte inferior do lado direito do abdome, acompanhada por febre moderada e perda de apetite obs: a apendicite pode restringir-se ao órgão inflamado ou pode provocar sua ruptura e quando isso acontece as defesas do organismo costumam bloquear a infecção em torno do apêndice originando um abscesso, porém se o organismo não bloquear a infecção, o conteúdo da mesma espalha-se pelo abdômen provocando um quadro grave de peritonite aguda (dor difusa intensa, febre alta e quadro tóxico grave) -> intervenção cirúrgica imediata e uso de antibióticos Maria Eduarda Amaral 4º período Ascite ● 3 graus: 1) leve, visível apenas em USG; 2) detectável pelo abaulamento dos flancos e submacicez móvel ao exame físico; 3) claramente visível, confirmada pelo sinal do piparote ou sinal da onda líquida ao exame físico (ascites > 1,5L) Outras: pancreatite e colecistite aguda; constipação e obstruções intestinais história do paciente ajuda no diagnóstico); parasitose intestinal (causa comum em criança; causas ginecológicas (salpingite, torção de ovário) e síndrome do intestino irritável (associado a aspectos emocionais *diagnóstico de exceção) Exame Físico do Abdome sequência: inspeção, ausculta, percussão e palpação Inspeção ● Estática ○ posição do paciente (decúbito dorsal) ○ tipos de abdome ○ abaulamentos, retrações, cicatrizes na pele (Kocher, McBurney, Pfannenstiel, epigástrica mediana…) ○ turgência venosa ○ sinais ou manchas = sinal de cullen (equimose periumbilical) ● Dinâmica ○ hérnias (expiração forçada) ○ respiração ○ movimentos peristálticos obs: a presença de peristaltismo visíveis em região mesogástrica em indivíduos magros com abdômen flácido pode ser normal, porém em caso de abdome rígido + peristaltismo visível = OBSTRUÇÃO -> ondas de kussmaul ○ pulsações (dilatação aneurismática) Ausculta ● realizar o exame em ambiente tranquilo, no sentido horário, e permanecer por 2 minutos em cada quadrante ou até ouvir o ruído hidroaéreo ● recomenda-se executar a ausculta antes da palpação para evitar aumento involuntário do peristaltismo ● borborigmos – ouvir os ruídos dos movimentos intestinais sem estetoscópio = ruído estomacal ou barulho estomacal é o som produzido pela contração dos músculos gástricos e intestinais Percussão Delimitação do tamanho dos órgãos e conteúdo abdominal ● avaliar a intensidade e distribuição dos gases no abdome ● identificar massas sólidas ou líquidas ● identificar presença de líquidos livre na cavidade abdominal ● limitar e dimensionar o fígado e o baço *percussão em todos os quadrantes no sentido horário *som timpânico é semelhante a batida de um tambor, predominam em quase todo abdômen *sons maciços -> fígado, baço ou vísceras preenchidas por líquido ou fezes (submaciço) obs: sinal de Jobert = desaparecimento da macicez e aparecimento de hipertimpanismo na região hepática obs: som submaciço nos flancos pode indicar ascite obs: abdômen distendido + hipertimpanismo difuso => pode indicar obstrução Maria Eduarda Amaral 4º período Palpação ● superficial e profunda *bexiga vazia ● alguns órgãos só são palpados em condições patológicas: apêndice cecal, vesícula biliar, baço, flexuras do cólon e delgado ● palpação no sentido horário e sempre evitando começar pela área referida como dolorosa ● identificar a resistência muscular voluntária (defesa) ou contratura muscular involuntária (processo inflamatório) ● sinal de murphy = é indicativo de colecistite, quando o paciente suspende a inspiração por dor à compressão do rebordo costal direito no ponto cístico (vesícula biliar) -> técnica: paciente em decúbito dorsal, pede-se ao paciente que faça uma respiração profunda ao mesmo tempo em que se comprime o ponto cístico (borda subcostal direita, na linha hemiclavicular) ● sinal de blumberg = dor à descompressão brusca especificamente no ponto de McBurney, percebido durante o exame físico ~ peritonite -> apendicite aguda ● palpação do fígado (Lemos Torres ou Mathieu) e baço (paciente na posição de Schuster)
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