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Doenças trofoblásticas gestacional DTG: Doença trofoblástica gestacional NTG: neoplasia trofoblástica gestacional DTG Conjunto de alterações do tecido trofoblástico humano -> alterações placentárias Mulheres estão gestantes -> bHCG positivo -> importante é a quantidade da titulação do bHCG positivo -> produzido quase na totalidade pelo sinciciotrofoblasto placentário Histologicamente, se proliferam de uma forma anormal com epitélio do trofoblasto (cito e sinciciotrofoblasto se proliferam anormalmente -> mais ou menos diferenciadas) NTG Formas histológicas que tem capacidade de invasão local ou de emissão de metástase Conjunto maligno da doença Termo NTG é mais usado em casos em que não existem diagnóstico anamopatológico disponível -> quando ainda não há resultado de biópsia para saber o tipo de neoplasia DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL BENIGNAS: quando já se sabe a diferenciação Mola parcial Mola completa MALIGNAS: quando já se sabe a diferenciação Mola invasora Coriocarcinoma etc. CLASSIFICAÇÃO OBS: é comum confundir mola com abortamento. Aborto incompleto lembra-se com mola parcial. Mola hidatiforme Completa x Parcial Colo incompleto e restos na cavidade = deve-se realizar curetagem = o material precisa ser enviado para o histopatológico -> principalmente àquelas que não há beta hcg quantitativo e as que conheceu no momento (já chegou com colo aberto e com restos, ou com abortamento retido de 8-9 semanas (que só vê o embrião, sem placenta)) Placenta aparece em torno de 11 a 12 semanas, e o vilão da mola é exatamente a placenta Mola -> diferem-se em alterações histológicas, genéticas, clínicas FATOR DE RISCO: Menor nível socioeconômico -> pela questão de informação (acesso a USG, ausência de bhcg sérico quantitativo, pré-natal tardio) Paridade -> se já tem histórico de mola em gestações anteriores Contracepção oral -> quem usa, tem chance menor. Consanguinidade -> parentes que tem histórico, tem chance maior de ter DTG Extremos de idade reprodutivo: <20 anos ou >35-40 anos Gestação molar prévia (< 1ano) -> 40 vezes mais frequente MOLA COMPLETA Não há embrião Aspecto de “cacho de uva” = USG = endométrio preenchido de vesículas, placenta cheia de bolinhas = imagens anecoicas Aspectos macroscópicos = em cacho de uva É “toda mola” = apenas trofoblasto alterado dentro do útero = não formam embrião 20% progride para forma maligna Fecundação de 1 óvulo sem cromossomo ou inativo por 1 espermatozoide que duplica genoma ou 2 espermatozoides Ovulo estará inativo = sem cromossomo = não há material genético materna 46XX ou 46XY = diploide É A MAIS COMUM OBS: Mola completa = material genético paterno Toda paciente que tem mola, todo o material genético da mãe vai ser ruim? NÃO, é uma mutação aleatória, ao acaso! MOLA PARCIAL Há formação de embrião = será um embrião ou feto malformado Embrião vira feto = acima de 10 semanas (10-12 semanas) Há uma placenta alterada, aumenta de volumes com vesícula (imagens pretas) em seu interior -> imagens anecoicas em seu interior -> com o feto ou embrião junto (malformado, restrito) -> gestação interrompida 80% antes de 20 semanas = abortamento retido (falta de batimentos) Aborto retido = embrião intraútero >= 7mm sem batimentos Mas se há imagens sugestivas de mola parcial = SERÁ MOLA PARCIAL com embrião sem vitalidade (ou feto) Evolução mais benigna Menos de 10% evolui para malignidade Fecundação de 1 óvulo por 2 espermatozoides = 33% material genético materno e 66% material genético paterno 69XXX ou 69XXY ou 69XYY= Aspecto genético triploide RESUMO FISIOPATOGENIA MOLA COMPLETA Ovulo inativo -> espermatozoide implanta e duplica material genético = monospérmica Ovulo inativo -> 2 espermatozoides implantam e há material genético do pai 2 vezes Há material genético somente do pai = diploide MOLA PARCIAL Há material genético da mãe -> 2 espermatozoides implantam ou fecundam = dispérmica Há material genético da mãe e do pai = triploide ATENÇÃO!!! Maior fração de Hcg será na mola completa (hcg > 100000 UI/L) - chega a quadruplicar ou quinduplicar a cada 48 horas O normal da fração hcg = duplicar a cada 48 horas TIPO DE MOLA CARAC GENÉTICA E PATOLÓGIC A CARAC CLÍNICAS MOLA COMPLET A Diploide Ausência de concepto Hiperplasia trofoblástic a difusa Hidropsia vilosa difusa Hcg > 100000 UI/L (em geral) Complicaçõ es clinicas mais comuns – quando diagn tardio Evol para neoplasia 15—20% MOLA PARCIAL Triploide Concepto malformad o Hiperplasia trofoblástic a focal Hidropsia vilosa focal Hcg < 100000 UI/L (em geral) Complicaçõ es clinicas mais raras Evolução para neoplasias <5% Hcg = produzida pelo sinciciotrofoblasto Na mola parcial, mesmo o hcg sendo < 100000 UI/L, são titulações altas (por exemplo, 70000), e são altas principalmente no início da gestação Exemplo: paciente gestante há 6 semanas com bch sérico >200000 = alerta OBS: outras coisas dobram o bhcg = gravidez múltipla = deve realizar a bhcg QUANTITATIVO SEMPRE DOSAR O BHCG QUANTITATIVO = MOLA -> diz o tipo de mola, se está ou não malignizando ou se curou CLINICA Sangramento genital Atraso menstrual Eliminação de vesículas = se o colo do útero abrir = alteração patognomônica Dor abdominal Vômitos incoercíveis = pelo aumento exorbitante do bhcg Discordância entre volume uterino e atraso menstrual = útero maior do que o tempo de amenorreia Ausência de movimentação fetal (BCF) SINAIS E SINTOMAS Hiperêmese gravídica = vômitos excessivos, perda de peso (20-30% do peso basal) e distúrbios hidroeletrolítico = pelo aumento subido e proliferação rápida do hcg DHEG (doença hipertensiva específica da gestação) – pré eclampsia - antes de 20 semanas -> alteração de 2ª onda de invasão Cisto tecaluteínicos –hiperestimulação ovariana Hipertireoidismo = alteração por feedback positivo do TSH = aumento do T4 e T3 = pode ter até crise tireotóxica DIAGNÓSTICO EXAME CLÍNICO: Exame especular (origem do sangramento) + exame de toque (se o colo está fechado ou não) EXAME COMPLEMENTAR: USG transvaginal ou pélvica + Dosagem de BhCG quantitativo USG = imagem entremeada com múltiplas vesículas em seu interior Dosagem de BhCG quantitativo = confirma o diagnóstico e avalia segmento OBS: sempre se faz exame especular quando se tem SANGRAMENTO Gonadotrofina coriônica: Glicoproteína Produzida pelo trofoblasto Níveis muitos elevados na mola -> 100- 200 mil ULTRASSONOGRAFIA Exame mais utilizado para diagnóstico Contexto: sangramento 1T -> USGTV Aspectos típicos: Útero preenchido por áreas anecoicas e ecos amorfos -> flocos de neve Molas parciais -> alterações podem ser mais sutis ou focais e pode-se identificar eventualmente o feto vivo ou morto 90% dos casos de mola parcial são diagnosticadas pelo laudo da USG como abortamento = por isso deve-se realizar a curetagem e enviar amostra ao histopatológico ASPECTO = CACHOS DE UVA ou FLOCOS DE NEVE Outros achados: Placenta espessada, hiperecoica e/ou presença de imagens císticas Feto com restrição de crescimento intrauterino e malformações Mola completa Mola parcial Embrião sem BBCG Placenta aumentada, esbranquiçada e com pontos pretos no interior CONDUTA Focada no diagnóstico e compensação clinica das comorbidades associadas Anamnese detalhadas com exame físico minucioso: anemia, hipertireoidismo,Hiperêmese e DHGE Laboratório: Hemograma, eletrólitos, TSH + T4L, BhCG, Ur (ureia), Cr (creatinina), coagulograma, TGO, TGP, tipagem sanguínea USG abdome total e RX tórax = no segmento ambulatorial da alta = avaliar se há foco de metástase TRATAMENTO ESVAZIAMENTO MOLAR Aspiração à vácuo = aspira o que tem dentro do útero Depende da idade gestacional e se o colo está aberto ou fechado MOLA COMPLETA: cuidado com o uso de misoprostol e ocitocina para dilatação => pelo risco de embolização trofoblástica e hemorragia Dilatação cervical = vela de Hegar = para programar aspiração = evitar uso de misoprostol Ocitocina após cervicodilatação e mantida por 12 horas AMIU (aspiração manual intrauterino) em casos de pequeno volume uterino Em casos de úteros aumentados, idade gestacional >12 semanas, a cânula da aspiração não chega até lá => deve-se fazer a curetagem uterina Complementação com cureta MOLA PARCIAL com feto maior => indução e cureta após Anatomopatológico = TODO o material deve ir para a histopatologia PREDILIÇÃO: realização da aspiração à vácuo ou AMIU. MAS se for > 12 semanas, realiza curetagem convencional Em colo aberto = mola completa = dieta zero e programa procedimento Colo fechado = mola completa = misoprostol para dilatação do colo Mola parcial = independente do colo = >10 semanas realizará misoprostol e após programa a curetagem ou AMIU Em caso de colo aberto = mola parcial = programa a curetagem ou AMIU OBS!! Sempre avaliar a FC, FR, sinais vitais da paciente = para alertar embolizações Material pós curetagem: Material de AMIU Vela de Hegar Vesículas de mola completa Vela de Hegar Curetagem ATENÇÃO Síndrome do desconforto respiratório pós esvaziamento molar: o Até 72h => autoresolutiva o Tratamento: Suporte o FR: hipertireoidismo, DHGE, anemia Histerectomia: o Alternativa: prole constituída? o Não é de escolha! o Diminui risco de transformação maligna o Seguimento rigoroso Cistos tecaluteínicos: o Ovários preservados = irão involuir em até 4 meses o Só necessita de cirurgia em casos de rotura ou torção de ovário = raro Esvaziamento por histerotomia (como uma cesárea para retirada da mola): o Restrito, em casos como: 1. Colo desfavorável 2. Mola parcial com feto grande que não consiga induzir 3. Hemorragia considerável MATERGAM => fazer imunoglobulina anti-D se paciente Rh negativo QUIMIOTERAPIA PROFILÁTICA Controversa Mola hidatiforme de alto risco Dificuldade de seguimento seriado do BhCG Indicações: Mola de repetição Hipertireoidismo importante descompensado Fator de risco para pré-eclâmpsia ou as que fazem antes de 20 semanas Às que fizeram algum tipo de embolização como tentativa de esvaziamento >40 anos ou com ovários tecaluteínicos > 6cm SEGUIMENTO APÓS ESVAZIAMENTO: Sangramento melhora de 7-10 dias Deve sair de alta com anticoncepção, de preferência combinado, porém, em casos de contraindicação de estrogênio, utilizar progesterona isolada DIU CONTRAINDICADO PARA MOLA BhCG depois que zera, deve dosar em pelo menos 6 meses 1 vez por mês. Antes de zerar, dosar BhCG semanalmente ou quinzenalmente até zerar. Normalmente negativa entre 8-10 semanas. MOLA PARCIAL COM FETO NORMAL 1:22.000 a 100.000 gestações Provavelmente uma gestação gemelar: um dos óvulos inativo -> mola completa + feto Alertar riscos: sangramento, abortamento, óbito fetal, prematuridade, DHEG e hipertireoidismo 60% irão evoluir para abortamento ou óbito fetal FIXANDO MOLA PARCIAL: mola triploide (material genético pat e mat), com ou sem sangramento, evolui menos para complicações. BhCG <100.000, regride em média de 59 dias MOLA COMPLETA: mola diploide (material genético paterno), maioria das vezes com sangramento, aumento abdominal, casos de pré-eclâmpsia, evolui mais para complicações. BhCG >100.000, regride em média de 99 dias Neoplasia trofoblástica gestacional SABER: tipos de neoplasia (carac. clínica e histopatológica), como diagnostica, quem tem potencial de complicar, o tempo que pode liberar cada paciente MOLA INVASORA Sequela de mola hidatiforme, tenha sido completa (mais comum) ou parcial Vilosidades molares que invadem profundamente o miométrio Perfuração uterina -> hemorragia, abdome agudo, infecção Metástases são raras -> quando existe, vão para pulmões e pelves NTG mais comum após mola hidatiforme Quimioterapia (terapêutica) é o tratamento padrão ouro -> não precisa operar CORIOCARCINOMA Forma mais agressiva de NTG Invasão profunda do miométrio e vasos sanguíneos Hemorragia e necrose em cavidade abdominal Disseminação hematogênica rápida Metástase para: pulmões, vagina, fígado e SNC, baço, rins, intestino Alta sensibilidade à quimioterapia -> ótima resposta -> deve ser descoberta em tempo hábil Importante realizar raio x -> alterações pulmonares de NTG -> coriocarcinoma TUMOR TROFOBLASTICO DO SÍTIO PLACENTÁRIO Raro Ausência de vilosidades coriônicas Massas sólidas circunscritas ao miométrio -> associada passado comum de mola e Hcg quantitativo aumentado Maioria confinada ao útero Pouco sensível à quimioterapia Boa resposta à cirurgia -> retirar a lesão por margem - > não confundir com mioma Estrutura toda trofoblástica Não precisa realizar quimioterapia como tto adjuvante à cirurgia TUMOR TROFOBLÁSTICO EPITELIÓIDE Mais Raro do que do sítio placentário Pouco índice de metástase BhCG baixo <2.500 mUI/mL -> estará positivo, mas em menor quantidade Pode coexistir com outras formas de mola Pouco sensível à quimioterapia TTO com ressecção cirúrgica com margens Pode também estar por dentro do endométrio ESTADIAMENTO ESCORE 1: Doença restrita ao útero ESCORE 2: Mola -> ao redor é o miométrio, cheio de infiltrado Disseminação da doença no trato genital, podendo ou não atingir a parte pulmonar ESCORE 3: Atinge parte pulmonar, haverá envolvimento do trato genital ESCORE 4: Foco de metástase Quanto pior o estadiamento, pior será a neoplasia!!! Como saber qual a neoplasia??? Com resultado do histopatológico!!! Também DEVE realizar raio x de tórax e USG de abdome total = para ESTADIAMENTO CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DE NTG Pelo menos 4 valores de BhCG em platô (o mesmo) por 3 semanas Elevação dos níveis de BhCG em pelo menos 10% por no mínimo 3 dosagens por 2 semanas Diagnóstico histológico de coriocarcinoma gestacional ou de mola invasora no material do esvaziamento molar = ela pode ser uma consequência de mola parcial ou completa OU pode se apresentar de cara como mola invasora (coriocarcionoma) Doença metastática em mulher jovem = pensar sempre em mola = principalmente em passado com aborto ou com desfecho ruim BHCG BhCG fantasma = falso positivo Usar outro método = trocar laboratório Urina: negativo Hormônio Luteinizante e BhCG hipofisário Reação cruzada do LH com hCG hipofisário = pelo pico do LH Doença trofoblástica gestacional quiescente Há BhCG detectável, mas não há doença ativa Títulos menores que 200 mUl/mL por 3 meses TRATAMENTO Quimioterapia: EMA-CO Poliquimioterapia BhCG negativo -> a partir do 3 ciclo de QT Sobrevida <80% -> tto com cirurgia Sobrevida >80% -> tto com QT Abordagem das metástases: QT + radioterapia associada: o DIMINUI risco de hemorragia e de necrose o EM GERAL, UTILIZA ESSA FORMA!!!! Em algumas situações = cirurgia Craniotomia: ressecção de foco do tumor = em casos de focos no SNC Hepatectomiaparcial ou embolização seletiva = Foco hepático importante com hemorragia e necrose Toracotomia ou lobectomia parcial = pulmão acometido Nefrectomia ou Ressecção de alça intestinal = acometimento renal ou de alça intestinais TUDO DEPENDE DO FOCO DA METÁSTASE E DA EVOLUÇÃO DA PACIENTE NTG SEGUIMENTO PÓS QUIMIOTERAPIA Padrão de seguimento de BhCG (quantitativo) análogo ao seguimento molar, mas com outros intervalos Quinzenal por 3 meses Mensal por 1 ano Maioria zera após 3 ciclo de QT = 3 meses (12 semanas) Recidiva após 1 ano é inferior a 1% Após primeiro ano de remissão: seguimento de 6-12 meses Duração do seguimento: 2 anos para NTG baixo risco (molas completas e pariciais) e 5 anos para NTG de alto risco Anticoncepção é OBRIGATÓRIA GESTAÇÃO APÓS DTG Anticoncepção por 1 a 2 anos se baixo risco ou 5 anos se alto risco Gestação subsequente com prognóstico semelhante – podem aumentar 40x a chance de fazer mola Se intervalo < 6 meses = abortamento, natimorto, risco de perfuração uterina, indicação para histerectomia, descompensação materna = QT fragiliza endométrio e miométrio (pode perfurar o útero) Após termino de qualquer gestação por DTG, deve ser confirmada a normalização (zerar) do hCG após 4-6 semanas
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