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Programa de Gerência de Riscos 02 1. Gerenciamento de Riscos 5 Contexto de Risco 7 Identificação de Riscos 7 Categorias de Riscos 7 Análise de Riscos 8 Tipos de Riscos 9 Etapas da Gestão de Riscos e Oportunidades 10 Planejamento do Gerenciamento de Riscos 11 2. Metodologia de Análise Ergonômica do Trabalho 14 Análise Ergonômica e NR 17 16 Apreciação Ergonômica 19 Verificação Ergonômica 19 Diagnóstico Ergonômico 19 Projeto Ergonômico 20 Certificação Ergonômica 20 3. Métodos e Técnicas para a Análise da Atividade 22 Análise Preliminar de Riscos (APR) 22 Mapa de Riscos 23 Agentes de Riscos 25 Hazop 29 Análise de Modos de Falha e Efeitos (AMFE) 30 Técnica de Incidentes Críticos (TIC) 31 4. Ergonomia e Projeto 35 Repetitividade 37 Postura Inadequada 37 Iluminação Inadequada 38 Ritmo Excessivo de Trabalho 38 Jornadas de Trabalho Prolongadas 39 Monotonia das Atividades 39 3 Controle Rígido de Produtividade 40 Levantamento e Manuseio de Cargas 40 Solução e Prevenção dos Riscos Ergonômicos 41 Análise Ergonômica do Trabalho 41 Programa de Ergonomia nas Empresas 42 5. Referências Bibliográficas 45 04 5 PROGRAMA DE GERÊNCIA DE RISCOS 1. Gerenciamento de Riscos Fonte: Solutudo 1 palavra “risco” vem do latim “riscu”, que significa ousar. O risco é inerente a qualquer empre- endimento, e nossa cultura aceita o risco como o motor propulsor do progresso (Morand Deviller, 2005). Greene (2008) define como risco qualquer atividade que pode ocorrer e modificar o resultado de uma ativi- dade do projeto. Desta forma, as organizações, sejam elas companhias, firmas, ins- tituições, órgãos de governo, funda- ções ou outras entidades, indepen- dente da natureza do empreendi- 1 Retirado em https://www.solutudo.com.br/ mento, estão inevitavelmente sujei- tas a algum tipo de risco, que deve ser gerenciado. Para Ayyub (2005), o geren- ciamento de risco, consiste na análi- se e no controle do risco. Análise é definida como um processo técnico e científico pelo qual os riscos de um sistema, em uma dada situação, são modelados, quantificados e ponde- rados. Já o controle está relacionado à prevenção do incidente e à miti- gação de suas consequências. A finalidade do gerenciamento de riscos é aumentar a probabilida- A 6 PROGRAMA DE GERÊNCIA DE RISCOS de e impacto dos eventos positivos e reduzir a probabilidade dos impac- tos negativos (Mulcahy, 2007). Basicamente, existem cinco tipos de riscos, cada um com suas respectivas consequências (Stama- telatos, 2000): relativo à segurança (humana), que tem como conse- quência morte, doença, mutilação, etc.; relativo ao meio ambiente, que pode gerar contaminação, perda de uso, etc.; relativo à programação, que pode trazer prejuízo à missão, programação, etc.; relativo ao custo, que tem como consequência perdas financeiras; e outros ou combinação dos tipos anteriores. O controle dos riscos para a saúde dos trabalhadores obedece uma série de princípios básicos, uma combinação de medidas, como a educação sanitária, a boa operação e a melhor manutenção dos compo- nentes mecânicos selecionados. En- tre os princípios básicos utilizados na redução dos riscos industriais, tem-se: ventilação geral, ventilação local exaustora, substituição de ma- teriais, mudança de operações e/ou processos, término de operações, di- visão de operações, equipe de pes- soal, manutenção, ordem e limpeza. A prevenção de acidentes é o propósito primário de um programa de segurança, permitindo a conti- nuidade das operações e a redução dos custos de produção. A gestão de riscos aplicada em projetos consiste no processo de identificação, classificação e quanti- ficação dos riscos, bem como no gerenciamento das ações de respos- ta e todos os riscos do projeto. (San- tos; Carvalho, 2005) O gerenciamento de riscos en- volve um conjunto de processos proativos, que são acionados para identificar e analisar riscos, além de executar ações para eliminar ou mi- nimizar os problemas antes que oco- rram, aumentando a probabilidade de sucesso dos projetos. Por isso, é importante que exista uma método- logia que organize esses passos, com o objetivo de alcançar um efetivo controle dos riscos inerentes a um projeto. O Gerenciamento de Riscos é uma atividade estratégica, que abrange todos os processos de trata- mento de riscos levantados no pro- jeto e no ambiente do projeto. Por- tanto atividades devem ser planeja- das, estimadas e recursos devem ser adequadamente alocados para que a Gestão de Riscos não seja sobrecar- regada. A gestão de riscos não deve ser vista como uma tarefa extra dentro do projeto, mais sim, como uma das tarefas centrais da gestão, a qual atuará de forma preventiva nos pos- síveis itens apontados como gerado- 7 PROGRAMA DE GERÊNCIA DE RISCOS res de problemas, que impactaram no desempenho final do projeto. Pode-se considerar que o Pla- nejamento da Gestão de Risco é um dos principais fatores de sucesso do projeto, o qual deve possuir três características: ser apropriado, al- cançável e comparável. Como pri- meiro passo para o início de uma gestão de risco confiável, é impor- tante definir o escopo do esforço de planejamento, assim como a forma de monitorar e controlar a gestão de risco. Contexto de Risco O Contexto de risco é a cir- cunstância onde aparecem os even- tos de riscos. Deste modo, a gestão de riscos deverá considerar o am- biente ou a situação delimitada nes- ta fase, que pode ser um processo de negócio, um ambiente específico ou um ativo da organização. Para se estabelecer o contexto, são necessários dois passos: Estabelecimento do Contexto Interno e Externo – análise de indicadores existentes dentro e fora da situação de identifi- cação dos riscos. Estabelecimento do Contexto do Processo de Gestão de Ris- cos – determinação dos limites específicos do alvo escolhido para gestão de riscos (escopo). Identificação de Riscos A Norma ISO 31.000:2009 de- termina que “um risco é formalmen- te definido como o efeito da incerte- za nos objetivos organizacionais”. Em outras palavras, riscos são possí- veis acontecimentos que podem ou não ocorrer (incerteza), e que se ocorrerem podem impedir ou atra- palhar o alcance dos objetivos de uma organização ou de um processo de negócio específico. Sendo assim, um aconteci- mento de risco é a materialização de um evento de risco, que teve uma causa e por conseguinte terá uma consequência. Fonte: www.trt8.jus.br Categorias de Riscos Para identificar riscos, preci- samos conhecer em quais categorias os riscos podem aparecer na orga- nização do Tribunal Regional do Trabalho (TRT). De acordo com o Manual de Gestão de Riscos, são possíveis as seguintes categorias: 8 PROGRAMA DE GERÊNCIA DE RISCOS CATEGORIA DESCRIÇÃO Riscos Estratégicos Estão associados à tomada de decisão que pode afetar negativamente o alcance dos objetivos da organização. Têm forte orientação externa e foco no longo prazo e planos genéricos de riscos. Riscos Táticos Têm foco nos eventos de médio prazo identificados nos processos e ações em unidades de negócio ou departamentos (seções, divisões etc). Riscos Operacionais Estão associados à ocorrência de perdas (produtividade, ativos, financeiras etc.) resultantes de falhas, deficiências ou inadequação de processos internos, estrutura, pessoas, sistemas, tecnologia, assim como de eventos externos (catástrofes naturais, greves, fraudes). Têm foco no curto prazo e na definição de objetivos e resultados bem específicos. Riscos de Comunicação Estão associados a eventos que podem impedir ou dificultar a disponibilidade deinformações para a tomada de decisões e para cumprimento das obrigações de accountability (prestação de contas às instâncias controladoras e à sociedade). Riscos de Conformidade Estão associados ao não cumprimento de princípios constitucionais, legislações específicas ou regulamentações externas aplicáveis ao negócio, bem como de políticas, normas e procedimentos internos Análise de Riscos A norma ABNT ISO 31.000: 2009 determina os parâmetros utili- zados para calcular, analisar e ava- liar os riscos, que são a Probabili- dade e o Impacto. Estes parâmetros definem como os riscos serão de- monstrados e como os riscos devem ser vistos para a correta tomada de decisão quanto ao tratamento, den- tro do processo de negócio contex- tualizado. Como o risco é o efeito da incerteza nos objetivos da institui- ção, a probabilidade de ocorrência é definida como uma estimativa da incerteza se materializar. A probabi- lidade pode ser estimada a partir de relatórios e registros de ocorrências já existentes ou pela avaliação de controles internos preexistentes re- lacionados ao processo, ativo ou am- biente específico contextualizado. Veja o padrão estabelecido no Ma- nual de Gestão de Riscos: Fonte: www.trt8.jus.br 9 PROGRAMA DE GERÊNCIA DE RISCOS As organizações, sejam públi- cas ou privadas, devem entender quais são os riscos associados às suas operações, processos e ativida- des, no intuito de identificar e prio- rizar as falhas que devem ser corri- gidas, e, por conseguinte, implantar as melhorias necessárias ao aprimo- ramento do sistema de gestão de riscos. A avaliação de riscos é um pro- cedimento que utiliza equipe consti- tuída para identificar os riscos asso- ciados a todas as atividades da orga- nização que possam impactar o al- cance de seus objetivos. Nesse pro- cedimento, são realizadas entrevis- tas com membros-chave da organi- zação, em seus diversos níveis, no intuito de construir um perfil de ris- co para todas as atividades, funções, processos ou atividades que estão particularmente vulneráveis a riscos. Há também a auto avaliação, uma abordagem na qual cada nível da organização é convidado a rever suas atividades e alimentar o diag- nóstico de riscos, podendo ser reali- zada por meio da utilização de uma série de instrumentos, tais como do- cumentos, questionários, formulá- rios ou mesmo por meio de wor- kshop. A norma ISO 31000, publi- cada em 2009, como padrão inter- nacional “prevê um conjunto de princípios que devem ser atendidos na gestão eficaz dos riscos”. O nor- mativo recomenda que as “organi- zações devem desenvolver, imple- mentar e melhorar continuamente um quadro que visa integrar o pro- cesso de gestão de riscos na gestão global da organização, planejamento e estratégia, gestão, processos de informação, políticas, valores e cultura”. (ISO 31000, 2009). Na concepção e implementa- ção de planos de gestão de riscos é preciso considerar as diferentes ne- cessidades de uma organização es- pecífica, nomeadamente os seus ob- jetivos, contexto, estrutura, opera- ções, processos, funções, projetos, produtos, serviços ou bens especí- ficos e práticas empregadas. Tipos de Riscos Dentro da gestão de riscos e oportunidades encontram-se diver- sos tipos de riscos que podem ser divididos de diversas maneiras de acordo com cada tipo de projeto ou operação. O objetivo desta divisão é organizar e definir os responsáveis por cada subdivisão de riscos e faci- litar o tratamento dos eventos. A tí- tulo de exemplo, destaca-se uma di- visão usual utilizada por empresas atuantes no setor de construção. São três categorias, as quais: riscos de saúde, segurança, meio ambiente e 10 PROGRAMA DE GERÊNCIA DE RISCOS qualidade; riscos de engenharia; e riscos de projeto. Dentro das empresas que con- tam com uma área ou setor especial- mente dedicada à gestão de riscos e oportunidades é comum que esta divisão seja feita já na definição dos papéis de cada equipe. Numa em- presa de operações complexas, por exemplo, a gestão dos riscos de saú- de, segurança, meio-ambiente e qualidade é considerada primordial. Esta importância fica evidente na declaração de valores da corporação, reafirmando o compromisso de cui- dar e zelar pela saúde e segurança de seus empregados e do meio am- biente. Os riscos de engenharia são mais específicos àquelas empresas atuantes no ramo de projetos físicos que demandem operações mais complexas. Estes riscos estão asso- ciados ao desenho e projeto de com- ponentes e são normalmente trata- dos pela própria equipe de engenha- ria do projeto. Finalmente, os riscos e opor- tunidades de projeto, são aqueles inerentes à execução do projeto em si, relacionados não somente à ope- ração e execução, mas a todas as fa- ses que o envolvem, seja do porte que for, como: planejamento, com- pras, logística, engenharia, fabrica- ção, custos, financeiro, clientes, for- necedores, etc. Os riscos de projeto são defini- dos por Blunden e Thrilwell (2010) como o risco de perda resultante de processos internos, pessoas e siste- mas inadequados ou deficientes ou por eventos externos. Esta definição exprime e confirma que os riscos operacionais são aqueles derivados de incertezas geradas pelos próprios processos internos, pessoas e siste- mas, ou pelas circunstâncias exter- nas nas quais o projeto está inserido. Neste caso as perdas em custo esta- riam inseridas em todas as faces dos processos, sistemas e resultantes do impacto de eventos externos nestes processos. Etapas da Gestão de Riscos e Oportunidades O gerenciamento de riscos adi- ciona à gerência de projetos uma fer- ramenta para identificação e análise de riscos no início do planejamento do projeto e no decorrer das suas fases. Dessa forma, os objetivos do gerenciamento são aumentar a pro- babilidade e o impacto dos eventos positivos e diminuir a probabilidade e o impacto dos eventos adversos ao projeto. O PMI (2014) elenca seis fases para o processo de gerência de ris- cos: planejar o gerenciamento de riscos, identificar os riscos, realizar a análise qualitativa dos riscos, reali- 11 PROGRAMA DE GERÊNCIA DE RISCOS zar a análise quantitativa dos riscos, planejar as respostas aos riscos e controlar os riscos. Segundo o instituto, as seis fa- ses podem ser descritas como pro- cessos: 1. Planejar o gerenciamento dos riscos: Definição de como conduzir as atividades de gerenciamento dos riscos de um projeto. 2. Identificar os riscos: Determi- nação dos riscos que podem afetar o projeto e de documentação das suas características. 3. Realizar a análise qualitativa dos riscos: Priorização de riscos para análise ou ação posterior através da avaliação e combinação de sua pro- babilidade de ocorrência e impacto. 4. Realizar a análise quantitativa dos riscos: Analisar numericamente o efeito dos riscos identificados nos objetivos gerais do projeto. 5. Planejar as respostas aos ris- cos: Desenvolvimento de opções e ações para aumentar as oportuni- dades e reduzir as ameaças aos obje- tivos do projeto. 6. Controlar os riscos: Im- plementar planos de respostas aos riscos, acompanhar os riscos iden- tificados, monitorar riscos residuais, identificar novos riscos e avaliar a eficácia do processo de gerencia- mento dos riscos durante todo o projeto. Planejamento do Gerencia- mento de Riscos Planejar o gerenciamento dos riscos é o processo de definição de como conduzir as atividades de ge- renciamento dos riscos de um pro- jeto. O principal benefício deste pro- cesso é que ele garante que o grau, tipo e visibilidade do gerenciamento dos riscos sejam proporcionais tanto aos riscos quanto à importância do projeto para a organização. A primeiraetapa consiste em estabelecer o contexto no qual o pro- jeto está inserido e definir as premi- ssas utilizadas para realizar as proje- ções dos valores meta destes objeti- vos. É necessário nesta etapa rece- ber informações precisas acerca dos objetivos do projeto no tocante aos três principais fatores já menciona- dos: escopo, custo e cronograma. Estas informações serão essenciais para identificar quais fatores mais influenciam nos resultados espera- dos e quais critérios serão utilizados para medir os possíveis impactos dos riscos identificados no atingi- mento destes objetivos. Nesta etapa é preciso desen- volver, documentar e organizar a estratégia de riscos, estabelecendo propósitos e objetivos, definindo responsabilidades para áreas especí- 12 PROGRAMA DE GERÊNCIA DE RISCOS ficas, identificando técnicas e exper- tises adicionais, estabelecendo mé- tricas, definindo relatórios e docu- mentação. Durante o planejamento e de- finição dos objetivos é gerado o prin- cipal documento para a área de ris- cos e oportunidades: o plano de ges- tão de riscos e oportunidades. O plano de gerenciamento do projeto fornece a linha de base ou situação atual das áreas afetadas pelo risco incluindo escopo, cronograma e cus- to. Veja as entradas, ferramentas e técnicas, e saídas desse processo: Fonte: www. monografias.poli.ufrj.br Esse plano utiliza como entra- das fatores ambientais da empresa, fatores externos e macroeconômi- cos, principais ativos dos processos organizacionais já definidos pela empresa, declaração do escopo do projeto contendo projeções de custo e cronograma e o plano de geren- ciamento do projeto. O plano de gerência de riscos descreve como as atividades de gerenciamento dos riscos serão es- truturadas e executadas. O plano deve incluir diversas informações, as quais: 1. Metodologia: Define aborda- gens e fontes de informação que po- dem ser usadas no gerenciamento dos riscos; 2. Papéis e responsabilidades: Definição dos responsáveis por cada escopo dentro da equipe de riscos; 3. Orçamento; 4. Prazos: Com que frequência o processo de gerência de risco será realizado; 5. Categorias de risco: Pode ser feita por meio de uma análise dos projetos passados, através da expe- riência dos envolvidos ou através de procedimentos definidos pela em- presa. 6. Definições de probabilidade e impacto dos riscos; 7. Matriz de responsabilidade e impacto; 8. Tolerâncias revisadas das par- tes interessadas; 9. Formatos de relatórios; 10. Acompanhamento. Fonte: www.gp4us.com.br 14 PROGRAMA DE GERÊNCIA DE RISCOS 2. Metodologia de Análise Ergonômica do Trabalho Fonte: Sesirs 2 ergonomia é uma disciplina científica que compreende as interações entre seres humanos e outros elementos de um sistema vi- sando otimizar o bem estar e o de- sempenho global do mesmo. Sendo assim, envolve uma série de outros fatores que interagem entre si bus- cando influenciar e atender as exi- gências oriundas da relação do ho- mem com o seu trabalho. A importância em estudar e avaliar as causas pelas quais se veri- ficam a ocorrência de prejuízos a saúde dos trabalhadores, em decor- rência das más condições de traba- lho, tem sido alvo de inúmeras pes- quisas no ramo da Ergonomia, cuja preocupação está em analisar como 2 Retirado em https://www.sesirs.org.br/ são realizadas as atividades de tra- balho que determinam o comporta- mento do homem com o seu posto de trabalho abordando tanto os aspectos físicos quanto cognitivos. De acordo com Fornazari, et al (2000), a imposição de ritmos de trabalho intensos e jornadas pro- longadas, atreladas a posturas in- corretas e ambientes ergonômica- mente inadequados ao trabalhador são interpretadas como causa do comprometimento da sua saúde e da sua destreza nas tarefas habituais, predispondo-o ao desenvolvimento de doenças ocupacionais. A Análise Ergonômica do Tra- balho (AET) tem como objetivo aplicar os conhecimentos da ergono- A 15 PROGRAMA DE GERÊNCIA DE RISCOS mia para analisar, diagnosticar e corrigir uma condição de trabalho. Consiste em uma sequência de cole- tas de dados e informações que via- bilizem as mudanças necessárias para a melhoria do ambiente de tra- balho, contemplando a satisfação do trabalhador (MAIA, 2008). Uma AET pode ser dividida em cinco etapas (IIDA,1995), a saber: Análise da demanda: caracte- riza-se como o ponto de par- tida do estudo do posto de tra- balho - Permite delimitar o (s) problema (s) a serem aborda- dos em uma análise ergonô- mica; Análise da tarefa: compreende não só as condições técnicas de trabalho, mas também as condições ambientais e orga- nizacionais de trabalho - É o trabalho prescrito; Análise da atividade: trata-se da mobilização das funções fisiológicas e psicológicas do indivíduo, em um determina- do momento - conjunto de ações de trabalho que caracte- riza os modos operativos; Diagnóstico: É uma síntese da análise ergonômica, baseia-se diretamente nas hipóteses for- muladas - Evidencia as diver- sas síndromes que caracteri- zam as patologias ergonômi- cas da situação de trabalho; Recomendações: Sugestões de melhoria dos postos analisa- dos visando aumento do ren- dimento e satisfação do em- pregado. A Análise Ergonômica do Tra- balho é um processo construtivo e participativo para a resolução de um problema complexo que exige o co- nhecimento das tarefas, da atividade desenvolvida para realizá-las e das dificuldades enfrentadas para se atingirem o desempenho e a produ- tividade exigidos. A AET é estruturada em várias etapas ligadas entre si, com o obje- tivo de avaliar e transformar o traba- lho. Segundo o Manual de Aplicação da NR-17, a análise ergonômica de- verá conter, no mínimo, as seguintes etapas: A análise da demanda e do contexto; A análise global da empresa; A análise da população de tra- balhadores; Definição das situações de tra- balho a serem estudadas; A descrição das tarefas pres- critas, das tarefas reais e das atividades desenvolvidas para executá-las; Estabelecimento de um pré- diagnóstico, que deverá ser apresentado aos envolvidos e então validado ou abando- nado; Observação sistemática da ati- vidade, bem como dos meios disponíveis para realizar a tarefa; 16 PROGRAMA DE GERÊNCIA DE RISCOS O diagnóstico; A validação do diagnóstico; O projeto de modificações/al- terações; O cronograma de implemen- tação das modificações/altera- ções; O acompanhamento das mo- dificações/alterações. Macleod (2003) assevera que o caminho a seguir com o desen- volvimento prático e aplicação de métodos ergonômicos é através de uma melhor antecipação e aprecia- ção de alterações ao trabalho huma- no que serão efetuadas através da introdução de novas tecnologias pa- ra o trabalho. O desenvolvimento de métodos adequados de ergonomia ou a cuidadosa adaptação dos méto- dos existentes devem utilizar méto- dos quantitativos e qualitativos, além de orientações. Análise Ergonômica e NR 17 A Norma Regulamentadora 17 (NR 17), que recebeu o nome de Ergonomia, foi fundamentada pelos princípios da Ergonomia e tem na AET o método válido e indicado pelo Ministério do Trabalho para avaliar as condições de trabalho e qualificar a interação do trabalhador com o seu trabalho. Conforme determinado na NR 17, é dever de todo empregador rea- lizar a AET para avaliar se as con- dições de trabalho de suas empresas estão adequadas às características de seus trabalhadores [NR 17, subi- tem 17.1.2]. A falta da adaptação do trabalho aos seus trabalhadores, bem como a falta de avaliação das mesmas, são passíveis de penalida- de. A falta de condiçõesadequadas de trabalho não deve ser analisada apenas pelos aspectos da passivida- de de multas/ações/indenizações trabalhistas, mas pela perda de eficiência em seu sistema produtivo, uma vez que a relação saúde-segu- rança-desempenho pode beneficiar a cadeia produtiva de toda a em- presa. A ergonomia visa estudar a interação entre homem e o seu am- biente de trabalho, através das inter- faces do sistema homem-máquina- ambiente com intuito de melhorar a qualidade da relação deste sistema, facilitando a execução do trabalho (IIDA,2005). A ergonomia analisa vários fatores que possam vir a influenciar e afetar o desempenho do sistema produtivo, e tentar minimizar os efeitos nocivos que podem vir a afe- tar a saúde do trabalhador. Desta forma o foco na redução da fadiga, estresse, erros e acidentes, com in- tuito de proporcionar uma melhor segurança e preservação da saúde do trabalhador, além da satisfação do mesmo e assim melhorando a rela- 17 PROGRAMA DE GERÊNCIA DE RISCOS ção do trabalhador com o sistema produtivo (SEGRAG, 1997). A ergonomia tem como objeti- vos principais a saúde, segurança e satisfação do trabalhador. A eficiên- cia vem como consequência destes objetivos, pois o estado laboral exis- te em plataformas e os estudos ergo- nômicos, podem sanar com várias situações de sofrimento e sacrifício (IIDA,2005). Ação ergonômica e seus mé- todos. A ação ergonômica, segundo Vidal (2003), é um conjunto de prin- cípios e conceitos eficazes para via- bilizar as mudanças necessárias para a adequação do trabalho às ca- racterísticas, habilidades e limita- ções dos agentes no processo de pro- dução de bens e serviços. Nesse sen- tido, a ação ergonômica: Parte dos fundamentos da er- gonomia: ou seja, dos diversos conhecimentos sobre as carac- terísticas, habilidades e limita- ções da pessoa humana envol- vida num processo de produ- ção - o que constitui o campo da ergonomia física, onde se estabelece uma visão do ope- rador e de seu posto de traba- lho como unidades elementa- res do sistema de trabalho; Se alimenta da abordagem cognitiva do trabalho: ou seja, das diversas modelagens sobre a natureza e o processo de to- mada de decisão individual e coletiva que requer a execução das atividades de trabalho - o que constitui o campo da ergo- nomia cognitiva onde o traba- lhador é concebido como um agente competente e organiza- do num sistema de produção; Se estabelece com foco na or- ganização do trabalho: ou seja busca descrever as atividades de trabalho como uma respos- ta do operador às exigências da produção – o que constitui o campo da ergonomia situa- da, onde se modela a organi- zação baseada na atividade e, mais ainda, qual o lugar da modelagem da atividade na concepção da organização. Se conduz na perspectiva da avaliação custo - efetividade: ou seja, busca ao longo da ação avaliar o custo e o retorno pro- piciado pela Ergonomia para a organização - o que constitui o campo da macroergonomia. Produz resultados ao nível de negócios: ou seja, busca inserir as necessidades de mudanças estabelecidas nos campos clás- sicos, cognitivos e situados nu- ma perspectiva maior da estra- tégia e da organização da em- presa, suas contingências e de mudanças de cultura da orga- nização – o que constitui o campo da antropotecnologia onde se constrói uma enge- nharia simultânea de produto, de processo e de gestão da pro- dução centrada na atividade de trabalho. 18 PROGRAMA DE GERÊNCIA DE RISCOS A questão chave da ação ergo- nômica é, portanto, a transformação das situações de trabalho em nossa sociedade, o que não é uma questão simples nem imediata e requer uma postura aberta e dinâmica de todos aos que se dediquem a respondê-la. Nesta perspectiva toda ação ergonô- mica precisa ser conduzida de forma que se garanta a participação do conjunto dos atores. Portanto, o processo de ação ergonômica pode ser caracterizado pelos seguintes aspectos: Construtivista - destaca as sin- gularidades e demais caracte- rísticas diferenciadoras de ca- da caso onde se almeje a reali- zação de mudanças e trans- formações; Participativo - no sentido pos- sível da realidade de cada or- ganização, de sua realidade so- cial e de suas múltiplas micro- ssociologias reais; Consensual - onde as verdades se pautam por convergência de pontos de vista, buscando ad- ministrar o impacto das revê- lações possíveis e argumentar sobre as realidades e matéria- lidades inequivocamente apresentáveis (VIDAL, 1994). A ação ergonômica pode, as- sim, se caracterizar como uma con- sultoria dinâmica, que parte das de- finições inicialmente delineadas pe- la organização. De uma forma gra- dativa, constrói-se um objeto preci- so de intervenção, focos definidos de sua ação e modalidades ajustadas de atuação. O resultado é uma solução adaptada às necessidades das pes- soas daquela organização. Portanto, o escopo da Ergonomia é efetiva- mente amplo, especialmente no que tange à forma de atacar os proble- mas, ou abordagem, quanto à forma de encaminhar soluções, ou pers- pectivas e quanto à forma de agir numa realidade efetiva, ou finali- dade, propriamente dita. Quando são reconhecidas, as consequências negativas do trabalho podem estar na origem das demandas de ação ao ergonomista e podem constituir a porta de entrada para um estudo ergonômico. Uma ação de ergonomia é qualquer ação que modifique as con- tingências do trabalho com o obje- tivo de adequar aos trabalhadores os padrões de conforto, segurança, saú- de e produtividade. Uma análise ergonômica con- siste no estudo, de forma sistemáti- ca, das inter-relações do repertório de comportamento humano, in- cluindo-se as respostas motoras, cognitivas, emocionais e fisiológicas, com os eventos físicos e sociais, associados a tarefas e atividades desempenhadas em um posto de trabalho específico. Interrogam-se as naturezas e propriedades das re- 19 PROGRAMA DE GERÊNCIA DE RISCOS lações entre as capacidades huma- nas e as exigências reais da ati- vidade. Uma ação ergonômica pode produzir diferentes resultados a par- tir da necessidade (evidenciada) ou demanda (socialmente requerida) que a engendra. Esses tipos de resul- tados combinados com a natureza dos encaminhamentos possíveis (correção, remanejamento ou con- cepção) dão origem a uma tipologia de atuações ergonômicas: aprecia- ção, verificação, diagnóstico, projeto e certificação. (VIDAL, 2003). Apreciação Ergonômica Consiste no estudo, em seu estágio mais simples, do enquadra- mento normativo de um conjunto de situações de trabalho na empresa. Este estudo é orientado para a pro- dução de laudos ergonômicos sobre o estado atual do processo de tra- balho em certos segmentos da orga- nização. A natureza das necessida- des gerenciais, o grau de maturidade ergonômica e aspectos sociotécnicos de acesso aos lugares são alguns dos fatores que podem fazer variar os escopos de apreciação. Verificação Ergonômica Consiste no exame de situa- ções de trabalho com base em uma apreciação à qual se acrescem o apontamento e detalhamento de aspectos causais, sua fundamenta- ção, assim como a indicação de oportunidades de melhoria bem como ações de ergonomia plausíveis no contexto de cada situação ana- lisada. Este estudo é orientado para a produção de planos de ação sobre o estado atual do processo de trabalho num dado segmento da organização. O detalhamento tem como fator es- sencial de variação de escopo o grau de maturidade ergonômica, espe- cialmente no que tange ao posicio- namento reativo ou proativo da cultura organizacional de fato. Neste caso a priorização atra- vés da avaliação de gravidade, ur- gência e tendência das anotações fei- tas isoladamente se constitui em da- dos importantes.Diagnóstico Ergonômico Estruturação de um conjunto de verificações ergonômicas orien- tado para a produção de indicadores globais de desempenho ergonômico, produzindo como resultado um ma- peamento de riscos ergonômicos, também chamado de quadro ergo- nômico da empresa. Este diagnóstico tem caracte- rísticas diferentes de um diagnóstico focado tal como se entende na medi- 20 PROGRAMA DE GERÊNCIA DE RISCOS cina especializada e na análise ergo- nômica do trabalho de linha fran- cesa. O escopo aqui além dos fatores de variação já apontados se esta- belece em termos claramente macro ergonômicos, especialmente no que tange às determinações do top ma- nagement da empresa. Projeto Ergonômico Se compõe da conceituação e especificação de soluções técnicas e organizacionais dentro de enqua- dres normativos e de padrões que tenham sido estabelecidos previa- mente ou no decorrer da ação ergo- nômica como um todo. Produz como resultado a indicação precisa dos ajustes necessários nos processos de trabalho da organização. Os projetos ergonômicos – que podem variar de intervenções triviais a desenvolvimentos mais elaborados – asseguram a impacta- ção positiva dos indicadores de ges- tão de pessoas e de processos. A magnitude do projeto é a materia- lização do escopo admitido pela or- ganização, e o profissional de ergo- nomia deve estar bem atento a esse ponto. Certificação Ergonômica Também chamada de verifica- ção ergonômica de projeto, consiste no exame de projetos de situações de trabalho e espaços arquitetônicos, combinado com avaliações de situa- ções de referência deste projeto. Produz como resultado um atestado de conformidade destes projetos às normas e requisitos legais existentes e praticados no contexto de uso futuro do projeto. A verificação ergonômica é a garantia da qualidade ergonômica do projeto que trata das estruturas e componentes técnicos e sociais que irão determinar a atividade das pes- soas. Essa garantia visa estabelecer quão a interrogação acerca das natu- rezas e propriedades das relações entre as capacidades humanas e as exigências reais da atividade esteja sendo bem respondida. 22 PROGRAMA DE GERÊNCIA DE RISCOS 3. Métodos e Técnicas para a Análise da Atividade Fonte: Freepik 3 Análise Preliminar de Ris- cos (APR) Análise Preliminar de Risco (APR) faz parte das medidas essenciais para a segurança do tra- balho. A APR é um método capaz de avaliar os riscos existentes no local de trabalho para que seja possível prevenir os acidentes e proteger o trabalhador corretamente. Sendo assim, a APR é o pro- cesso realizado para identificar os 3 Retirado em https://br.freepik.com/ riscos existentes no ambiente de tra- balho com o objetivo de minimizar, controlar e evitar as ameaças pre- sentes no dia a dia dos trabalha- dores. A análise de risco pode ser qualitativa e quantitativa, depen- dendo do objetivo final da empresa, levando em consideração o ambien- te de trabalho e os riscos que a mês- ma deseja analisar. A qualitativa de- termina a qualidade, é um tipo de avaliação que irá definir onde estão os riscos do seu ambiente laboral, A 23 PROGRAMA DE GERÊNCIA DE RISCOS porém, não consegue mensurar a intensidade desses riscos. Já na quantitativa é possível determinar a quantidade dos riscos presentes no trabalho, avaliando a quantidade dos agentes ambientais. Os principais objetivos da aná- lise de risco na segurança do traba- lho é a realização da avaliação dos possíveis riscos em cada etapa das tarefas profissionais. Assim como, estabelecer as correções necessárias, implantar e supervisionar os proces- sos para garantir a segurança e saú- de dos trabalhadores. A APR busca promover a prá- tica das medidas de segurança na empresa através do conhecimento, treinamento e capacitação. Além disso, é possível identificar os riscos presentes. Isto porque, este proce- dimento registra as correções reali- zadas nas atividades e locais de trabalho. A análise de risco auxilia di- versos tipos de programas na segu- rança do trabalho, contribuindo pa- ra a elaboração e proteção mais efi- caz dos trabalhadores. Mapa de Riscos De acordo com a Portaria nº 05, de 17 de agosto de 1992, do Ministério do Trabalho e Emprego, a elaboração do Mapa de Riscos é obrigatória para empresas com grau de risco e número de empregados que exijam a constituição de uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. O Mapa de Riscos é a repre- sentação gráfica dos riscos de aci- dentes nos diversos locais de traba- lho, inerentes ou não ao processo produtivo, devendo ser afixado em locais acessíveis e de fácil visuali- zação no ambiente de trabalho. A finalidade é informar e orientar todos os que ali atuam e outros que, eventualmente, transitem pelo local. No Mapa de Riscos, os círculos de cores e tamanhos diferentes mos- tram os locais e os fatores que po- dem gerar situações de perigo em função da presença de agentes físi- cos, químicos, biológicos, ergonô- micos e de acidentes. Conforme a Portaria nº 25, o Mapa de Riscos deve ser elaborado pela CIPA, com a participação dos trabalhadores envolvidos no proces- so produtivo e com a orientação do Serviço Especializado em Enge- nharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) do estabeleci- mento, quando houver. É considera- da indispensável à colaboração das pessoas expostas ao risco. O mapeamento possibilita o desenvolvimento de uma atitude mais cautelosa por parte dos traba- lhadores diante dos perigos identi- ficados e graficamente sinalizados. 24 PROGRAMA DE GERÊNCIA DE RISCOS Desse modo, contribui com a elimi- nação e/ou controle dos riscos de- tectados. Considerado uma das primei- ras medidas não paternalistas nesta área, o Mapa de Risco é um modelo participativo dotado de soluções práticas que visam eliminação e/ou controle de riscos e a melhoria do ambiente e das condições de tra- balho. A adoção desta medida favo- rece trabalhadores (com a proteção da vida, da saúde e da capacidade profissional) e empregadores (com a redução do absenteísmo, aumento da produtividade). O Mapa de Riscos tem como objetivos reunir informações sufi- cientes para o estabelecimento de um diagnóstico da situação de segu- rança e saúde no trabalho do estabe- lecimento; e possibilitar a troca e divulgação de informações entre os servidores, bem como estimular sua participação nas atividades de pre- venção. Para elaborar um mapa de risco é preciso conhecer o processo de trabalho no local analisado: Os servidores: número, sexo, idade, treinamentos profissio- nais e de segurança e saúde, jornada de trabalho; Os instrumentos e materiais de trabalho; As atividades exercidas; O ambiente. Identificar os riscos existentes no local analisado; identificar as me- didas preventivas existentes e sua eficácia: Medidas de proteção coletiva; Medidas de organização do trabalho; Medidas de proteção indi- vidual; Medidas de higiene e conforto: banheiro, lavatórios, vestiá- rios, armários, bebedouro, re- feitório, área de lazer, etc. Identificar os indicadores de saúde: Queixas mais frequentes e comuns entre os servidores expostos aos mesmos riscos; Acidentes de trabalho ocor- ridos; Doenças profissionais diag- nosticadas; Causas mais frequentes de ausência ao trabalho. Conhecer os levantamentos ambientais já realizados no local; Elaborar o Mapa de Riscos, sobre o layout do órgão, indicando através de círculos: O grupo a que pertence o risco, de acordo com a cor padro- nizada; O número de trabalhadores expostos ao risco; A especificação doagente (por exemplo: químico – sílica, hexano, ácido clorídrico; ou ergonômico – repetitividade, ritmo excessivo); 25 PROGRAMA DE GERÊNCIA DE RISCOS A intensidade do risco, de acordo com a percepção dos trabalhadores, que deve ser representada por tamanhos proporcionalmente diferentes dos círculos. O Mapa de Riscos é a repre- sentação gráfica do reconhecimento dos riscos existentes nos locais de trabalho, por meio de círculos de diferentes tamanhos; e cores. O seu objetivo é informar e conscientizar os trabalhadores pela fácil visuali- zação desses riscos. É um instru- mento que pode ajudar a diminuir a ocorrência de acidentes do trabalho; objetivo que interessa aos governan- tes e servidores. O Mapa de Riscos é feito pela Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), sendo ela o Agen- te Mapeador, após ouvir os traba- lhadores de todos os setores e com a orientação do Serviço Especializado em Engenharia e Segurança e Medi- cina do Trabalho - SESMT do órgão. Fonte: www.segurancadotrabalhonwn.com Agentes de Riscos Os agentes que causam riscos à saúde dos trabalhadores e que costumam estar presente nos locais de trabalho são agrupados em cinco tipos: Agentes físicos: são considerados agentes físicos as diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruídos, vibração, pressões anormais, tempe- raturas extremas, radiações ionizan- tes, radiações não ionizantes, bem como, o infra-som e o ultra-som. Riscos à saúde: Ruídos: provocam cansaço, irritação, dores de cabeça, di- minuição da audição (surdez temporária, surdez definitiva e trauma acústico), aumento da pressão arterial, problemas no aparelho digestivo, taquicar- dia, perigo de infarto. Vibrações: cansaço, irritação, dores nos membros, dores na coluna, doença do movimento, artrite, problemas digestivos, lesões ósseas, lesões dos teci- dos moles, lesões circulatórias. Calor ou frio extremos: taqui- cardia, aumento da pulsação, cansaço, irritação, fadiga tér- mica, prostração térmica, cho- que térmico, perturbação das funções digestivas, hiper- tensão. Radiações ionizantes: altera- ções celulares, câncer, fadiga, 26 PROGRAMA DE GERÊNCIA DE RISCOS problemas visuais, acidentes do trabalho. Radiações não ionizantes: queimaduras, lesões na pele, nos olhos e em outros órgãos. É muito importante saber que a presença de produtos ou agentes no local de trabalho como, por exemplo, radiações infravermelhas, presentes em operações de fornos, de solda oxiacetilênica; ultravioleta, produzida pela solda elétrica; de raios laser podem causar ou agravar problemas visuais (ex. catarata, queimaduras, lesões na pele, etc.). Mas isto não quer dizer que, obrigatória- mente, existe perigo para a saúde, pois depende da com- binação de muitas condições como a natureza do produto, a sua concentração, o tempo e a intensidade que a pessoa fica exposta a eles, por exemplo. Umidade: doenças do apare- lho respiratório, da pele e cir- culatórias, e traumatismos por quedas. Pressões anormais: embolia traumática pelo ar, embria- guez das profundidades, into- xicação por oxigênio e gás car- bônico, doença descom- pressiva. Agentes químicos: São conside- rados agentes químicos as substân- cias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poei- ras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo orga- nismo através da pele ou por ingestão. Os principais tipos de agentes químicos que atuam sobre o orga- nismo humano, causando proble- mas de saúde, são: gases, vapores e névoas; aerodispersóides (poeiras e fumos metálicos). Aerodispersóides: ficam em suspensão no ar em ambientes de trabalho, podem ser poeiras mine- rais, vegetais, alcalinas, incômodas ou fumos metálicos: Poeiras minerais: provêm de diversos minerais, como sílica, asbesto, carvão mineral, e pro- vocam silicose (quartzo), as- bestose (asbesto), pneumoco- nioses (ex.: carvão mineral, minerais em geral). Poeiras vegetais: são produ- zidas pelo tratamento indus- trial, por exemplo, de bagaço de cana de açúcar e de algo- dão, que causam bagaçose e bissinose, respectivamente. Poeiras alcalinas: provêm em especial do calcário, causando doenças pulmonares obstruti- vas crônicas, como enfisema pulmonar. Poeiras incômodas: podem in- teragir com outros agentes agressivos presentes no am- biente de trabalho, tornando- os mais nocivos à saúde. 27 PROGRAMA DE GERÊNCIA DE RISCOS Fumos metálicos: provenien- tes do uso industrial de metais, como chumbo, manganês, fer- ro, etc., causando doença pul- monar obstrutiva crônica, fe- bre de fumos metálicos, intoxi- cações específicas, de acordo com o metal. Riscos à saúde: Os gases, vapores e névoas podem provocar efeitos irritantes, asfixiantes ou anesté- sicos: Efeitos irritantes: são causa- dos, por exemplo, por ácido clorídrico, ácido sulfúrico, amônia, soda cáustica, cloro, que provocam irritação das vias aéreas superiores. Efeitos asfixiantes: gases como hidrogênio, nitrogênio, hélio, metano, acetileno, dióxido de carbono, monóxido de carbo- no e outros causam dor de ca- beça, náuseas, sonolência, convulsões, coma e até morte. Efeitos anestésicos: a maioria dos solventes orgânicos assim como o butano, propano, al- deídos, acetona, cloreto de carbono, benzeno, xileno, ál- coois, tolueno, tem ação de- pressiva sobre o sistema ner- voso central, provocando da- nos aos diversos órgãos. O benzeno especialmente é res- ponsável por danos ao sistema formador do sangue. Agentes biológicos: São conside- rados agentes biológicos os bacilos, bactérias, fungos, protozoários, pa- rasitas, vírus, entre outros. Os riscos biológicos surgem do contato de cer- tos microrganismos e animais peço- nhentos com o homem em seu local de trabalho. Assim pode haver expo- sição a animais peçonhentos como cobras e escorpiões, bem como as aranhas, insetos e ofídios peço- nhentos. Riscos à saúde: Podem causar as seguintes doenças: Tuberculose, intoxi- cação alimentar, fungos (mi- crorganismos causadores de infecções), brucelose, malária, febre amarela. As formas de prevenção para esses grupos de agentes bio- lógicos são: vacinação, esteri- lização, higiene pessoal, uso de EPI, ventilação, controle mé- dico e controle de pragas. Agentes ergonômicos: São os agentes caracterizados pela falta de adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas do trabalhador. Entre os agentes er- gonômicos mais comuns estão: trabalho físico pesado; posturas in- corretas; posições incômodas; repe- titividade; monotonia; ritmo exces- sivo; trabalho em turnos e trabalho noturno; jornada prolongada. Riscos à saúde: Trabalho físico pesado, postu- ras incorretas e posições incô- modas: provocam cansaço, 28 PROGRAMA DE GERÊNCIA DE RISCOS dores musculares e fraqueza, além de doenças como hiper- tensão arterial, diabetes, úlce- ras, moléstias nervosas, alte- rações no sono, acidentes, pro- blemas de coluna, etc. Ritmo excessivo, monotonia, trabalho em turnos, jornada prolongada, conflitos, excesso de responsabilidade: provo- cam desconforto, cansaço, an- siedade, doenças no aparelho digestivo (gastrite, úlcera), do- res musculares, fraqueza, alte- rações no sono e na vida social (com reflexos na saúde e no comportamento), hipertensão arterial, taquicardia, cardiopa- tias (angina, infarto), tenossi- novite, diabetes, asmas, doen- ças nervosas, tensão, medo, ansiedade. Agentes de acidentes (mecâni- cos): São arranjos físicos inade- quados ou deficientes, máquinas e equipamentos, ferramentas defei- tuosas, inadequadas ou inexistentes, eletricidade, sinalização,perigo de incêndio ou explosão, transporte de materiais, edificações, armazena- mento inadequado, etc. Essas defi- ciências podem abranger um ou mais dos seguintes aspectos: arranjo físico; edificações; sinalizações; ins- talações elétricas; máquinas e equi- pamentos sem proteção; equipa- mento de proteção contra incêndio; ferramentas defeituosas ou inade- quadas; EPI inadequado; armaze- namento e transporte de materiais; iluminação deficiente. Riscos à saúde: Arranjo físico: quando inade- quado ou deficiente, pode causar acidentes e desgaste físico excessivo nos servidores. Máquinas sem proteção: po- dem provocar acidentes graves. Instalações elétricas deficien- tes: trazem riscos de curto cir- cuito, choque elétrico, incên- dio, queimaduras, acidentes fatais. Matéria prima sem especifi- cação e inadequada: acidentes, doenças profissionais, queda da qualidade de produção. Ferramentas defeituosas ou inadequadas: acidentes, com repercussão principalmente nos membros superiores. Falta de EPI ou EPI inade- quado ao risco: acidentes, doenças profissionais. Transporte de materiais, pe- ças, equipamentos sem as de- vidas precauções: acidentes. Edificações com defeitos de construção a exemplo de piso com desníveis, escadas com ausência de saídas de emer- gência, mezaninos sem prote- ção, passagens sem a altura necessária: quedas, acidentes. Falta de sinalização das saídas de emergência, da localização de escadas e rotas de fuga, alarmes, de incêndios: falha 29 PROGRAMA DE GERÊNCIA DE RISCOS no atendimento as emer- gências, acidentes. Armazenamento e manipula- ção inadequados de inflamá- veis e gases, curto circuito, sobrecargas de redes elétricas: incêndios, explosões. Armazenamento e transporte de materiais: a obstrução de áreas traz riscos de acidentes, de quedas, de incêndio, de explosão etc. Equipamento de proteção con- tra incêndios: quando defi- ciente ou insuficiente, traz efe- tivos riscos de incêndios. Sinalização deficiente: falta de uma política de prevenção de acidentes, não identificação de equipamentos que oferecem risco, não delimitação de áreas, informações de segu- rança insuficientes etc. com- prometem a saúde ocupacio- nal dos servidores. Hazop O termo HAZOP significa, em inglês, Hazard and Operability Stu- dy, ou Estudo de Perigos e Ope- rabilidade. A técnica de HAZOP foi utilizada pela primeira vez na dé- cada de 60 pela indústria britânica Imperial Chemical Industries, Ltd. (ICI). A empresa buscava desen- volver um método para analisar pe- rigos no processo a partir das con- dições básicas de operação, efetuan- do modificações nos parâmetros e observando as consequências dessas mudanças (NOLAN, 1994). O HAZOP consiste em uma metodologia qualitativa para a iden- tificação de risco ligado ao processo. Estes riscos podem, de fato, afetar pessoas, equipamentos, ambiente e demais elementos contidos. Ele in- vestiga de maneira aprofundada as partes do processo, detectando as possibilidades de variação do pa- drão projetado. Outro ponto abor- dado pela metodologia é o reco- nhecimento de problemas que pos- sam afetar os resultados da operação e promovam a redução da qua- lidade. O objetivo do HAZOP é identi- ficar, através de uma revisão siste- mática, se os desvios em relação aos objetivos de operação e de projeto podem ocasionar consequências in- desejadas. Ou seja, identificar os perigos e, com as medidas propôs- tas, minimizar ou eliminar comple- tamente as potenciais fontes de risco. A característica essencial da abordagem do estudo de HAZOP é rever todos os procedimentos em uma série de reuniões, durante as quais uma equipe multidisciplinar utiliza um protocolo definido para avaliar metodicamente o significado dos desvios da intenção de projeto (McKAY et al., 2011). 30 PROGRAMA DE GERÊNCIA DE RISCOS A aplicação do HAZOP para a segurança do trabalho funciona da seguinte maneira: Formação da equipe: a equipe responsável pelo HAZOP deve ser composta por seis a oito profissionais de diferentes áreas. Isso varia de acordo com o setor, mas no geral é preciso de pessoas que com- preendam bem a instrumen- tação, manutenção, design de processos e operações. Identificação de elementos e etapas: a equipe deverá avaliar todo o sistema de trabalho, separando-o por etapas e elementos que deverão ser analisados separadamente. Identificação de variáveis e desvios: com os processos e etapas bem identificados, fica fácil saber o que é considerado normal dentro do processo de trabalho e quais são as pos- síveis variáveis e desvios. Não só efeitos isolados devem ser levados em conta, mas tudo o que pode ser afetado por esses fatores. Deve ser considerado, por exemplo, o que pode acon- tecer se uma pessoa interagir com determinado elemento de forma errada ou se alguma condição ambiental afeta al- gum ciclo. Identificação dos perigos: a partir da análise feita no passo anterior, a equipe conseguirá identificar em quais momen- tos há um risco, determinando se ele é representativo e pe- rigoso. Estabelecimento de medidas preventivas: todo o trabalho acima deverá levar à elabora- ção de medidas de segurança que devem ser tomadas para evitar acidentes durante o pro- cesso analisado. Isso pode incluir orientações sobre as práticas adotadas pelos fun- cionários, utilização de Equi- pamentos de Proteção Indivi- dual, manutenção de equipa- mentos ou troca de disposi- tivos inadequados. Um relatório final deve ser fei- to com todas as informações coleta- das, bem como as recomendações do que deve ser feito a seguir. Análise de Modos de Falha e Efeitos (AMFE) A Análise de Modos de Falha e Efeitos (AMFE), do inglês Failure Modes and Effects Analysis (FMEA), é uma técnica para análise de riscos que consiste no exame de compo- nentes individuais, com o objetivo de avaliar os efeitos que eventuais falhas podem causar no comporta- mento de um determinado sistema. É um método qualitativo de análise de confiabilidade que envolve o es- tudo dos modos de falhas que po- dem existir para cada item, e a determinação dos efeitos de cada 31 PROGRAMA DE GERÊNCIA DE RISCOS modo de falha sobre os outros itens e sobre a função específica do con- junto. NBR 5462 (1994) O AMFE tem por objetivo identificar, delimitar e descrever as não conformidades (modo da falha) geradas pelo processo e seus efeitos e causas, para através de ações de prevenção poder diminuí-los ou eliminá-los. Podem ser de dois tipos: AMFE de produto: relacio- nado às falhas que poderão ocorrer no produto, dentro das especificações do projeto. AMFE de processo: relaciona- do às falhas que poderão ocor- rer no planejamento do proce- sso, levando-se em considera- ção as não conformidades apresentadas no produto, rela- cionadas as especificações do projeto. A aplicação da AMFE é feita em busca de diminuir a probabili- dade da ocorrência de falhas em pro- jetos de novos produtos ou proces- sos; diminuir a probabilidade de falhas potenciais (que ainda não te- nham ocorrido) em produtos ou processos em operação; aumentar a confiabilidade de produtos ou pro- cessos em operação através da aná- lise das falhas que já ocorreram; e diminuir os riscos de erros e aumen- tar a qualidade em procedimentos administrativos. Para realizar a AMFE é preciso: Definir o processo que será analisado; Definir a equipe, priorizando os aspectos multidisciplinares; Definir a não conformidade (modo da falha); Identificar seus efeitos; Identificar sua causa principal e outras causas; Priorizar as falhas através do nível de risco; Agir através de ações preven- tivas (detecção); Definir o prazo e o responsável pela ação preventiva. Fonte: www.citisystems.com.brTécnica de Incidentes Críticos (TIC) É um método para identificar erros e condições inseguras que con- tribuem para a ocorrência de aci- dentes com lesões reais e potenciais, com grande potencial, principal- mente naquelas situações em que se deseja identificar perigos sem a 32 PROGRAMA DE GERÊNCIA DE RISCOS utilização de técnicas mais sofisti- cadas e ainda, quando o tempo é restrito. O incidente é definido como qualquer atividade humana obser- vável que seja suficientemente com- pleta em si mesma para permitir inferências e previsões a respeito da pessoa que executa o ato. O inci- dente é crítico quando ocorre em uma situação onde o propósito ou intenção do ato pareça razoável- mente claro ao observador e onde suas consequências sejam suficien- temente definidas, para deixar pou- cas dúvidas no que se refere a seus efeitos (FLANAGAN, 1973). A técnica do incidente crítico busca identificar as exigências para o desenvolvimento de uma deter- minada atividade, resultando em um desempenho mais eficaz. Para Nogueira et al. (1993), a técnica consiste em analisar incidentes rela- tados por pessoas qualificadas para julgamento sobre a eficiência de determinado trabalho e, a partir da análise destes incidentes, extrair comportamentos eficientes ou não para o objetivo do trabalho. É a apli- cação de um conjunto sistematizado de procedimentos que permite o re- gistro de comportamentos específi- cos que impactam positiva ou nega- tivamente o desempenho em deter- minada atividade, facilitando obser- vações que levem à proposição de melhorias que resultem em uma maior eficácia. Conforme Dela Coleta (1972) destaca um conjunto de etapas a serem consideradas na aplicação da técnica do incidente crítico: Determinação dos objetivos da atividade; Construção das questões que serão apresentadas aos entre- vistados que fornecerão os incidentes críticos da ativida- de em estudo; Delimitação da população ou amostra de entrevistados; coleta dos incidentes críticos; Análise do conteúdo dos inci- dentes coletados, buscando isolar os comportamentos crí- ticos emitidos; Agrupamento dos comporta- mentos críticos em categorias mais abrangentes; Levantamento de frequências dos comportamentos positivos e/ou negativos que vão forne- cer, posteriormente, uma série de indícios para identificação de soluções para situações problemáticas. As vantagens e desvantagens percebidas no uso da técnica foram trabalhadas por Serrano (2006). A autora considera como vantagens: A flexibilidade do Método, que pode ser utilizado em várias áreas do conhecimento; 33 PROGRAMA DE GERÊNCIA DE RISCOS O recolhimento dos dados na perspectiva do entrevistado e por suas palavras; O respondente não é forçado a nenhuma resposta sugerida; A possibilidade de identificar eventos raros que podem não ser encontrados por outros métodos; O foco em apenas em eventos comuns do dia a dia; Sua grande utilidade em situa- ções onde o problema ocorre, porém a causa e a gravidade ainda são desconhecidas; Sua ótima relação custo-bene- fício: baixo custo e rica gera- ção de informações; Flexibilidade no uso de entre- vistas, questionários, formulá- rios ou relatórios. Serra (2006) identifica como desvantagens: Como a identificação dos inci- dentes críticos geralmente confiam na memória dos en- trevistados, quanto maior o tempo entre ocorrência do fato e coleta de dados, maior pode ser a imprecisão e detalha- mento dos incidentes; Os dados coletados tendem a estar ligeiramente enviesados pela memória mais recente. Os mais antigos tendem a ser es- quecidos pelos entrevistados; A ênfase é mais sobre eventos raros. Os eventos mais co- muns tendem a ser omitidos/ ignorados pelos observadores; Os entrevistados podem não estar dispostos a cederem muito do seu tempo para falar (ou escrever) uma história de- talhada para a descrição do incidente crítico. 34 35 PROGRAMA DE GERÊNCIA DE RISCOS 4. Ergonomia e Projeto Fonte: Refiti 4 ergonomia é o estudo da adap- tação do trabalho ao homem. A Associação Brasileira de Ergonomia define a ergonomia como o estudo das interações das pessoas com a tecnologia, a organização e o am- biente, objetivando intervenções e projetos que visem melhorar, de forma integrada e não dissociada, a segurança, o conforto, o bem-estar e a eficácia das atividades humanas. Existem diversos fatores que influem no desempenho do sistema 4 Retirado em http://refiti.com.br/ produtivo e a Ergonomia procura re- duzir as suas consequências nocivas sobre o trabalhador. Assim, ela pro- cura reduzir a fadiga, estresse, erros e acidentes, proporcionando segu- rança, satisfação e saúde aos traba- lhadores, durante o seu relaciona- mento com esse sistema produtivo. A Ergonomia contribui na qualidade de vida, saúde e bem- estar dos funcionários e isso é im- portante ser visto com atenção tanto pela empresa (gestores), quanto A 36 PROGRAMA DE GERÊNCIA DE RISCOS pelos colaboradores. A má postura, equipamentos não adequados ou ajustados ao colaborador podem causar males para a saúde e reduzir a produtividade no trabalho. Quando a ergonomia é aplica- da na empresa, proporciona um ambiente favorável na jornada de trabalho de seus funcionários, dimi- nuindo cansaço, estresse, evitando lesões e contribuindo na redução de gastos com afastamento. E também é importante salientar que os funcio- nários devem fazer o uso correto dos equipamentos, conforme orien- tações. Algumas ações que podem ser aplicadas nas empresas, são: ginás- tica laboral, intervalos e equipa- mentos que estejam de acordo com as normas do NR 17 (Ministério do Trabalho), como: cadeira, suporte monitor, suporte para notebook, su- porte antebraços, apoio para os pés, tapete ergonômico antifadiga, etc. Os benefícios que a empresa e os funcionários têm com a ergono- mia são: Para funcionários: Melhora a postura e previne doenças ocupacionais: sentar corretamente na cadeira, ajus- tar o monitor na altura corre- ta, pernas alinhadas e braços posicionados corretamente, evitam as lesões, fadiga e dores a curto e a longo prazo. In- clusive doenças como a LER e DORT que são causadas pela má postura ou devido a movi- mentos repetitivos durante horas. Reduz o sedentarismo e me- lhora o condicionamento físi- co: a ginástica laboral estimula o movimento, evitando que a pessoa fique horas na mesma posição. Os alongamentos atuam sobre a musculatura, tendões e articulações, previne lesões e aumenta a força mus- cular e flexibilidade do corpo, tornando o funcionário mais resistente. Reduz a fadiga e o estresse: produtos ergonômicos, pausas e a ginástica laboral ajudam a relaxar e amenizar o cansaço. Para empresas: Reduz as ausências e afasta- mentos: o trabalho proporcio- nado pelas técnicas ergonômi- cas diminuem o número de ausência e afastamento, pois contribui na saúde e bem-estar do colaborador durante a jor- nada de trabalho. Valoriza o profissional: o fun- cionário sente-se valorizado e reconhecido, pois está rece- bendo suporte para exercer sua atividade na empresa. Aumenta a produtividade: um funcionário com equipamen- tos ergonômicos, estação de trabalho adequada e ainda com a oportunidade de prati- car a ginástica laboral, se sente motivado, aumenta a dis- 37 PROGRAMA DE GERÊNCIA DE RISCOS posição, eficiência e em con- sequência passa a produzir mais. Os riscos ergonômicos estão muito presentes dentro da empresa são mais comuns do que se gostaria. Identificá-los é o primeiro passo pa- ra eliminá-los e, por isso, é preciso reconhecer que algumas situações que parecem comuns são, na verda- de, riscos nesse sentido.Repetitividade A repetitividade dos movi- mentos e das atividades laborais po- de provocar fadiga e desgaste, tanto físico quanto psicológico, dos cola- boradores. No aspecto físico, ela compro- mete o sistema musculoesquelético, podendo surgir lesões e inflamações. Como exemplo, podemos citar: ten- dinites, bursites, lombalgias e dores crônicas na coluna. A maioria desses problemas faz parte das Lesões por Esforço Repetitivo (LER) ou dos Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT). São questões crô- nicas ou lesões causadas pela ativi- dade repetitiva no trabalho e que trazem sérias consequências para a qualidade de vida do trabalhador. A melhor forma de lidar com esse problema é estabelecer pausas frequentes, gerando pequenos inter- valos de atuação. Outra prática con- siderada positiva é a ginástica labo- ral, pois ela ajuda a fortalecer mús- culos e articulações usados nessa atividade, evitando seu desgaste intenso. Postura Inadequada Uma postura incorreta pode ocasionar lesões, fadiga e enfraque- cimento de certas regiões do corpo como pulso, ombros, coluna e lom- bar. Assim, há um comprometi- mento do sistema osteomuscular, que pode desencadear o surgimento de LER/DORT. Se essa postura incorreta esti- ver associada à repetitividade do tra- balho, pode ser ainda pior para a saúde do colaborador, facilitando ainda mais o surgimento de conse- quências diversas. Em ambientes em que é neces- sário trabalhar sentado, por exem- plo, é fundamental que a cadeira dê total sustentação à coluna, além de garantir que as pernas fiquem em um ângulo de 90°. Os cotovelos tam- bém devem ficar nessa posição, sen- do apoiados corretamente na mesa logo à frente. No caso de trabalho feito em pé, o ideal é que a configuração de todos os móveis seja de tal forma que leve em consideração a altura e essas necessidades. Além disso, vale 38 PROGRAMA DE GERÊNCIA DE RISCOS a pena estimular os colaboradores a terem uma postura adequada. Iluminação Inadequada A luminosidade inadequada pode provocar danos aos colabora- dores, tanto em níveis excessivos de luz como em níveis insuficientes. Podemos citar problemas de visão, dores de cabeça, irritação e estresse, além de favorecer erros que podem levar à ocorrência de aci- dentes de trabalho. Um ambiente excessivamente iluminado de maneira natural pode ter níveis de radiação UV muito intensos, causando possíveis proble- mas na saúde do colaborador. Já a falta de iluminação faz com que o ambiente seja quase insalubre, con- tribuindo para o que é conhecido como vista cansada. A NR 17 estabelece parâmetros considerados seguros para que o ambiente de trabalho seja iluminado corretamente e isso deve ser segui- do. Uma das questões mais impor- tantes é que a iluminação deve ser planejada de modo a evitar reflexos ou ofuscamentos, garantindo o cam- po de visão do trabalhador. Para tanto, ela deve ser difusa - ou seja, não deve ser intensa e direta -, além de ser bem distribuída por todo o ambiente, evitando can- tos escuros ou que são excessiva- mente iluminados. Ritmo Excessivo de Trabalho Mesmo cumprindo a carga horária previamente estabelecida, o colaborador pode ter um ritmo muito intenso de trabalho. Isso acontece quando ele precisa cumprir prazos muito curtos ou deve assumir uma grande quantidade de tarefas, fazendo com que ele trabalhe de maneira muito mais intensa do que o normal. Tal situação pode levar o cola- borador ao estresse físico e psicoló- gico e, consequentemente, sua dis- posição e seu sistema imunológico são afetados. Assim, a pessoa fica com a saú- de fragilizada e podem surgir distúr- bios e doenças como ansiedade, de- pressão, hipertensão arterial, doen- ças cardiovasculares, úlceras e gas- trites. Veja 6 motivos que estão fa- zendo seus colaboradores adoe- cerem. Além de tudo, o ímpeto de conseguir dar conta de tudo pode fazer com que os colaboradores abandonem certas práticas, conside- radas consumidoras de tempo. O aumento das chances de retrabalho é apenas a mais leve consequência, já que o grande problema consiste nos acidentes de trabalho. 39 PROGRAMA DE GERÊNCIA DE RISCOS Com um ritmo muito intenso, o profissional pode deixar de lado cuidados com a segurança, colocan- do a si mesmo e aos outros em risco físico. O melhor a se fazer, nesse ca- so, é buscar um ritmo que seja con- dizente com a atividade profissional e que não sobrecarregue o cola- borador. Jornadas de Trabalho Pro- longadas Outro problema semelhante acontece no caso de jornadas de trabalho prolongadas, especialmen- te quando não são previamente acordadas. Quando o trabalhador precisa ultrapassar o seu horário de trabalho, fazendo uma jornada de 10 ou 12 horas, por exemplo, ele está passando por um risco ergonômico. Nesses casos, o esforço mental e/ou físico exagerado pode levar a fadiga, estresse, lesões e surgimen- tos de vários distúrbios. De maneira crônica, as chances são de que ocorra a Síndrome do Burnout — como é conhecido, atualmente, o esgotamento profissional. Isso diminui a produtividade porque compromete a motivação e a própria capacidade de executar tare- fas e solucionar problemas que sur- jam no ambiente de trabalho. No caso de jornada noturna, a empresa ainda pode se ver gastando mais com horas extras, sem observar resultados efetivos nesse sentido. Estimular o cumprimento de tarefas dentro do horário previa- mente estabelecido tende a ser a melhor saída, impedindo que os colaboradores trabalhem de manei- ra excessiva ou que comprometam a qualidade dos resultados. Monotonia das Atividades Uma atividade laboral muito monótona pode levar o colaborador a desenvolver distúrbios psicoló- gicos como ansiedade e até mesmo depressão. Além de ser uma condição que favorece a desmotivação e o presen- teísmo, pode fazer com que o cola- borador esteja presente fisicamente, mas ausente mentalmente, afetando diretamente a produtividade do trabalhador. Um exemplo de condições como essas são as tarefas burocrá- ticas ou que exigem atenção minu- ciosa a detalhes, mas sem realizar grandes mudanças. Isso faz com que o colaborador se interesse cada vez menos pela atividade, comprome- tendo sua saúde psicológica. Caso essa questão esteja asso- ciada à repetitividade e ao ritmo in- tenso de trabalho, as consequências 40 PROGRAMA DE GERÊNCIA DE RISCOS psicológicas podem ser ainda maio- res. Para lidar com isso, é relevante buscar uma variabilidade de ações, tanto quanto possível, de modo a diversificar a atuação no trabalho. Controle Rígido de Produ- tividade O controle excessivo do ren- dimento do colaborador também pode gerar um estresse mental e psicológico, comprometendo até mesmo sua produtividade. O cola- borador passa a se sentir pressio- nado constantemente, gerando ir- ritação, desvio de humor, cansaço e insatisfação. Um exemplo muito comum desse tipo de situação acontece no setor de telemarketing. Os agentes de atendimento precisam entregar níveis elevados de resultados, fazen- do com que eles se sintam extrema- mente pressionados a atuar de ma- neira cada vez mais eficiente. Embora criar aquela que é conhecida como “ansiedade ótima” seja positivo para estimular a pro- dutividade dos colaboradores, exa- gerar nesse tipo de atuação só terá o efeito contrário. Em vez disso, é melhor realizar ações de capacita- ção, motivação e engajamento, co- lhendo os resultados da produ- tividade. Levantamento e Manuseio de Cargas Realizar o levantamento ou a movimentação manual de cargas é uma atividade de risco para a saúde física do colaborador, pois quando é exercida de maneira incorreta, pode provocar lesões noseu sistema mus- culoesquelético. Assim, podem surgir dores intensas na coluna, na região lom- bar, nos ombros, nos braços e nos pulsos. O levantamento de cargas de maneira continuamente inadequada também pode provocar a incidência de LER e DORT. Com o tempo, o colaborador pode ter comprometimentos sérios, que o conduzirão a um afastamento temporário ou, em casos mais graves, um afastamento permanente de suas atividades por incapacidade física. Esse tipo de ação deve ser combatido e o colaborador jamais deve ser estimulado a realizar o le- vantamento de um peso que seja maior do que sua capacidade ou que possa, claramente, provocar algum tipo de lesão ou consequência para o organismo. Também é indispensável que a postura na execução dessa tarefa seja a correta, evitando que determi- nadas regiões da coluna sejam mais exigidas do que outras, por exemplo. 41 PROGRAMA DE GERÊNCIA DE RISCOS Fonte: www.coatemig.com Solução e Prevenção dos Ris- cos Ergonômicos Os riscos ergonômicos podem comprometer seriamente a saúde do colaborador. Assim, surgem prejuí- zos no seu desempenho, o que preju- dica toda a cadeia produtiva da em- presa. Dessa forma, evitar e prevenir os riscos ergonômicos não é só uma necessidade, mas também uma exigência da legislação trabalhista brasileira. O Ministério do Trabalho e Emprego, junto a entidades e asso- ciações trabalhistas, criou uma série de normas que devem ser seguidas pelas empresas para proteger a saúde do trabalhador. Devido ao grande número de acidentes de trabalho e doenças ocu- pacionais no Brasil, foi criada uma norma regulamentadora específica para a ergonomia: a NR-17. Ela visa a estabelecer parâme- tros que permitam a adaptação das condições de trabalho às caracterís- ticas psicofisiológicas dos trabalha- dores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. Para que isso aconteça, a legislação exige que seja feita a Análise Ergonômica do Trabalho (AET). Análise Ergonômica do Tra- balho A AET tem como finalidade analisar os riscos ergonômicos do posto de trabalho e propor soluções ergonômicas para reduzir ou extin- guir o risco existente, propiciando melhores condições do ambiente de trabalho e uma melhor realização das tarefas laborais. Dentre as soluções possíveis, podemos destacar a promoção de atividades para melhorar a saúde física e psicológica dos colaborado- res, como a ginástica laboral. Ela é muito importante porque ajuda a empresa a ter uma visão completa de quais são todos os riscos envolvidos na execução das atividades, de modo que eles possam ser mitigados ou eliminados de maneira satisfatória e segura para a saúde dos trabalhadores. Sem elas, a atuação na ergonomia é apenas parcial, já que o negócio não tem certeza sobre quais são, de fato, os riscos ergonômicos existentes nos locais de trabalho. Com a AET, é possível identi- ficar e eliminar os riscos ergonômi- 42 PROGRAMA DE GERÊNCIA DE RISCOS cos, além de proteger a saúde dos colaboradores. Além de ser uma exigência legal, a ergonomia pode ser considerada uma estratégia efe- tiva para o aumento de produtivi- dade e a redução dos índices de ab- senteísmo, afastamentos e acidentes de trabalho. Programa de Ergonomia nas Empresas O objetivo prático da Ergono- mia é a adaptação do posto de tra- balho, dos instrumentos, das máqui- nas, dos horários, do meio ambiente às exigências do homem. A reali- zação de tais objetivos, ao nível in- dustrial, propicia uma facilidade do trabalho e um rendimento do esfor- ço humano. (GRANDJEAN, 1968). Os programas de atenção à saúde dos trabalhadores devem fo- calizar atividades educacionais que tenham como objetivo avaliar e re- duzir as condições de risco à saúde na qual ela se encontra, e fazer a promoção da saúde (GONÇALVES, 2004). Um fator importante de ser levado em consideração na elabora- ção de um programa de Qualidade de Vida no Trabalho (QVT), é que este deve estar adaptado a filosofia, missão, visão e objetivos da empre- sa, e que a hierarquia e a importân- cia dos critérios utilizados podem sofrer mudanças de acordo com as características do grupo e do am- biente que está sendo pesquisado (ROCHA, 2002). Um conjunto de alterações po- dem ser adotadas quando temos re- sultados de uma análise ergonômica (demanda, tarefa e atividade), possi- bilitando a realização de palestras, modificação na organização do tra- balho, instituindo revezamento ou rodízios, adequando os instrumen- tos, equipamentos ou outros objetos de uso do trabalhador, favorecendo a melhora da postura e correto manuseio do equipamento. O estudo ergonômico fornece subsídios para identificar os problemas no local de trabalho, e que podem estar associa- dos a possíveis causadores de lesões, dores, insatisfações e baixa produti- vidade (QUEIRÓGA, 2000). A Norma Regulamentadora 17 relativa à Ergonomia procura esta- belecer parâmetros que permitam a adequação das condições de traba- lho às características psicofisiológi- cas dos trabalhadores, visando pro- porcionar conforto, segurança e desempenho eficiente do trabalha- dor. As condições de trabalho in- cluem aspectos relacionados ao levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições am- bientais do posto de trabalho, além da organização do trabalho. 43 PROGRAMA DE GERÊNCIA DE RISCOS A ergonomia tem desempe- nhado um papel fundamental na saúde ocupacional, pois permite a avaliação das condições e ambientes de trabalho, propostas e implemen- tação de soluções técnicas (relacio- nadas a mudanças nos equipamen- tos e ambientes físicos) e adminis- trativas (relacionadas à programa- ção de pausas e rodízios e mudanças na organização e conteúdo das atividades). Um Programa de Ergonomia deve seguir as seguintes etapas de aplicação: Concepção do programa – fase de levantamento dos riscos ergonômicos e concepção do Programa de Ergonomia; Conscientização dos funcio- nários – por meio de treina- mentos e palestras, busca a conscientização dos funciona- rios acerca dos riscos e sua prevenção; Correção do Programa de Ergonomia – fase de aperfei- çoamento do programa apli- cado no ambiente de trabalho. A Ergonomia é fundamental para que o trabalho seja fonte de saúde e produtividade para as pes- soas e organizações. Ela possibilita que o trabalho seja bem dimensio- nado, otimizando sua eficácia ao mesmo tempo permitindo a saúde e prevenção de certas doenças ocu- pacionais. Qualquer que seja a abrangên- cia e enfoque do projeto ergonômico do posto de trabalho, estes devem atingir os seguintes objetivos: Adequar o posto de trabalho aos limites e capacidades do indivíduo (física, psicológica e cognitivamente); Otimizar as condições de tra- balho para conquistar eficácia, eficiência, produtividade e qualidade; Proporcionar condições para desenvolvimento da criativi- dade e participatividade dos funcionários/colaboradores; Evitar o erro humano, prevê- nir acidentes e doenças ocupa- cionais; Proporcionar conforto, segu- rança, qualidade de vida, bem- estar e satisfação no trabalho. 4 4 4 4 45 PROGRAMA DE GERÊNCIA DE RISCOS 45 5. Referências Bibliográficas ABNT ISO/IEC Guia 73: Gestão de risco – vocabulário – recomendações para uso de normas. 1. ed. Rio de Janeiro, 2005. ALBERTON, A. Uma metodologia para auxiliar no gerenciamento de riscos e na seleção de alternativas de investimentos em segurança. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) — Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, 1996. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NOR- MAS TÉCNICAS. NBR 5462: Confia- bilidade e matenabilidade – terminologia.
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