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Desenvolvimento Infantil

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- -1
DESENVOLVIMENTO INFANTIL
TEORIAS DA CLÍNICA INFANTIL E 
DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA NA 
ESCOLA
Glória Freitas
- -2
Olá!
Você está na unidade . Conheça aqui osTeorias da clínica infantil e desenvolvimento da criança na escola 
antecedentes históricos do atendimento clínico infantil, o conceito moderno de infância, antes do surgimento da
clínica. Compreendaesse histórico do atendimento clínico com crianças a partir da modernidade, entendendo a
nascente Psicologia e o surgimento do atendimento clínico infantil, com Freud e depois de Freud. Conheça
também as teorias principais da clínica infantil e reflita sobre o desenvolvimento da criança na escola, pensando
nos aspectos físicos, emocionais, cognitivos e de julgamento moral.
Bons estudos!
1 Antecedentes históricos do atendimento clínico com 
crianças
Examinando antecedentes históricos do fica visível que a partir da criaçãoatendimento clínico com crianças,
do famoso laboratório de , a psicologia se tornou uma ciência. Desde a conquista desse estatuto deWundt
cientificidade, foi perceptível, dentro da área de Psicologia do Desenvolvimento, a extensa dedicação dos teóricos
do desenvolvimento infantil ao estudo da infância.
É bastante recorrente, na história dos estudos sobre o desenvolvimento humano, a preocupação em estudar as
crianças, observá-las bem de perto, surgindo novas teorias. Isso aconteceu também nas casas de renomados
estudantes da psicologia do século XX. Jean Piaget observou seus próprios filhos e Sigmund Freud observou o
seu neto. Tais práticas são bem mais antigas e remontam ao século XIX.
Para refletir sobre o histórico do atendimento clínico com crianças, incluindo os importantes papéis dos pais, é
necessário entender em que tempo vive ou viveu uma determinada criança. Ocorre um fato de suma importância
ao pensar na com crianças, além de esclarecer sobre a cultura em que elas ehistória do atendimento clínico
suas famílias vivem. Um fato é incontestável: Não duvide que as crianças narradas por seus psicólogos e
analistas, no decorrer do século XX, são bem diferentes das crianças do século XXI.
Será dentro da própria história da psicologia e do atendimento clínico com crianças que veremos que nem
sempre os adultos, psicólogos clínicos, estudiosos ou pais, educadores ou responsáveis por atendê-los tiveram a
mesma forma de conceituar a infância e a clínica, por exemplo. Assim, ao entender o conceito de infância através
da história, é possível compreender melhor o histórico do atendimento oferecido à infância.
- -3
2 História do conceito moderno de infância
Você pode se perguntar: se não existiam os modernos , como foi possível documentar para estudossmartphones
posteriores como eram as crianças na transição entre a Idade Média e a Idade Moderna? Sem as câmeras
fotográficas atuais, as famílias ricas contratavam pintores para retratar, o mais fielmente possível, seus filhos.
Esses registros permitiram importantes estudos sobre as relações entre pais e filhos, no período de transição e
antes do aparecimento da clínica infantil.
Coube ao renomado historiador francês (1981) desenvolver suas suposições e teorias. Uma delas incidiuAriès
sobre uma possível especialização dos brinquedos usados pelas crianças, na transição entre os tempos medieval
e . O exame apurado da , ou seja, desses quadros pintados pelos pintores, nomoderno iconografia
Renascimento, revelaram uma mudança histórica.
Examinando esses quadros, foi possível, na contemporaneidade, ter informações históricas sobre a infância de 
, um dos reis franceses. Quando menino, desde os seus primeiros anos, “ao mesmo tempo que brincavaLuís XIII
com bonecas, jogava péla e malha, jogos que hoje nos parecem ser muito mais jogos de adolescentes e de adultos.
Numa gravura de Arnoult do século XVII, vemos crianças jogando boliche” (ARIÈS, 1981, p. 77).
Ariès defendeu que às criancinhas medievais foram destinados alguns costumes abandonados pelos adultos. Um
desses singulares casos são as bonecas usadas para enviar novos modelos de roupas para as mulheres ricas
conseguirem, com tais modelos, fazer suas roupas novas. Depois de usadas para fazer novos e belos vestidos,
essas bonequinhas vestidas com os modelos de roupas femininas ficavam abandonadas e sem uso definido,
virando brinquedos para as meninas da época (ARIÈS, 1981).
Por volta do ano 1600, somente as crianças pequenas recebiam um cuidado especial, tendo seus próprios
brinquedos, ocorrendo que depois dos três ou quatro anos a criança “jogava os mesmos jogos e participava das
mesmas brincadeiras dos adultos, quer entre crianças, quer misturada aos adultos” (ARIÈS, 1981, p. 77). As
bonecas antigas medievais eram um misto de réplicas e brinquedos. Ocorreu, nesses tempos, uma busca “em
representar de forma reduzida as coisas e as pessoas da vida quotidiana, hoje reservado às criancinhas, resultou
numa arte e num artesanato populares destinados tanto à satisfação dos adultos como à distração das crianças”
(ARIÈS, 1981, p. 75).
Assista aí
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/1c9b4373d6494d91ee744eadd6b73e82
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3 Histórico do atendimento clínico com crianças a partir 
da modernidade
Percorremos a história de fatos significativos que construíram a estrada por onde trilham hoje as crianças, seus
pais e seus psicólogos clínicos e psicanalistas infantis. Da Idade Medieval aos atuais cenários em que vivem as
crianças do século XXI, uma mudança radical foi a separação entre o e o . Napúblico privado
contemporaneidade, toda criança em desenvolvimento e seus pais possuem nítidas diferenciações entre a
instância da rua e da casa. Um dia, inventamos a infância, desenvolvemos teorias sobre o seu desenvolvimento e
a clínica infantil foi inventada para essa criança, na modernidade.
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3.1 Surgimento do conceito de infância na modernidade antes da clínica
Quando alguém pergunta sobre a importância da clínica infantil, ao longo da sua constituição será necessário
saber de qual infância e em que momento da história estamos falando. Tudo transmutou significativamente a
partir da modernidade quando se fala em infância e isso irá condicionar as futuras instituições que vão lidar com
as infâncias.
Por volta do século XVII, em plena , os filhos dos ricos, as crianças da Aristocracia, eramIdade Moderna
beneficiados com uma preocupação especial com suas infâncias. Assim, ocorreu uma mudança de ordem
individualista, estabelecendo inusitadas formas de conviver com as crianças. São essas novas sociabilidades que
suscitaram mudanças radicais com relação às demonstrações de afeto e de cuidado com os seus filhinhos, “que se
expressa, por exemplo, num maior empenho em planejar o futuro profissional dos filhos, seja para assumir
cargos administrativos, para seguir uma profissão autônoma ou continuar os negócios da família” (VEIGA, 2007,
p. 38).
Com o desenvolvimento da tipografia, os livros foram publicados para socorrer os adultos, indicando como ser
os condutores desse progresso, já desde casa e antes das crianças serem enviadas aos colégios. Foi constituída
uma literatura própria para
instruir os pais sobre como cuidar dos filhos, evitando ao mesmo tempo práticas violentas e atitudes
de excessiva condescendência. A ênfase recai na formação moral, na cultura geral, nas regras de
comportamento e nos comedimentos necessários. (VEIGA, 2007, p. 38)
São exemplares dessa literatura que fez muito sucesso entre os mais abastados da sociedade europeia: “A arte de
 (1685), do jesuíta português Alexandre de Gusmão; o criar bem os filhos na idade da puerícia Tratado sobre a
, de Fénelon (1687); e , de John Locke (1708)”educação das meninas Alguns pensamentos sobre educação
(VEIGA, 2007, p.38).
Mas qual seria o foco dessas e outras obras?
Era passar uma certeza presente à mente desses estudiosos: a criança seria maleável, necessitando ser contida
no que eles concebiam como a natureza rebelde infantil, sendo imprescindível ser educada já na idade precoce,
antes de sair de casa e ir ao colégio (VEIGA, 2007). Assim, as elites preparariam seus filhos para serem os futuros
mandatários das sociedades europeias.
Essa poderosa literatura do século XVII foi muito apreciada pelos pais e suas recomendações sobre o
desenvolvimento infantil foram muito lidas e acatadas. Assim, os pais lutaram para vencer e amenizar algo
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bastante condenado por esses celebrados autores: A paparicação com as crianças. Significa acariciar
demasiadamente, mimar excessivamente. A paparicação com as crianças foi considerada como o 1.º Sentimento
 dos adultos com relação às crianças, dos tempos medievais aos modernos. Antes desse sentimento,de Infância,
adultos não estavam demasiadamente apegados às crianças (BOTO, 2017).
Esses teóricos da infância cravaram esforços na constituição de um eficaz rol de normas e padrões para serem
incorporados na educação dos filhos. O pensador escreveu no seu livro suasErasmo de Rotterdam De Pueris
típicas críticas aos exagerados carinhos dos pais aos filhos, clamando que primassem por educá-los mais do que
mimá-los. Dispondo de inúmeras dicas práticas para a educação das crianças aristocráticas e assim preparar
bem a (BOTO, 2017).elite
Ressaltava uma forte crítica direcionada às senhoras da Aristocracia e que teriam um hábito comum, visto por
esses pensadores humanistas como deplorável, de devotar demasiados mimos maternos, chegando na visão
deles a tratar seus filhinhos de sete anos como se fossem bonequinhas ou animais de estimação. Os autores
clamavam em suas páginas que os filhos eram crianças, que fossem deixados de lado, solicitando que essas
senhoras fossem mimar animais domésticos. Alertavam para a excessiva tendência de subestimação do
relevante desenvolvimento e de formação (modelação) das mentes infantis (BOTO, 2017).
Com o apogeu dessa literatura voltada para a educação das crianças, surge outro sentimento de infância, o 
, ditado pelos escritores moralistas humanistas, impondo disciplinamento asentimento de família
racionalização dos costumes.
Os amores maternos e paternos deveriam ser expressos com as necessárias preocupações psicológicas e morais
com seus filhos, menos com as brincadeiras deles e mais com a educação. Isso exigia uma vigilância constante
nas atitudes da família em não visualizar seus filhos como divertidos, evitando os exagerados mimos.
Esse disciplinamento transformou cada criança em estudante, sob controle constante. Até mesmo as edificações
dos colégios eram, arquitetonicamente, pensadas para favorecer os intentos. Tudo em nome da disciplina.
Foucault explica que o produto produzido por tais colégios, a educação das novas gerações, só foi possível graças
ao .poder disciplinar
Seria um poder com a
função maior ‘adestrar’; ou sem dúvida adestrar para retirar e se apropriar ainda mais e melhor. (...)
A disciplina ‘fabrica’ indivíduos; ela é a técnica específica de um poder que toma os indivíduos ao
mesmo tempo como objetos e como instrumentos de seu exercício. (FOUCAULT, 1987, p. 153)
Esse exercício de poder é bem calculado permanentemente.
- -7
Assista aí
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3.2 Psicologia na modernidade e o diálogo com o Atendimento Clínico 
Infantil
A expressão é derivada da palavra grega significando . Remetendo a presença doatividade clínica klinê, leito
médico próximo do doente, acamado, entrevistando-o e prescrevendo um tratamento a ser seguido. O
Atendimento Clínico Psicológico está em sua origem atrelado à medicina. O apogeu da clínica médica ocorre
entre o fim do século XVIII e o início do século XIX. “Este último foi, sem dúvida, um dos séculos mais prósperos
para a área, devido às descobertas no ramo da biologia e às invenções que possibilitaram a instrumentalização
médica” (MOREIRA; ROMAGNOLI; NEVES, 2007, p. 611).
Nesse momento histórico, dialogando com o pensamento de Michel Foucault, é possível concluir que a medicina
e o discurso do médico vão agir para o Esses poderosos senhores,controle disciplinar e tecnológico do corpo.
nas suas clínicas, sabedores dos sintomas, exerceram poderes, advindos de suas práticas e saberes médicos.
Assim, na modernidade, no decorrer do século XIX, acontece a instauração “do poder sobre o homem como ser
vivo e, nesse processo, a medicina teve papel preponderante. Esse poder recebe o nome de , poderbiopoder
sobre a vida” (MOREIRA; ROMAGNOLI; NEVES, 2007, p. 611). Esse modelo de sociedade de controle, a partir da
modernidade, foi exercido pela medicina e tomado de empréstimo da nascente Psicologia.
A , segundo Michel Foucault (1987), é uma ciência que operou para mudar processos dePsicologia moderna
individualização.
Mudaram como as crianças eram vistas nos tempos medievais. Na valiam os mecanismos histórico- Idade Média
rituais de formação da individualidade. As crianças recebiam os símbolos significativos para tornar-se membro
de sua comunidade (FOUCAULT, 1987).
Já a partir da , surgem os mecanismos científico-disciplinares, e com eles o que vale, paramodernidade
examinar o desenvolvimento da criança, não é outra coisa que pregar rótulos de normalidade ou não
normalidade, por parte da nascente clínica psicológica.
Antes, nos tempos medievos, valiam os legados dos ancestrais, que eram contados para que a criança fosse
preparada para fazer parte daquela história, em uma linha genealógica (FOUCAULT, 1987).
Sendo assim, a nascente psicologia já mirava menos nas subjetividades e nas observações sobre os lugares
ocupados pela família, nas suas vidas comunitárias e preferia focar nas medidas, como medir a inteligência, entre
outras. Foucault comenta que a individualidade do homem medieval memorável foi, nos tempos modernos,
sendo substituída pelos cálculos sobre o desenvolvimento (FOUCAULT, 1987).
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Isso impregnou a cultura ocidental com a mania de olhar a criança em desenvolvimento sob a mania de avaliar a
sua normalidade, seu ajustamento aos testes como o Q.I (Quociente de Inteligência), ocorrendo que os pais
entrarassem nesta lógica moderna.
A modernidade é o lugar para viver o . Como se o desenvolvimento infantil fosse unicamentehomem calculável
o desabrochar de funções biológicas ou cabíveis de ortopedização moral, ou seja, o uso de técnicas para
“endireitar o comportamento” infantil. "Esse momento, em que as ciências do homem se tornaram possíveis, é
aquele em que foram postas em funcionamento uma nova tecnologia do poder e uma outra anatomia política do
corpo" (FOUCAULT, 1987, p. 172).
Essa individualização no interior das famílias passava pelas leituras de compêndios escritos como educar seus
filhos, numa busca incessante para controlar corpos e mentes infantis. Inaugurou-se uma sociedade disciplinar
para vigiar todos, em particular as crianças. As instituições eram administradas dentro desse espírito da
modernidade, tanto escolas quanto prisões, como os manicômios. Momento bastante conturbado para o
surgimento da clínica, de uma sociedade disciplinar.
- -10
4 Contribuição de Freud e da Psicanálise na constituição 
da clínica infantil contemporânea
Hoje, reconhecidamente, a clínica infantil está consolidada e já não é incomum que uma família busque um
Psicólogo Clínico para ouvir as queixas infantis, encontrando nos sintomas apontados pela família e a criança,
caminhos para a cura.
Dr. Freud foi um fabuloso inovador. Antes mesmo de existir algo similar àprática atual de atendimento
psicológico clínico individual, o fundador da psicanálise inovou. Pôs o saber nas mãos do cliente e não mais nas
mãos do médico. O saber do paciente é um . Ainda que inconsciente é estritamente dele.saber inconsciente
Nesse processo,
o analista é um mero facilitador, já que, na condução do tratamento, ele apenas aponta o caminho e o
paciente não apenas ouve, como se fosse prescrição médica, mas elabora e encontra sua verdade no
próprio inconsciente. (MOREIRA; ROMAGNOLI; NEVES, 2007, p. 612)
- -11
4.1 Sigmund Freud
Faltou aos cientistas da nascente Psicologia do século XIX, aos seus sucessores e aos muitos pensadores da
atualidade, saberem responder profundamente o que é uma . A indagação sobre o que é uma criança, criança
em que consiste uma criança, conduz a pré-história, tomando-a não apenas no sentido que lhe
outorga Freud (primeiros anos de vida, que logo sucumbem à amnésia), mas a pré-história em
direção às gerações anteriores (pais, avós etc.). (RODULFO, 1990, p. 17). 
A clínica infantil teve grande impulso com o desenvolvimento da Psicanálise. Freud (1856-1939) não dedicou
muitos estudos psicanalíticos diretamente com as crianças, na clínica. O que não significa afirmar que os
discursos sobre as infâncias de seus analisandos adultos não tenham ficado de fora das sessões de análise.
“Freud assinala que o sintoma tem um ‘sentido’ (sinn) inconsciente e está estritamente ligado à experiência
daquele que teceu o texto do sintoma, na medida” (FERREIRA, 2017, p. 76).
O , para Jacques Lacan, seria uma às questões que o sujeito vai, inconscientemente, fazendo asintoma resposta
si mesmo. “O sintoma advém como uma resposta que o sujeito dá a essa questão, mas não sabe a que responde”
(FERREIRA, 2017, p. 76). Isso demandará uma escuta apurada do analista, com atenção especial aos caminhos
usados pela criança como respostas, via sintomas. Poderá acontecer, como previa Lacan, que o “sintoma da
criança se encontra em posição de corresponder ao que há de sintomático na estrutura familiar” (FERREIRA,
2017, p. 77).
Isso significa que o sintoma, que pode levar a criança à clínica, traz verdades sobre as subjetividades dos pais,
responsabilidades, excessos e falhas deles sobre a constituição subjetiva da criança. “É possível escutar que o
sintoma da criança, ao mesmo tempo em que é uma espécie de coadjuvante do que há de sintomático na
estrutura da família, é também uma resposta a isso” (FERREIRA, 2017, p. 80).
Diferente do pensamento de muitas teorias do desenvolvimento infantil, a contribuição freudiana não está
vinculada à ideia de desenvolvimento, a clínica revelou a inexistência desse aparelho psíquico completo e
totalmente eficiente. Os podem surgir. Tal aparelho é “constituído de fraturas, de hiâncias,sintomas psíquicos
de ruptura, de cisão, sendo por isso mesmo instável, e não um aparelho capaz de se fazer maduro e completo
com o passar do tempo” (FERREIRA, 2017, p. 60).
A clínica de Freud e a sua psicanálise foi voltada aos adultos e reminiscências das infâncias deles. Lembranças
que estavam soterradas nos cantos escondidos do inconsciente e tinham suas origens traumáticas lá nos tempos
de meninice. Ao longo da obra de Freud, foram deixadas teorizações sobre a criança e algumas importantes
- -12
temáticas, como sexualidade, saber, formações do inconsciente (sonhos, atos falhos, lapsos, sintomas e chistes),
fantasias, identificações, romance familiar, escola e professores, mentiras, jogo, angústia e neurose (FERREIRA,
2017).
Figura 1 - Sigmund Freud
Fonte: Catwalker, Shutterstock, 2020.
 #ParaCegoVer: A imagem mostra um selo usado para colocar em cartas enviadas pelos correios, no centro da
imagem está uma foto de Sigmund Freud. Do lado direito da imagem está escrito o nome Sigmund Freud. Do lado
esquerdo está escrito 1856-1936, as datas de nascimento e morte de Freud. Abaixo da foto está escrito Republik
Osterreich (Áustria, em português).
Ele desenvolveu suas técnicas para fazer com que as fossem , deixando seuslembranças traumáticas faladas
pacientes falar livremente, para produzir associações livres que viessem a revelar sentimentos inconscientes
nessas falas, nas revelações de sonhos, ao pronunciar lapsos ou enganos e chistes (palavras espirituosas). Com
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Freud, a humanidade descobriu que o inconsciente guia os sentimentos humanos e age na vida das pessoas.
Profundamente marcados pelo racionalismo cartesiano, o pensamento ocidental vai admitir que somos onde não
pensamos.
Vale a pena resgatar uma escrita muito especial de Freud. É uma narrativa que ele fez sobre uma debrincadeira
seu neto, uma repetitiva brincadeira de esconder e encontrar um objeto. Psicanalistas, depois da morte de Freud,
continuaram encontrando saberes apropriados à clínica infantil ao ler e comentar os escritos de Freud sobre a
brincadeira do netinho, bem como a obra inteira. A partir dessas observações de Freud sobre a brincadeira do
seu neto, as compulsões dele por repetir o mesmo gesto, chegando a entender que o que aparece no jogo é algo
que vai além do prazer. “É por isso que Freud o inscreve entre suas teorizações sobre a compulsão de repetição e
a pulsão de morte. O jogo é resposta. Resposta do real” (FERREIRA, 2017, p. 97).
São com essas teorizações de Freud que os psicanalistas posteriores a ele foram capazes de criar uma clínica
para as crianças que os permitam indagar “sobre como um analista irá responder ao que se apresenta como
resposta do real nas ficções produzidas pelas crianças no seu jogo, no decurso de sua análise” (FEREIRA, 2017, p.
97).
Assim, para Freud, “o corpo da criança, sendo um corpo atravessado pela pulsão, a despeito do que dizia
Rousseau, é um corpo de desejo. Certamente, nenhum dos métodos de repressão pode dar cabo disso”
(FERREIRA, 2017, p. 54). Freud e a Psicanálise ainda lidaram com a , “mas também com osexualidade infantil
fato de que as próprias crianças teorizam sobre questões da sexualidade, muitas vezes em segredo” (FERREIRA,
2017, p. 54).
- -14
5 Principais teorias da clínica infantil
A clínica infantil psicanalítica surgiu nas primeiras décadas do século XX, com duas mulheres pioneiras, Anna
Freud (filha de Freud) e Melanie Klein.
A n n a
Freud
Defendeu que o método mais apropriado de clínica infantil é a análise da criança e dos
pais, simultaneamente (FERREIRA, 2017). 
Melanie
Klein 
Para ela a importância do estabelecimento de uma relação de confiança entre o analista e
os pais era mais importante (FERREIRA, 2017).
- -15
5.1 Clínica infantil depois de Freud
As gerações seguintes foram trazendo novas práticas, escritas e construindo a clínica que conhecemos hoje.
Alguns dos renomados psicanalistas infantis dos séculos XX são Melanie Klein, Anna Freud e Winnicott. 
(1896-1971) escreveu uma interessante obra sobre o . Ele insistia que a brincadeiraWinnicott brincar infantil
era e . O analista infantil deveria ficar atento e perceber o que o brincar transportauniversal própria à saúde
aos relacionamentos grupais. 
O brincar pode ser uma forma de comunicação na psicoterapia; finalmente, a psicanálise foi
desenvolvida como forma altamente especializada do brincar, a serviço da comunicação consigo
mesmo e com os outros. (WINNICOTT, 1971, p. 63)
Ao longo do século XX, surge ainda , além de muitas outras práticas clínicas infantis. Jacques Lacan Françoise
 e , cada uma delas com um foco distinto, com interessantes práticas clínicas com alcanceDolto Maud Mannoni
social, com crianças. Mannoni (1923-1998) criou uma instituição para acolhimento, tratamento clínico e
educacional para crianças com neuroses graves, autismo e psicose, na França.
A fez história, continuando a existir após a sua morte. Entrevistada sobre o trabalhoEscola de Bonneuil
desenvolvido nesse misto de escola e hospital-dia, Mannoni declarou: "Explica-se às crianças que, para poder
escapar da exclusão e encontrar um trabalho em que se possa ganhar mais que um salário mínimo,precisam de
um diploma. Assim, podem se tornar trabalhadores e mestres-artesãos com a sua cota de loucura"
(LAJONQUIERE; SCAGLIOLA, 1998, p. 22).
Mannoni explicou que o pedido da Escola de Bonneuil aos que passavam por ela era fazer um só gesto, “como
dizia Winnicott, o único que pedimos às crianças é que, na vida, façam semblante de serem normais”
(LAJONQUIERE; SCAGLIOLA, 1998, p. 22).
Sobre a clínica infantil:
Maud Mannoni
Valorizou o discurso dos pais e defendeu que as falas dos pais ajudam a entender o sintoma da criança. A analista
infantil deveria, ao seu ver, refletir sobre o que falam os pais sobre as crianças.
Françoise Dolto
- -16
Nascida em 1908, falecendo aos 79 anos, contribuiu com a popularização da psicanálise através de programa de
rádio. Entendia que a participação familiar era importante em momentos preliminares, no início do atendimento
clínico da criança. Posteriormente, se desejavam falar, seriam encaminhados para outro analista (FERREIRA,
2017).
Dolto defendia que a cura acontece quando os sintomas desaparecem duradouramente e a criança consegue
viver interiormente em paz.
Reagindo às dificuldades reais da vida sem angústia, adotando uma atitude espontaneamente
adaptada às exigências de uma ética em concordância com o meio em que escolheu e às suas
próprias; e tudo isso permitindo às suas pulsões instintivas traduções adequadas. (DOLTO, 1988, p.
149)
Segundo ela, é aquele momento em que as descargas libidinais estão em qualidade e em quantidade suficientes,
assegurando a conservação do equilíbrio adquirido.
- -17
5.2 Teorias e técnicas de atendimento em consultório de psicologia infantil
A terapia analítico-comportamental infantil é respaldada em um modelo que envolve a contingência, modelação
e necessidade de intervenção, com foco em resolver a queixa, na busca da resiliência, da adaptação e em prevenir
novas queixas, com o uso de (atividades lúdicas) (CARPIGIANI, 2011). Além desse tipo deludoterapia
atendimento, há outras três maneiras que detalharemos a seguir.
• Psicologia Analítica
É fundamentada em três grandes vertentes dela, a saber: a clássica, a desenvolvimentista e a arquetípica.
Lembrando que foi quem deu os primeiros passos da elaboração da Psicologia Analítica. OCarl Jung
terapeuta infantil deve acreditar na sua capacidade de produção de mudanças, nas vidas psíquicas dos
pacientes, considerando a e a como duas, diferenciadas uma da outra, além de tomarneurose psicose 
decisões a respeito dos conflitos dos pacientes, refletindo se esses conflitos são discernentes ao processo
adaptativo ou ao processo de individuação(CARPIGIANI, 2011).
• Psicodrama
O método psicodramático objetiva a busca da , da , incentivando umaespontaneidade criatividade
intervenção nas relações interpessoais que apareçam nos momentos de atendimento terapêutico. São
usadas técnicas de inversões de papéis, montagens de cenas e ação psicodramática, com a presença de
complementos aos diálogos verbais (CARPIGIANI, 2011).
• Gestalterapia
Foca no e , pretendendo colaborar com interações sociais baseadas na verdade dosaqui agora
sentimentos, incentivadas pelas ações ativas e diretivas do Gestalterapeuta, em uma busca incessante
por preencher as lacunas da personalidade da pessoa que busca uma Gestalterapia. Um foco é fazer com
que as pessoas tomem , pedindo que elas passem a ter consciência deconsciência de seus sentimentos
si próprias, de seus sentimentos, de seus papéis, de suas ações, de seus conflitos e possam ter novos 
, espécie de luzes novas sobre seus modos de viver, modificando-os para viver melhor (MORRIS;insights
MAISTO, 2004).
•
•
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Fique de olho
Para saber mais sobre o que estamos estudando, leia o artigo sobre psicoterapias infantis “A
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Para saber mais sobre o que estamos estudando, leia o artigo sobre psicoterapias infantis “A
prática da psicoterapia infantil na visão de terapeutas nas seguintes abordagens: psicodrama,
Gestalt terapia e centrada na pessoa”. É o relato, a análise e a discussão de entrevistas com
psicoterapeutas infantis e seus sentimentos diante dos obstáculos.
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6 Desenvolvimento da criança na escola: aspectos físicos, 
emocionais e cognitivos
Pense sobre o seguinte: Assim como hoje as crianças lidam com o fim, doloroso para algumas, das suas infâncias,
não podemos afirmar que outros povos, em outras épocas lidavam igualmente. Isso ficará mais evidente quando
você pensa sobre o conceito de infância, a partir da . Isso significa que não é possível afirmar que aEra Moderna
história da Psicologia do Desenvolvimento é composta pelos mesmos fatos, conceitos e métodos infalíveis,
testados, imutáveis e incontestáveis. Então, o bom pesquisador sobre o desenvolvimento humano é aquela
pessoa interessada em atualizar os seus conhecimentos, sempre!
A Psicologia do Desenvolvimento está constantemente revendo suas ênfases, certezas e verdades e seus
objetivos, pois o desenvolvimento humano não é estático através dos tempos, ou seja, nós seres humanos
estamos constantemente nos transformando, burilando nossos comportamentos individuais e nossos modos de
convivências sociais.
Assista aí
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As têm seus ritos de passagem para decretar o fim da infância e o começo dasociedades tradicionais
adolescência. Aldeias dos povos indígenas costumam fazer festas, no exato momento da menarca,
marcando para eles que seus povos terão continuidade.
E as crianças que gastam suas horas nos ou já são e com seus vídeos alcançamvideogames youtubers
muitos seguidores em seus programas na internet? E aqueles que costumam faltar as aulas nas
sextas-feiras para chamar a atenção de seus governantes para as mudanças climáticas? Como fazem
suas despedidas da infância?
Para alguns pais e educadores, o fim da infância e a chegada na puberdade é um momento de game
 (fim de jogo) e das dificuldades cotidianas de conviver com um estranho que passará a ser oover
filho ou aluno. Para alguns adultos, essa transição do fim da infância e chegada na puberdade trazem
muitos pesares (CORSO; CORSO, 1997).
Fica uma sensação dolorosa nos pais de que acabou qualquer possibilidade de interferir e educar
seus filhos. Alguns pais ficam traumatizados com a e o . Oschegada da puberdade fim da infância
lutos também são enfrentados pelos púberes pelas perdas de seus corpos da infância, pelas atitudes
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dos pais não mais serem iguais aos tempos de infância. E não duvide, sofrem muito os pais (CORSO;
CORSO, 1997).
É necessário entender que nem tudo no amadurecimento do indivíduo, do atravessamento desde a
primeira infância à puberdade, ocorre somente por obra das . Existe umtransformações biológicas
trabalho constante das famílias em prol da infância de seus filhos (CORSO; CORSO, 1997).
Os desencontros entre pais e filhos, crianças que amadureceram e viraram adolescentes, ocorrem
pelo fato desses filhos serem exímios intérpretes do desejo dos adultos. Interpretam bem os desejos
reprimidos dos seus pais, mas o próprio sucesso de suas interpretações produz fatalmente
desencontros entre adultos e adolescentes.
O adolescente esbarra na realização de um ideal que é simplesmente idêntico a algum desejo
reprimido pelo pai ou pela mãe. Pode acontecer que esse desejo não era reprimido pelo adulto por
acaso. Se reprimiu, foi porque queria esquecê-lo. Por consequência, o adulto só pode negar a
paternidade desse desejo e aproveitar-se da situação para reprimi-lo ainda mais no adolescente.
(CALLIGARIS, 2000, p. 27)
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6.1 Piaget e a abertura para todos os possíveis com a chegada da puberdade
Piaget estudou o julgamento moral das crianças, através do seu métodoclínico, entrevistando ou acompanhando
as brincadeiras das crianças e suas atitudes com relação aos juízos morais. Assim, os modos de realizar
julgamentos morais mudam como os estádios do desenvolvimento cognitivo também mudam com o passar do
tempo e as estimulações pelas quais passam. Vejamos as três fases pelas quais as crianças passam em relação a
esse assunto.
Anomia
A primeira fase é chamada de anomia, ou seja, a ausência de conhecimento de regras morais e sociais. A criança
pequena está regulada pelo egocentrismo, o que a impede de perceber sob outros ângulos. 
Heteronomia
Em seguida, a criança em idade escolar irá começar a introjetar regras advindas dos adultos e aprenderá a
respeitá-las. É a fase da heteronomia, as regras chegam de fora e são determinadas pelos adultos, que exercem
forte autoridade sobre as crianças. 
Autonomia
E a terceira fase é da autonomia, corresponde ao acréscimo de cooperação, distinta da coação, significa operar
em conjunto, em grupo, aprendendo as dinâmicas necessárias para lidar e operar conjuntamente. Implica
aprender a respeitar os outros e a ver sob pontos de vista diferentes. 
Outro aprendizado fundamental é o respeito às regras e decisões coletivas, o que implica agir de maneira firme e
de posse de seus próprios valores apropriados ao convívio social justo e democrático (MAIA, 2017). É a exata
saída do Estádio Operatório Concreto e a chegada no Estádio Operatório Formal. Uma grande mudança acontece
no julgamento moral, passando a agir com e de . O pensamento formal,autonomia forma cooperativa
desconjuntado do concreto, potencializa muitas novas possibilidades.
Vygotsky comenta que a criança em desenvolvimento vivencia um complexo , aberta aosprocesso dialético
mais variados fatores internos, externos e adaptativos. Sendo imprescindível o papel estimulador e antecipador
dos adultos (MAIA, 2017).
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Dentro da perspectiva psicanalítica, cabe muito a dentro da constituição da ,família subjetividade humana
justamente na infância, nos seis primeiros anos dessa constituição. É aquilo que o psicanalista francês Jacques
Lacan chamou de , ressaltando um papel considerável para a figura materna, aquela pessoa que aideal do ego
criança ama e que lhe fala, quando ela era um bebê.
Isso sim interessa! Habitamos em um mundo que nos chega na doçura da voz de nossas mães. Quanto aos pais,
esses poderosos e amados senhores da infância de uma criança operam para interditá-la dos excessos de amor
materno, significando aquela passagem de toda criança pelo e o ,Estádio do Espelho Complexo de Édipo
tirando-lhe o excessivo e dando-lhe uma possibilidade de ser sujeito do desejo (LACAN, 1994).
Chegamos ao século XXI, com fortes demandas, por parte das famílias e dos educadores para o enfrentamento
das chamadas d . A lógica dissociada dentro da cultura é herdeira de pensamentosificuldades de aprendizagem
próximos e sucessórios aos cientistas do século XIX, vistos anteriormente. São muitas falas exigindo
diagnósticos, atendimentos, medicamentos e muitos entendimentos bastante equivocados sobre as crianças.
Qualquer comportamento diferente já é visto pelo educador como um Transtorno de Atenção e Hiperatividade
. E a criança é encaminhada à clínica infantil!
é isso Aí!
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• compreender o histórico do atendimento clínico com crianças, a partir da modernidade, entendendo a 
nascente Psicologia;
• conhecer o conceito moderno de infância, antes do surgimento da clínica, através da análise da 
iconografia, na transição entre medievo e modernidade;
• entender a contribuição de Freud e da Psicanálise na constituição da clínica infantil contemporânea;
• conhecer as teorias principais da clínica infantil;
• refletir sobre o desenvolvimento da criança na escola, pensando nos aspectos físicos, emocionais, 
cognitivos e de julgamento moral.
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http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932007001200004&lng=pt&nrm=iso
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WINNICOTT, D. W. . Rio de Janeiro, Imago, 1971.O brincar e a realidade
	Olá!
	1 Antecedentes históricos do atendimento clínico com crianças
	2 História do conceito moderno de infância
	Assista aí
	3 Histórico do atendimento clínico com crianças a partir da modernidade
	3.1 Surgimento do conceito de infância na modernidade antes da clínica
	Assista aí
	3.2 Psicologia na modernidade e o diálogo com o Atendimento Clínico Infantil
	4 Contribuição de Freud e da Psicanálise na constituição da clínica infantil contemporânea
	4.1 Sigmund Freud
	5 Principais teorias da clínica infantil
	5.1 Clínica infantil depois de Freud
	5.2 Teorias e técnicas de atendimento em consultório de psicologia infantil
	Psicologia Analítica
	Psicodrama
	Gestalterapia
	6 Desenvolvimento da criança na escola: aspectos físicos, emocionaise cognitivos
	Assista aí
	6.1 Piaget e a abertura para todos os possíveis com a chegada da puberdade
	é isso Aí!
	Referências

Outros materiais