Interação Medicamentosa

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Gabriela Miranda de Paula
Interação Medicamentosa
Entende-se por interação medicamentosa o evento em que os efeitos dos fármacos podem
ser alterados devido à presença de outro fármaco, alimento ou substâncias diversas. Essa
interação, por sua vez, resulta em efeitos tóxicos para o organismo (BERTOLLO;
DAMARTINI; PIATO, 2013). As interações medicamentosas, ainda podem ser classificadas
em farmacocinéticas, farmacodinâmicas, farmacêuticas e de efeito (CRUZ, et al., 2017).
O uso de álcool é um dos principais fatores que geram interação medicamentosa, pois o
etanol estimula as membranas do aparelho digestivo, provocando maior produção de ácido
gástrico e aumento dos movimentos peristálticos, fazendo com que o medicamento seja
menos absorvido pelo estômago. Além disso, pode possuir um efeito diurético, resultando
no aumento da excreção de substâncias, como os antibióticos (CRUZ, et al., 2017).
Além disso, alguns medicamentos possuem interação medicamentosa com contraceptivos
orais. Esses medicamentos são, principalmente, absorvidos pelo trato gastrointestinal. Por
conta disso, a utilização de medicamentos como antibióticos, que destroem a microbiota
intestinal, interferem na absorção desses medicamentos (VELOSO, 2009).
Muitas vezes, o uso de plantas medicinais por conta própria pode causar alterações
farmacocinéticas e farmacodinâmicas dos medicamentos. No caso das penicilinas, sua
absorção é prejudicada com a presença de alimentos, exceto a amoxicilina. (PADOIN;
COMARELLA; SOLDA, 2018).
Produtos naturais, como fitoterápicos, são muito utilizados como forma popular de
autocuidado. Entretanto, é comum pacientes não informarem os profissionais de saúde
sobre seu uso, bem como não é hábito questionar os pacientes sobre a utilização desses
produtos. Com isso, interações medicamentosas entre medicamentos e fitoterápicos
podem ocorrer e proporcionar riscos ao paciente, além de afetarem a eficácia do
tratamento convencional (DIAS, et al., 2017).
Ainda, é importante atenção ao uso de anestésicos locais. Quando o anestésico local com
vasoconstritor do grupo das catecolaminas é administrado em grande quantidade ou no
caso de uma injeção intravascular acidental, é possível ocorrer elevação na concentração
das catecolaminas plasmáticas, que pode resultar em efeitos colaterais potencializados em
pacientes que fazem uso de certos antidepressivos atuantes no aumento dos níveis
extracelulares de catecolaminas.Em usuários de tricíclicos, os efeitos colaterais sobre o
sistema cardiovascular, como elevação da pressão arterial e arritmias cardíacas, são
possivelmente potencializados pela administração em altas doses ou por injeção
intravascular acidental de vasoconstritores como AD, NA ou fenilefrina (CHICOA, et al.,
2010).
Gabriela Miranda de Paula
É importante lembrar que existem interações medicamentosas benéficas ou desejáveis, que
têm por objetivo tratar doenças concomitantes, reduzir efeitos adversos, prolongar a
duração do efeito, impedir, ou retardar o surgimento de resistência bacteriana, aumentar a
adesão ao tratamento, incrementar a eficácia ou permitir a redução de dose (JÚNIOR, et al.,
2009).
Com isso, percebe-se a importância de uma anamnese minuciosa, a fim de obter todas as
informações necessárias, contendo a descrição de todas as medicações que o paciente
toma, bem como vitaminas e plantas medicinais (BERTOLLO; DAMARTINI; PIATO, 2013).