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AULA - SUS M3 - SUS, UM SISTEMA ÚNICO

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SUS: UM SISTEMA ÚNICO 
Monitoria III
Giovanne Nobre
OBJETIVOS
• A trajetória da saúde pública do Brasil, e os nomes importantes nesse acontecimento;
• Os pontos positivos e negativos do SUS;
• Os princípios do SUS;
• Relacionar a constituição de 1988 com o SUS;
• Como ocorre a participação dos usuários do SUS na fiscalização;
• O que são conselhos e conferências de saúde;
• As leis orgânicas da saúde;
• Quais são as normas operacionais básicas do sistema de saúde. 
TRAJETÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA DO BRASIL
•A saúde pública antes do SUS;
•Constituição de 1988 e as leis 8.080 e 8.142;
•Ano de oficialização do SUS;
•Nomes importantes nesse acontecimento.
A SAÚDE PÚBLICA ANTES DO SUS;
• “Os serviços de saúde no Brasil atendem basicamente às necessidades dos
grupos sociais de maior poder aquisitivo. São serviços voltados para a
recuperação e não para a prevenção, concentram-se na solução de
problemas degenerativos que afligem as camadas mais bem situadas na
escala social, quando as doenças infecciosas ainda são responsáveis por
grande parte da mortalidade e morbidade da população brasileira. Estes
serviços têm ainda uma tendência marcante à sofisticação e à
complexidade. Respondem aos interesses dos produtores de insumos, de
equipamentos e aos produtores de serviços. A população, neste contexto,
deixa de ser sujeito para ser mercadoria manipulada pelas forças de
mercado” (Folha de S. Paulo, 1977).
Uma epidemia, em especial, demonstra o beco sem saída da saúde em
tempos de autoritarismo no país do “ame-o ou deixe-o”. “Os governos
procuravam não mostrar nossos problemas”, conta o epidemiologista
Moisés Goldbaum, da Universidade de São Paulo (USP). E, assim, entre
1970 e 1974, a ditadura ocultou uma epidemia de meningite no
município de São Paulo. “Os ditadores levaram praticamente quatro anos
para tomar atitudes efetivas para controlar a epidemia. Enquanto a
doença estava atingindo apenas a periferia, eles ocultaram. Mas na
medida em que foi chegando no centro da cidade, ou seja, começou a
criar problemas onde se concentra a classe média, aí sim, gerou um
pânico social muito grande que obrigou as autoridades a tomarem
alguma medida”.
O SUS ANTES DO SUS
• Os primeiros postinhos de saúde, o embrião do que hoje conhecemos como
atenção básica no Brasil, foram criados nessa época. “Eram pequeninos, muito
pobres, vagabundos. As prefeituras alugavam nas periferias casinhas quase
abandonadas”. No começo, médicos, enfermeiros e demais profissionais
atendiam só duas vezes por semana. Mas fazia diferença um serviço perto de
casa. Além disso, os postinhos não faziam distinção entre quem tinha carteira
assinada e quem não tinha. “A Previdência tinha os PAMs. Eram prédios grandes
nos centros das cidades. Quando as próprias prefeituras, com orçamento
escasso, começaram a fazer os postinhos, os sanitaristas começaram, ano a ano,
a crescer suas equipes de médicos jovens, [profissionais de] enfermagem,
auxiliares de saúde e dentistas.
CONSTITUIÇÃO DE 1988 
• Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e
econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e
igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
• Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos
termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita
diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado.
• Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e
constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:
• I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
• II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços
assistenciais;
• III - participação da comunidade.
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei:
o I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e 
participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados 
e outros insumos;
o II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do 
trabalhador;
o III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;
o IV - participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico;
o V - incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e tecnológico;
o VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, 
bem com bebidas e águas para consumo humano;
o VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de 
substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
o VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.
RESUMO:
Dentre os direitos fundamentais previstos na Constituição Federal de 1988, o 
direito à saúde figura entre os mais debatidos nos âmbitos acadêmico, doutrinário e 
judicial. Após a inserção desse direito na Constituição Federal de 1988, a sociedade 
brasileira tem se conscientizado que, efetivamente, é a destinatária final da proteção 
conferida pelo Estado. Com efeito, a Constituição Federal de 1988 constitui-se 
marco histórico da proteção constitucional à saúde, de modo que, antes da sua 
promulgação, os serviços e ações de saúde eram destinados apenas a determinados 
grupos, os que poderiam, de alguma forma, contribuir, ficando de fora as pessoas 
quem não possuíam condições financeiras para custear o seu tratamento de forma 
particular e os que não contribuíam para a Previdência Social. Não obstante a 
proteção constitucional ao direito à saúde, a ausência de especificação do objeto 
desse direito e de definição dos princípios constitucionais relacionados à saúde tem 
dificultado a concretização desse direito fundamental.
POSITIVOS NEGATIVOS
PONTOS POSITIVOS E NEGATIVOS DO SUS
o Para 72%, os serviços de saúde prestados estão resolvendo os problemas e
necessidades da população (tabela 1). Para aqueles que discordaram, as razões
alegadas para a não-resolubilidade do sistema foram a falta de remédios, poucas
vagas e demora para atendimento, dificuldade no sistema de referência e
contrarreferência e poucos profissionais em atividade.
o Com base no acesso ao atendimento, 57,6% da população responderam que existe
fila para o atendimento e 54,5% afirmaram que existe uma demora excessiva entre
o dia de agendamento da consulta e/ou exame até o dia do atendimento.
o São necessários maiores investimentos na aquisição de materiais e recursos físicos
nos serviços de saúde, pois a maioria deles encontra-se sucateada e em desuso.
NEGATIVOS =(
o A insatisfação quanto ao tempo de espera por um tratamento tem-se mostrada
rotineira nos serviços, como foi relatado por Andrade e Ferreira (2006), em
estudo conduzido no município de Pompéu (MG). Em outra pesquisa (FRANCO;
CAMPOS, 1998), realizada em um ambulatório de pediatria do SUS, a demora
para receber atendimento foi o principal problema apontado pelos usuários. A
espera prolongada foi também identificada (KLOETZEL et al., 1998) como o
motivo número um de insatisfação da clientela, além da reclamação de haver
insuficiência quanto à possibilidade de agendamento de novas consultas.
o O despreparo da equipe e a falta de um treinamento e capacitação ficam
evidentes ao se observar a falta de cuidado no atendimento do paciente. Muitas
vezes, o processo de contratação é feito sem concurso público e o favorecimento
político para a ocupação dos cargos é marcante, empregando pessoas sem perfil
para o trabalho.
o Quanto aos critérios de humanização no atendimento à saúde, 69,5% confiam
em todos os profissionais de saúde da rede pública pelos quais foramatendidos.
Mais da metade (63,7%) já havia recebido informação sobre prevenção; para
72,9%, os profissionais de saúde que os atenderam explicaram sobre a doença
que tinham ou têm, e os procedimentos que foram realizados para o
tratamento (70,3%); 92% já receberam prescrição de medicamentos no SUS, e
para 83,1% destes os profissionais explicaram a respeito da administração do
remédio; 73% relataram que receberam atenção adequada às suas queixas por
parte dos profissionais.
o Sobre os serviços de saúde geral dos municípios avaliados, 61,7% os
classificaram como ótimo e bom (gráfico 1). Apesar das queixas relatadas, o
usuário mostrou-se satisfeito com os serviços públicos de saúde oferecidos.
POSITIVOS =)
PRINCÍPIOS DO SUS
• Universalidade;
• Integralidade;
• Equidade;
• Regionalização e Hierarquização;
• Participação dos cidadãos;
• Descentralização;
• Resolubilidade;
• Complementariedade do setor privado.
Princípios organizativos
UNIVERSALIDADE
A saúde é um direito de cidadania de todas as pessoas e cabe
ao Estado assegurar este direito, sendo que o acesso às ações
e serviços deve ser garantido a todas as pessoas,
independentemente de sexo, raça, ocupação, ou outras
características sociais ou pessoais.
INTEGRALIDADE
Este princípio considera as pessoas como um todo, atendendo
a todas as suas necessidades. Para isso, é importante a
integração de ações, incluindo a promoção da saúde, a
prevenção de doenças, o tratamento e a reabilitação.
Juntamente, o princípio de integralidade pressupõe a
articulação da saúde com outras políticas públicas, para
assegurar uma atuação intersetorial entre as diferentes áreas
que tenham repercussão na saúde e qualidade de vida dos
indivíduos.
EQUIDADE
O objetivo desse princípio é diminuir desigualdades. Apesar de
todas as pessoas possuírem direito aos serviços, as pessoas
não são iguais e, por isso, têm necessidades distintas. Em
outras palavras, equidade significa tratar desigualmente os
desiguais, investindo mais onde a carência é maior.
REGIONALIZAÇÃO E HIERARQUIZAÇÃO
Os serviços devem ser organizados em níveis crescentes de
complexidade, circunscritos a uma determinada área
geográfica, planejados a partir de critérios epidemiológicos, e
com definição e conhecimento da população a ser atendida. A
regionalização é um processo de articulação entre os serviços
que já existem, visando o comando unificado dos mesmos. Já a
hierarquização deve proceder à divisão de níveis de atenção e
garantir formas de acesso a serviços que façam parte da
complexidade requerida pelo caso, nos limites dos recursos
disponíveis numa dada região.
PARTICIPAÇÃO DOS CIDADÃOS
A sociedade deve participar no dia-a-dia do sistema. Para isto, devem
ser criados os Conselhos e as Conferências de Saúde, que visam
formular estratégias, controlar e avaliar a execução da política de saúde.
É a garantia constitucional de que a população, por meio de suas
entidades representativas, participará do processo de formulação e
avaliação das políticas de saúde e do controle da sua execução, em
todos os níveis, desde o federal até o local. Essa participação ocorre
por meio dos conselhos de saúde que têm poder deliberativo, de
caráter permanente, compostos com a representatividade de toda a
sociedade.
DESCENTRALIZAÇÃO
Descentralizar é redistribuir poder e responsabilidade entre os três
níveis de governo. Com relação à saúde, descentralização objetiva
prestar serviços com maior qualidade e garantir o controle e a
fiscalização por parte dos cidadãos. No SUS, a responsabilidade pela
saúde deve ser descentralizada até o município, ou seja, devem ser
fornecidas ao município condições gerenciais, técnicas, administrativas e
financeiras para exercer esta função. Para que valha o princípio da
descentralização, existe a concepção constitucional do mando único,
onde cada esfera de governo é autônoma e soberana nas suas decisões
e atividades, respeitando os princípios gerais e a participação da
sociedade.
RESOLUBILIDADE
É a exigência de que, quando um indivíduo busca o atendimento ou
quando surge um problema de impacto coletivo sobre a saúde, o
serviço correspondente esteja capacitado para enfrentá-lo e resolvê-lo
até o nível da sua competência; devendo referenciá-lo a outro nível de
complexidade quando não for capaz de dar a devida assistência.
A rede de serviços do SUS deve ser organizada de forma regionalizada
e hierarquizada, permitindo um conhecimento maior dos problemas de
saúde da população de uma área delimitada, favorecendo ações de
vigilância epidemiológica, sanitária, controle de vetores, educação em
saúde, além das ações de atenção ambulatorial e hospitalar em todos
os níveis de complexidade.
COMPLEMENTARIDADE DO SETOR PRIVADO
A Constituição definiu que, existindo a insuficiência do setor público,
torna-se lícita a contratação de serviços privados, no entanto, deve-se
dar sob três condições:
1- a celebração do contrato, conforme as normas do direito público, ou
seja, o interesse público prevalecendo sobre o particular;
2- a instituição privada deverá estar de acordo com os princípios
básicos e normas técnicas do SUS. Prevalecem, assim, os princípios da
universalidade, equidade etc.; como se o serviço privado fosse público,
uma vez que, quando contratado, atua em nome deste;
3 - a integração dos serviços aprovados deverá se dar na mesma lógica
organizativa do SUS. Todo serviço privado contratado passa a seguir as
determinações do sistema público, em termos de regras de funcionamento,
organização e articulação com o restante da rede.
Assim cada gestor deverá planejar primeiro o setor público e na sequência,
complementar a rede assistencial, dando preferência ao setor privado sem
fins lucrativos (Hospitais Filantrópicos - Santas Casas), conforme determina a
Constituição. Torna-se fundamental o estabelecimento de normas e
procedimentos a serem cumpridos pelos conveniados e contratados, os quais
devem constar, em anexo, dos convênios e contratos.
CONSELHOS DE SAÚDE
•Definição e atuação de um conselho de saúde e sua importância.
O Conselho de Saúde, no âmbito de atuação (Nacional, Estadual ou Municipal), em caráter
permanente e deliberativo, órgão colegiado composto por representantes do governo,
prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuários, atua na formulação de estratégias e no
controle da execução da política de saúde na instância correspondente, inclusive nos aspectos
econômicos e financeiros, cujas decisões serão homologadas pelo chefe do poder legalmente
constituído em cada esfera do governo.
Cabe a cada Conselho de Saúde definir o número de membros, que obedecerá a seguinte
composição: 50% de entidades e movimentos representativos de usuários; 25% de entidades
representativas dos trabalhadores da área de saúde e 25% de representação de governo e
prestadores de serviços privados conveniados, ou sem fins lucrativos.
CONFERÊNCIAS DE SAÚDE
Com a Constituição Federal de 1988, a participação comunitária no contexto da saúde
é estabelecida, sendo regulada pela Lei nº 8.142/90 e definida a partir das conferências e
dos conselhos de saúde, nas três esferas de governo, e também em colegiados de gestão
nos serviços da área.
No artigo 1º desta lei, estabelece-se que: “O SUS contará, em cada esfera de
governo, sem prejuízo das funções do Poder Legislativo, com as seguintes instâncias
colegiadas: I – a Conferência de Saúde reunir-se-á a cada quatro anos com
representação dos vários segmentos sociais, para avaliar a situação da saúde e propor
as diretrizes para a formulação da política de saúde nos níveis correspondentes,
convocada pelo Poder Executivo ou, extraordinariamente, por este ou pelo Conselho
de Saúde; (...)”.
Até 2015, foram realizadas 15 Conferências Nacionais de Saúde. Entidades ligadas à
área da saúde, gestores e prestadores de serviços do setor, sociedade civil
organizada e usuários ganham legitimidade para ocupar esses espaços. Um esforçono sentido de fazer valer a democracia popular e a gestão participativa no Sistema
Único de Saúde (SUS).
As deliberações discutidas nas Conferências Nacionais de Saúde são resultantes dos
debates ocorridos nos estados, através das Conferências Estaduais, que, por sua vez,
resultam das propostas decorrentes das Conferências Municipais. É esta
representatividade local que garante a legitimidade do evento como instância
colegiada dos vários segmentos representados. As Conferências proporcionaram
transformações históricas para a gestão da saúde no Brasil, como no caso da 8ª
Conferência Nacional de Saúde, em 1986, cujo relatório final serviu de base para a
elaboração do capítulo sobre saúde da Constituição Federal de 1988, resultando na
criação do SUS.
LEIS ORGÂNICAS DA SAÚDE
•Lei 8.080/90 
•Lei 8.142/90.
LEI 8.080/90
A Lei 8.080 foi votada em 19 de setembro de 1990. Essa lei aborda as condições para
promover, proteger e recuperar a saúde, além da organização e o funcionamento dos
serviços também relacionados à saúde.
Por meio desta lei, as ações de saúde passaram a ser regulamentadas em todo
território nacional. A participação da iniciativa privada no SUS é aceita em caráter
complementar com prioridade das entidades filantrópicas sobre as privadas lucrativas.
A descentralização político-administrativa é reforçada na forma da municipalização dos
serviços e das ações de saúde, com redistribuição de atribuições e recursos em
direção aos municípios.
A partir desta lei, observamos que algumas das atuações do 
SUS são:
- Assistência terapêutica integral;
- Assistência farmacêutica;
- Controle e fiscalização de alimentos, água e bebidas, 
garantindo Orientação familiar;
- Participação na preparação de recursos humanos;
- Acompanhar a Saúde do trabalhador;
- Vigilância epidemiológica;
- Vigilância nutricional;
- Vigilância sanitária.
LEI 8.142/90
A Lei 8.142/90 foi votada em 28 de dezembro de 1990, e aborda a participação da população na
gestão do Sistema Único de Saúde e as transferências de recursos da área de saúde entre os
governos.
É por meio desta lei que são instituídas as instâncias colegiadas e os instrumentos de participação
social em cada esfera de governo. Os recursos financeiros só são recebidos mediante existência
de Conselho Municipal de Saúde, funcionando de acordo com a legislação.
Afinal de contas o que são as instâncias colegiadas? As instâncias colegiadas são as Conferências
de Saúde e os Conselhos de Saúde. As Conferências devem ser realizadas em cada esfera de
governo, organizadas no mínimo a cada quatro anos e paritárias, ou seja, deve ter igualdade na
porcentagem de participantes, onde 50% devem ser usuários do Sistema Único de Saúde20.
Já os Conselhos são órgãos representativos em caráter permanente e deliberativo. Define a
participação do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) e do Conasems (Conselho
Nacional de Secretários Municipais de Saúde), no Conselho Nacional de Saúde. Concede o
repasse regular e automático de recursos para municípios, Estados e Distrito Federal.
NORMAS OPERACIONAIS BÁSICAS DO SUS
•Objetivos das Normas;
•Principais Normas Operacionais Básicas (NOBS).
A NOB/SUS 01/96 
promoveu um avanço no processo de descentralização, criando novas 
condições de gestão para os Municípios e Estados, caracterizando as 
responsabilidades sanitárias do município pela saúde de seus cidadãos e 
redefinindo competências de Estados e Municípios. Os objetivos gerais 
da Norma Operacional Básica 01/96 foram:
• Caracterizar a responsabilidade sanitária de cada gestor, 
diretamente ou garantindo a referência, explicitando um novo pacto 
federativo para a saúde;
• Reorganizar o modelo assistencial, descentralizando aos municípios 
a responsabilidade pela gestão e execução direta da atenção básica de 
saúde; 
Entre as principais características observadas na NOB/SUS 01/96 temos:
• Reorganiza a gestão dos procedimentos de média complexidade ambulatorial 
(Fração Ambulatorial Especializada - FAE);
• Reorganiza a gestão dos procedimentos de alta complexidade ambulatorial com a 
criação da Autorização de Procedimentos de Alta Complexidade/Custo (APAC); 
• Incorpora as ações de Vigilância Sanitária, criando o Incentivo para as ações básicas 
de Vigilância Sanitária;
• Incorpora as ações de Epidemiologia e Controle de Doenças;
• Promove a reorganização do modelo de atenção, adotando-se como estratégia 
principal a ampliação de cobertura do Programa de Saúde da Família e Programa de 
Agentes Comunitários de Saúde, com a criação de Incentivo financeiro (PAB variável);
A NOB 96 é decorrente, sobretudo, da experiência ditada pela prática dos
instrumentos operacionais anteriores - em especial da NOB 1993 - o que
possibilitou o fortalecimento da crença na viabilidade e na importância do
SUS para a saúde de cada um e de todos os brasileiros.
Como instrumento de regulação do SUS, esta NOB, além de incluir as
orientações operacionais propriamente ditas, explicita e dá conseqüência
prática, em sua totalidade, aos princípios e às diretrizes do Sistema,
consubstanciados na Constituição Federal e nas Leis No. 8.080/90 e No.
8.142/90, favorecendo, ainda, mudanças essenciais no modelo de atenção à
saúde no Brasil.

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