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Licitações Sustentáveis

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Aula 1
Fundamentação Constitucional e Legal Básica
Site: TCU - Tribunal de Contas da União
Curso: Licitações Sustentáveis
Livro: Aula 1
Módulo I
Sumário
1 Introdução
2 Acórdão TCU nº 1.056/2017-Plenário
1 Introdução
 De acordo com informações constantes do portal do Ministério do Planejamento, as compras do governo chegam a 15% do produto interno
bruto (PIB). A dimensão dessas compras acaba tendo um forte poder de interferência no mercado. Os impactos envolvem não apenas o
aspecto econômico, mas também questões sociais, ambientais e de políticas públicas. A amplitude do contexto torna-se cada vez mais
relevante, exigindo do poder público uma atuação mais proativa, mais profissional.
 O Tribunal de Contas da União, ciente disso, realizou alguns trabalhos de avaliação da administração pública e constatou que muitas das
ações carecem de planejamento e monitoramento dos resultados obtidos. Diante disso, por intermédio do Acórdão 2.622/2015-P, o TCU fez
uma série de recomendações no sentido de que as instituições governamentais passassem a atuar de maneira organizada aplicando os
mecanismos de governança aos seus processos de aquisições. O entendimento é que as ações da alta administração de um órgão devem
agregar valor ao negócio “administração pública”. Esse é o objetivo das recomendações do TCU que se pode inferir por uma leitura
minuciosa do referido acórdão.
 A Lei nº 12.349, de 2010, incluiu no art. 3º da Lei 8.666/93, a promoção do desenvolvimento nacional sustentável como um dos objetivos
das licitações públicas. Esse dispositivo passou então a exigir que os gestores públicos enfrentassem a questão da sustentabilidade em seus
três aspectos, ambiental, social e econômico. 
 Por intermédio do Acórdão 1.056/2017-P, o TCU encaminhou uma série de determinações a vários órgãos da administração pública no
sentido de que fosse cumprida a disposição consignada no art. 3º da Lei 8.666/93, que trata da busca do desenvolvimento nacional
sustentável. A partir de então, várias providências foram e estão sendo adotadas, com vistas ao efetivo cumprimento das normas relacionadas
à sustentabilidade nas licitações públicas.
 Nesse cenário, as compras públicas sustentáveis que em alguns momentos chegou a ser considerada como algo muito caro e de difícil
realização, passou a ser, de fato, uma obrigação do gestor público.
 Algumas necessidades foram então identificadas, tais como: conhecer melhor a legislação que trata da matéria, ser capaz de especificar um
produto ou um serviço que contemple requisitos de sustentabilidade, ter condição de identificar os impactos na qualidade de vida dos
trabalhadores que prestam serviços ao poder público, e assim por diante. Por conta disso, em sintonia com o Acórdão 1.056/2017-P do TCU,
os gestores públicos entenderam como essencial a capacitação dos servidores envolvidos nos processos de compras públicas sustentáveis.
 Nesse sentido, após definir o conteúdo com servidores de diversos órgãos da administração, desenvolvemos esse curso. Não temos a
pretensão de abordar toda a matéria que envolve compras sustentáveis, mas oferecer aos interessados uma oportunidade de aprimorar seus
conhecimentos, conhecer os conceitos relacionados com sustentabilidade e a legislação aplicável à matéria, e dar os primeiros passos para que
possam auxiliar a administração na busca pelo desenvolvimento nacional sustentável através das licitações públicas. 
2 Acórdão TCU nº 1.056/2017-Plenário
 O Acórdão 1.056/2017-P do TCU, cuja relatoria coube ao Ministro André Carvalho, foi um marco na Administração Pública Federal no
que se refere à sustentabilidade. Ele resultou de uma ampla auditoria operacional conduzida pela Secretaria de Controle Externo da
Agricultura e do Meio Ambiente (Secex Ambiental) do TCU, cujo objetivo era avaliar a evolução das medidas adotadas nas áreas de redução
de consumo de papel, energia elétrica e água. O resultado foi muito além disso como se pode notar ao se examinar algumas das determinações
do Tribunal contidas no referido Acórdão.
 O Tribunal entendeu que as ações da Administração Pública precisavam ser aprimoradas para cumprir com o objetivo das compras
públicas previsto no art. 3º da Lei 8.666/93, qual seja, “o desenvolvimento nacional sustentável”. Além disso, entendeu o Tribunal que havia
necessidade de organizar a estrutura organizacional da administração, implantando ações de planejamento, controle e gestão de riscos
efetivas. 
 As principais determinações contidas no Acórdão 1.056/201-P, com destaques nossos, são as seguintes:
“9.1. determinar que, nos termos do art. 45 da Lei nº 8.443, de 1992, o Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, representado
pela Coordenação Geral de Normas de sua Secretaria de Gestão (SEGES/CGNOR) , promova a necessária aplicação do art. 3º, caput, da
Lei nº 8.666, de 1993, com o intuito de:
9.1.2. apresentar, no prazo de até 120 (cento e vinte) dias contados do término do prazo fixado pelo item 9.1.1 deste Acórdão, o devido plano
de ação destinado a implementar o necessário sistema de acompanhamento das ações de sustentabilidade, conforme previsto no art. 11 do
Decreto nº 7.746/2012, com vistas a dar conhecimento das ações de sustentabilidade em execução na Administração Pública Federal (APF) ,
levando em consideração as informações já existentes em sistemas como o Sispes e o Ressoa, além de promover a criação de parâmetros
desejáveis de consumo, por tipologia de edificações;
9.2. determinar que, nos termos do art. 45 da Lei nº 8.443, de 1992, o Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, representado
pela Coordenação Geral de Normas de sua Secretaria de Gestão (SEGES/CGNOR) , promova a necessária aplicação do art. 3º, caput, da
Lei nº 8.666, de 1993, de sorte a adotar as providências necessárias para que, a partir de 1º de janeiro de 2018, sejam efetivamente
aplicadas as seguintes medidas:
9.2.2.1. exigir que os Planos de Gestão de Logística Sustentável (PLS) ou instrumentos substitutos equivalentes estejam previstos no
planejamento estratégico de cada órgão e entidade da APF, considerando o alcance e a transversalidade dos aspectos inerentes à
sustentabilidade, de modo a institucionalizar, com isso, todas as ações de sustentabilidade junto à direção geral das aludidas instituições;
9.2.2.2. exigir que os órgãos e as entidades da APF implementem, em suas estruturas, o efetivo funcionamento de unidades de
sustentabilidade com caráter permanente, contando, em sua composição, com servidores ou colaboradores dotados de perfil técnico para a
específica atuação nos assuntos pertinentes; e
9.2.2.3. exigir que as avaliações de desempenho dos PLS contenham ferramentas de avaliação da efetividade do instrumento de
planejamento, com vistas a permitir a análise dos resultados das ações implementadas e o comportamento dos padrões de consumo, em
busca da manutenção do ponto de equilíbrio entre o consumo e os gastos;
9.2.4. concluir a revisão do Catálogo de Materiais – CATMAT e do Catálogo de Serviços – CATSER, de sorte a regulamentar a inclusão de
itens com requisitos de sustentabilidade e a excluir os itens cadastrados em duplicidade;
9.2.5. exigir a devida apresentação da Plano Anual de Contratações pelos órgãos e entidades integrantes do SISG, especificando os itens
com requisitos de sustentabilidade que serão adquiridos em consonância com o correspondente PLS;
9.2.7. exigir, em conjunto com o Ministério do Meio Ambiente, que os órgãos e as entidades da administração federal elaborem os seus
Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, visando à correta destinação dos resíduos gerados pelo funcionamento da máquina
administrativa federal, de modo a atender os arts. 20 e 21 da Lei nº 12.305, de 2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos;
9.3. determinar que, nos termos do art. 45 da Lei nº 8.443, de 1992, a Cisap apresente a devidaproposta de plano de trabalho
..........relacionadas com:
9.3.1. a institucionalização de planos de incentivos à implantação de ações de promoção da sustentabilidade perenes e atrativos;
9.3.2. o planejamento e a execução de ações para a ampla e eficiente divulgação de boas práticas na área temática de governança da
sustentabilidade no âmbito de toda a APF; e
9.3.3. a promoção de ações de capacitação sobre a área temática de governança da sustentabilidade, alcançando principalmente os órgãos
e entidades da APF mais representativos em termos de gastos e consumos de insumos, com vistas a disseminar os conhecimentos necessários
à implementação das diversas ações de promoção da sustentabilidade;
9.4. determinar que, nos termos do art. 45 da Lei nº 8.443, de 1992, a Secretaria Executiva da Cisap, em conjunto com os demais
representados na comissão, promova a necessária aplicação do art. 3º, caput, da Lei nº 8.666, de 1993, com o intuito de, a partir de 1º de
janeiro de 2018, exigir e acompanhar a elaboração, a implementação e a avaliação dos Planos de Gestão de Logística Sustentável (PLS)
pelos órgãos e entidades da administração federal direta, autárquica e fundacional (APF) , em consonância com o art. 16 do Decreto nº
7.746, de 2012;
9.5. determinar que, nos termos do art. 45 da Lei nº 8.443, de 1992, o Ministério do Meio Ambiente promova a necessária aplicação do art.
3º, caput, da Lei nº 8.666, de 1993, com o intuito de, no prazo de 180 dias contados da notificação deste Acórdão, apresentar o devido plano
de ação para a avaliação dos recursos financeiros e humanos necessários ao alcance das metas de expansão e de capacitação do Programa
A3P previstas no atual PPA, considerando as informações fornecidas pela sua Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania
Ambiental;
9.6. determinar que, nos termos do art. 45 da Lei nº 8.443, de 1992, a Secretaria de Mudança do Clima e Florestas do MMA (SMCQ/MMA)
promova, no prazo de 180 dias contados da notificação deste Acórdão, a necessária aplicação do art. 3º, caput, da Lei nº 8.666, de 1993,
com o intuito de:
9.6.1. ampliar as ações de capacitação dos gestores relacionadas com a certificação de prédios públicos e com a proposição de incentivos a
serem oferecidos para a obtenção da certificação, de modo a obter maior aderência dos órgãos e entidades da administração pública à IN
SLTI/MP nº 2, de 2014, além de gerar incentivos em decorrência da economia de recursos no consumo de água, energia e papel, entre outros
insumos;
9.6.2. apresentar os necessários estudos, em conjunto com a Cisap, sobre as formas de considerar, no sistema de acompanhamento das ações
de sustentabilidade, o monitoramento e o estabelecimento de parâmetros desejáveis de consumo, por tipologia de edificações, a partir da
implementação das ações de promoção da sustentabilidade; e
9.9. determinar que, sob a coordenação da Secretaria Geral de Controle Externo, a Secretaria de Controle Externo da Agricultura e do Meio
Ambiente (SecexAmbiental) adote as seguintes providências:
9.9.1. fomente, em conjunto com a Secretaria Geral de Administração do TCU, a possível implementação de comunidade federal de
governança da sustentabilidade com o intuito de incentivar o emprego das boas práticas de sustentabilidade no âmbito da administração
pública federal (APF) ;
9.9.2. acompanhe os eventuais estudos realizados pela APF, que visem aprimorar as aquisições de produtos e serviços sustentáveis e
conferir maior agilidade e eficiência no processo, além de outros incentivos legais, no caso de o órgão ou a entidade federal contar com o
devido Plano de Gestão de Logística Sustentável (PLS) ;
9.9.4. acompanhe as ações implementadas pelo Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, com vistas ao desenvolvimento e o
emprego de aplicativo de TI destinado à aferição, geral e específica, do IASA ou eventual instrumento equivalente que vier ser instituído, no
âmbito dos órgãos e das entidades da APF, nos termos do item 9.2.1 deste Acórdão;”.
 Extraordinária a insistência do Tribunal no sentido de que a Administração Pública Federal – APF, cumpra as disposições contidas no art.
3º da lei 8.666/93. Através da auditoria operacional realizada pelo TCU, constatou-se que o assunto “sustentabilidade” não vinha recebendo a
devida atenção dos órgãos da administração no que se refere às licitações públicas, apesar da clara disposição normativa.
 As recomendações e determinações do TCU envolveram toda as fases do processo de aquisições, passando pela governança, planejamento,
normatização de procedimentos, disseminação de boas práticas e capacitação de pessoal.
 A gestão dos resíduos, as compras públicas sustentáveis, e a sensibilização e capacitação dos servidores são eixos temáticos da Agenda
Ambiental da Administração Pública – A3P. Todas essas questões foram abordadas no acórdão 1.056/2017-P do TCU e o essencial para que o
mesmo seja cumprido é que as pessoas envolvidas estejam qualificadas. Somente então é que poderemos desenvolver as atividades
necessárias para que as licitações públicas funcionem como um catalisador para o desenvolvimento nacional sustentável, conforme disposto
no estatuto das licitações públicas.
 Vale salientar que este acórdão do TCU não representa um entendimento novo do Tribunal. Essa questão já foi tratada em diversas
oportunidades ainda que com um enfoque um pouco diferente. O Acórdão 2.622/2015-P, por exemplo, foi notável no tratamento das questões
relativas à governança, especialmente quanto à gestão e ao planejamento das aquisições e ao controle dos riscos envolvidos. O que é
fundamental para aquisições sustentáveis bem-sucedidas.
 Diante disso, torna-se essencial que as compras públicas sejam estudadas não somente quanto à sustentabilidade propriamente dita, mas
também quanto ao seu arcabouço administrativo que numa visão mais moderna envolve governança, gestão, planejamento e tratamento de
riscos. 
Aula 2
Sustentabilidade e Compras Públicas
Site: TCU - Tribunal de Contas da União
Curso: Licitações Sustentáveis
Livro: Aula 2
Sumário
1 Sustentabilidade e Compras Públicas
1.1 Sustentabilidade e seus três pilares
1.2 Desenvolvimento Social Sustentável
1.3 Desenvolvimento Econômico Sustentável
1.4 Preservação Ambiental
2 Compras Públicas
2.1 Compras Públicas Sustentáveis
2.2 Por que realizar compras públicas sustentáveis?
1 Sustentabilidade e Compras Públicas
 O mundo é dinâmico! Está em constante mudança. Problemas que vivenciamos hoje não tinham importância alguma há alguns anos. Do
mesmo modo, problemas de tempos atrás hoje estão sob controle e sequer pensamos neles. A questão do meio ambiente, por exemplo, só
recentemente passou a preocupar a sociedade e o governo de alguns países. O tratamento de esgotos, a poluição do ar, a conservação das
florestas e das fontes de água, a extinção de animais, a degradação da camada de ozônio, são assuntos relativamente novos. A sociedade,
vivendo em um ambiente cada vez mais opressivo, passou a cobrar uma atitude mais proativa de seus dirigentes, no sentido de preservar o
nosso mundo e manter as suas condições de habitabilidade para as gerações atuais e futuras. Isso fez com que governos e mercado passassem
a tratar a questão ambiental com mais cuidado, com um novo olhar, evitando ações imediatistas que aparentemente resolvem o problema, mas
que, na verdade, estão criando outros de muito mais difícil solução. Os conceitos mudaram, e empresas e governantes também estão
mudando, mas a mudança é lenta e a cobrança da sociedade é fundamental para que haja uma humanização das ações de governo com relação
ao meio ambiente em que vivemos.
 A sustentabilidade, contudo, não pode ser considerada apenas sob o aspecto ambiental. Nós, seres humanos, também fazemos parte desse
meio ambiente, dependemos dele e, em muitos casos, sem saber, o estamos destruindo. A qualidade do ambienteem que vivemos tem
reflexos diretos na qualidade de vida de cada um de nós. Nesse sentido, o aspecto social não pode ser desconsiderado. Muito da degradação
do nosso planeta, se deve à falta de preocupação com o povo que o habita. Desemprego, fome, miséria, violência, abandono, degeneração
humana, ausência de informações e conhecimento. É preciso que as pessoas possam viver com um mínimo de dignidade e segurança para que
a sociedade, como um todo, não seja destruída e isso passa forçosamente por políticas públicas que devem ir além da questão exclusivamente
ambiental.
 Assim, as ações de governo, em termos de sustentabilidade, de compras públicas, não podem ter como foco apenas o meio ambiente, mas
também as pessoas que nele vivem. Há de se buscar o desenvolvimento sustentável da sociedade através de ações planejadas, de curto, médio
e longo prazo. Governança e planejamento das ações! É preciso pensar no todo e não apenas em alguns segmentos. De nada adianta, por
exemplo, inaugurar uma grande hidrelétrica se as pessoas não possuem casas para receber essa energia. O desenvolvimento sustentável deve
ser buscado permanentemente através do crescimento econômico, desenvolvimento social e preservação do meio ambiente. Esses três
aspectos devem estão interligados e um não se mantém sem o outro. Para que o meio ambiente seja preservado, é preciso desenvolvimento
social o que não acontece sem crescimento econômico.
 De acordo com a ONU, “O desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das
gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades, significa possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível
satisfatório de desenvolvimento social e econômico e de realização humana e cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos
recursos da terra e preservando as espécies e os habitats naturais (ONU, 1987)”.
 Como visto, a definição da ONU contempla os três aspectos que mencionamos: social, econômico e ambiental. A administração pública,
ao executar seu orçamento, tem uma importância capital nesse processo de desenvolvimento, tornando-se um agente indutor em razão da sua
importante capacidade de interferência no mercado e na sociedade. Isso pode ser alcançado por intermédio de sua política econômica e social,
através do seu poder normativo, de suas contratações, ações sociais desenvolvidas, preservação do meio ambiente e pela aplicação dos
recursos à sua disposição de acordo com os requisitos necessários ao desenvolvimento nacional sustentável.
1.1 Sustentabilidade e seus três pilares
 A sustentabilidade, sob o ponto de vista das compras públicas, não pode ser encarada como um conceito ligado estritamente ao aspecto
ambiental, mas deve levar em conta questões muito mais amplas referentes à qualidade de vida das pessoas, ao ambiente social em que vivem
e às suas necessidades econômicas básicas, tais como emprego e renda. Desse modo, podemos considerar que a sustentabilidade se alicerça
em três pilares, desenvolvimento social, econômico e preservação do meio ambiente. Com essa perspectiva, vamos examinar cada um deles
nos tópicos a seguir. 
1.2 Desenvolvimento Social Sustentável
 Trata-se de atender, de forma permanente, as necessidades de todas as pessoas que façam parte da sociedade. Desse modo, as ações de
sustentabilidade de cunho social devem ser desenvolvidas com vista a atingir objetivos que beneficiem toda a sociedade e não apenas uma
parcela dela. Regiões mais carentes devem ser priorizadas, determinados segmentos da sociedade devem ser atendidos com mais atenção, a
educação deve ser universalizada, e a geração de renda para as camadas mais pobres e o incentivo às empresas regionais são ações que podem
propiciar um desenvolvimento social de caráter permanente. 
1.3 Desenvolvimento Econômico Sustentável
 Em um cenário econômico sustentável, deve haver competição justa entre as empresas que compõem o mercado. No Brasil, um maior
número de trabalhadores presta serviços para microempresas e empresas de pequeno porte, o que demonstra a necessidade de dar solidez e
acesso aos mercados a essas empresas, mantendo com isso as condições de emprego e renda para os cidadãos que a elas prestam seus
serviços.
 Muitas dessas empresas estão localizadas em pequenas cidades e o fortalecimento delas permitirá que os habitantes dessas regiões
consigam se manter em sua terra natal. Isso fará com que o fluxo migratório para os grandes centros urbanos seja reduzido, evitando situações
incontroláveis de superpopulação, favelização, falta de segurança pública e outras situações indesejáveis.
 A melhoria das relações de trabalho entre empregadores e empregados também deve ser uma política permanente, evitando-se a
concentração de renda, o subemprego, as más condições de trabalho e a informalidade. O ambiente de trabalho deve ser saudável, tanto sob o
aspecto físico quanto sob o aspecto das relações humanas, privilegiando o respeito mútuo entre trabalhadores e empresários o que,
certamente, fará com que o mercado cresça, minimizando os riscos da atividade empresarial e garantindo a manutenção do emprego.
1.4 Preservação Ambiental
 As empresas, partes da população e alguns órgãos públicos procuram reduzir, ou controlar, os efeitos da economia e da população sobre o
meio ambiente. Aos poucos, medidas vêm sendo implementadas, estabelecendo uma cultura de sustentabilidade, essencial para que as ações
alcancem um bom resultado e sejam compreendidas pela população.
 Algumas ações ambientais já estão sendo adotadas, como o plantio de árvores para compensar a construção de uma rodovia ou de um
edifício. É um começo, mas quase nunca as medidas mitigadoras são suficientes para reparar o dano sofrido pelo meio ambiente. Então é
preciso avançar, fazer mais.
 O crescimento econômico e o desenvolvimento social, em regra, estão relacionados com a utilização de recursos naturais. A questão
ambiental, nesse sentido, refere-se ao esforço de minimizar os efeitos negativos da utilização desses recursos sobre o meio ambiente. Uma
mudança de comportamento, de cultura, deve acontecer e para que isso seja possível, as pessoas devem ser preparadas para participar de
ações que tenham em vista o atingimento de objetivos claros.
 A sustentabilidade, como visto, leva em conta três aspectos, o ambiental, o social e o econômico. Para que o desenvolvimento sustentável
ocorra, esses três aspectos devem se harmonizar, e isso não será possível se as ações não forem planejadas, se os erros não forem corrigidos, e
se as metas não forem definidas previamente não apenas pelos gestores públicos e empresários, mas por toda a sociedade.
 O trabalho é permanente, como o próprio conceito de sustentabilidade supõe, e as ações não podem ser adotadas de maneira isolada, o
conjunto é o que importa quando se fala em sustentabilidade. O meio ambiente, o mercado e a sociedade não são organismos isolados, por
isso, devem ser tratados de maneira global, visando o benefício de todos.
 O mais importante é que todos os parceiros se envolvam nessa empreitada, governo, empresários, trabalhadores, pois a participação
isolada desses segmentos não produzirá os resultados que a sociedade e o meio ambiente exigem.
 Por conta disso, desenvolvimento sustentável é um tema que vem ganhando destaque na agenda política da Administração Pública
Federal – APF, ao longo dos últimos anos. A APF está mais consciente quanto à importância que deve ser considerada em relação à sua
capacidade de ser um agente indutor de mudanças culturais e estruturais nos processos produtivos, comercias, e de consumo, tornando-os
verdadeiramente sustentáveis.
 O legislador vem tentando aperfeiçoar os procedimentos de contratações públicas sustentáveis através de uma série de normativos. Essa
medida servindo como catalisador para a implementaçãode políticas públicas que resultam em modernização tecnológica, economia de
recursos, transparência, preservação do meio ambiente, e outros resultados importantes para que o desenvolvimento nacional sustentável seja
algo permanente e beneficie todas as camadas sociais de nosso país.
2 Compras Públicas
 As contratações públicas mobilizam tanto o setor governamental, quanto o setor privado. O governo, como grande cliente do mercado,
pode implementar mudanças de caráter ambiental em suas aquisições, com uso racional e sustentável dos recursos. Assim, o poder de compra
do Estado passa a ser um instrumento de proteção ao meio ambiente e de desenvolvimento econômico e social.
 Conforme esse contexto de valorização das compras governamentais, como meio indutor de desenvolvimento sustentável, a Secretaria de
Gestão (SEGES) do Ministério do Planejamento, tem promovido por meio de várias ações o fortalecimento do sistema de Contratações
Públicas Sustentáveis (CPS). A pauta está sob responsabilidade do Departamento de Normas e Sistemas de Logística (Delog), que tem
incluído variáveis de sustentabilidade em todas as etapas da contratação, bem como a construção e consolidação de um modelo justo de
desenvolvimento sustentável que promova essa cultura institucional e que sirva de exemplo para a sociedade .
 A Constituição Federal, Art. 37, inciso XXI, prevê, para a Administração Pública, obrigatoriedade de licitar. Esse artigo foi regulamentado
pela Lei nº 8.666, de 1 de junho de 1993, que estabeleceu normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras,
serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios.
 Licitação é o procedimento administrativo formal por intermédio do qual a Administração Pública convoca, mediante condições
estabelecidas em ato próprio (edital ou convite), empresas interessadas na apresentação de propostas para fornecimento de bens ou prestação
de serviços.
 A licitação objetiva garantir a observância do princípio constitucional da isonomia e selecionar a proposta mais vantajosa para a
Administração, de maneira a assegurar oportunidade igual a todos os interessados e possibilitar o comparecimento ao certame do maior
número possível de concorrentes, o que favorece o próprio interesse público.
 O procedimento de licitação objetiva permitir que a administração contrate aqueles que reúnam as condições necessárias para o
atendimento do interesse público, levando em consideração aspectos relacionados à capacidade técnica e econômico-financeira do licitante, à
qualidade do produto e ao valor do objeto.
2.1 Compras Públicas Sustentáveis
 Segundo o Art. 3° da Lei n° 8.666/1993, Licitação Sustentável é aquela que procura garantir a observância do princípio constitucional da
isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável. (Redação da Lei
12.349, de 2010).
 Nesse sentido, pode-se dizer que as compras públicas sustentáveis são o procedimento administrativo formal que contribui para a
promoção do desenvolvimento nacional sustentável, mediante a inserção de critérios sociais, ambientais e econômicos nas aquisições de bens,
contratações de serviços e execução de obras. De uma maneira geral, trata-se da utilização do poder de compra do setor público para gerar
benefícios econômicos, sociais e ambientais para o nosso país.
2.2 Por que realizar compras públicas sustentáveis?
 Trata-se de atender necessidades de desenvolvimento econômico e social e de preservação ambiental. As compras e licitações sustentáveis
possuem um papel estratégico para os órgãos públicos e, quando adequadamente realizadas, promovem a sustentabilidade nas atividades
públicas, disseminando uma prática essencial para o desenvolvimento nacional, um dos objetivos previstos no art. 3º da Lei 8.666/93.
 O governo brasileiro despende, anualmente, mais de 600 bilhões de reais com a aquisição de bens e contratações de serviços (15% do
PIB, aproximadamente). Nesse sentido, direcionar o poder de compra do setor público para a aquisição de produtos e serviços com critérios
de sustentabilidade implica na geração de benefícios socioambientais, na redução de impactos ambientais, ao mesmo tempo que induz e
promove o mercado de bens e serviços sustentáveis.
 Para tanto, é fundamental que os compradores públicos saibam delimitar as necessidades da instituição, conheçam a legislação aplicável e
as características dos bens e serviços que poderão ser adquiridos.
 Muitas vezes, o administrador sente-se incomodado com os custos dos produtos e serviços sustentáveis, mas isso não deve acontecer. É
necessário privilegiar a contratação desse tipo de produto, vislumbrando não um benefício imediato mas com um olhar no futuro, uma visão
de médio e longo prazo.
 A decisão de se realizar uma compra sustentável não implica, necessariamente, em maiores gastos de recursos financeiros. Isso porque
nem sempre a proposta vantajosa é a de menor preço. É necessário considerar aspectos relacionados não apenas ao negócio em si, mas
também o processo produtivo, efeitos sob o meio ambiente e. especialmente:
a) Custos ao longo de todo o ciclo de vida: É essencial ter em conta os custos de um produto ou serviço ao longo de toda a sua vida útil –
preço de compra, custos de utilização e manutenção, custos de eliminação;
b) Eficiência: as compras e licitações sustentáveis permitem satisfazer as necessidades da administração pública mediante a utilização mais
eficiente dos recursos e com menor impacto socioambiental;
c) Compras compartilhadas: por meio da criação de centrais de compras é possível utilizar-se produtos inovadores e ambientalmente
adequados sem aumentar os gastos públicos;
d) Redução de impactos ambientais e problemas de saúde: grande parte dos problemas ambientais e de saúde a nível local é influenciada pela
qualidade dos produtos consumidos e dos serviços que são prestados;
e) Desenvolvimento e Inovação: o consumo de produtos mais sustentáveis pelo poder público pode estimular os mercados e fornecedores a
desenvolverem abordagens inovadoras e a aumentarem a competitividade da indústria nacional e local.
Aula 3
Agenda A3P e Fundamentação Legal
Site: TCU - Tribunal de Contas da União
Curso: Licitações Sustentáveis
Livro: Aula 3
Sumário
1 Agenda Ambiental A3P
2 Fundamentação Legal
2.1 Constituição Federal
2.2 Lei Complementar 123/2006
2.3 Lei 8.666/93
2.4 Lei nº 6.938/81
2.5 Lei 8.213/91
2.6 Lei 10.098/2000
2.7 Lei 10.520/2002
2.8 Lei nº 12.187/2009
2.9 Lei nº 12.305/2010
2.10 Lei nº 12.349/2010
2.11 Decretos 3.555/2000 e 5.450/2005
2.12 Decreto nº 7.404/2010
2.13 Decreto 7.746/2012
2.14 Decreto 9.412/2018
2.15 Decretos 7.892/2013 e 9.488/2018
2.16 Decreto nº 9.177/2017
2.17 IN 01/2010 do Ministério do Planejamento
2.18 IN 10/2012, da SLTI, do Ministério do Planejamento
2.19 IN 05/2017 do Ministério do Planejamento
2.20 IN 01/2018 – Ministério Planejamento
1 Agenda Ambiental A3P
 “A Administração Pública, como grande consumidora de bens e serviços, como cumpridora responsável das políticas públicas e com o
poder de compra que possui por meio das licitações, precisa dar o exemplo das boas práticas nas atividades que lhe cabem. Desta forma, o
material que compõe esta cartilha foi especialmente elaborado para os gestores públicos federais, estaduais e municipais com o intuito de
auxiliá-los no processo de inserção da responsabilidade socioambiental e da sustentabilidade em tais atividades.O grande desafio consiste
em transpor o discurso meramente teórico e concretizar a boa intenção num compromisso sólido, já que a adoção de princípios sustentáveis
na gestão pública exige mudanças de atitudes e de práticas. Para que isso ocorra, se fazem necessárias a cooperaçãoe união de esforços
visando minimizar os impactos sociais e ambientais advindos das ações cotidianas atinentes à Administração Pública.Nesse sentido, o
Ministério do Meio Ambiente criou o programa Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P), uma ação que busca a construção de
uma nova cultura institucional nos órgãos e entidades públicos. A A3P tem como objetivo estimular os gestores públicos a incorporar
princípios e critérios de gestão socioambiental em suas atividades rotineiras, levando à economia de recursos naturais e à redução de gastos
institucionais por meio do uso racional dos bens públicos, da gestão adequada dos resíduos, da licitação sustentável e da promoção da
sensibilização, capacitação e qualidade de vida no ambiente de trabalho”. (Cartilha A3P do Min. Do Meio Ambiente – 3ª edição – 2009).
 A Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P) surgiu em 1999 com a finalidade de que os requisitos de sustentabilidade passassem
a integrar os processos produtivos e de comercialização com vistas à proteção do meio ambiente e ao desenvolvimento econômico e social do
país. Trata-se de uma agenda de compromissos a que os órgãos da administração podem aderir com o intuito de atuar em sintonia com as
ações mais avançadas de administração pública e sustentabilidade, além de se manterem em conformidade com a legislação que trata dessa
matéria que, por conta do ineditismo dessas questões, vem sendo aperfeiçoada regularmente.
 A A3P tem como objetivo estimular os gestores públicos a incorporar princípios e critérios de gestão socioambiental em suas atividades
rotineiras.
 A ideia é que através desse projeto, a administração pública possa atuar como indutor na busca pelo desenvolvimento nacional sustentável,
como agora dispõe a nossa lei de licitações, e de acordo com as práticas internacionais mais avançadas.
 A A3P está estruturada em seis eixos temáticos baseados na política dos 5 R's (Repensar, Reduzir, Reaproveitar, Reciclar e
Recusar o consumo de produtos com impactos socioambientais negativos. Esses seis eixos são os seguintes:
1) Uso racional dos recursos naturais e bens públicos;
2) Gestão dos resíduos;
3) Qualidade de vida no trabalho;
4) Sensibilização e capacitação dos servidores;
5) Compras Públicas sustentáveis; e
6) Construções sustentáveis.
O nosso foco são as compras públicas sustentáveis e a agenda estabelece alguns requisitos que devem ser observados para que as mesmas
se tornem prioritárias no âmbito da administração pública.
2 Fundamentação Legal
 Diversos normativos tratam da questão da sustentabilidade, especialmente no tocante às compras públicas sustentáveis. As regras de
caráter geral são postas em nossa constituição e no estatuto das compras públicas, a Lei nº 8.666/93.
2.1 Constituição Federal
 Os artigos 225 da CF/88, em conjunto com o artigo 37, XXI, e 170 podem ser considerados marcos para criação de todo o arcabouço
jurídico que trata das compras sustentáveis.
 “Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
 XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de
licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento,
mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica
indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações”.
 “Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de
vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.
 “Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência
digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
 I - soberania nacional;
 II - propriedade privada;
 III - função social da propriedade;
 IV - livre concorrência;
 V - defesa do consumidor;
 VI - defesa do meio ambiente inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de
seus processos de elaboração e prestação;
 VII - redução das desigualdades regionais e sociais;
 VIII - busca do pleno emprego;
 IX - tratamento favorecido para as empresas brasileiras de capital nacional de pequeno porte.
 Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos
públicos, salvo nos casos previstos em lei”.
2.2 Lei Complementar 123/2006
 Cria os benefícios para as microempresas e empresas de pequeno porte, especialmente nos processos de licitação. O objetivo é a inserção
no mercado dessas empresas com forte caráter social para fixação do trabalhador no seu local de origem. 
2.3 Lei 8.666/93
 Em sintonia com a determinação constitucional, a Lei de Licitações estabeleceu, em seu artigo 3º, a promoção do desenvolvimento
nacional sustentável como um de seus objetivos. É mister salientar que esse objetivo destacado na norma não subjuga os demais princípios
previstos em nossa Constituição e nela própria, haja vista que os mesmos são objetivamente relacionados no mesmo artigo. Assim, caberá ao
administrador, ponderar, no caso concreto, sobre a observância desses princípios e quanto a eventuais conflitos que porventura venham a
ocorrer, privilegiando sempre o atendimento do interesse público. 
 “Art. 3 A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa
para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os
princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da
vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos”. 
o
2.4 Lei nº 6.938/81
 Instituiu a Política Nacional do Meio Ambiente buscando compatibilizar o desenvolvimento econômico e social, com a preservação da
qualidade do meio ambiente por intermédio da definição das áreas prioritárias de ação governamental, relativa à qualidade e ao equilíbrio
ecológico.
2.5 Lei 8.213/91
 Lei nº 8.213 de 25 de julho de 1991 dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência e dá outras providências. Regula a contratação de
portadores de necessidades especiais. A empresa com 100 ou mais funcionários deverá preencher de 2% a 5% por cento dos seus cargos com
pessoas reabilitadas ou com deficiência (art. 93).
2.6 Lei 10.098/2000
 Lei da Acessibilidade - Estabelece normas gerais e os critérios básicos para promover a acessibilidade de todas as pessoas portadoras de
deficiência ou que apresentam mobilidade reduzida, indiferente de qual seja esta deficiência (visual, locomotora, auditiva e etc.), através da
eliminação dos obstáculos e barreiras existentes nas vias públicas, na reforma e construção de edificações, no mobiliário urbano e ainda nos
meios de comunicação e transporte.
2.7 Lei 10.520/2002
 Instituiu, no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, nos termos do art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, a
modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços comuns. Foi regulamentada pelos Decretos 3.555/2000 (pregão
presencial) e 5.450/2005(pregão eletrônico).
2.8 Lei nº 12.187/2009
 Instituiu a Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC), oficializando o compromisso voluntário do Brasil junto à Convenção das
Nações Unidas sobre Mudança do Clima, no sentido de reduzir a emissão de gases de efeito estufa, e garantir que o desenvolvimento
econômico e social contribua para a proteção do sistema climático global.
2.9 Lei nº 12.305/2010
 Instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos que procura organizar o tratamento que deve ser dado ao lixo produzido tanto no setor
público como no privado, estabelecendo requisitos de gerenciamento dos mesmos com vistas à proteção do meio ambiente e ao seu possível
reaproveitamento.
 O desordenado crescimento urbano, o fluxo migratório, o aumento da população e a falta de políticas públicas eficientes tem provocado
um grande descontrole no elevado volume de resíduos produzidos pela sociedade. O descarte inadequado desses resíduos além de prejudicar o
meio ambiente pode ser danoso à saúde humana, sem falar no desperdício de materiais que poderiam ser reinseridos na cadeia produtiva.
 A lei 12.305/2010 veio num momento oportuno, pois o número de lixões e a poluição de rios tem aumentado de forma preocupante. Ao
tratar dos resíduos que podem ser reciclados ou reaproveitados e do tratamento que deve ser dado àqueles que se mostram inúteis para
reciclagem, algumas situações foram ou estão sendo identificadas e resolvidas o que demonstra que as empresas, a administração pública e a
sociedade estão mais atentas à questão da sustentabilidade.
 Esta lei foi regulamentada pelo Decreto 7.404/10 que deu os primeiros passos para a criação da sistemática de logística reversa.
2.10 Lei nº 12.349/2010
 Estabelece a aplicação de margem de preferência em licitações realizadas no âmbito da administração pública federal para fins do disposto
no art. 3º da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. A Margem de preferência, tratada mais à frente, é um instituto que privilegia a produção
nacional em detrimento dos produtos de origem estrangeira.
2.11 Decretos 3.555/2000 e 5.450/2005
 Regulamentam a Lei 10.520/2002, definindo a sistemática de funcionamento do pregão presencial e do pregão eletrônico
respectivamente. 
2.12 Decreto nº 7.404/2010
 Regulamenta a Lei n 12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, cria o Comitê Interministerial
da Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Comitê Orientador para a Implantação dos Sistemas de Logística Reversa.
o
2.13 Decreto 7.746/2012
 “Regulamenta o art. 3º da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, para estabelecer critérios e práticas para a promoção do
desenvolvimento nacional sustentável nas contratações realizadas pela administração pública federal direta, autárquica e fundacional e
pelas empresas estatais dependentes, e institui a Comissão Interministerial de Sustentabilidade na Administração Pública -
CISAP.” (Redação o Decreto nº 9.178/2017).
 Esse decreto instituiu alguns requisitos de sustentabilidade e criou a Comissão Interministerial de Sustentabilidade na Administração
Pública - CISAP, de natureza consultiva e caráter permanente, vinculada à Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento,
Desenvolvimento e Gestão, cuja atribuição precípua é propor a implementação de critérios, práticas e ações de logística sustentável no âmbito
da administração pública federal direta, autárquica e fundacional e das empresas estatais dependentes.
2.14 Decreto 9.412/2018
 Corrige os valores relacionados aos limites das modalidades de licitação e às situações de dispensa previstas na Lei 8.666/93.
2.15 Decretos 7.892/2013 e 9.488/2018
 Regulamentam o Sistema de Registro de Preços, a sua forma de funcionamento e os limites de adesão para órgãos não participantes do IRP
(caronas).
2.16 Decreto nº 9.177/2017
 Regulamenta o art. 33 da lei nº 12.305/2010 e complementa os artigos 16 e 17 do decreto 7.404/2010, tornando obrigatório a realização da
logística reversa.
2.17 IN 01/2010 do Ministério do Planejamento
 Dispõe sobre os critérios de sustentabilidade ambiental na aquisição de bens, contratação de serviços ou obras pela Administração Pública
Federal direta, autárquica e fundacional e dá outras providências.
2.18 IN 10/2012, da SLTI, do Ministério do Planejamento
 Estabelece regras para elaboração dos Planos de Gestão de Logística Sustentável de que trata o art. 16, do Decreto nº 7.746, de 5 de junho
de 2012.
2.19 IN 05/2017 do Ministério do Planejamento
 Dispõe sobre as regras e diretrizes do procedimento de contratação de serviços sob o regime de execução indireta no âmbito da
Administração Pública federal direta, autárquica e fundacional. Trata da Contratação de Serviços, Planejamento, Sustentabilidade, Gestão de
Riscos, etc. 
2.20 IN 01/2018 – Ministério Planejamento
 Dispõe sobre o Sistema de Planejamento e Gerenciamento de Contratações e dos Riscos envolvidos, e sobre a elaboração do Plano Anual
de Contratações de bens, serviços, obras e soluções de tecnologia da informação e comunicações no âmbito da Administração Pública federal
direta, autárquica e fundacional.
Aula 4
Plano de Logística Sustentável , Governança, Gestão e Planejamento
Site: TCU - Tribunal de Contas da União
Curso: Licitações Sustentáveis
Livro: Aula 4
Sumário
1 Plano de Logística Sustentável
2 Governança, Gestão e Planejamento
2.1 Governança em Compras Públicas
2.2 Gestão das Compras Públicas
2.3 Planejamento de Compras Públicas
2.4 Compras Compartilhadas (Compras Públicas Sustentáveis)
2.5 Sistema de Registro de Preços
1 Plano de Logística Sustentável
 O Plano de Logística Sustentável – PLS é uma ferramenta de planejamento que permite estabelecer práticas de sustentabilidade e
racionalização dos gastos.
 O PLS foi instituído pelo Decreto 7.746/2012 (art. 16), e regulamentado pela IN 10, que estabelece regras para elaboração dos planos. Os
gestores responsáveis pelo PLS nas instituições são os dirigentes do órgão. É fundamental para que o plano seja bem-sucedido que a alta
administração participe da sua implantação e de sua gestão. Ele deve contemplar as seguintes informações:
• objetivos;
• responsabilidades dos gestores;
• ações, metas e prazos de execução; e
• mecanismos de monitoramento e avaliação dos resultados.
 A Instrução Normativa nº 10 indica o conteúdo mínimo que o PLS deve conter para que as ações sejam elaboradas de maneira adequada,
tais como:
• inventário de bens do órgão e identificação e substituição por similares de menor impacto ambiental para substituição;
• práticas de sustentabilidade e de racionalização do uso de materiais e serviços;
• responsabilidades, metodologia de implementação e avaliação do plano; e
• ações de divulgação, conscientização e capacitação.
 O PLS deve ser entendido como um instrumento de governança, pois através dele várias ações são planejadas, geridas e monitoradas,
demonstrando compromisso do órgão e da sua alta administração em atingir resultados que contribuam decisivamente para o desenvolvimento
sustentável.
2 Governança, Gestão e Planejamento
 Segundo o Banco Mundial, “governança é a maneira pela qual o poder é exercido na administração dos recursos sociais e econômicos de
um país visando o desenvolvimento, e a capacidade dos governos de planejar, formular e programar políticas e cumprir funções”.
 Nesse sentido, o Banco elenca as oito principais características da boa governança: estado de direito, transparência, responsabilidade,
orientação por consenso, igualdade e inclusividade, efetividade, eficiência e prestação de contas.
 A governança também pode ser entendida como o conjunto de processos, normas, decisões, metodologias, e outros, que demostram comouma empresa, órgão ou sociedade são administrados. Na prática, em uma entidade com boa governança, as decisões são tomadas com base
em requisitos previamente estabelecidos, as responsabilidades são bem definidas e o rito processual possui uma rotina clara e transparente.
2.1 Governança em Compras Públicas
 De acordo com o Tribunal de Contas da União, “A governança das aquisições compreende essencialmente o conjunto de mecanismos de
liderança, estratégia e controle postos em prática para avaliar, direcionar e monitorar a atuação da gestão das aquisições, com objetivo de
que as aquisições agreguem valor ao negócio da organização, com riscos aceitáveis” (Relatório do Acórdão 2.622/2015-TCU-Plenário).
 É importante observar que a governança é um conjunto de procedimentos e técnicas que perpassa todo o processo de aquisição desde a sua
fase inicial até o final da execução do serviço contratado ou entrega do bem adquirido e que conta com o envolvimento efetivo da alta direção
do órgão. A governança permite que as ações relativas às aquisições estejam em sintonia com as necessidades da organização contribuindo
para o alcance de suas metas. (Resolução TCU 247/2011, art. 2º, inciso II).
 O TCU apresenta, em forma de roteiro, 10 passos que devem ser seguidos para o estabelecimento da boa governança na administração
pública:
1. Líderes competentes – As pessoas que exercem funções estratégicas devem possuir a competência necessária ao exercício do cargo que
ocupam. Eventuais impedimentos e conflitos de interesse devem ser considerados. Nesse aspecto, é necessário que o órgão:
• Estabeleça e dê transparência ao processo de seleção de membros da Alta Administração e de colegiado superior ou conselhos;
• Capacite os membros da Alta Administração;
• Avalie o desempenho dos membros da Alta Administração;
• Garanta que os benefícios concedidos aos membros da Alta Administração, do colegiado superior ou conselhos sejam adequados, dando
transparência aos mesmos.
2. Liderar com ética e combater os desvios - é essencial que as organizações públicas estabeleçam mecanismos para encorajar e reforçar o
comportamento ético de suas lideranças e agentes. Para que isso ocorra, é preciso que a administração:
• Adote código de ética e conduta para membros da Alta Administração e de colegiado superior ou conselhos;
• Estabeleça mecanismos de controle para evitar que preconceitos, vieses ou conflitos de interesse influenciem as decisões e as ações de
membros da Alta Administração e de colegiado superior ou conselhos;
• Estabeleça mecanismos para garantir que a Alta Administração atue de acordo com padrões de comportamento baseados nos valores e
princípios constitucionais, legais, organizacionais e no código de ética e conduta adotado.
3. Sistema de governança com poderes de decisão balanceados e funções críticas segregadas - Se houver desequilíbrio ou acúmulo de
funções a governança será exercida com má qualidade. Assim, é preciso que a administração:
• Estabeleça as instâncias internas de governança da organização;
• Garanta o balanceamento de poder e a segregação de funções críticas;
• Estabeleça o sistema de governança da organização e divulgue-o para as partes interessadas.
4. Modelo de gestão da estratégia que assegure seu monitoramento e avaliação - Trata-se de um princípio básico da governança, a
possibilidade de monitoramento com vistas a avaliação de resultados. É o controle exercido pela alta administração, que para viabilizá-lo
deve-se:
• Estabelecer modelo de gestão da estratégia que considere aspectos como transparência e envolvimento das partes interessadas;
• Estabelecer a estratégia da organização;
• Monitorar e avaliar a execução da estratégia, os principais indicadores e o desempenho da organização.
5. Estratégias que considerem as necessidades das partes interessadas - O foco são os resultados que, em síntese, são de interesse dos
atores envolvidos. Para que essas estratégias sejam conhecidas e se tornem efetivas, é necessário que a direção:
• Estabeleça e divulgue canais de comunicação com as diferentes partes interessadas e assegure sua efetividade;
• Promova a participação social, com envolvimento dos usuários, da sociedade e das demais partes interessadas na governança da
organização;
• Estabeleça relação objetiva e profissional com a mídia, organizações de controle e outras organizações;
• Assegure que decisões, estratégias, políticas, programas, projetos, planos, ações, serviços e produtos atendam ao maior número possível de
partes interessadas, de modo balanceado.
6. Criação de metas, delegação de poderes e disponibilização de recursos para alcançá-las - A meta diz respeito ao objetivo que se
pretende atingir. Para que isso seja possível as pessoas envolvidas precisam ter competência para tanto e dispor de recursos para desenvolver
suas atividades. O envolvimento da alta administração do órgão é essencial para o alcance das metas e por conta disso é necessário que ela:
• Avalie, direcione e monitore a gestão;
• Responsabilize-se pelo estabelecimento de políticas e diretrizes para a gestão e pelo alcance dos resultados;
• Assegure, por meio de política de delegação e reserva de poderes, a capacidade das instâncias internas de governança de avaliar, direcionar e
monitorar a organização;
• Responsabilize-se pela gestão de riscos;
• Avalie os resultados das atividades de controle e dos trabalhos de auditoria e, se necessário, determine que sejam adotadas providências.
7. Implantação de mecanismos de coordenação de ações com outras organizações que envolvam mais de um órgão, organização ou
programa. Nesse caso, deve haver coordenação para que as ações sejam harmonizadas. Assim é preciso estabelecer mecanismos de atuação
conjunta com vistas a formulação, implementação, monitoramento e avaliação de políticas públicas transversais, multidisciplinares e/ou
descentralizadas.
8. Gerenciamento de riscos - Instituição de mecanismos de controle interno. Toda ação envolve riscos iscos que podem assumir uma
dimensão de tal ordem impedimdo o alcance de um determinado objetivo organizacional. Para controlarmos os riscos é preciso conhecê-los e
a partir daí reduzi-los a níveis toleráveis. Para que isso se torne realidade, é preciso que a alta direção:
• Estabeleça sistema de gestão de riscos;
• Monitore e avalie o sistema de gestão de riscos, a fim de assegurar que seja eficaz e contribua para a melhoria do desempenho
organizacional.
9. Existência de auditoria interna independente que agregue valor à organização.
10. Sejam definidas as diretrizes de transparência e implantado um sistema de prestação de contas e responsabilização. Isso é
essencial pois para uma boa governança é preciso haver transparência e compromisso dos envolvidos com a ética e com a instituição para a
qual trabalham. Nesse aspecto é necessário:
• Dar transparência da organização às partes interessadas, admitindo-se o sigilo, como exceção, nos termos da lei;
• Prestar contas da implementação e dos resultados dos sistemas de governança e de gestão, de acordo com a legislação vigente e com o
princípio de accountability (accountability se refere à responsabilidade do gestor, ética no exercício de suas funções, que devem ser
desenvolvidas com o dever de ser transparente e de prestar contas a instâncias controladoras ou a seus representados);
• Avaliar a imagem da organização e a satisfação das partes interessadas com seus serviços e produtos;
• Garantir que indícios de irregularidades sejam apurados de ofício, promovendo a responsabilização em caso de comprovação.
2.2 Gestão das Compras Públicas
 É importante frisar que governança não é gestão, sendo bastante razoável entender a confusão feita quando se estuda um ou outro assunto.
A NBR ISO/IEC 38.500, item 1.6.9, assim trata do assunto:
• O gerenciamento é composto por sistemas de controles e processosnecessários para alcançar os objetivos estratégicos estabelecidos pela
direção da organização; e
• O gerenciamento está sujeito às diretrizes, às políticas e ao monitoramento estabelecidos pela governança corporativa. Fonte: NBR ISO/IEC
38.500, item 1.6.9.
 Governança, por sua vez está relacionada com o estabelecimento de estratégias, política organizacional e monitoramento que visa verificar
a aplicação das diretrizes definidos pela direção da organização. A governança define o que precisa ser feito para que a organização alcance
seus objetivos, e que ações serão desenvolvidas. 
 Em síntese, podemos afirmar que a governança define o que deve ser feito em uma organização, avaliando e monitorando os processos e
resultados, sendo estabelecida pela alta administração da organização.
 A gestão, por sua vez, se preocupa em como fazer, quais pessoas devem participar, como será o processo de trabalho. A condução da
gestão fica a cargo dos profissionais designados pela alta administração.
a) direcionamento estratégico;
b) supervisionar a gestão;
c) envolver as partes interessadas;
d) gerenciar riscos estratégicos;
e) gerenciar conflitos internos;
f ) auditar e avaliar o sistema de gestão e controle; e
g) accountability (prestação de contas e responsabilidade e transparência).
São funções da gestão:
a) implementar programas;
b) garantir a conformidade com as normas aplicáveis;
c) revisar e reportar o progresso de ações;
d) garantir a eficiência administrativa;
e) manter a comunicação com as partes interessadas; e
f ) avaliar o desempenho.
 O Referencial Básico de Governança do Tribunal de Contas da União, indica que a boa governança no setor público resulta em:
a) garantia da entrega de benefícios econômicos, sociais e ambientais para os cidadãos;
b) garantia de que a organização seja, e pareça, responsável para com os cidadãos;
c) clareza acerca de quais são os produtos e serviços efetivamente prestados para cidadãos e usuários, e manter o foco nesse propósito;
d) transparência, mantendo a sociedade informada acerca das decisões tomadas e dos riscos envolvidos;
e) posse e utilização de informações de qualidade e mecanismos robustos de apoio às tomadas de decisão;
f) diálogo e prestação de contas para a sociedade;
g) garantia de qualidade e a efetividade dos serviços prestados aos cidadãos;
h) promoção do desenvolvimento contínuo da liderança e dos colaboradores;
i) definição clara dos processos, papéis, responsabilidades e limites de poder e de autoridade;
j) estruturas institucionais de governança adequadas;
k) liderança selecionada com base no conhecimento, habilidade e atitude (competências individuais);
l) avaliação de desempenho e a conformidade da organização e da liderança, mantendo um balanceamento adequado entre eles;
 São funções da governança:
m) existência de um sistema efetivo de gestão de riscos;
n) utilização de controles internos para manter os riscos em níveis adequados e aceitáveis;
o) controle das finanças de forma atenta, robusta e responsável; e
p) prestação de informações de qualidade (confiáveis, tempestivas, relevantes e compreensíveis).
2.3 Planejamento de Compras Públicas
 O planejamento de compras no âmbito da administração pública pode ser considerado de duas maneiras distintas: a primeira diz respeito à
sua logística, às necessidades precípuas da administração, ou seja, aos bens e serviços que a administração precisa para executar as suas
funções; a segunda se refere à conformidade do processo de aquisição com as normas vigentes, à regularidade de todo o procedimento
administrativo.
 O primeiro aspecto se refere ao que contratar, quando contratar, e por que contratar. É o planejamento de compras propriamente dito,
através do qual a administração deve priorizar o que será adquirido de acordo com as suas necessidades operativas e disponibilidade
orçamentária.
 É sabido que os recursos públicos são escassos, e que as necessidades públicas, de certa forma, ilimitadas. Diante disso, o administrador
deve planejar todos os dispêndios que irá realizar, procurando fazer com que as aquisições realizadas sejam suficientes para manter o órgão
sob sua responsabilidade em um bom nível de funcionamento. Desse modo, em muitas situações ele terá de decidir em que momento os
recursos serão utilizados e que tipo de objeto será contratado. Treinar os servidores ou adquirir mesas? Reformar o prédio ou investir em
terceirização? Essas e muitas outras são perguntas que deverão ser respondidas, e para que isso seja possível é preciso ter em mente que cada
unidade, cada órgão que integra a administração pública, tem a sua missão e é com foco no cumprimento dessa missão que as decisões devem
ser tomadas.
 O que contratar? Quando contratar? Como contratar? e Por que contratar?
 Ao responder essas quatro perguntas, aparentemente simples, o ordenador de despesas estará na verdade justificando todas as decisões
tomadas durante a sua gestão. O que não pode acontecer é que essas perguntas não estejam devidamente respondidas no processo de
aquisição, situação que deporá contra a adequação do caminho escolhido.
 O segundo aspecto do processo de planejamento da contratação destina-se a viabilizar a seleção da alternativa de contratação mais
vantajosa para a Administração, em subordinação aos princípios da motivação, isonomia, legalidade, impessoalidade, moralidade, igualdade,
publicidade, eficiência, probidade administrativa, vinculação ao instrumento convocatório, julgamento objetivo, e às diretrizes de ampliação
da competitividade e garantia do atendimento do interesse público, da finalidade e segurança da contratação. Assim, os dispêndios realizados
pela administração jamais podem ocorrer ao alvedrio da legislação e o interesse público deve, sempre, ser observado nesse processo.
 O planejamento deve desenvolver os requisitos da contratação, o modelo de prestação de serviços, o objeto da licitação, o modelo de
seleção de fornecedores e o modelo de gestão do contrato resultante de modo a garantir a contratação mais vantajosa para a Administração em
termos do benefício real que se deseja auferir, em relação a seus custos. Todos esses elementos conceituais devem estar explicitados em
documentos que os representem adequadamente nos autos, garantindo que as atividades destinadas a esse fim sejam executadas com
eficiência e eficácia.
 Os documentos da fase de planejamento deverão ser sucessivamente refinados até alcançar o pleno atendimento de seus objetivos e da
legislação em vigor, guardando a devida compatibilidade entre os custos e os prazos do planejamento com o valor e a importância do bem ou
serviço pretendido e os riscos envolvidos na contratação.
 Desse modo, planejar significa demonstrar que todos os parâmetros necessários à seleção da melhor proposta de fornecimento de bens e
serviços para a Administração, inclusive os de conformidade com a lei, foram observados em todas as fases do processo de contratação.
 O principal objetivo que se busca com o planejamento das compras é a redução dos riscos para a administração. Nesse sentido, além da
mera definição do que deve ser adquirido, a administração deve definir também como adquirir e de quem adquirir. Tudo isso, se materializa
na seleção da proposta mais vantajosa para a administração que não pode se resumir à busca pelo menor preço, mas àquela proposta que
melhor atenda o interesse público observando também outros requisitos essenciais, tais como prazo de entrega, preço, funcionalidade e
qualidade.
 O Tribunal de Contas de União, em diversos acórdãos, tem alertado os órgãos da administração pública quanto à necessidade de que as
compras públicas sejam adequadamente planejadas, pois trata-se de um requisito essencial de governança (Acórdão 2.504/2017-Plenário;
Acórdão 2.902/2015-Plenário).
 Recentemente, o Ministério do PlanejamentoDesenvolvimento e Gestão, editou a Instrução Normativa nº 1 de 29 de março de 2018 que
trata do Sistema de Planejamento e Gerenciamento de Contratações – PGC - e sobre o Plano Anual de Contratações de Bens e Serviços,
inclusive obras no âmbito da Administração Pública.
 O PGC pode ser acessado no endereço eletrônico http://pgc.planejamento.gov.br e permite que cada UASG elabore anualmente o seu
plano anual de aquisições através do preenchimento de formulários e tabelas. Nessas tabelas, o interessado deve indicar o grau de prioridade
de cada item, a data estimada em que a necessidade do item irá se materializar, o valor do item, quantidades, etc., conforme disposto no art. 5º
da referida IN.
 O PGC exige, ou pelo menos pressupõe, a existência de estudos técnicos preliminares, como requisito prévio para a elaboração do Plano
Anual de Aquisições, informando, em seu art. 7º, o conteúdo desse importante documento, a seguir transcrito:
 “Art. 7º Os Estudos preliminares devem conter, quando couber, o seguinte conteúdo:
I – necessidade da contratação;
II – referência a outros instrumentos de planejamento do órgão ou entidade, se houver;
III – requisitos da contratação;
IV – estimativa das quantidades, acompanhadas das memórias de cálculo e dos documentos que lhe dão suporte;
V – levantamento de mercado e justificativa da escolha do tipo de solução a contratar;
VI – definição do método para estimativas de preços ou dos meios de previsão de preços referenciais;
VII – descrição da solução como um todo;
VIII – justificativas para o parcelamento ou não da solução, quando necessária para a individualização do objeto;
IX – demonstrativo dos resultados pretendidos em termos de economicidade e de melhor aproveitamento dos recursos humanos, materiais ou
financeiros disponíveis;
X – providências para adequação do ambiente do órgão;
XI – contratações correlatas e/ou interdependentes; e
XII – declaração da viabilidade ou não da contratação.
§ 1º Juntamente com a lista dos itens que pretende contratar no exercício subsequente, de que trata o art. 10, o setor requisitante
encaminhará ao setor de licitações uma versão simplificada dos Estudos preliminares, contendo no mínimo as informações de que tratam os
incisos I, IV, VI, VIII e XII do caput.
§ 2° O documento de que trata o § 1º deverá ser posteriormente atualizado e complementado pela equipe de planejamento da contratação
quando do período de revisão e redimensionamento de que trata o art. 12.
§ 3º O sistema PGC disponibilizará campo próprio para registro dos Estudos preliminares que compõem o Plano Anual de Contratações.
§ 4º Os Estudos preliminares poderão ser simplificados quando adotados os modelos de contratação estabelecidos nos Cadernos de
Logística divulgados pela Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão.”
2.4 Compras Compartilhadas (Compras Públicas Sustentáveis)
 “É a aquisição conjunta de bens e serviços que geram menos impacto ambiental, mais justiça social e eficiência econômica com ganho de
escala, realizada por organizações públicas de diferentes setores, visando à produção e ao consumo sustentável no país” (ENAP – Renato
Cader - Novembro de 2013).
 Compras compartilhadas são aquelas que contam com a participação de diversos órgãos que desejam adquirir os mesmos produtos. O
objetivo é reduzir custos administrativos, obter ganho de escala com a aquisição de maiores quantitativos, disseminar a realização de
licitações sustentáveis por órgãos que não possuam a estrutura necessária, padronização de procedimentos, e assim por diante.
 Várias iniciativas estão sendo adotadas para promover o compartilhamento de compras. Algumas são bem-sucedidas e outras ainda tem
produzido resultados incipientes, pois os processos estão em fase inicial de desenvolvimento. Trata-se de uma excelente iniciativa que
precisará de tempo para que se possa mostrar seus resultados. 
 Algumas variáveis têm dificultado o sucesso pleno dessa medida:
- Estruturas organizacionais diferentes;
- A questão orçamentária;
- Nível de capacitação dos servidores;
- Tempo de reação de cada órgão;
- Adaptação de necessidades para viabilizar compartilhamento; e
- Legislação.
 No âmbito do Executivo federal foi criada a central de compras pelo Ministério do Planejamento, conforme Decreto nº. 9.035, de 20 de
abril de 2017.
 A ideia é excelente, pois possibilita a redução de custos, padroniza procedimentos, acelera a questão técnica relacionada à especialização
dos servidores no tocante às licitações sustentáveis, dissemina o conhecimento, e funciona como um importante instrumento de governança,
gestão e planejamento de compras públicas, com evidentes ganhos para a administração.
 Existe um risco nesse processo, o de que as compras fiquem excessivamente centralizadas, tirando do gestor a opção discricionária de
realizar uma aquisição específica para atender uma necessidade que não pode ser suprida por ações padronizadas. Contudo, trata-se de algo
que pode ser minimizado com o tempo e através de ações de planejamento que consigam manter a agilidade do gestor no desempenho de suas
funções.
2.5 Sistema de Registro de Preços
 A Lei nº 8.666/93 estabelece no seu artigo 15, inciso II, que “as compras, sempre que possível, deverão ser processadas através do sistema
de registro de preços”. Durante muito tempo, essa disposição legal foi muito pouco utilizada em razão da falta de regulamentação.
Atualmente, o assunto está regulamentado pelo Decreto nº 7.892/2013. A Lei nº 10.520/02 que instituiu o pregão, reforçou a possibilidade de
contratação através dessa sistemática, nos seguintes termos:
 “Art. 11. As compras e contratações de bens e serviços comuns, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
quando efetuadas pelo sistema de registro de preços previsto no art. 15 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, poderão adotar a
modalidade de pregão, conforme regulamento específico”.
 O Sistema de Registro de Preços funciona da seguinte forma: Uma determinada unidade administrativa, denominada Gerenciador, realiza a
licitação na modalidade concorrência ou pregão, com vistas ao registro de preços dos objetos indicados no edital pelo prazo de até um ano.
Outros órgãos da Administração podem participar do certame, alterando os quantitativos a serem fornecidos. O documento resultante da
licitação é a “Ata de Registro de Preços” que indica em seus anexos a especificação dos bens e serviços registrados e os respectivos preços. 
 Por meio dessa Ata, o fornecedor selecionado se obriga a fornecer o objeto a todos os órgãos que participaram da licitação, mantendo o
preço e as quantidades pelo prazo de vigência desse documento. Ressalte-se que os órgãos que participaram da licitação não estão obrigados a
adquirir os produtos licitados e ao fazê-lo poderão adquiri-los num quantitativo menor do que aquele registrado na Ata. 
 Existem três tipos de participantes do registro de preços: o órgão gerenciador que realiza o certame e gerencia a Ata durante todo o seu
período de vigência; o órgão participante, que desde do começo do planejamento do registro de preços demonstra interesse no procedimento e
o “carona”, assim denominados os órgãos que não participaram do processo, mas que podem adquirir a totalidade do quantitativo indicado,
desde que haja a anuência do fornecedor e fique comprovada a vantajosidade da adesão.
 Essa sistemática permite que uma única licitação seja aproveitada por inúmeras unidades, com evidentes ganhos para a Administração
Pública. É muito simples, O órgão interessado em aderir a uma determinada Ata de Registro de Preços encaminha ofício ao órgão gerenciador
indicando a especificação e quantitativo do bem ou serviço que deseja contratar. O órgão gerenciador comunica o fornecedor a quem cabe
aceitar ou não a adesão.Aceita a adesão, o órgão interessado é informado e passa a tratar diretamente com o fornecedor os detalhes da
contratação. Podem existir diversos caronas em uma única Ata e cada um deles pode adquirir até 100% do valor registrado, sendo que o
número total de caronas não pode exceder em 05 vezes o valor total registrado.
 O sistema de registro de preços é indicado nos seguintes casos:
- objeto com aquisições frequentes;
- aquisição de produtos para entrega parcelada;
- controle de estoque e redução do desperdício;
- dificuldades de se avaliar o quantitativo a ser adquirido;
- aquisição para vários órgãos da administração ou programas de governo;
- dificuldades de se fazer a adequação orçamentária;
- produtos em que seja possível obter ganho de escala na aquisição.
Aula 5
Gestão de Riscos em Licitações
Site: TCU - Tribunal de Contas da União
Curso: Licitações Sustentáveis
Livro: Aula 5
Sumário
1 Gestão de Riscos em Licitações
1.1 Mapa de Riscos
1.2 Matriz de Riscos
1 Gestão de Riscos em Licitações
 Ao instaurar um procedimento de aquisição, a administração precisa ter consciência dos riscos a que está sujeita. Esses riscos são de
naturezas diversas e vão desde o despreparo dos responsáveis pela definição e especificação do objeto, passam pela questão do preço e podem
chegar até a constatação da total desnecessidade de um bem ou serviço.
 Por conta disso, o gestor público deve tomar as medidas necessárias para minimizar os riscos envolvidos em um processo de compras
públicas. Isso somente será possível se ele conhecer o processo e tiver consciência dos impactos a que o órgão está sujeito. Mitigar os riscos
significa reduzi-los a um nível tolerável tornando os eventuais impactos administráveis pelo gestor. É preciso entender que riscos sempre
existirão em atividades que envolvem interesses tão conflitantes, como no caso das compras públicas.
 Por intermédio do Acórdão 1.273/2015 - Plenário, o Tribunal de Contas da União apresentou várias diretrizes que devem ser observadas
para uma adequada gestão de riscos nas compras públicas.
 A Instrução Normativa nº 01 de 29 de março de 2018 do Ministério do Planejamento, cuida do gerenciamento de riscos em seu art. 8º, nos
seguintes termos:
 “Art. 8º O Gerenciamento de riscos é um processo que consiste nas seguintes atividades:
I - identificação dos principais riscos que possam comprometer a efetividade do Planejamento da Contratação, da Seleção do Fornecedor e
da Gestão Contratual ou que impeçam o alcance dos resultados que atendam às necessidades da contratação;
II - avaliação dos riscos identificados, consistindo da mensuração da probabilidade de ocorrência e do impacto de cada risco;
III - tratamento dos riscos considerados inaceitáveis, por meio da definição das ações para reduzir a probabilidade de ocorrência dos
eventos ou reduzir suas consequências;
IV - para os riscos que persistirem inaceitáveis após o tratamento, definição das ações de contingência para o caso de os eventos
correspondentes aos riscos se concretizarem; e
V - definição dos setores responsáveis pelas ações de tratamento dos riscos e das ações de contingência.
Parágrafo único. Juntamente com a lista dos itens que pretende contratar no exercício subsequente, de que trata o art. 10, o setor
requisitante encaminhará ao setor de licitações o levantamento prévio dos riscos da contratação, os quais posteriormente deverão ser
atualizados e complementados pela equipe de planejamento da contratação, quando do período de revisão e redimensionamento de que trata
o art. 12.”
 Através do gerenciamento, a Administração poderá conhecer os riscos envolvidos em uma determinada contratação e esta é a melhor
forma de mitigá-los, ou reduzi-los a um nível aceitável. Casos haverão, contudo, em que os riscos permanecerão altos o que poderá
contraindicar uma determinada contratação. Para definir o nível do risco inerente a uma aquisição, o órgão precisa contar com pessoal
preparado para fazer o tratamento do risco, avaliando a probabilidade de sua ocorrência, o seu impacto e as medidas de contingência que
serão adotadas caso o risco não possa ser mitigado.
 Para identificação do risco, seus impactos e definição das medidas mitigadoras, as ferramentas mais indicadas são a matriz de riscos e o
mapa de riscos. Através desses documentos é possível visualizar com clareza a existência de determinado risco na contratação, mapear suas
causas e avaliar a probabilidade de ocorrência do fato indesejado, ou seja, se o risco é elevado, ou não, suas causas e impactos. Assim é
possível verificar que medidas poderão ser adotadas para reduzi-lo a níveis aceitáveis.
 Como visto, o risco faz parte do processo de contratação pública, mas existem formas de reduzi-lo a um nível aceitável e que não traga
prejuízos a administração e à coletividade O mais importante de tudo é conhecer os riscos para avaliar a melhor forma de enfrentá-los.
Tratando-se de licitações públicas, quais seriam os riscos mais evidentes a que a administração está sujeita?
 Ausência de Governança e Planejamento de Compras: Quando pensamos nas formas de minimizar os erros que podem ser cometidos em
um processo de compras, ou numa licitação, quase sempre somo levados a pensar na fase externa do processo, na licitação propriamente dita.
Contudo, a aquisição é um processo que possui três fases bem distintas: interna, externa e de execução. 
 Uma falha, ou uma indefinição que ocorra em qualquer dessas fases compromete todo o processo e pode gerar um risco inaceitável para a
administração. É preciso ficar atento! A contratação não se encerra com o término da licitação, mas prossegue até que a execução esteja
devidamente concluída. Desse modo, falhas no processo de planejamento, fatalmente vão se refletir no processo licitatório ou na gestão ou
execução do contrato. 
 Desse modo, para reduzir o risco nessa fase, é preciso que o planejamento seja executado por servidores com competência técnica para
tanto, que o plano anual de aquisições seja elaborado previamente, que exista disponibilidade orçamentária, que a estimativa de custo esteja
de acordo com os valores de mercado, que exista uma real necessidade na contratação do objeto e assim por diante.
 No tocante às compras, os riscos mais comuns são os decorrentes de:
a) Falha na especificação do objeto e estimativa de preço: Esse talvez seja um dos principais problemas do processo de aquisição. Objeto
mal especificado, preço estimativo em desacordo com o mercado, objeto de necessidade duvidosa, direcionamento da licitação e assim por
diante. A qualificação do pessoal é fundamental e o planejamento dos quantitativos não pode prescindir de uma boa especificação. Se
necessário, deve-se contratar pessoal especializado, de acordo com o objeto, ou compartilhar compras e contratos com órgãos que possuam
uma estrutura mais adequada. Com relação ao preço, devem ser realizadas pesquisas junto a outros órgãos que contrataram objeto semelhante,
no banco de preços do Comprasnet e outra fonte confiável, como os próprios fornecedores. O importante é que a pesquisa apresente preços
praticados no mercado. Deve-se evitar a indicação de marcas e de exigências que comprometam o caráter competitivo do certame. O objeto,
quando for técnica e economicamente viável, deve ser parcelado, aumentando assim o universo de competidores.
b) Seleção de fornecedor sem qualificação: Essa falha decorre, em regra, de má especificação do objeto ou da inadequada definição dos
documentos exigidos para fins de habilitação e qualificação técnica. A criação de modelos padronizados de termo de referência e editais e a
apresentação de justificativa para as exigências documentais a serem feitas, em regra, são suficientes para levar esse risco a níveis aceitáveis.
A qualificação técnica é muito importante para dar segurança ao gestor

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