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LEVAN RCC GERADOS NO RIO DE JANEIRO 2017

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LEVANTAMENTO DOS RESÍDUOS GERADOS PELA CONSTRUÇÃO 
CIVIL NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO 
 
 
Gabriela Mendes de Carvalho 
 
 
Projeto de Graduação apresentado ao 
Curso de Engenharia Civil da Escola 
Politécnica, Universidade Federal do Rio 
de Janeiro, como parte dos requisitos 
necessários à obtenção do título de 
Engenheira. 
Orientador: Jorge dos Santos 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro, 
Agosto de 2017
LEVANTAMENTO DOS RESÍDUOS GERADOS PELA CONSTRUÇÃO CIVIL 
NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO. 
 
Gabriela Mendes de Carvalho 
 
PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO 
DE ENGENHARIA CIVIL DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE 
FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS 
NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRA CIVIL. 
 
Examinado por: 
 
 
______________________________________________ 
Prof: Jorge dos Santos, D. Sc. 
 
______________________________________________ 
Prof: Luís Antônio Greno Barbosa, D.Sc. 
 
______________________________________________ 
Prof: Wilson Wanderley da Silva 
 
______________________________________________ 
Prof: Willy Weisshuhn. M. Sc. 
 
 
 
Rio de Janeiro 
Agosto de 2017 
 
iii 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Carvalho, Gabriela Mendes 
Levantamento de Resíduos Gerados pela Construção Civil 
na Cidade do Rio de Janeiro/ Gabriela Mendes de Carvalho – 
Rio de Janeiro: UFRJ/ Escola Politécnica, 2017. 
XV, 99 p.: il.; 29,7cm 
Orientador: Jorge dos Santos 
Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/ Curso de 
Engenharia Civil, ênfase em Construção Civil, 2017. 
Referências Bibliográficas: p. 93-99. 
1. Resíduos da Construção Civil. 2. Rio de Janeiro. I. 
Santos, Jorge. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, 
Escola Politécnica, Curso de Engenharia Civil ênfase em 
Construção Civil. III. Título. 
 
iv 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
À minha família. 
v 
AGRADECIMENTOS 
Agradeço aos meus pais e irmã por todo o amor, carinho e suporte para que eu 
alcançasse todos os meus sonhos. 
Ao meu orientador, Jorge Santos, por toda e dedicação, não somente comigo, mas, 
também, com todos os diversos alunos que recorrem a ele por ser um professor 
atencioso. Por toda a paciência com os apertados prazos para elaboração do projeto e 
por compreender que seus alunos não tem apenas esta atividade. Por nunca se negar a 
orientar algum aluno, mesmo com a agenda bem carregada. Existem sempre dois 
caminhos a se trilhar, um deles é sempre mais fácil. 
À Bruna Maffei por ter me acompanhado desde o primeiro dia de aula (quando eu 
a escolhi como amiga), em momentos bons e ruins. Por ser uma entusiasta das 
conquistas de todas as pessoas que tem o privilégio de fazer parte da sua vida. E por ser 
a pessoa mais solícita que já conheci. 
À Aline Esperança por ser a ouvinte mais paciente de todas as lamúrias e 
reclamações que já proferi. Por ser – quase que maternalmente – compreensiva com 
meus momentos de insatisfação. E por ter sido uma exímia professora, não somente 
para mim, como para outros alunos que tiveram a oportunidade de aprender com ela. 
À Luisa Mendes por toda disposição e companheirismo. Por estar sempre disposta 
a me acompanhar, independente de onde fosse. Por ter me feito feliz em diversos 
momentos, simplesmente por se fazer presente. Por ter me feito reaprender a amar. E 
por ter trazido à minha vida, seu companheiro de alma – Leandro. 
 
 
 
 
 
 
vi 
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte 
dos requisitos necessários para obtenção do grau de Engenheira Civil. 
 
Levantamento de Resíduos da Construção Civil na Cidade do Rio de Janeiro 
 
Gabriela Mendes de Carvalho 
 
Agosto/2017 
 
Orientador: Jorge dos Santos 
Curso: Engenharia Civil 
A cadeia produtiva da construção civil é responsável pela geração de 
importantes impactos ambientais em todas as etapas do seu processo: extração de 
matérias primas, produção de materiais, construção, uso e demolição. A utilização 
indiscriminada de matérias-primas não-renováveis causa problemas como, 
principalmente: escassez de áreas de deposição de resíduos, esgotamento de recursos 
naturais, problemas de saneamento urbano e contaminação ambiental. É fundamental 
que os geradores deste tipo de resíduos tenham consciência dos impactos que a 
atividade do setor causa ao meio ambiente e que seja respeitada toda legislação e 
normativos com o objetivo de minimizar estes efeitos. O presente trabalho apresenta 
uma pesquisa bibliográfica e estudo de caso sobre a gestão de resíduos da construção 
civil, com o objetivo de identificar as características (quantitativas e qualitativas) de 
geração de resíduos em obras tipicamente residenciais no Rio de Janeiro, assim como a 
cultura do setor em relação ao gerenciamento deste material para avaliar criticamente se 
todos os esforços estão sendo empregados para que as obras realizadas ocorram de 
maneira sustentável. 
 
 
Palavras-chave: Gerenciamento de resíduos, Resíduos da Construção Civil, 
Sustentabilidade. 
vii 
Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of 
the requirements for the degree of Civil Engineer. 
 
Study of Construction Waste in the City of Rio de Janeiro 
 
Gabriela Mendes de Carvalho 
 
Agosto/2017 
 
 
The productive chain in the construction industry is responsible many relevant 
environmental impacts in all stages of its process: extraction of raw materials, 
production of materials, construction, use and demolition. The indiscriminate use of 
non-renewable raw materials can cause problems such as: lack of waste disposal areas, 
ending natural resources, urban sanitation problems and environmental 
contamination. It is essential that those responsible for this type of waste are made 
aware of the impacts those activities can cause to the environment and that all 
legislation and regulations must be respected to minimize these effects. This work 
presents a bibliographical research and a case study on construction waste management. 
The objective of identifying characteristics (quantitative and qualitative) of waste 
generation in residential constructions in Rio de Janeiro, as well as the main perception 
of society when managing this kind of waste to critically evaluate whether all efforts 
are being employed to ensure that the construction sites are sustainable. 
 
 
 
 
 
Palavras-chave: Managing of Construction Waste, Construction Waste, Sustainability. 
viii 
ÍNDICE 
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 1 
1.1 Considerações Iniciais ....................................................................................... 1 
1.2 Justificativa ........................................................................................................ 1 
1.3 Objetivo ............................................................................................................. 2 
1.4 Metodologia ....................................................................................................... 2 
1.5 Estrutura do Trabalho ........................................................................................ 2 
2 A CONSTRUÇÃO CIVIL E O CRESCIMENTO URBANO DO RIO DE 
JANEIRO ........................................................................................................4 
2.1 Evolução Urbana do Rio de janeiro................................................................... 4 
2.2 Planejamento Urbano ........................................................................................ 6 
3 LEGISLAÇÃO APLICADA A RESÍDUOS ................................................... 10 
3.1 Âmbito Federal ................................................................................................ 10 
3.2 Âmbito Estadual .............................................................................................. 12 
3.3 Âmbito Municipal ........................................................................................... 13 
3.4 Normas Técnicas ............................................................................................. 16 
4 RESÍDUOS SÓLIDOS E DA CONSTRUÇÃO CIVIL .................................... 19 
4.1 Conceito e Classificação dos Resíduos ........................................................... 19 
4.2 Aspectos Históricos da Geração de Resíduos ................................................. 20 
4.3 Estimativa de Resíduos Gerados no Brasil ...................................................... 23 
4.3.1 Resíduos Sólidos Urbanos ....................................................................... 23 
4.3.2 Resíduos de Construção Civil .................................................................. 24 
4.4 Estimativa da Geração de RCC no Rio de janeiro .......................................... 26 
4.5 Cultura do Setor da Construção Civil .............................................................. 29 
4.6 Tratamento de RCC ......................................................................................... 30 
4.7 Gestão Pública ................................................................................................. 33 
4.8 Indicadores de Sustentabilidade ...................................................................... 37 
ix 
5 DIRETRIZES PARA O GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS ....................... 39 
5.1 Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil ............................ 41 
5.2 Destinação Final .............................................................................................. 46 
5.3 Destinação de Resíduos na Cidade do Rio de Janeiro ..................................... 47 
5.3.1 Centro de Tratamento de Resíduos CTR–Rio Seropédica ....................... 47 
5.3.2 Estações de Transferência de Resíduos – ETRs ...................................... 48 
5.3.3 Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho – Encerrado ......................... 51 
5.3.4 Unidades Particulares ............................................................................... 52 
6 RESÍDUOS GERADOS PELA CONSTRUÇÃO CIVIL ................................... 53 
6.1 Tipologia e Composição do RCC .................................................................... 53 
6.1.1 Rio de Janeiro ........................................................................................... 54 
6.2 Quantitativo de RCC ....................................................................................... 55 
6.3 Perdas e desperdícios ....................................................................................... 56 
7 RECICLAGEM E REAPROVEITAMENTO DE RESÍDUOS .......................... 59 
7.1 Reciclagem de RCC no Brasil ......................................................................... 60 
7.2 Reciclagem Primária e Secundária .................................................................. 62 
7.2.1 Solos excedentes (Classe A): ................................................................... 63 
7.2.2 Madeira (Classe B):.................................................................................. 64 
7.2.3 Papel, papelão e plástico (Classe B): ....................................................... 64 
7.2.4 Metais (Classe B): .................................................................................... 64 
7.2.5 Vidro (classe B): ...................................................................................... 65 
7.2.6 Gesso (Classe B): ..................................................................................... 65 
7.2.7 Alvenaria, concreto, argamassas e cerâmicos (Classe A): ....................... 66 
7.3 Impactos da Reciclagem .................................................................................. 70 
7.4 Tecnologia/Estudos ......................................................................................... 71 
7.5 Alternativas para o Aumento e a Melhoria da Reciclagem ............................. 71 
8 ESTUDO DE CASO .................................................................................. 73 
8.1 Empresa ........................................................................................................... 73 
8.2 Práticas de Gerenciamento de Resíduos .......................................................... 73 
8.2.1 Aspectos Metodológicos .......................................................................... 74 
x 
8.2.2 Locais de Acondicionamento e Separação dos Resíduos ........................ 74 
8.2.3 Educação Ambiental ................................................................................ 77 
8.3 Primavera Residencial ..................................................................................... 78 
8.3.1 Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil – PGRCC .... 81 
8.3.2 Relatório de Implantação e Acompanhamento - Quantitativos de Geração 
de Resíduos ............................................................................................................. 84 
8.4 Considerações Finais ....................................................................................... 88 
9 CONCLUSÕES ........................................................................................ 89 
ANEXO A .................................................................................................. 91 
ANEXO B ................................................................................................... 92 
10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 93 
xi 
LISTA DE FIGURAS 
Figura 1 – Macrozonas da cidade do Rio de Janeiro. (Fonte: Plano Diretor, 2011) ........ 7 
Figura 2 – Áreas de Planejamento da cidade do Rio de Janeiro. (Fonte: Plano Diretor, 
2011) ................................................................................................................................ 9 
Figura 3 – Evolução da legislação relativa ao gerenciamento de resíduos na cidade do 
Rio de Janeiro. (Fonte: Ferreira, Moreira, 2013. Adaptada pelo autor) ......................... 10 
Figura 4 - Disposição Final dos RSU coletados no Brasil (t/ano). *Fonte: ABRELPE, 
2015. ............................................................................................................................... 23 
Figura 5 – Destinação Adequada de resíduos. (Fonte: Reportagem do Jornal O Globo, 
levantamento da ABRELPE, 27/03/2017) ..................................................................... 30 
Figura 6 – Lixões em Operação no Estado do Rio de Janeiro. (Fonte: Reportagem do 
Jornal O Globo, levantamento da ABRELPE, 27/03/2017) .......................................... 40 
Figura 7 – Modelo de Quadro Resumo do PGRCC. (Fonte: Resolução SMAC n° 
604/2015) ....................................................................................................................... 43 
Figura 8 – Previsão da Utilização de Agregados Reciclados. (Fonte: Resolução SMAC 
n° 604/2015) ................................................................................................................... 44 
Figura 9 – Modelo de Relatório de Implantação e Acompanhamento.(Fonte: Resolução 
SMAC n° 604/2015) ...................................................................................................... 45 
Figura 10 – Centro de Tratamento de Resíduos – CTR-Rio (Fonte: Site CICLUS, 
imagem set/2016) ........................................................................................................... 48 
Figura 11 – Fluxo de Resíduos Coletados no Rio de Janeiro e destinados ao CTR-Rio 
(Fonte: Adaptado, COMLURB) .................................................................................... 49 
Figura 12 – ETR – Caju (Fonte: PMGIRS Rio de Janeiro 2017-2020) ......................... 49 
Figura 13 – ETR Jacarepaguá (Fonte: PMGIRS Rio de Janeiro 2017-2020) ................ 50 
Figura 14 – ETR Jacarepaguá (Fonte: PMGIRS Rio de Janeiro 2017-2020) ................ 50 
Figura 15 – ETR Santa Cruz (Fonte: PMGIRS Rio de Janeiro 2017-2020) .................. 51 
Figura 16 – ETR Bangu (Fonte: PMGIRS Rio de Janeiro 2017-2020) ......................... 51 
Figura 17 – Composição de RCC no Brasil. (Fonte: Blumenschein, 2007) .................. 54 
Figura 18 – Composição Gravimétrica de RCC no Rio de Janeiro. (Fonte: Ferreira, 
Moreira, 2013)................................................................................................................ 55 
Figura 19 – Desperdícios em Construções. (Fonte: Parisotto, 2013) ............................. 57 
Figura 20 – Quantidade de RCD reaproveitado em países da Europa (Fonte; Morand, 
2016) .............................................................................................................................. 61 
Figura 21 – Resultados de ensaios a compressão de corpos de prova. (Fonte: Assis, 
2015) .............................................................................................................................. 70 
Figura 22 – Etapa de Estrutura – Detalhe para o posicionamento da caçamba para 
deposição de resíduos. .................................................................................................... 76 
Figura 23 – Preparação do canteiro de obras. ................................................................ 76 
Figura 24 - Preparação do canteiro de obras. ................................................................. 77 
Figura 25 – Primavera Residencial concluído - Fachada ............................................... 78 
Figura 26 – Galpão de estacionamento antes do início da obra – Fachada.................... 78 
Figura 27 – Galpão de estacionamento antes da obra – Interior .................................... 79 
xii 
Figura 28 – Etapa de demolição do segundo pavimento do galpão. .............................. 79 
Figura 29 – Finalização da etapa de demolição. ............................................................ 79 
Figura 30 – Fachada do prédio em junho/2016 (à esquerda) e novembro/2016 (à direita)
 ........................................................................................................................................ 80 
Figura 31 – Etapa de Acabamento. ................................................................................ 80 
 
 
 
 
 
xiii 
LISTA DE TABELAS 
Tabela 1 – IBGE – Resultados Censo 2010 ..................................................................... 4 
Tabela 2 - Extrapolação de valores para estimativa de produção de RSU em 2017 
(*Fonte: elaboração do autor. Dados: ABRELPE, 2015 e IBGE, 2017) ....................... 23 
Tabela 3 – Geração e Coleta de RSU no Estado do Rio de Janeiro. (*Fonte: ABRELPE, 
2015) .............................................................................................................................. 24 
Tabela 4 – Estimativa de geração de RCC em alguns países. (*Fonte: IPEA, 2012) .... 25 
Tabela 5 - Extrapolação de valores para estimativa de produção de RCD em 2017 
(*Fonte: elaboração própria. Dados: ABRELPE e IBGE) ............................................. 26 
Tabela 6 - Quantidade de RCD coletada. (Elaboração Própria. Dados SNIS, 2015 e 
IBGE, 2017) ................................................................................................................... 27 
Tabela 7 – Quantidade de RCD coletada no Rio de Janeiro. (Elaboração Própria. Dados 
SNIS, 2015) .................................................................................................................... 27 
Tabela 8 – Quantidade de RCD coletada 2014 – Rio de Janeiro. (Elaboração Própria. 
Dados: SNIS, 2015 e IBGE, 2017) ................................................................................ 28 
Tabela 9 - Extrapolação de valores para estimativa de produção de RCD em 2017 
(*Fonte: elaboração própria. Dados: SNIS, 2015 e IBGE, 2017) .................................. 28 
Tabela 10 – Comparação entre a produção de RCD per capta no Brasil e no Rio de 
Janeiro. (Fonte ABRELPE, 2015 e IBGE, 2017)........................................................... 28 
Tabela 11 – Licenciamento Ambiental no Rio de Janeiro. (Fonte: elaboração própria) 36 
Tabela 12 – Relação de Empresas Licenciadas para destinação de Resíduos de 
Construção Civil na cidade do Rio de janeiro. (Fonte: SMAC, atualização em 
09/03/2016) .................................................................................................................... 41 
Tabela 13 – Estimativa de RCC gerados na cidade do Rio de Janeiro. (Fonte: COPPE, 
2015) .............................................................................................................................. 56 
Tabela 14 – Estimativa de porcentagem de RCD reciclado no país. (Adaptado. 
ABRECON, 2016) ......................................................................................................... 61 
Tabela 15 – índices de geração de RCC praticados pela Orquin. .................................. 82 
Tabela 16 – Cálculo do volume movimentado de solo. ................................................. 83 
Tabela 17 – Previsão da quantidade de resíduos que serão gerados durante a execução 
da obra. ........................................................................................................................... 83 
Tabela 18 – Previsão de resíduos total. .......................................................................... 84 
Tabela 19 – Total de Resíduos gerados obtidos através da NTRs e Manifesto de 
Resíduos. ........................................................................................................................ 85 
Tabela 20 – Resumo com o total dos resíduos gerados. ................................................ 85 
Tabela 21 – Relação dos transportadores que retiraram material da obra. .................... 87 
Tabela 22 – Relação dos destinatários de RCC gerados pela obra. ............................... 87 
 
xiv 
LISTA DE GRÁFICOS 
Gráfico 1 - Distribuição de municípios com processamento de RCC – Região Sudeste. 
(Fonte: IPEA, 2012) ....................................................................................................... 33 
Gráfico 2 - Tipo de processamento entre municípios da região Sudeste. (Fonte: IPEA, 
2012) .............................................................................................................................. 33 
Gráfico 3 – Composição de RCD que chegam às usinas de reciclagem. (Adaptado. 
ABRECON, 2016) ......................................................................................................... 62 
Gráfico 4 – Tipos de Resíduos Gerados durante a obra do Primavera Residencial. 
(Elaboração Própria) ...................................................................................................... 86 
 
 
 
 
 
 
 
 
xv 
ABREVIAÇÕES 
RCC – Resíduo da Construção CivilRCD – Resíduo de Construção e Demolição 
ABRECON – Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil 
e Demolição 
RSU – Resíduos Sólidos Urbanos 
ABRELPE – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos 
Especiais 
CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente 
IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada 
PNRS – Política Nacional de Resíduos Sólidos 
PMGRCC – Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil 
PGRCC – Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil 
SiAC – Sistema de Avaliação da Conformidade de Empresas e Serviços e Obras da 
Construção Civil 
PBQP-H – Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat 
NTR – Nota de Transporte de Resíduos 
INEA – Instituto Estadual do Ambiente 
RIA – Relatório de Implantação e Acompanhamento 
ETRs – Estações de Transferência de Resíduos 
 
1 
 
1 INTRODUÇÃO 
1.1 Considerações Iniciais 
O desenvolvimento e o crescimento dos grandes centros urbanos trazem à 
sociedade o problema da crescente geração de Resíduos Sólidos. De acordo com o 
Panorama dos Resíduos Sólidos de 2015 realizado pela ABRELPE – Associação 
Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, o Brasil gerou em um 
ano uma quantidade de 79,9 milhões de toneladas de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) 
e o Estado do Rio de Janeiro é responsável pela geração de quase 8 milhões deste total. 
Segundo Pinto (1999), em cidades brasileiras de médio e grande porte, os resíduos 
originados de construções e demolições representam de 40 a 70% de todos os sólidos 
nas cidades brasileiras, cujo destino incorreto traz prejuízos econômicos, sociais e 
ambientais. Corroborando com este valor, segundo dados fornecidos pela Associação 
Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição 
(ABRECON), em 2013, os resíduos da construção e demolição no Brasil representam 
2/3 dos resíduos sólidos urbanos, o dobro do volume de resíduos domiciliares 
(FERREIRA e MOREIRA, 2013). 
A disposição irregular deste material pode causar enchentes, perda de 
infraestrutura de drenagem por entupimento de galerias e assoreamento de canais, além 
de proliferação de vetores, poluição e aumento desnecessário de custos da 
administração pública. 
O processo de urbanização dos municípios brasileiros por consequência do 
aumento da população – que cresceu 0,77% em 2017, segundo dados do IBGE – tem 
contribuído para o aquecimento das atividades de construção civil e um aumento da 
geração de Resíduos da Construção Civil (RCC). 
1.2 Justificativa 
O RCC ocupa um grande volume para disposição final, o que cria a necessidade de 
grandes espaços e infraestrutura para destinar os resíduos que não serão reutilizados. A 
cidade do Rio de Janeiro veio passando nos últimos anos por um processo de 
2 
 
transformação devido ao crescimento urbano e, também, por sediar grandes eventos 
esportivos internacionais (Copa do Mundo de Futebol 2014 e Olimpíada de 2016). Esse 
processo faz gerar um grande volume de RCC que requer a existência de locais 
adequados para sua disposição final, como aterros sanitários. Como a cidade do Rio de 
Janeiro não possui um amplo território livre para este fim, os resíduos gerados que não 
são reciclados acabam sendo levados para outros municípios gerando um custo para a 
cidade por utilizar o aterro e por transportar para uma maior distância. 
1.3 Objetivo 
O presente trabalho tem como objetivo geral apresentar um panorama da gestão de 
RCC e seus impactos associados. Procura-se elaborar um diagnóstico qualitativo e 
quantitativo do gerenciamento do RCD – Resíduos de Construção e Demolição gerados 
pelo setor da Construção Civil tomando o Rio de Janeiro como cenário. Para avaliar na 
prática os aspectos bibliográficos levantados é realizado estudo de caso em obra de 
edificações executada na cidade do Rio de Janeiro. 
1.4 Metodologia 
O presente trabalho foi desenvolvido a partir de duas etapas. A primeira consistiu 
em uma revisão bibliográfica em livros, artigos, teses, estudo e legislação aplicável ao 
tema. A segunda envolveu o estudo de caso sobre o Plano de Gerenciamento de 
Resíduos da Construção Civil adotado por uma empresa construtora abordando uma 
obra residencial escolhida para avaliação. 
1.5 Estrutura do Trabalho 
O trabalho está dividido em nove capítulos. No primeiro, a introdução traz um 
panorama sobre a importância do tema, objetivo e a metodologia utilizada. O segundo 
capítulo apresenta o contexto de como ocorreu a evolução urbana na cidade do Rio de 
Janeiro. O terceiro capítulo aponta toda a legislação aplicada ao gerenciamento de 
resíduos da construção civil que tem direta influência sobre os geradores da cidade do 
Rio de Janeiro. O quarto capítulo traz conceitos sobre os resíduos sólidos urbanos e 
3 
 
resíduos de construção civil, além de uma estimativa da quantidade gerada no Brasil e 
no Rio de janeiro. O quinto capítulo aborda as práticas de gerenciamento de resíduos 
que devem ser aplicadas em conformidade com as legislações aplicáveis e aos métodos 
de disposição ambientalmente adequados. O sexto capítulo trata dos principais tipos de 
resíduos que são gerados pelo setor. O capítulo 7 aborda a reciclagem de resíduos 
gerados pela construção civil. O oitavo capítulo apresenta o estudo de caso realizado 
em uma obra residencial para evidenciar como feito, na prática, o gerenciamento que 
foi abordado no capítulo cinco. Por fim, o capítulo nove apresenta a conclusão do 
trabalho e as considerações finais. 
 
 
4 
 
2 A CONSTRUÇÃO CIVIL E O CRESCIMENTO 
URBANO DO RIO DE JANEIRO 
A Construção Civil sempre se coloca como protagonista na implantação de 
infraestrutura de pavimentação, saneamento e habitação, marcando com vigor o 
processo de transformação continuado a que se sujeitam às cidades, na busca contínua 
pela viabilização dos assentamentos humanos que, na sociedade pós-industrial, 
caracterizam-se como urbanos e adensados. 
A urbanização das cidades brasileiras, em geral, tem ocorrido de maneira 
espontânea e não ordenada, principalmente, devido a planejamentos e fiscalização 
ineficientes por parte do poder público (Almeida, 2013). 
De acordo com o Censo Demográfico de 2010 realizado pelo IBGE – Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística, 96,71% da população do Estado do Rio de Janeiro 
reside em espaços urbanos. Sendo que no município do Rio de Janeiro, em 2010, 100% 
da população já residia em espaço urbano. 
 
Tabela 1 – IBGE – Resultados Censo 2010 
2.1 Evolução Urbana do Rio de janeiro 
A estrutura espacial de uma cidade capitalista não pode ser dissociada das práticas 
sociais e dos conflitos existentes entre as classes urbanas. Com efeito, a luta de classes 
também reflete-se na luta pelo domínio do espaço, marcando a forma de ocupação do 
solo urbano. Por outro lado, nas cidades capitalistas, a forma de organização do espaço 
tende a condicionar e assegurar a concentração de renda e de poder na mão de poucos, 
realimentando assim os conflitos de classe. (Abreu, 2013) 
A construção civil faz parte intimamente de toda transformação e evolução dos 
espaços urbanos. As mudanças na forma de ocupação podem ser motivadas por 
Local
População 
Urbana
População 
Urbana (%)
População 
Rural
Total da 
População
Estado Rio de Janeiro 15.466.996 96,71% 526.587,00 15.993.583 
Município Rio de janeiro 6.323.037 100,00% - 6.323.037 
5 
 
inúmeros fatores, porém as obras de modernização, ampliação, demolição e ocupação 
de novos espaços sempre dependerão da construção civil para implementação.A evolução do espaço urbano do Rio de Janeiro se deu, em grande parte do tempo, 
de maneira desordenada, seguindo fluxos de interesses econômicos e teve alguns 
marcos importantes de intervenção estatal para controle e organização. 
Segundo Abreu (2013), a primeira década do século XX representa, para a cidade, 
uma época de grandes transformações, motivadas, sobretudo, pela necessidade de 
adequar a forma urbana às necessidades reais de criação, concentração e acumulação de 
capital. O Prefeito Pereira Passos deu início à transformação do Rio de Janeiro visando 
uma reforma urbana que promovesse saneamento básico e ao embelezamento da 
cidade. Assim, foram demolidos diversos cortiços onde vivia uma população de baixa 
renda em condições insalubres para o alargamento e aberturas de ruas. O Período 
Passos (1902-1906) foi um período revolucionador da forma urbana carioca que passou 
a adquirir a partir de então uma fisionomia totalmente nova e condizente com as 
determinações econômicas e ideológicas do momento. O período representa para o Rio 
de Janeiro a superação efetiva da forma e das contradições da cidade colonial-escravista 
e o início da transformação em espaço adequado às exigências do modo de produção 
capitalista. A destruição de grande número de cortiços fez surgir um déficit 
habitacional que, por sua vez, resultou no surgimento de uma nova forma de 
organização urbana: favela. A população pobre que precisava residir próximo ao local 
de trabalho adotou uma nova forma de moradia. 
O período de 1930-1950 foi marcado pelo grande crescimento populacional 
ocasionado pelo fluxo migratório em direção ao Rio de Janeiro que era a capital da 
república na época. Este aumento contribuiu para o crescimento dos subúrbios 
especialmente daqueles situados nas fronteiras como Pavuna, Anchieta ou Baixada 
Fluminense e para a expansão das favelas, sobretudo as localizadas na zona sul. O 
crescimento populacional das áreas periféricas da cidade está intimamente ligado a 
quatro fatores: obras de saneamento realizadas; eletrificação da Central do Brasil; 
instituição da tarifa ferroviária única; e a abertura da Avenida Brasil. Destes fatores 
resultou a “febre imobiliária”, que se refletiu principalmente do retalhamento intenso 
dos terrenos existentes para a criação de loteamentos, muitos dos quais foram abertos 
sem qualquer aprovação oficial (Abreu, 2013). 
6 
 
Ainda, o período 1930-1950 deu início ao processo de verticalização da cidade 
inicialmente partindo dos bairros localizados na zona sul, principalmente a orla de 
Copacabana. Um estímulo dado ao setor da construção civil fez nascer a ideia de status 
para a posição social de morar próximo à orla vendeu novamente a zona sul da cidade. 
Substituindo as unidades unifamiliares, que foram sendo demolidas, por edifícios de 
vários pavimentos. A introdução do concreto armado, permitiu à empresa imobiliária a 
transformação da aparência da zona sul, sem que para isso precisasse incorporar novas 
áreas ou fazer altos investimentos em infraestrutura urbana. 
“De fato, o concreto armado, por diminuir o custo unitário da habitação, viabilizou 
o desejo de grande parte da classe média carioca de “morar na zona sul”, desejo esse 
que foi capitalizado intensamente pela empresa imobiliária em suas campanhas 
publicitárias.” (Abreu, 2013) 
Os períodos seguintes foram marcados por um grande surto de obras públicas que 
beneficiavam apenas o centro e à zona sul devido à maior concentração de capital 
nestes locais e ao continuado processo de verticalização da cidade (que ocorre até os 
dias presentes) seguindo o sentido dos locais com maior concentração de renda. 
2.2 Planejamento Urbano 
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 trata em seu capítulo 2 
da Política Urbana a ser executada pelo Poder Público Municipal e tem como objetivo 
ordenar o pleno funcionamento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de 
seus habitantes. O texto traz a obrigatoriedade de elaboração de Plano Diretor para 
cidades com mais de 20 mil habitantes com o objetivo de centralizar as informações 
referentes ao planejamento da cidade impedindo que ocorra um crescimento 
desordenado como muitas vezes ocorreu no passado e foi descrito no item 2.1. 
O atual Plano Diretor do Rio de Janeiro foi instituído pela Lei Complementar n° 
111 de 2011. Esta Lei está organizada em seis tópicos, que se relacionam entre si: 
I) Da Política urbana e Ambiental 
II) Do Ordenamento Territorial 
III) Dos Instrumentos da Política Urbana 
7 
 
IV) Das Políticas Públicas Setoriais 
V) Das Estratégias de implementação, Acompanhamento e Controle do Plano 
Diretor 
VI) Disposições Gerais, Transitórias e Finais 
 
O ordenamento territorial estabelece a organização do território a partir do 
zoneamento e das diretrizes de uso e ocupação do solo ditando os padrões de ocupação 
a serem seguidos no processo de adensamento da cidade. O Plano, antes de apresentar 
as soluções para os problemas estruturais urbanos (herdados por maneiras equivocadas 
de gerir a cidade), expõe a composição da cidade e o ordenamento das suas diferentes 
regiões (Macrozonas e Regiões Administrativas). O Rio é dividido em quatro 
macrozonas de ocupação (assistida, incentivada, condicionada e controlada), conforme 
delimitado na Figura 1. Estas são definidas a partir da avaliação de fatores espaciais, 
culturais, econômicos, sociais, ambientais e de infraestrutura urbana. O objetivo das 
Macrozonas é de orientar: o controle das densidades, da intensidade de expansão da 
ocupação urbana; a aplicação dos instrumentos da política urbana; e indicar prioridades 
de investimentos públicos e privados. (Almeida, 2013) 
 
Figura 1 – Macrozonas da cidade do Rio de Janeiro. (Fonte: Plano Diretor, 2011) 
a) Controlada: onde o adensamento populacional, a intensidade construtiva será 
limitada, a renovação urbana se dará preferencialmente pela reconstrução ou 
8 
 
pela reconversão de edificações existentes e o crescimento das atividades de 
comércio e serviços em locais onde a infraestrutura seja suficiente, respeitadas 
as áreas predominantemente residenciais; 
b) Incentivada: onde o adensamento populacional, a intensidade construtiva e o 
incremento das atividades econômicas e equipamentos de grande porte serão 
estimulados, preferencialmente nas áreas com maior disponibilidade ou 
potencial de implantação de infraestrutura; 
c) Condicionada: onde o adensamento populacional, a intensidade construtiva e a 
instalação das atividades econômicas serão restringidos de acordo com a 
capacidade das redes de infraestrutura e subordinados à proteção ambiental e 
paisagística, podendo ser progressivamente ampliados com o aporte de 
recursos privados; 
d) Assistida: onde o adensamento populacional, o incremento das atividades 
econômicas e a instalação de complexos econômicos deverão ser 
acompanhados por investimentos públicos em infraestrutura e por medidas de 
proteção ao meio ambiente e à atividade agrícola. 
Além da divisão em macrozonas e orientações quanto à estruturação das mesmas, é 
apresentada a subdivisão do território em 5 áreas de planejamento (AP), conforme 
Figura 2. Estas áreas de planejamento agrupam Regiões Administrativas (RA) que, por 
fim, são formadas pelos bairros. 
 
 
9 
 
 
Figura 2 – Áreas de Planejamento da cidade do Rio de Janeiro. (Fonte: Plano Diretor, 2011) 
Determinadas as delimitações do território, por fim, a ocupação do solo urbano 
deve ocorrer por meio da regulação urbanística. Esta sendo em função da capacidade da 
infraestrutura, da rede de transportes, acessibilidade da proteção ao meio ambiente 
natural, e da qualidade da ambiênciaurbana. Pretendendo-se regular as áreas já 
ocupadas ou até mesmo comprometidas, por meio da limitação da densidade 
demográfica, intensidade de construção e atividades econômicas. 
 
10 
 
3 LEGISLAÇÃO APLICADA A RESÍDUOS 
A Figura 3 ilustra o cenário evolutivo da legislação aplicada ao gerenciamento de 
resíduos a partir da edição da Resolução CONAMA 307. A legislação relativa ao 
gerenciamento de resíduos está estabelecida no âmbito federal, estadual e municipal. 
As Leis Federais estabelecem diretrizes gerais e delegam aos estados e municípios a 
responsabilidade por estabelecer regras para a seleção e classificação de resíduos 
gerados pela produção, disposição provisória nos locais de produção; transporte e 
disposição final. 
 
Figura 3 – Evolução da legislação relativa ao gerenciamento de resíduos na cidade do Rio de 
Janeiro. (Fonte: Ferreira, Moreira, 2013. Adaptada pelo autor) 
3.1 Âmbito Federal 
A) Lei Federal n° 9.605/1998 
11 
 
Popularmente conhecida como “lei de crimes ambientais”, ela estabelece os crimes 
contra o meio ambiente; contra a flora; da poluição e outros crimes ambientais; dos 
crimes contra o ordenamento urbano e o patrimônio cultural; e dos crimes contra a 
administração ambiental. Assim, dispõe sobre sanções penais e administrativas 
derivadas de condutas e atividades lesivas. 
 
B) Resolução CONAMA 307/2002 
Esta resolução é considerada o principal marco regulatório para a gestão de RCC. 
O Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA traz em seu texto definições e 
classificação sobre os resíduos (que são abordados em detalhe no item 4.1) e os agentes 
envolvidos em todo processo de gestão deles; dispõe sobre as responsabilidades dos 
municípios em implementarem seus planos integrados de gerenciamento de RCC; 
diretrizes critérios e procedimentos para o manejo adequado destes resíduos. Esta 
resolução será citada algumas vezes ao longo do presente trabalho, bem como as 
resoluções que alteram parte do texto original de 2002: Resolução nº 469/2015 (altera o 
inciso II do art. 3º e inclui os § 1º e 2º do art. 3º), Resolução nº 448/12 (altera os artigos 2º, 
4º, 5º, 6º, 8º, 9º, 10 e 11 e revoga os artigos 7º, 12 e 13), Resolução nº 431/11 (alterados os 
incisos II e III do art. 3º) e Resolução nº 348/04 (alterado o inciso IV do art. 3º). 
 
C) Lei Federal n° 11.445/2007 
Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico. Considera o manejo de 
resíduos sólidos como parte integrante do saneamento básico de responsabilidade do 
Estado prover para a população mesmo que mediante a cobrança pelo serviço. Esta lei 
não especifica os resíduos de construção civil. 
 
D) Lei Federal n° 12.305/2010 
A Lei n° 12.305 instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Dentre 
os principais marcos da lei destacam-se: o estabelecimento da responsabilidade 
compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos; Estabelece como instrumentos da 
Política a coleta seletiva e a logística reversa; Obriga o encerramento de lixões e 
vazadouros em até quatro anos; reconhece o resíduo sólido como um bem econômico e 
12 
 
de valor social, gerador de trabalho, renda e promotor de cidadania; As empresas de 
construção civil ficam sujeitas à elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos 
Sólidos; 
 “Responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos: 
conjunto de atribuições individualizadas e encadeadas dos fabricantes, 
importadores, distribuidores e comerciantes, dos consumidores e dos 
titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo dos resíduos 
sólidos, para minimizar o volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados, 
bem como para reduzir os impactos causados à saúde humana e à qualidade 
ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos, nos termos desta Lei;” 
“Logística reversa: instrumento de desenvolvimento econômico e 
social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios 
destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor 
empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos 
produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada.” 
 
E) Decreto Federal n° 7.404/2010 
Regulamenta a Lei no 12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a Política 
Nacional de Resíduos Sólidos, cria o Comitê Interministerial da Política Nacional de 
Resíduos Sólidos e o Comitê Orientador para a Implantação dos Sistemas de Logística 
Reversa. Este Decreto estabelece normas para execução da Política Nacional de 
Resíduos Sólidos que integra a Política Nacional do Meio Ambiente e articula-se com 
as diretrizes nacionais para o saneamento básico e com a Política Federal de 
Saneamento Básico. 
3.2 Âmbito Estadual 
A) Lei Estadual n° 4.191/2003 
Dispõe sore a Política Estadual de Resíduos Sólidos. Ficam estabelecidos, na 
forma desta Lei, princípios, procedimentos, normas e critérios referentes à geração, 
acondicionamento, armazenamento, coleta, transporte, tratamento e destinação final dos 
13 
 
resíduos sólidos no Estado do Rio de Janeiro, visando controle da poluição, da 
contaminação e a minimização de seus impactos ambientais. 
3.3 Âmbito Municipal 
A) Lei municipal 3.273/2001 
Esta lei normatiza as atividades inerentes ao Sistema de Limpeza Urbana do 
município do Rio de Janeiro. Dentre os tipos de RSU que estão abrangidos está 
contemplado no Art. 6° o entulho de pequenas obras e reforma, de demolição ou de 
construção em habitação unifamiliar ou multifamiliar. 
 
B) Decreto n° 21.305/2002 
Regulamenta a Lei n.º 3.273, de 6 de setembro de 2001, que dispõe sobre a Gestão 
dos Serviços de Limpeza Urbana e dá outras providências. Fica atribuída à Companhia 
Municipal de Limpeza Urbana — COMLURB, na qualidade de órgão municipal 
competente, a responsabilidade pela Gestão do Sistema de Limpeza Urbana do 
Município do Rio de Janeiro conforme as disposições contidas na Lei n.º 3.273. 
 
C) Resolução SMAC n° 387/2005 
No Rio de Janeiro o órgão ambiental competente por licenciar as obras é a 
Secretaria Municipal do Meio Ambiente – SMAC. A Resolução n° 384 de 24 de maio 
de 2005 identifica os geradores de RCC que devem obrigatoriamente apresentar Projeto 
de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PGRCC) para o licenciamento de 
obras. No item 4.7 é descrita as características dos geradores segundo a SMAC. 
 
D) Decreto Municipal n° 27.078/2006 
Institui o Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil 
(PMGRCC) que estipula diretrizes técnicas para a gestão de RCC de pequenos 
geradores – aqueles que produzem até 2m³ de RCC por semana. E, ainda, institui os 
Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PGRCC) para 
14 
 
empreendimentos que produzem um volume superior a 2m³ de RCC por semana. Por 
fim, o decreto ainda regulamenta o uso de agregados reciclados em obras e serviços 
públicos e privados. 
 
E) Lei Municipal n° 4.969/2008 
Esta Lei Dispõe sobre objetivos, instrumentos, princípios e diretrizes para a gestão 
integrada de resíduos sólidos no Município do Rio de Janeiro e dá outras providências. 
Em seu capítulo V, seção III cita o Projeto de Gerenciamento de RCC como obrigação 
do grande gerador cujo empreendimento requeira a expedição de licença municipal de 
obra e estabelece os tipos de destinação de acordo com a classe dos resíduos: 
“I - Classe A (resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados): 
deverão ser reutilizados ou reciclados na forma de agregados, ou 
encaminhados a áreas de aterro de resíduos da construção civil, sendo 
dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura; 
II - Classe B (resíduos recicláveispara outras destinações): deverão ser 
reutilizados, reciclados ou encaminhados a áreas de armazenamento 
temporário, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou 
reciclagem futura; 
III - Classe C (resíduos para os quais não foram desenvolvidas 
tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua 
reciclagem/recuperação): deverão ser armazenados, transportados e 
destinados em conformidade com as normas técnicas específicas; 
IV - Classe D (resíduos perigosos ou contaminados): deverão ser 
armazenados, transportados, reutilizados e destinados em conformidade 
com as normas técnicas específicas.” 
 
F) Decreto Municipal n° 33.971/2011 
Dispõe sobre a obrigatoriedade da utilização de agregados reciclados, oriundos de 
resíduos da construção civil em obras e serviços de engenharia realizados pelo 
município do Rio de Janeiro. 
15 
 
As obras e serviços de engenharia do Município do Rio de Janeiro, executadas 
direta ou indiretamente pela administração pública, deverão utilizar agregados 
reciclados oriundos de resíduos da construção civil. Os agregados podem ser utilizados 
como: 
F1) Infra-estrutura: revestimento primário de vias (cascalhamento ou camadas de 
reforço de subleito, sub-base e base de pavimentos em estacionamentos e vias 
públicas); passeios; artefatos (blocos de vedação, peças pré-moldadas para revestimento 
de pavimento, meio-fios, sarjetas, tentos, canaletas, tubos, mourões e placas de muro); 
drenagem urbana (embasamentos, nivelamentos de fundos de vala, drenos ou 
argamassas). 
F2) Edificações: concreto “magro” não estrutural (muros, passeios, contrapisos, 
enchimentos e alvenarias de vedação); argamassas não estruturais; artefatos (blocos de 
vedação, peças pré-moldadas para revestimento de pavimento, meio-fios, sarjetas, 
tentos, canaletas, tubos, mourões e placas de muro). 
 
G) Decreto Municipal n° 37.775/2013 
Institui o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos - PMGIRS da 
Cidade do Rio de Janeiro. A atualização do PMGIRS deverá ocorrer a cada quatro anos 
a partir da publicação do presente Decreto. 
 
H) Resolução Conjunta SMAC/SECONSERVA/COMLURB n° 05/2014 
Nomeia Grupo de Trabalho para atualizar o PMGIRS da Cidade do Rio de Janeiro 
instituído pelo Decreto Municipal 37.775, de 10 de outubro de 2013. 
 
I) Resolução SMAC n° 604/2015: 
Determina que as atividades de construção, reforma, ampliação, demolição e 
movimentação de terra sujeitas ao Licenciamento Ambiental Municipal, de acordo com 
a legislação vigente, deverão apresentar o Plano de Gerenciamento de Resíduos da 
Construção Civil – PGRCC no processo administrativo de licenciamento ambiental 
para análise e visto da SMAC. 
16 
 
J) Decreto n° 42.605/2016 
Instituiu o PMGIRS da Cidade do Rio de Janeiro para o período 2017-2020, 
elaborado pela SMAC em parceria com a COMLURB e SECONSERVA. Trata-se da 
atualização do Plano anterior, instituído pelo Decreto Municipal nº 37.775 de 10 de 
outubro de 2013. A atualização do Plano incluiu novas Metas e Diretrizes a serem 
alcançadas até final de 2020. 
3.4 Normas Técnicas 
 
a) NBR 11174/1990 – Armazenamento de Resíduos Classe II – não inertes e 
III - inertes 
Esta norma fixa as condições exigíveis para obtenção das condições mínimas 
necessárias ao armazenamento de resíduos classes II - não inertes e III – inertes, de 
forma a proteger a saúde pública e o meio ambiente. 
 
b) NBR 8419/1992 – Apresentação de projetos de aterros sanitários de 
resíduos sólidos urbanos 
Esta Norma fixa as condições mínimas para a apresentação de projetos de aterros 
sanitários de resíduos sólidos urbanos. A norma define estes resíduos como: aqueles 
gerados num aglomerado urbano, excetuados os resíduos industriais perigosos, 
hospitalares sépticos e de aeroportos e portos, já definidos anteriormente. 
 
c) NBR 13896/1997 – Aterros de Resíduos não perigosos – Critérios para 
projeto, implantação e operação 
Esta norma fixa as condições mínimas exigíveis para projeto, implantação e 
operação de aterros de resíduos não perigosos, de forma a proteger adequadamente as 
coleções hídricas superficiais e subterrâneas próximas, bem como os operadores destas 
instalações e comunidades vizinhas. 
 
 
 
17 
 
d) NBR 1004/2004 – Resíduos Sólidos – Classificação 
Esta norma classifica os resíduos sólidos quanto aos seus riscos potenciais ao meio 
ambiente e à saúde pública, para que possam ser gerenciados adequadamente. A 
classificação de resíduos envolve a identificação do processo ou atividade que lhes deu 
origem, de seus constituintes e características. 
 
e) NBR 15112: Resíduos da construção civil e resíduos volumosos – Áreas de 
transbordo e triagem – Diretrizes para projeto, implantação e operação. Rio 
de Janeiro 
Esta norma fixa os requisitos exigíveis para projeto, implantação e operação de 
áreas de transbordo e triagem de resíduos da construção civil e resíduos volumosos. Os 
resíduos da construção civil são classificados, para os efeitos desta Norma e em 
conformidade com a Resolução CONAMA nº 307 conforme apresentado no item 4.1. 
 
f) NBR 15113: 2004 – Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes – 
Aterros – Diretrizes para projeto, implantação e operação 
Esta norma fixa os requisitos mínimos exigíveis para projeto, implantação e 
operação de aterros de resíduos sólidos da construção civil classe A e de resíduos 
inertes visando a preservação de materiais de forma segregada para possibilitar o reuso 
e. a proteção das coleções hídricas superficiais ou subterrâneas próximas, das condições 
de trabalho dos operadores dessas instalações e da qualidade de vida das populações 
vizinhas. 
 
g) NBR 15114: 2004 – Resíduos sólidos da construção civil – Áreas de 
reciclagem – Diretrizes para projeto, implantação e operação 
Esta norma fixa os requisitos mínimos para projeto, implantação e operação de 
áreas de reciclagem de resíduos sólidos da construção civil classe A. Deve ser aplicada 
na reciclagem de materiais já triados para a produção de agregados que poderão ser 
utilizados em obras de infraestrutura e edificações, de forma segura, sem 
comprometimento das questões ambientais. 
 
18 
 
h) NBR 15115: 2004 – Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção 
civil – Execução de camadas de pavimentação – Procedimentos 
Esta norma estabelece os critérios para utilização de agregado reciclados de 
resíduos da construção civil em camadas de reforço do subleito, sub-base e base de 
pavimentos, bem como camada de revestimento primário em obras de pavimentação. 
 
i) NBR 15116: 2004 – Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção 
civil – Utilização em pavimentação e preparo de concreto sem função 
estrutural – Requisitos 
Esta norma estabelece os requisitos para o emprego de agregados reciclados de 
resíduos sólidos da construção civil. Os agregados reciclados destinam-se a obras de 
pavimentação viária; em camadas de reforço de subleito, sub-base e base de 
pavimentação ou revestimento primário de vias não pavimentadas; e a preparo de 
concreto sem função estrutural. 
 
j) NBR 15849/2010 – Resíduos sólidos urbanos – Aterros sanitários de 
pequeno porte – Diretrizes para localização, projeto, implantação, 
operação e encerramento 
Esta norma especifica os requisitos para localização, projeto, implantação, 
operação e encerramento de aterros sanitários de pequeno porte, para a disposição final 
de resíduos sólidos urbanos, estabelecendo as condições exigências mínimas para as 
instalações de pequeno porte e as condições para a proteção dos corpos hídricos 
superficiais e subterrâneos, bem como a proteçãodo ar, do solo, da saúde e do bem-
estar das populações vizinhas. 
 
19 
 
4 RESÍDUOS SÓLIDOS E DA CONSTRUÇÃO CIVIL 
4.1 Conceito e Classificação dos Resíduos 
O Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA através da Resolução n° 
307/2002 estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da 
construção civil. Em seu artigo 2° a Resolução propõe a seguinte definição para RCC: 
“Resíduos da construção civil: são os provenientes de construções, 
reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da 
preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, 
concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e 
compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, 
plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de 
obras, caliça ou metralha;” 
Em seu Artigo 3º, a Resolução CONAMA n° 307/2002, alterada pelas Resoluções 
CONAMA n° 348/2004, n° 431/2011 e n° 469/2015, propõe a classificação dos RCC, 
que deverão seguir a seguinte divisão: 
I - Classe A - são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, 
tais como: 
a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de 
outras obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem; 
b) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: 
componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), 
argamassa e concreto; 
c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em 
concreto (blocos, tubos, meio-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras; 
II - Classe B - são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais 
como plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras, embalagens vazias de 
tintas imobiliárias e gesso; (Redação dada pela Resolução nº 469/2015). 
20 
 
III - Classe C - são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas 
tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua 
reciclagem ou recuperação; (Redação dada pela Resolução n° 431/11). 
IV - Classe D - são resíduos perigosos oriundos do processo de construção, 
tais como tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles contaminados ou 
prejudiciais à saúde oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas 
radiológicas, instalações industriais e outros, bem como telhas e demais objetos 
e materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos à saúde. 
(Redação dada pela Resolução n° 348/04). 
É importante ressaltar que o encaminhamento à destinação final ambientalmente 
adequada não é somente a disposição final dos resíduos em aterros. Ainda há de se 
esgotar o uso do resíduo até que ele não tenha valor econômico nenhum, quando, por 
fim, será definido como “rejeito”. 
“Rejeitos: resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as 
possibilidades de tratamento e recuperação por processos tecnológicos 
disponíveis e economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade que 
não a disposição final ambientalmente adequada;” (Lei n° 12.305, Agosto 
2010) 
A Lei n° 12.305, de agosto de 2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos 
Sólidos, em seu artigo 6º reconhece o resíduo sólido reutilizável como um bem 
econômico e de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania. 
Ainda, a destinação final de resíduos inclui a reutilização, a reciclagem, a 
compostagem, a recuperação e o aproveitamento energético ou outras destinações 
admitidas pelos órgãos competentes. 
4.2 Aspectos Históricos da Geração de Resíduos 
O conceito de sustentabilidade e a preocupação com disposição final de resíduos 
são questões que nem sempre foram levadas em consideração por pessoas físicas e 
jurídicas geradoras de resíduos. As primeiras preocupações com a preservação do meio 
ambiente surgiram como consequência dos efeitos da Segunda Guerra Mundial e com o 
forte desenvolvimento do setor industrial. No período pós-guerra, as novas tecnologias 
21 
 
surgidas levaram à produção de novos bens de consumo, como os produtos 
descartáveis. A partir de então, a indústria está sempre criando produtos novos e induz 
aos consumidores, através de propagandas, a nova demanda. Assim, materiais que a 
natureza leva centenas de anos para decompor passaram a ser utilizados e descartados 
indiscriminadamente. O aumento na geração e descarte de resíduos faz nascer uma 
preocupação que veio amadurecendo ao longo dos anos e, hoje, é abordada por todos. 
Quanto à utilização de resíduos da construção civil reciclados, a primeira aplicação 
significativa foi registrada, também, após a Segunda Guerra Mundial, na reconstrução 
das cidades Européias, que tiveram seus edifícios totalmente destruídos e os escombros 
ou entulho resultante foi britado para produção de agregado visando atender á demanda 
na época. Assim, pode-se dizer, que a partir de 1946 teve início o desenvolvimento da 
tecnologia de reciclagem de entulho da construção civil. (Levy, 1995). 
A constituição federal de 1988 prevê como competência comum da União, dos 
Estados e dos municípios, em seu artigo 23 VI, a proteção do meio ambiente e o 
combate a poluição em qualquer de suas formas. E ainda, em seu Artigo 225: “Todos 
têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo 
e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o 
dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. 
A questão dos resíduos sempre foi um problema para a sociedade, uma vez que o 
homem nunca conseguiu colocar em prática uma solução realmente efetiva. A 
quantidade produzida cresce com o aumento populacional e o espaço físico para 
deposita-la é finito. Porém, foi apenas no decorrer dos últimos 30 anos que se iniciaram 
no Brasil os programas de reciclagem e coletas seletivas que visam à diminuição da 
quantidade de “lixo” nos municípios. Exemplos típicos de disposição final: 
 
a) “Lixão” ou vazadouro (depósitos clandestinos): consiste no despejo em 
terrenos a céu aberto, sem medidas de proteção ao meio ambiente ou à saúde da 
população vizinha. Depósitos clandestinos, apesar de ilegais e muito prejudiciais à 
natureza, são extremamente comuns (Mattos, 2013). Provocam a degradação 
indiscriminada da natureza devido à proliferação de vetores transmissores de doenças, 
poluição do ar, água e solo, instabilidade das encostas próximas aos locais de 
deposição, catadores em péssimas condições de trabalho e etc.; 
22 
 
b) Aterros Sanitários: Originalmente concebido como um processo para 
disposição final de resíduos sólidos no solo que se fundamenta em critérios de 
engenharia (sanitária, civil e ambiental) e normas operacionais que permite a 
confinação segura em termos de poluição ambiental e proteção à saúde pública. É 
identificado pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) como local para 
disposição final ambientalmente adequada de rejeitos. 
 
c) Aterros Controlados: No passado eram permitidos projetos de aterros 
controlados. A norma ABNT NBR 8849 de 1985 fixava condições mínimas exigíveis 
para projetos de aterros controlados, que são um tipo de disposição que se situam entre 
o lixão e o aterro sanitário. Atualmente esta norma foi cancelada, pois não se licencia a 
implantação deste tipo de aterro, sendo muitas vezes concedida a licença de operação 
em casos que se tratam de uma transformação de lixões promovendo melhoria das 
condições ambientais. 
 
d) Unidade de Incineração: Método pouquíssimo utilizado no Brasil. Consiste no 
processo de queima do lixo, através de incinerador – instalação especializada onde se 
processa a combustão controladado lixo, entre 800 e 1200°C, com a finalidade de 
transforma-lo em matéria estável e inofensiva à saúde pública, reduzindo seu peso e 
volume (Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, IBGE, 2000). Após a queima o 
material obtido pode ser destinado a aterros sanitários ou ser reutilizado. 
 
e) Unidade de valorização e tratamento de resíduos: Buscam a transformação 
dos resíduos através de tratamentos físicos, químicos e biológicos para promover o 
reaproveitamento como matéria-prima para novos produtos (reciclagem). 
 
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) prevê em seu artigo 54, até 2014, 
a disposição final adequada de todos os rejeitos produzidos no Brasil. Seria o fim dos 
lixões a céu aberto existentes no Brasil. Contudo, segundo a ABRELPE, em 2015, 
41,3% dos resíduos coletados pelos municípios brasileiros ainda não possuíam 
disposição final adequada, conforme Figura 4. 
23 
 
 
Figura 4 - Disposição Final dos RSU coletados no Brasil (t/ano). *Fonte: ABRELPE, 2015. 
4.3 Estimativa de Resíduos Gerados no Brasil 
4.3.1 Resíduos Sólidos Urbanos 
Segundo a ABRELPE, em 2015 – quando a população do país era de 204,4 
milhões de habitantes (IBGE, 2017) – a geração de RSU atingiu um total de 79,9 
milhões de toneladas no Brasil. Configurando um crescimento de geração total de RSU 
a um índice de 1,7% em comparação ao ano anterior, enquanto o crescimento 
populacional foi de apenas 0,83%. Em 2017, a população atingiu 207,6 milhões de 
habitantes (IBGE, 2017), configurando um crescimento a um índice de 1,02% em dois 
anos. Conforme apresentado na Tabela 2, considerando que a taxa de crescimento da 
produção de resíduos cresce de maneira linear com o aumento populacional, pode-se 
estimar uma produção de RSU de 81,57 milhões de toneladas em 2017. 
Geração de RSU no Brasil 
Período 2014 - 2015 2015 - 2017 
Crescimento da 
população 
0,83% 1,02% 
Crescimento da 
produção de RSU 
1,70% 2,09% 
Produção de RSU 79,90 milhões 81,57 milhões 
Tabela 2 - Extrapolação de valores para estimativa de produção de RSU em 2017 (*Fonte: elaboração 
do autor. Dados: ABRELPE, 2015 e IBGE, 2017) 
24 
 
Cabe ressaltar que a quantidade de RSU produzida no país é um dado de difícil 
estimativa, pois dentre as variáveis a serem consideradas temos o crescimento 
econômico do país e não somente o crescimento da população em si. Quanto mais 
próspero é o cenário econômico atual, maior será o consumo de produtos 
industrializados, aumentando consequentemente a produção de resíduos urbanos. Como 
nos anos de 2016 e 2017 o Brasil vem vivenciando um cenário de crise econômica e 
desinvestimentos, é razoável usar o entendimento de que houve um crescimento linear 
entre o aumento populacional e o aumento da produção de resíduos, como foi utilizado 
para estimar a produção de RSU na Tabela 2. Em cenários de grande prosperidade 
econômica a taxa de produção de resíduos cresce mais do a taxa de crescimento da 
população pois representa um período de maior poder de consumo. 
Assim, o Rio de janeiro, devido a um maior desenvolvimento econômico e urbano, 
configura entre os maiores produtores de RSU per capta do país dentre os demais 
Estados Brasileiros. Segundo a ABRELBE, em 2015, o Estado do Rio de Janeiro foi o 
terceiro maior produtor de RSU per capta. Foram gerados mais de 22 mil toneladas de 
resíduos por dia, conforme apresentado na Tabela 3. 
 
Tabela 3 – Geração e Coleta de RSU no Estado do Rio de Janeiro. (*Fonte: ABRELPE, 2015) 
A prática da disposição final inadequada de RSU ainda ocorre em todas as regiões 
e estados brasileiros, e 3.326 municípios ainda fazem uso desses locais impróprios 
(ABRELPE, 2015). 
4.3.2 Resíduos de Construção Civil 
A comparação de estimativa de produção de RCC entre o Brasil e outros países 
pode fornecer uma ideia do grau de desenvolvimento atingido. Como foi discutido no 
item anterior, a geração de resíduos é proporcional ao desenvolvimento econômico e 
quantidade populacional. Por este motivo pode-se compreender porque o Brasil não se 
apresenta entre os maiores produtores deste tipo de resíduo, conforme apresentado na 
Tabela 4, mesmo não realizando uma gestão ideal para os RCC. 
2014 2015 2014 2015 2014 2015 2014 2015
16.461.173 16.550.024 21.834 22.213 1,307 1,323 21.518 21.895
(Kg/hab/dia) (t/dia)
RSU Coletado
RSU Gerado Populaçãp Total
25 
 
Sendo o objetivo do país o crescimento e desenvolvimento, há de se pensar que a 
geração de resíduos naturalmente crescerá. Por isso, é fundamental que a questão 
ambiental e a gestão dos resíduos produzidos sejam considerados como fator inerente 
ao crescimento do país. 
 
Tabela 4 – Estimativa de geração de RCC em alguns países. (*Fonte: IPEA, 2012) 
Há de se salientar que a variação de datas dos dados obtidos e apresentados na 
Tabela 4 é uma ressalva para avaliação dos valores apresentados. A geração de RCC de 
outros países certamente seria maior em 2011, ano em que a estimativa de geração do 
Brasil foi coletada. 
Segundo a ABRELPE, os municípios coletaram cerca de 45 milhões de toneladas 
de RCD em 2015, o que configura um aumento de 1,2% em relação a 2014. Esta 
situação, também observada em anos anteriores, exige atenção especial, visto que a 
quantidade total desses resíduos é ainda maior, já que não estão considerados nestes 
dados os resíduos gerados e coletados pela iniciativa privada. Seguindo o mesmo 
raciocínio adotado no item anterior pode-se estimar, conforme apresentado na Tabela 5, 
uma geração de RCD de 45,66 milhões de toneladas no ano de 2017, mais da metade 
dos RSU. 
 
 
 
26 
 
Geração de RCD no Brasil 
Período 2014 - 2015 2015 - 2017 
Crescimento da 
população 
0,83% 1,02% 
Crescimento da 
produção de RCD 
1,20% 1,47% 
Produção de RCD 45,00 milhões 45,66 milhões 
Tabela 5 - Extrapolação de valores para estimativa de produção de RCD em 2017 (*Fonte: elaboração 
própria. Dados: ABRELPE e IBGE) 
4.4 Estimativa da Geração de RCC no Rio de janeiro 
Conforme comentado no item 4.3, estimar a quantidade de RCC gerado é um 
grande desafio, principalmente pela falta de um compilamento específico desses dados, 
bem como de um órgão responsável por sistematizar e unir todas as informações 
oriundas dos agentes envolvidos em sua gestão. Somado a isso, a disposição ilegal é 
um fator que agrava bastante essa quantificação, visto que desiguala, mais ainda, a 
quantidade gerada da coletada e da disposta corretamente. (Ferreira, Moreira, 2013) 
De acordo com as informações extraídas do Diagnóstico do Manejo de Resíduos 
Sólidos Urbanos, divulgado anualmente pelo Sistema Nacional de informações sobre 
Saneamento – SNIS, o Rio de Janeiro coletou 1.103.107 toneladas de RCD em 2015, 
sendo o município do Rio de Janeiro responsável por 285.713 toneladas deste total 
(equivalente a 25,28%). Através da Tabela 6 pode-se verificar que o estado do Rio de 
Janeiro, considerada a sua dimensão, é um grande gerador de RCD. 
Quantidade coletada de RCD - 2015 
Estado População (2015) 
Pref. ou 
contratado 
por ela 
Caçambeiros 
e autônomos 
contrat. pelo 
gerador 
Próprio 
gerador 
Total 
RCD 
coletado per 
capta 
t t t t kg 
Rio de Janeiro - RJ 16.550.024 908.478 219.829 1.800 1.130.107 68 
São Paulo - SP 44.396.484 1.693.807 2.102.379 120.004 3.916.190 88 
Minas Gerais - MG 20.869.101 1.499.579 628.142 101.858 2.229.579 107 
Espírito Santo - ES 3.929.911 282.598 13.050 59.123 354.771 90 
Paraná - PR 11.163.018 294.385 45.265 39.358 379.008 34 
Rio Grande do Sul - RS 11.247.972 176.944 6.013 18.684 201.641 18 
Pernambuco - PE 9.345.603 300.857 31.134 1.354 333.345 36 
27 
 
Goiás - GO 6.610.681 557.772184.351 30.125 772.248 117 
Tabela 6 - Quantidade de RCD coletada. (Elaboração Própria. Dados SNIS, 2015 e IBGE, 2017) 
 
Tabela 7 – Quantidade de RCD coletada no Rio de Janeiro. (Elaboração Própria. Dados SNIS, 2015) 
t t t
Angra dos Reis Sim Não Não Não Não 122.522 100
Arraial do Cabo Sim Não Sim Sim Sim 10.000
Campos dos Goytacazes Sim Não Sim Sim Sim 214.650
Cantagalo Sim Não Sim Não 2.000
Casimiro de Abreu Sim Não Não Não Não 24.000
Conceição de Macabu Sim Sim Não Não Sim 500
Iguaba Grande Sim Não Sim Não Não 2.000
Laje do Muriaé Sim Não Não Não Não 660
Mangaratiba Sim Sim Não Não 90.000
Mendes Sim Não Sim Sim Não 3.600 1.000 1.000
Mesquita Sim 32.977
Miracema Sim Não Sim Sim Sim 8.500 1.750 650
Natividade Sim Não Não Não Não 2.640
Nilópolis Sim Sim Não Não Sim 32.135
Pinheiral Sim Sim Não Não Sim 7.920 0
Quatis Sim Não Não Não Não 3.102 0
Rio Claro Sim Não Não Não 50 50
Rio das Flores Sim Não Não Não Não 20 0
Rio das Ostras Sim Não Sim Não Não 17.917
Rio de Janeiro Sim Não Sim Sim Sim 68.634 217.079 0
Santa Maria Madalena Sim Não Não Não Não 4 0
São Gonçalo Sim Não Não Sim Não 40
São João de Meriti Sim 216.000
São Pedro da Aldeia Sim Não Sim Não Não 12.244
Sumidouro Sim Não Não Não Não 450
Volta Redonda Sim Sim Não Não Não 35.913 0
908.478 219.829 1.800TOTAL:
TOTAL ESTADUAL: 1.130.107
Existência Cobrança
Com 
caminhõe
s tipo 
basculant
es ou 
carroceria
Com 
carroças ou 
outro tipo de 
veículo de 
pequena 
capacidade
INFORMAÇÕES SOBRE COLETA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - RJ - 2015
Municípios
Serviço executado 
pela prefeitura
Existência 
de 
empresa 
especializ
ada
Existência de serviço de 
coleta de RCD feita por 
autônomos
Quantidade coletada
Pref. ou 
contratado 
por ela
Caçambeiros 
e autônomos 
contrat. pelo 
gerador
Próprio 
gerador
28 
 
No ano de 2014 foi coletado no Estado do Rio de Janeiro 961.056 toneladas de 
RCD, conforme apresentado na Tabela 8, o que representa um crescimento de 17,59% 
o ocorrido em 2015. Usando o mesmo raciocínio do item 4.3 para estimar a quantidade 
de resíduos que será gerada no município do Rio de Janeiro em 2017, temos uma 
estimativa de 1,31 milhões de toneladas, conforme Tabela 9. 
Quantidade coletada de RCD - 2014 
Estado População (2014) 
Pref. ou 
contratado 
por ela 
Caçambeiros 
e autônomos 
contrat. pelo 
gerador 
Próprio 
gerador 
Total 
RCD 
coletado per 
capta 
t t t t kg 
Rio de Janeiro - RJ 16.461.173 582.210 349.472 29.374 961.056 58 
Tabela 8 – Quantidade de RCD coletada 2014 – Rio de Janeiro. (Elaboração Própria. Dados: SNIS, 2015 e 
IBGE, 2017) 
Geração de RCD no Rio de Janeiro 
Período 2015 2017 
Crescimento da 
população 
0,54% 0,50% 
Crescimento da 
produção de RCD 
17,59% 16,29% 
Produção de RCD 1,13 milhões 1,31 milhões 
Tabela 9 - Extrapolação de valores para estimativa de produção de RCD em 2017 (*Fonte: elaboração 
própria. Dados: SNIS, 2015 e IBGE, 2017) 
 Brasil Rio de Janeiro 
Período 2015 2017 2015 2017 
População 
 
204.450.649 
 
207.878.104 
 
16.550.024 
 
16.718.956 
Produção de RCD 45,00 milhões 45,66 milhões 1,13 milhões 1,31 milhões 
Produção de RCD per 
capta 
0,603 kg/dia 0,602 kg/dia 0,187 kg/dia 0,215 kg/dia 
Tabela 10 – Comparação entre a produção de RCD per capta no Brasil e no Rio de Janeiro. (Fonte 
ABRELPE, 2015 e IBGE, 2017) 
A Tabela 10 apresenta a produção de RCD per capta gerada e coletada no Brasil e 
no Estado do Rio de Janeiro. Estes valores se comparados com os apresentados na 
Tabela 3 demostram que o RCD representa uma parcela de 15% do total de resíduos 
29 
 
sólidos urbanos. Este valor ainda não contabiliza a produção dos grandes geradores, 
que é apresentada no capítulo 6. 
A maioria dos municípios contabiliza as informações sobre a coleta de RCC 
executada pelo serviço público, que, normalmente, recolhe este tipo de material que foi 
lançado em locais públicos ou quando é feita a solicitação de retirada. Assim, os dados 
fornecidos pela maioria das bibliografias não fornece em suas projeções os RCC 
provenientes de serviços privados, já que estes dados não são divulgados pelas 
empresas geradoras. 
4.5 Cultura do Setor da Construção Civil 
Há grande dificuldade em se obter bibliografia e dados referentes ao que é 
praticado pelo setor da construção civil em relação aos resíduos gerados. As grandes 
empresas geradoras não costumam divulgar estas informações. Estas somente são 
divulgadas quando o gerador está em cumprimento com todas as exigências legais 
pertinentes à geração e destinação final. Porém, na prática sabe-se que muitas vezes os 
resíduos são depositados em vazadouros clandestinos ou mesmo em vias públicas. 
“No Brasil, a disposição irregular deste material (RCC) tem causado enchentes, 
perda de infraestrutura de drenagem, por entupimento de galerias e assoreamento de 
canais, além de proliferação de vetores, poluição e aumento desnecessário dos custos da 
administração pública. Em algumas cidades este material é depositado em aterros 
sanitários, procedimento este que é considerado um desperdício de dinheiro.” 
(ABRECON, 2015) 
Uma reportagem de 27/03/2017 publicada no site do jornal o Globo, constatou a 
existência de 29 vazadouros clandestinos presentes no Rio de Janeiro. Estes locais 
surgem próximos a “lixões” desativados, onde prosperam novos locais onde são 
despejados resíduos de forma irregular. A Figura 5 apresenta um levantamento feito 
pela ABRELPE comprovando que 32% dos resíduos gerados na cidade do Rio de 
Janeiro não tem uma destinação final adequada. 
30 
 
 
Figura 5 – Destinação Adequada de resíduos. (Fonte: Reportagem do Jornal O Globo, 
levantamento da ABRELPE, 27/03/2017) 
4.6 Tratamento de RCC 
Entende-se por Tratamento ou Beneficiamento o conjunto de atividades de 
natureza física, química ou biológica, realizada manual ou mecanicamente com o 
objetivo de alterar qualitativa ou quantitativamente as características dos resíduos, com 
vistas à sua redução, reaproveitamento, valorização ou ainda para facilitar sua 
movimentação ou sua disposição final adequada ao lixo, com ou sem tratamento, sem 
causar danos ao meio ambiente. Ainda, entende-se por Valorização ou Recuperação, 
quaisquer operações que permitam o reaproveitamento dos resíduos mediante processos 
de reciclagem ou reutilização de materiais inertes, compostagem da matéria orgânica do 
lixo, aproveitamento energético do biogás ou de resíduos em geral. (Lei ° 3.273/2001). 
A partir da Resolução Conama n° 307/2002, ficou definido que grandes geradores 
públicos e privados são obrigados a desenvolver e implantar um plano de gestão de 
RCD, visando a sua reutilização, reciclagem ou destinação ambientalmente adequada. 
Com isso a reciclagem ganhou uma força extra. Iniciaram-se as implantações de planos 
de gerenciamento de RCD em canteiros de obras, e normas técnicas foram elaboradas e 
publicadas pela ABNT: 
a) NBR 15113: 2004 – Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes 
– Aterros – Diretrizes para projeto, implantação e operação. 
b) NBR 15114: 2004 – Resíduos sólidos da construção civil – Áreas de 
reciclagem – Diretrizes para projeto, implantação e operação. 
31 
 
c) NBR 15115: 2004 – Agregados reciclados de resíduos sólidos da 
construção civil – Execução de camadas de pavimentação – Procedimentos. 
d) NBR 15116: 2004 – Agregados reciclados de resíduos sólidos da 
construção civil – Utilização em pavimentação e preparo de concreto sem 
função estrutural - Requisitos 
No cenário internacional,

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