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Desistencia de rapariga nas Escolas

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Laurinda Jaime Solomone Sexta-feira
Tema: Desistência de Raparigas nas Escolas 
Universidade Púnguè
Chimoio
2021
 (
Laurinda Jaime Solomone Sexta-feira
Tema: 
Desistência de Raparigas nas Escolas
 
Docente:
Dr. Evaristo Domingos
Universidade P
únguè
Chimoio
20
21
)
Índice
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO	3
1.1.	Contextualização	3
1.2. Justificativa	4
1.3. Problematização	5
1.4.	Objectivos	6
1.4.1.	Geral	6
1.4.2.	Específicos	6
1.5.	Hipóteses	6
CAPÍTULO II: METODOLOGIA	7
2.1. Enquadramento Metodológica	7
CAPÍTULO III: REVISÃO DE LITERATURA	8
3.1. Conceito dos termos	8
3.2. Desistência de rapariga nas escolas em Moçambique	9
3.3.	Factores que contribuem para a desistência de Raparigas nas escolas	10
3.3.1. Factores naturais socioculturais	11
3.3.3.1. Casamento	11
3.3.3.2. Gravidez	11
3.3.3.3. A Maneira como a sociedade olha para o género (mulheres)	12
3.3.2.	Causas Socioeconomias	12
3.3.2.1. Insucesso escolar (repetência)	12
3.3.2.2. O factor professor	13
3.3.2.3. Pobreza	14
3.3.2.4. Distância e problemas de transporte	14
CAPITULO IV: CONSIDERAÇÕES FINAIS	16
5. Referências bibliográficas	17
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
1.1. Contextualização 
O abandono escolar constitui uma das preocupações constantes do Governo Moçambicano, tendo em conta o seu nível de crescimento e os prejuízos advenientes nos domínios educativo, social, económico e familiar. Neste contexto, esforços, acordos e parcerias vêm sendo feitos entre os vários responsáveis e representantes da Educação com vista a por cobro a essa problemática, que tanto tem contribuído para o insucesso dos objectivos e metas do programa quinquenário traçados e pelos baixos rendimentos escolares, (MINED, 2006).
No âmbito do combate ao analfabetismo e da redução das assimetrias regionais em todo território moçambicano, a estratégia do Governo de Moçambique tem sido a inclusão nas escolas de toda a população em idade escolar, independentemente da raça, cultura, religião ou condições económicas dos pais e encarregados de educação. 
A exclusão da rapariga na educação é um fenómeno com maior concentração nas zonas rurais. Os níveis de desistência da rapariga na educação especialmente as raparigas das zonas rurais agravam - se ainda mais pelos obstáculos sócio - culturais que a rapariga encontra durante o processo de crescimento e que não só contribuem para o seu baixo rendimento escolar, como lutam contra a progresso das mesmas e desencorajam às, em geral a sua educação. Entre as barreiras culturais figura a baixa valorização dada a educação da rapariga e, que desencorajam o investimento das famílias nelas, (Castiano e Ngoenha, 2013).
Muita das vezes, as famílias preferem investir na educação dos rapazes na racional que os rapazes garantem a continuação da linhagem, enquanto uma vez casadas saem dela. As famílias esquecem se dos benefícios sociais da educação da rapariga (por exemplo: No seio de uma população feminina educada reduzem drasticamente os índices de mortalidade infantil e mortalidade materna; A educação da mulher contribui em grande escala para o aumento da renda familiar) e das implicações negativas da falta de alfabetização da rapariga.
O presente trabalho faz uma análise em função da actualidade inerente a problemática da desistência de raparigas nas escolas.
1.2. Justificativa
O fenómeno de abandono escolar é um processo que ocorre fundamentalmente no percurso estudantil. Este facto retarda o crescimento económico e as inovações, criando fortemente dependência dos conhecimentos pela exigência de mão-de-obra qualificada.
Perante esta situação de forte retracção económica e de intenso aumento do desemprego pela falta de qualificação queira ao nível regional ou nacional demonstra se situações de incapacidade das famílias manterem as condições primárias dos seus educandos a uma escolarização bem sucedida dos seus membros.
Esta pesquisa visa analisar as causas que levam ao abandono escolar nesta instituição com a necessidade de despertar atenção aos pais e encarregados de educação com vista a estancar este mal que afecta a sociedade.
Este trabalho é relevante num momento em que as respostas assim como as conclusões vão contribuir positivamente naquilo que deve ser para a sociedade, na melhoria do processo de ensino e aprendizagem e na redução do analfabetismo no seio das populações.
	
1.3. Problematização
Actualmente em Moçambique, os dados estatísticos no sector de educação apesar de apresentam o índice de desistência nos últimos anos, ainda continua o desperdício escolar na sociedade, que tem sido interpretado de abandono, vulgo desistência no período útil de escolaridade. Este fenómeno actualmente é mais registado no nas zonas rurais com famílias de baixa renda.
A preocupação com o abandono escolar nas escolas não é apenas assunto dos países em desenvolvimento e da África em especial. É preocupação também dos países desenvolvidos, embora para eles este esteja ao nível do ensino secundário e não no Primário como é o caso de Moçambique, (MINED, 2006).
Verifica-se que à partida, que a desistência escolar é um fenómeno com repercussões negativas para as raparigas na sociedade e que tem de ser analisado pela comunidade escolar e famílias e pelo poder político. A sua ocorrência tem consequências negativas não só na vida dos jovens por via da falta de competências pessoais e de qualificação para a vida profissional, mas também no desenvolvimento socioeconómico do país, por este tender a engrossar o país de novos pobres e desempregados.
Neste contexto surge questão de partida: Quais são os factores actuais que contribuem para o abandono escolar?
1.4. Objectivos
1.4.1. Geral
· Arrolar os factores da desistência de rapariga nas escolas em Moçambique.
1.4.2. Específicos
· Identificar os factores que contribuem para desistência de rapariga nas escolas;
· Descrever os factores que contribuem para desistência de rapariga nas escolas;
· Explicar os factores que contribuem para desistência de rapariga nas escolas.
1.5. Hipóteses
Segundo Gil (2004:31), “hipótese é uma preposição estável que pode vir a ser a solução do problema, para que a hipótese seja aceitável, teve ser clara específica, parcimoniosa, ter referências empíricas, relacionada a uma teoria e com as técnicas disponíveis”. Para o presente estudo foram traçadas as seguintes hipóteses:
· Fraco conhecimento das comunidades rurais sobre a importância da escola leva a desistência da rapariga.
· A distância escola-casa do aluno contribui para a desistência da rapariga.
· O problema da pobreza (baixa renda) das famílias é o factor principal da desistência da rapariga.
.
CAPÍTULO II: METODOLOGIA 
2.1. Enquadramento Metodológica 
Para a elaboração deste trabalho foi feito através de uma revisão bibliográfica e observação directa na comunidade. Onde foi usado o método indutivo, que é um método responsável pela generalização, isto é, partimos de algo particular para uma questão mais ampla, mais geral.
Para Lakatos e Marconi (2007:86), indução é um processo mental por intermédio do qual, partindo de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou universal, não contida nas partes examinadas. Portanto, o objectivo dos argumentos indutivos é levar a conclusões cujo conteúdo é muito mais amplo do que o das premissas nas quais nos baseia-mos.
Havendo a necessidade de alargamento dos métodos de busca do local de ancoragem do fenómeno desistência escolar aplicou-se também a esta, uma abordagem de análise qualitativa. Assim, a nossa pesquisa é basicamente descritiva e, tendo em conta a natureza da questão de partida apresentada, por nos posicionar na perspectiva de investigação do interacionismo simbólico que, segundo
Na essência, trata-se de uma investigação qualitativa, portanto, do novo paradigma “interpretativo”. Pois, “o foco da investigação qualitativa é a compreensão mais profunda dos problemas, é investigar o que está “por trás” de certos comportamentos, atitudes ou convicções.
CAPÍTULO III: REVISÃO DE LITERATURA3.1. Conceito dos termos
Educação 
Segundo Brandão (1983), considera a educação como um processo de capacitação do indivíduo no sentido de, orientá-lo a agir conscientemente mediante as diversas situações do quotidiano, correlacionando aprendizagens anteriores com o intuito de garantir a fácil integração de cada indivíduo, com isso não excluindo as necessidades indivíduas nem colectivas. 
Para Arroyo (1993) “consideram educação como um processo de adquirir experiências que actuam sobre a mente e o seu físico. Essas experiências influenciam no comportamento do indivíduo em termos de ideias ou acções, enquanto outros poderão ser rejeitados e não assimilados.”
De acordo com Durkheim (2001), a educação é uma interacção entre gerações novas e adultas. Sendo as adultas as que orientam as novas no sentido de prepará-los para a vida social, com intuito de lhe fornecer certos estados físicos, intelectuais e morais. 
Abandono escolar 
Segundo Benavente (et al. 1994), o abandono escolar “consiste em interromper a actividade escolar sem que o aluno tenha completado o percurso obrigatório ou tenha atingido o nível desejado da formação integral”
De acordo com Benavente (1976), a partir de diversos estudos, reuniu para esta designação vários termos nomeadamente, abandono, desperdício, desadaptação, desinteresse, desmotivação fracasso. Face a esta terminologia pode-se afirmar que o termo desistência escolar refere-se ao abandono da escola pelos alunos sem atingirem a meta desejada, pois a desistência leva as reprovações, repetências e mau rendimento escolar, originando o insucesso escolar. 
De acordo com o autor a cima referenciado, remete nos que o abandono escolar constitui uma das preocupações constantes no Ministério de Educação, dentro do seu plano estratégico em relação as metas do milénio que se subscreve nos objectivos tácticos de eliminar o analfabetismo no país. Uma vez que um homem formado constitui um homem impulsionador de desenvolvimento da sociedade e não só para a vida familiar e também para si próprio. O problema do abandono escolar tem sido constantemente debatido não apenas por órgãos governamentais, mas também pelo meio académico. A qualidade do sistema educacional de no nosso país, actualmente distancia-se de se um indicador dos níveis de desenvolvimento e bem-estar social. Desta forma, o provimento de educação de qualidade que estimula o desenvolvimento de estudantes adolescentes tem se tornado uma estratégia importante em diversos países.
3.2. Desistência de rapariga nas escolas em Moçambique
Em Moçambique a incidência de alfabetismo é verificada de região para onde as raparigas as menos alfabetizadas devido a factores culturais, sociais, económicos e religiosos. Este fenómeno acontece com maior incidência nas zonas rurais. Nessas zonas com a consciencialização do governo, nos dias de hoje nota-se um índice de alfabetismo muito baixa e desistência muito elevada por parte da rapariga, este factor deve-se as crenças e por vezes pela educação dada pelos pais, porque muitos pais ainda acreditam que a mulher deve permanecer em casa a fazer trabalhos domésticos, agravado se ainda obstáculo socioculturais que a rapariga encontra durante o processo de crescimento o que não só contribui para o seu baixo rendimento escolar, como lutam contra o processo das mesmas e desencorajam as raparigas. Entre as barreiras culturais a baixa valorização dada a educação da rapariga é que desencorajam o investimento das famílias nelas, (Buendia, 2000).
Das implicações negativas da falta de escolarização da rapariga encontramos as seguintes: casamentos prematuros, elevada taxas de natalidade, elevada taxas de mortalidade materna, falta de informação no que diz respeito ao planeamento familiar. Este caso das desistências preocupa as autoridades, (Bertrand, 2001).
O ministro de Educação e Desenvolvimento Humano disseram que o abandono das aulas pelas raparigas é um desperdício: Aquelas meninas que estamos a deixar ficar fora são  meninas muito inteligentes e que estamos a deixar ficar a trás. São meninas que podiam ser médicas, engenheiras, professores, autónomas, mas é  preciso que a gente trabalhe para inverter a situação. Disse ainda tirar as meninas na escola não vai ajudar o país, pois não é esse Moçambique que queremos ver crescer, (MEDH, 2015).
Em muitas escolas da cidade de Chimoio tem se verificado a cada ano que passa a desistência das alunas na escola com um número elevado. Este fenómeno tem acontecido no segundo e com maior pico no terceiro trimestre, uma vez que só resta um trimestre para o fim do ano lectivo. Não  se percebendo a maior causa da desistência delas na escola, isso tem influenciado negativamente no plano do governo, na redução do analfabetismo da rapariga em Moçambique. Porque as raparigas desistem mesmo antes de concluir o ensino primário que é de carácter obrigatório e gratuita.
3.3. Factores que contribuem para a desistência de Raparigas nas escolas
Segundo Benavente (1976), a questão de desistência escolar pressupõe a coexistência de inúmeros factores que incluem as políticas educativas, as questões de aprendizagem, aos conteúdos e mesmo a relação pedagógica que se estabelece. Contudo da ênfase aos problemas que os alunos não conseguem resolver nomeadamente: 
· Entre a escola e a realidade em que vivem; 
· Entre as aprendizagens exigidas pela escola e as da família e do meio social; 
· Entre as aspirações, normas e valores da família e as exigências da escola. 
Para Marchesi (2006), defendem que o termo de desistência escolar é ainda mais discutível por enquanto encerra algumas ideias: em primeiro lugar, a ideia de que o aluno “fracassado” não progrediu praticamente nada em âmbito dos seus conhecimentos escolares, nem a nível pessoal e social, o que não corresponde em absoluto a realidade. Em segundo lugar, porque o termo “fracasso” oferece uma imagem negativa do aluno ao mesmo tempo que centra neste, toda a responsabilidade do insucesso escolar, esquecendo a responsabilidade de outros agentes e instituições como condições sociais, a família, o sistema educativo ou a própria escola”.
De acordo com Rumberguer e Lima (2008:93) discutindo sobre a desistência escolar em diversas escolas Moçambicanas, constataram o seguinte: 
· Que o processo para abandono começa-se a fazer sentir com o rendimento baixo por parte dos alunos; 
· Comportamentos dos alunos no ambiente interno e externo da escola, que incide-se mais com actos de faltas, actos delinquentes e abuso de substâncias ilegais. 
Muitas das vezes as famílias não têm consciência que o seu comportamento e atitudes prejudicam o sucesso do filho na escola, todavia não é fácil para nenhum professor, ou membro da escola informar isso abertamente, pois esta atitude provocaria reacções agressivas, de tristeza ou magoas que de um jeito recairiam sobre a criança (Avanzini 1967).
Por sua vez, Durkheim (2009), aponta para os factores sociais com grande impacto na vida dos alunos, o desemprego dos pais, necessidades de trabalhar para ajudar com as despesas da família, ma companhias, problemas familiares e desinteresse pelo estudo. Queiroz por meio de um estudo qualitativo apontou para os factores sociais como tendo alto impacto na rotina dos alunos, como: 
· Desemprego dos pais; 
· Necessidade em trabalhar para ajudar nas despesas familiares; 
· Problemas familiares; 
· Desinteresse pelos estudos. 
Os autores acima referem ainda que os dois aspectos, acima citados, tendem a diminuir quando o ambiente familiar é estável e acesso a recursos sociais e financeiros influenciam de forma significativa para o aluno permanecer no sistema escolar. 
3.3.1. Factores naturais socioculturais
3.3.3.1. Casamento
O casamento prematuro é o factor mais preocupante. Muitas raparigas casam antes de concluir o nível primário. Se este for o caso das raparigas, devido as tradições, os pais fazem tudo o que lhes é possível para casar as suas filhas logo após a primeira menstruação mesmo se isto se realize com apenas 12 ou 15 anos. Para obter dinheiro ou bens através dela, ospais precisam de casar as suas filhas ainda virgens. No que tange ao rito de iniciação, o ritual feminino enaltece o início da vida sexual e, desta maneira, os rituais podem levar as meninas a experimentar o sexo. Se porventura o praticarem e se engravidarem, na escola são interditas de frequentar o curso diurno podendo estudar somente no curso nocturno. Se o lugar onde ela mora é distante da escola ou mesmo, não existe o curso nocturno, a solução é de abandonar a escola.
Conforme explica Dengue (2014), muitas alunas começaram são obrigadas a desistir a escola quando esta apresenta suas aparências físicas bem desenvolvida, como forma de preservar o sucesso do futuro casamento, tornando fonte de riqueza ou valores monetários através de lobolo dos pais. As famílias não toma em conta a idade cronológica (que raras vezes sabem) mas uma avaliação de maturidade social. Não é de admirar que as crianças entrem na escola com oito a doze anos na primeira classe. 
3.3.3.2. Gravidez 
Algumas causas da gravidez são as práticas ligadas às uniões prematuras forçadas durante a infância no seio da família e fruto da violência sexual cometida por professores e agressões.
As raparigas depois de aperceber que esta grávida, na sua maioria perdem o interesse, sofre preconceitos, enfrentam problemas de natureza social como a vergonha fazendo com que muitas delas abandonam a escola ou diminuem drasticamente o seu envolvimento e rendimento no processo de ensino-aprendizagem.
É muito comum que durante e após a gravidez a mulher precise abandonar os estudos ou o trabalho, pois pode ser difícil conciliar as duas coisas, além de sofrerem imensa pressão da sociedade,  muitas vezes, da própria família em relação ao casamento e ao fato de estar grávida ainda na adolescência (De Araújo, et al. 2016).
De acordo com Godinho et al. (2000, p. 28) elucidam que: o expressivo número de adolescentes que abandonam seus estudos devido à gravidez pode ter relação com a vergonha destas meninas mais jovens em assumirem-na, de enfrentarem os colegas e professores, pois estão muitas vezes sozinhas. A saída mais fácil acaba sendo o abandono escolar já no início da gravidez.
3.3.3.3. A Maneira como a sociedade olha para o género (mulheres)
Diz-se que educar a rapariga há menor retorno de investimento. Culturalmente, o preconceito de que as mulheres são feitas só para o casamento pode influir na educação. os pais pensam que as raparigas, uma vez casadas, tornam-se da responsabilidade da família do marido. Assim, o investimento feito pelos seus pais não resulta em nenhum lucro para a sua própria família. É pensamento comum que os rapazes devem ser bem preparados porque serão eles a providenciar o bem-estar da família.
Segundo Ekbom e Bojö (1999), As pessoas com baixa nível de escolaridade tem um conceito negativo do género feminino desde muito tempo, visto que as famílias com baixa renda de, os seus encarregado de educação, diz que quem vai a escola são os rapazes. 
3.3.2. Causas Socioeconomias
3.3.2.1. Insucesso escolar (repetência)
Um aluno pode desistir da escola devido as reprovações repetidas, isto mostra que, segundo os pais, ele não tinha capacidade para a escola. Reprovações sucessivas significam também que a criança vai crescendo e talvez chegue na fase à idade adulta já com uma classe que permita ler e escrever.
Manter as crianças na escola apesar de repetidas repetências também significa um custo considerável para a família. E, normalmente, são as raparigas que têm que têm alto número de repetências. Nas cidades, com o avanço das tecnologias modernas, há aqueles que crêem que o fraco aproveitamento pedagógico, as vezes é associada a diversões. Nas zonas rurais, o ambiente é outro. A rapariga deve ajudar a mãe nos trabalhos domésticos, ajudar a família no trabalho agrícola, que por vezes tem pouco tempo para estudar as lições. Como espelho disso, há muitas repetências e consequentemente, abandono escolar em escala maior para as raparigas do que os rapazes.
Conforme Lopez e Menezes (2002), afirmam que as reprovações sucessivas têm peso significativo na decisão de continuar ou não os estudos, pois geralmente a repetência é seguida pelo abandono escolar. 
De acordo com Bridgeland et al (2006), as elevadas taxas de abandono escolar é influenciado através de: 
· O facto de terem reprovado em mais de uma classe. 
· A falta de preparo anterior para compreender o material apresentado em cada ano. 
3.3.2.2. O factor professor
A falta e a exiguidade de professoras no ensino sobretudo nas zonas rurais faz com que as raparigas não vejam o que possam ganhar com a escola. Por outro lado, os pais não vêm a escola como um lugar seguro do qual as suas filhas possam passar a maior parte do dia. A presença das professoras seria uma forma de os pais depositarem confiança na escola e, também, perceberem que estudando, as suas filhas poderão ser professoras no futuro. Um outro factor que influi na forma particular no abandono escolar das raparigas é o assédio ou abuso sexuais protagonizados não só pelos professores mas também pelos colegas. Dizer que são os professores que apenas procuram as alunas, as vezes não tem sido verdade porque se as raparigas não têm notas para passar de classe, elas mesmas procuram professores. 
Segundo Nerci (1989), advoga que: 
“…os professores que se dispõe a orientar a aprendizagem de outrem para que alcance objectivos que sejam úteis à sua pessoa ou a sociedade ou mesmo a ambos…” e que os melhores professores estão profissionalmente em alerta, não vivem suas vidas confinados ou isolados do meio social, tentam fazer da comunidade e particularmente da escola o melhor ambiente para os jovens.
Da mesma maneira Libanêo (1994), afirma que o processo de ensino e aprendizagem e uma actividade de interacção activa entre professores e alunos, organizada sob a direcção do professor, com a finalidade de prover as condições e modos pelos quais os alunos assimilam activamente conhecimentos habilidades, atitudes e convicções. 
Do ponto de vista pedagógico, os autores dizem o mesmo que Bessa (2003), que defende que:
“… o professor deve ser capaz de criar um ambiente melhor para os jovens…”. Isto significa que o professor deve ser capaz de criar um ambiente agradável e acolhedor dentro da sala de aula, capaz de fazer com que o aluno se adapte facilmente, e se sinta enquadrado dentro da sala de aula, permitido assim ao aluno desenvolver as suas capacidades e habilidades do saber. Criando assim um ambiente próspero que vai transmitir segurança ao aluno e vai permitir-lhe conhecer o quão importante é a escola para a sua vida no presente e que benefícios trarão no futuro em especial a rapariga, mostrando que ao invés de desistir para optar pelo casamento ou trabalhos domésticos lucrativos continue optando pela escola. 
3.3.2.3. Pobreza
As famílias moçambicanas são maioritariamente pobres e, em especial as camponesas não possuem dinheiro, vivendo da agricultura de subsistência o que deixa com poucas ou nenhumas alternativas de mandar ou manter as suas filhas na escola, pois, se a família consegue dinheiro, a prioridade é de mandar a escola o rapaz. Existe raparigas que para se sustentar e sustentar os seus estudos praticam a prostituição o que pode acabar em gravidez. A família põe a agricultura em primeiro plano porque sabe-se que é através dela em que pode-se prover alimento para a sobrevivência da família. 
A questão da pobreza afecta em particular as raparigas, já que as famílias camponesas, a prior manda todos os seus filhos a escola, com o passar do tempo, devido alto custo escolares optam por enviar, em priorizar ou dá mais atenção aos rapazes a ir a escolas, o que influencia a desistência de raparigas nas escolas, (Ambrósio, 2001).
3.3.2.4. Distância e problemas de transporte 
A maior parte dos alunos vive distantes das suas escolas nas zonas rurais, o que significa que devem caminhar diariamente cerca de 3km a 6 km de viagem ida e volta. Tratando-se de uma zona que não possui vias de acesso nas zonas rurais e vias de acesso precária oumau para a circulação de transporte nas zonas urbanas, por vezes nem tem transporte colectivo para o uso dos alunos. Isso pode levá-los à desistência ou mesmo abandono da escola, (Benavente e Panchaud, 2008). 
Problemas de transporte, ou seja, a aluna vive longe e tem que percorrer muitos quilómetros até chegar à escola; normalmente de autocarro. Como sabemos, as escolas existem muitas, mas os Ciclos e as Secundárias existem em menor número e, como tal, principalmente os alunos do interior por vezes vivem muito longe das escolas e assim, pode mais facilmente surgir o fenómeno das desistências escolar.
CAPITULO IV: CONSIDERAÇÕES FINAIS
Perante as diversas observações e abordagem de diversos autores, pode-se afirmar que a causa da desistência nas escola das raparigas resulta de diversos factores inter-relacionadas. As abordagens acima referidas optam três categorias de factores que influenciam a desistência da rapariga na escola, sendo:
· Factores individuais ou sociais: (rendimento escolar, baixo grau de auto-estima e certos tipos de comportamento como, absentismo, falta de motivação; 
· Factores escolares: a estrutura da escola assim como algumas práticas da escola, influenciam o desengajamento do aluno.
· Factores do sistema educacional: costume de reprovar alunos ou a falta de metodologia eficaz do ensino, em combinação com diversos aspectos dentre elas:
a). No âmbito integracional/ relacional do aluno: falta de interesse; aborrecimento; idade (sentir-se muito velho em relação aos colegas); Problemas com os professores; Problemas com os colegas; Inadaptação à escola; Interesse por outras actividades; Maus resultados escolares.
b) Âmbito familiar: Responsabilidades e problemas familiares; Nível de instrução considerado insuficiente para a actividade profissional; Problemas financeiros (baixa renda/ pobreza); Necessidade de começar a trabalhar.
Muitos pais e encarregados de educação encontram-se desempregado e não tem um rendimento capaz de suportar os seus educando em termos de material didáctico e isso faz com que muitos alunos abandonem a escola e procurando um meio de sustento para si mesmo a ajudando a sua família em rendimento, ajudando a vender certos produtos e no caso da rapariga acabam se casando e como resultado os que terminam os estudos não representam a metade dos alunos que a província possui. 
As atitudes e crenças dos pais influenciam a construção da personalidade e crenças dos filhos, assim sendo o valor atribuído pelos pais a escola e as aprendizagens vai influenciar a representação que os alunos fazem das mesmas. 
Uma família rica culturalmente fornece a criança, uma diversidade de estímulos que lhe permite viver na escola uma continuidade do ambiente familiar ao invés de vivenciar um passo entre ambos. 
Outras características familiares são fluentes no contexto da desistência escolar, como o tamanho e tipo de família, existência de outra evasão no seio da família, educação da família e o nível socioeconómico dos pais. 
5. Referências bibliográficas 
2. Ambrósio, T. (2001). Educação e Desenvolvimento – Contribuição para uma Mudança Reflexiva na Educação. Monte da Caparica, UIED.
3. Arroyo, M. G. (1993). Educação e exclusão da cidadania In: BUFFA, Ester. Educação e cidadania: quem educa o cidadão. 4ª Edição. São Paulo: Cortez 
4. Avanzini, G. (1967). O insucesso escolar. Lisboa: editorial pórtico. 
5. Benavente, A. e Panchaud, C. (2008). Dossier. Luta Contra a Pobreza e Educação para a In- clusão: Transformar a Escola na África Subsaariana. Revista Trimestral de Educação Comparada no 146, Vol. XXXVIII, no2, Junho de 2008.
6. Benevante, A. (1976). A escola na sociedade de classes: Lisboa, livros horizontes 
7. Bertrand, Y. (2001). Teorias Contemporâneas da Educação. 2ª Edição: Instituto Piaget. Aprendizagem (trad. por COSTA, J.) Lisboa: Trilhos Editora.
8. Bessa, N. (2003). A aprendizagem cooperativa numa pós-modernidade crítica. Educação Sociedade & Culturas, n°18, 123-147.
9. Brandão, C. R.(1983). Casa de Escola: Cultura Camponesa e Educação Rural. Campinas: Papirus 
10. Bridgeland et al (2006).The silent epidemic: perspective of high dropout civic enterprise report association with peter D. hart research associates for the Bill and Melinda Gates association 
11. Buendia, G., M. (2000). Educação Moçambicana. História de um Processo 1962 – 1984.Maputo: Imprensa Universitária.
12. Castiano, J., P. & Ngoenha, E., S. (2013). A Longa Marcha duma “ Educação Para Todos”em Moçambique. 3ª edição. Maputo: PubliFix.
13. de 2014. Maputo.
14. De Araújo, R. et al. (2016). Gravidez na adolescência: consequências centralizadas para a mulher. vol.16, n.2. Revista Temas em Saúde,.
15. Dengue, V. (2014). Ritos de iniciação feminina. in“ VERDADE” On-line de 04 de Dezembro 
16. Durkein, E. (2001). Sociologia, educação e moral. Porto, Portugal: Rés editora 
17. Durkheim, E. (2009). Educação e Sociologia. Lisboa: Edições 70. Crítica da Educação e do Ensino.
18. Ekbom, A.; Bojö, J. (1999). Poverty and Environment: Evidence of Links and Integration into the Country Assistance Strategy Process. Environment Group. The World Bank. Discussion Paper n. 4.
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Laurinda Jaime Solomone Sexta
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feira
 
 
 
 
 
 
 
 
Tema: 
Desistência de Raparigas nas Escolas
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Universidade P
únguè
 
Chimoio
 
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