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Exame Neurológico – Nervos Cranianos: FERRAMENTAS UTILIZADAS NO EXAME NEUROLÓGICO: → Oftalmoscópio → Lanterna → Martelo → Otoscópio → Diapasão → Palitos → Substâncias quentes e frias NERVOS CRANIANOS: → São os nervos que se originam do segmento cefálico (coluna: nervos raqueanos) → Total de 12 nervos (pares) → São numerados em algarismos romanos, de acordo com a sua origem aparente no sentido rostrocaudal → De acordo com o componente funcional, os nervos cranianos podem ser classificados em Motores, Sensitivos e Mistos MOTORES (puros): → III – Nervo oculomotor → IV – Nervo Troclear → VI – Nervo Abducente → XI – Nervo Acessório → XII – Nervo Hipoglosso SENSITIVOS (puros): → I - Nervo olfatório → II - Nervo óptico → VIII – Nervo vestibulococlear MISTOS (motores e sensitivos): → V – Nervo Trigêmeo → VII – Nervo Facial → IX – Nervo Glossofaríngeo → X – Nervo Vago CINCO DELES POSSUEM FIBRAS VEGETATIVAS (autonômica): → III – Nervo oculomotor → VII – Nervo facial → IX – Nervo glossofaríngeo → X – Nervo vago → XI – Nervo acessório I Nervo Craniano – Olfatório: → Exclusivamente sensitivos → Área olfatória do córtex (núcleo amigdaliano e úncus do hipocampo) → Origem aparente do encéfalo: Bulbo olfatório → Origem aparente do crânio: Lâmina crivosa do osso etmoide / por onde ele sai do crânio → Função: Olfato ANAMNESE: → Hiposmia: redução do olfato → Anosmia: abolição do olfato → Parosmia: perversão do olfato → Cacosmia: sensação de olfato desagradável COMO EXAMINAR (smell identification test – UPSIT): → Emprega-se algumas substâncias aromáticas (hortelã, café, baunilha, canela, etc) em cada narina com os olhos fechados uma narina de cada vez, tampo uma narina e testo a outra, não encostar muito próximo para o paciente não aspirar → 1º passo: percebe o cheiro? (indica continuidade da via) → 2º passo: qual cheiro? (indica função cortical intacta) Obs: Certifique-se que não há obstrução nasal Obs: Examinar primeiro o lado anormal II Nervo Craniano – Óptico: → Não é um nervo verdadeiro → Exame: oftalmoscópio, lanterna → Via óptica: retina > nervo óptico > trato óptico > corpo geniculado lateral > trato geniculocalcarino (radiação óptica) > córtex visual (occipital) → Origem aparente no encéfalo: Quiasma óptico → Origem aparente no crânio: Canal óptico → Função: Visão → O campo visual temporal é captado pela retina nasal e o campo nasal é captado pela retina temporal. O nervo óptico possui imagens do campo temporal e do campo nasal. As fibras que captam os campos temporais cruzam no quiasma óptico. As fibras que captam os campos nasais não cruzam no quiasma óptico. Trato óptico → corpo geniculado → fibras → radiação óptica QUEIXAS: → Amaurose: perda visual → Ambliopia: perda ou diminuição da visão na ausência de lesão estrutural → Hemianopsia: metade do campo visual (homônima: mesmo lado /heterônima: lados diferentes) → Escotomas: pontos no campo visual (positivo/negativo) → Monocular/ binocular? → Todo campo visual? Algum ponto? (lesão pré-quiasmática, lesão retro-quiasmática) → Súbita? Gradual? → Persistente ou flutuante? → Dor ocular? → Alterações palpebrais/ globo ocular/ pupilas? COMO EXAMINAR? → Acuidade visual → Campimetria → Fundoscopia → Reflexo pupilar ➢ ACUIDADE VISUAL (um olho de cada vez): → Boa iluminação → Distância fixa → Avaliação monocular → Tabela única • Snellen (20 pés – 6m) → alguns consultórios não tem 6m então essa versão da tabela é reduzida proporcionalmente/ mesma altura dos olhos/ paciente continua com o óculos e testa primeiro um olho depois o outro. ◦ Ex: Para ser considerada a visão deve acertar mais que 50% da linha • Cartão de Rosenbaum (36 cm) • Teste de pinhole: melhora = erro de rarefação, piora = maculopatia/neuropatia óptica ◦ Buraco estenopeico ➢ CAMPIMETRIA DE CONFRONTAÇÃO: confrontar o meu campo visual com o campo do paciente (periferia - centro) → Examinador x paciente – o olho direito do examinador testa o olho esquerdo do paciente → Grande valor localizatório → Distância 50 a 70 cm (um braço) → Olhos na mesma altura → Alfinete com pequena esfera 5mm na ponta vermelha, ou caneta → Obstruir um olho do paciente fazendo uma concha com as mãos, pedir paciente para fixar o olho no olho do examinador ou na ponta do nariz, posicionar o objeto a meio caminho, tetar da periferia para o centro e perguntar o paciente se ele está observando ➢ FUNDOSCOPIA: → Utiliza-se oftalmoscópio e sala escura → Direta x Indireta → Sala escura / o ideal é dilatar a pupila → Solicite ao paciente para fixar em um ponto distante → Disco óptico normal (amarela/ ovalada/ posição nasal) → Macula (pálida/ posição temporal) – pedir o paciente olhar para a luz que a mácula vai deslocar → Parâmetros: coloração/ escavação/ contornos → Mão direita na região frontotemporal do paciente, olho esquerdo com olho esquerdo para avaliar a mácula e o disco óptico → Calibrar o oftalmoscópio, colocando na mão até o examinador enxergar, se utilizar óculos retirar, solicitar que o paciente olhe para a frente e fixe em um ponto distânte, eleva a borda superior do olho do paciente com o polegar. O examinado deve utilizar o olho direito para observar o olho direito do paciente. Colocar a mão na região frontotemporal do paciente. Entrar lateralmente com o oftalmoscópio e correr todo o fundo de olho do paciente. Percorrer toda a região dos vasos, os vasos vão se encontrar na região da papila (disco óptico), que é mais nasal, amarela e os contornos. A fundoscopia serve para diagnósticos de glaucoma, retinopatias, neuropatias ópticas e hipertensão intracraniana. ➢ REFLEXO FOTOMOTOR: fonte de luz → Direto x consensual → Via aferente II NC → Via eferente III NC – oculomotor → Entrar com a luz lateralmente → Pupilas isocóricas = mesmo tamanho → Pupilas anisocóricas = tamanhos diferentes → Fonte luminosa, pedir paciente para olhar para frente e entrar lateralmente. Testar o direto, quando coloco a fonte de luz o olho faz miose ( contração pupilar), o consensual é a resposta da outra pupila, que mesmo sem iluminação faz miose. Importante para diagnóstico de morte cerebral ou morte encefálica Nervos Oculomotores – III, IV, VI: MOVIMENTAÇÃO OCULAR EXTRÍNSECA: → III nervo NC (oculomotor) → IV nervo NC (troclear) → VI NC (abducente) → São testados de maneira conjunta, mão tem como testar separadamente III Nervo Craniano – Oculomotor → Origem aparente no encéfalo: sulco medial ao pedúnculo cerebral → Origem aparente do crânio: fissura orbital superior → Função motora e autonômicas (contração pupilar) → Músculos extrínsecos do globo ocular (reto superior/ reto medial/ reto inferior/ oblíquo inferior/ elevador da pálpebra) → Parassimpática: músculo constrictor da pupila (miose) IV Nervo Craniano – Troclear → Motora → Músculo oblíquo superior do olho → Origem aparente do encéfalo: véu medular superior → Origem aparente do crânio: fissura orbital superior VI Nervo Craniano – Abducente → Motora → Músculo reto lateral do olho → Nervo longo → Origem aparente do encéfalo: sulco bulbo pontino → Origem aparente do crânio: fissura orbital superior → Oblíquo superior faz rotação inferior do globo ocular e oblíquo inferior faz rotação superior do globo ocular → OS4RL6 – o restante é o 3 ANAMNESE: → Diplopia (visão dupla) → Desvio de olho: estrabismo (convergente/divergente) COMO EXAMINAR: → Inspeção (posição ocular/ ptose (pálpebra baixa) / midríase) → Dinâmica: Solicitar o paciente para seguir um alvo em um movimento, manter a cabeça parada e só moviemntar com os olhos (começa pelo meio movimento em cruz e em x) → Sacades: nariz x dedo → Convergência: ponta do dedo → Reflexo fotomotor V Nervo Craniano – Trigêmeo 3 RAMOS: → V1- Ramo oftálmico → V2- Ramo maxilar → V3- Ramo mandibular MISTA: → Sensibilidade da face → Sensibilidade 2/3 anteriores da língua → Músculos mastigatórios (V3 – masseter/ temporal superficial/ pterigoideos medial e lateral → Origem aparente no encéfalo:entre a ponte e o pedúnculo cerebelar médio → Origem aparente no crânio: fissura orbital superior (v1)/ forame redondo (v2)/ forame oval (v3) COMO EXAMINAR: → PARTE MOTORA: → Solicitar ao paciente que feche a boca palpar o masseter/ temporal – observar acontração de maneira simultânea e simétrica → Abra a boca contra resistência – observar a resistência → Movimentos de lateralização da mandíbula – desviar para um lado e para o outro (pterigoideos) → Impressão dentária dos molares (abaixador da língua) → PARTE SENSITIVA: → Calor/ frio/ tato/ dor – utilizar algodão, palito de dente, cabo do diapasão…. Testar de um lado e de outro → Reflexo Corneopalpebral – pedaço de algodão, enrolar a pontinha e encostar no olho, o reflexo é a piscada VII Nervo Craniano – Facial: MISTA: → Motora: musculatura da face → Autonômica: glândulas lacrimais → Sensitiva: gustação 2/3 anteriores da língua/ pavilhão auditivo → Origem aparente no encéfalo: sulco bulbo pontino → Origem aparente no crânio: forame estilomastoideo COMO EXAMINAR: → Observar a face do paciente (simetria x assimetria) – fissuras palpebrais e pregas nasolabiais → Solicitar o paciente para franzir a testa/ apertar os olhos/ sorrir / mostrar os dentes → Paralisia facial ( periférica x central) → Paralisia bilateral: solicite o paciente para fechar os olhos e cerre os lábios infle as bochechas → Paladar: aplicadores com pontas de algodão (doce/ azedo/ salgado/amargo) – 2/3 anteriores da língua Obs: o lado que não tem paralisia é o lado que puxa. O desvio é para o lado normal VIII Nervo Craniano – Vestibulococlear: SENSORIAL: não possui função motora → Audição: coclear → Equilíbrio: vestibular → Origem aparente no encéfalo: sulco bulbo pontino → Origem aparente no crânio: meato acústico interno/osso temporal COMO EXAMINAR: SISTEMA AUDITIVO → Esfregar o polegar e o dedo indicador em conjunto cerca de 2 polegadas de distância de cada orelha// Teste da voz sussurrada → confirmar se o paciente tem alguma deficiência → Otoscopia → TESTE DE RINNE/ WEBER (Diapasão 512) → TESTE DE RINNE: Colocar o diapasão vibrando sobre o mastoideo >>> assim que para de vibrar >>> coloque próximo ao conduto auditivo externo (condução aérea x óssea) → RINNE POSITIVO: CA (condução aérea) > CO (condução óssea) (NORMAL/NEUROSSENSORIAL) → RINNE NEGATIVO: CO > CA (CONDUÇÃO) → condução óssea = mastoideo quando parar de vibrar posicionar próximo ao conduto auditivo = condução óssea → TESTE DE WEBER: É realizado colocando o diapasão vibrando no vértice do crânio ou na fronte (região frontal = glabela) → Possibilidades: 1. Lateralização para ouvido bom (neurossensorial) 2. Lateralização para ouvido ruim (condução) 3. Sem lateralização: normal/ hipoacusia bilateral SISTEMA VESTIBULAR: → Equilíbrio Estático (Roomberg) → Equilíbrio dinâmico (Marcha) – pedir paciente para andar dez passos para frente e dez passos para trás com os olhos vendados 5 x – quando o problema é vestibular o paciente desenha uma estrela no chão – marcha atáxica vestibular → Pesquisa de nistagmo (horizontal/ vertical/rotatório) – óculos de Frenzel → movimentos involuntários do globo ocular → Reflexo vestibulo ocular (RVO): 1. Teste do estímulo calórico 2. Teste do impulso da cabeça MANOBRA DE DIX-HALLPIKE: Vertigem paroxística posicional benigna (disfunção no labirinto) → principal causa de tontura → posicionar atrás do paciente segurando a cabeça e fazer movimentos rápidos para trás, se houver nistagma a manobra de dix-hallpike é positiva → testar os dois lados TESTE DO ESTÍMULO CALÓRICO: avaliar morte cerebral 1. Otoscopia 2. Paciente em decúbito dorsal/ cab 30º 3. Irrigar conduto auditivo com 50ml de água fria ou soro fisiológico por 60seg – esperar alguns minutos para fazer o lado contralateral 4. Abrir os olhos do paciente e observar desvio tônico dos olhos para o lado estimulado (Obs.: quente – lado oposto) → Em condições normais haverá um desvio do olhar para o lado que o examinador estiver injetando → Resposta tônica normal = desvio dos olhos para o lado que foi injetado o líquido → Resposta assimétrica = desvio de um olho só → Resposta negativa = não há desvio TESTE DO IMPULSO DA CABEÇA: 1. Segurando a cabeça do pacinete sentado a sua frente, com as duas mãos na região bitemporal, o examinador solicita que ele fixe um alvo e realize um moviemnto de grande aceleração e de pequena amplitude 2. Neste momento, o examinador observa se os olhos mantém fixo no alvo 3. A existência de sácade para refixação significa diminuição do RVO (reflexo vestibulo ocular) daquele lado IX Nervo Craniano – Glossofaríngeo: MISTA: → Sensitiva: 1/3 posterior da língua → Parassimpática: glândula parótida → Motora: elevação e dilatação da faringe (conjunto com nervo vago) → Origem aparente do encéfalo: sulco lateral posterior do bulbo → Origem aparente do crânio: forame jugular ANAMNESE: → Ageusia: abolição do gosto → Hipogeusia: diminuição do gosto → Parageusia: perversão do gosto → Disfagia: dificuldade de engolir COMO EXAMINAR: → 4 sabores: doce/ salgado/ azedo/ ácido → 1/3 posterior da língua: exteriorizar a língua/ colocar um sabor de cada vez/ seca com gaze entre um e outro/ o examinado deve levantar a mão e apontar num papel previamente escrito o gosto experimentado → Sensibilidade geral: tocar o 1/3 posterior da língua com o abaixador (prático) X Nervo Craniano – Vago: MISTA: → Motora: palato mole/ faringe e laringe (eferência nos reflexos de vômitos e tosse) → Fibras autonômicas parassimpáticas → Sensitiva: epiglote/ laringe/ faringe/ conduto auditivo/ área cutânea retroauricular → Origem aparente no encéfalo: sulco lateral posterior do bulbo → Origem aparente no crânio: forame jugular COMO EXAMINAR: → Inspeção estática e dinâmica do palato (com o abaixador de língua, abaixar a língua do paciente, solicite o paciente que diga “ah” e observe a elevação do palato/úvula) → Reflexo de vômito – com o próprio abaixador de língua → Associação com o IX NC XI Nervo Craniano – Acessório: MOTOR: → Trapézio/esternocleidomastoideo →Faringe/ laringe →Origem aparente no encéfalo: sulco lateral posterior do bulbo (raiz craniana) e medular (raiz espinhal) →Origem aparente no crânio: forame jugular COMO EXAMINAR: → Esternocleidomastoideo: solicite o paciente gire a cabeça contra uma resistência fornecida pela mão do examinador, que é colocada sobre a mandíbula → Trapézio: solicite o paciente que eleve os ombros contra a resistência (mão do examinador) → Observar se um braço está um pouco mais baixo que o outro XII Nervo Craniano – Hipoglosso: MOTOR: → Motricidade da língua → Origem aparente no encéfalo: sulco lateral anterior do bulbo → Origem aparente no crânio: canal hipoglosso COMO EXAMINAR: → Inspeção no interior da cavidade oral (desvios/ atrofia ou fasciculações) → Inspeção dinâmica: solicite ao paciente para exteriorizar a língua e realizar movimentos de lateralidade e verticalidade → Palpação (trofismo e tonicidade) → O desvio é do mesmo lado da lesão quando exteriorizada Exame Neurológico – Marcha, motricidade, coordenação: AVALIAÇÃO DO EQUILÍBRIO: → EQUILÍBRIO DINÂMICO (MARCHA): → Avaliar a marcha e o balanceio dos braços – pedindo ao paciente para andar até a porta e voltar → Observar distância entre os pés (maléolos) +/- 5 cm → Verificar se o paciente tem dificuldade em manter-se em pé ou dar a volta (avaliar a virada) → Verificar olhos do paciente se ele anda olhando para baixo ou para frente → Pedir ao paciente para andar nas pontas dos pés/ calcanhares e pé ante pé (em cima de uma linha) se o paciente tende a quedas “Na marcha normal é o indivíduo que se desloca, na marcha patológica é a doença que gera o andar” TIPOS DE MARCHA: 1. Marcha espástica ou ceifante: Flexão do membro superior e extensão do membro inferior. Na medida que ele anda o movimento da perna parece que está “ceifando” o chão. Acidente vascular cerebral, e doenças que afetam o neurôniomotor superior. 2. Marcha atáxica sensitiva (talonante ou tabética): Ataxia = incoordenação. Paciente tem um desequilíbrio para caminhar, ele aumenta muito a distância entre um pé e outro, ou seja, a base. O paciente observa sempre o chão (“os olhos são as muletas do tabético”). Acontece quando o paciente tem lesão nas vias proprioceptivas, nas fibras grossas dos nervos, ou quando ele tem uma lesão no funículo posterior da medula e consequentemente a propriocepção é afetada e o indivíduo perde a noção de localização, ele levanta muito o pé e “bate” o tálus (calcanhar) no chão, por isso o nome talonante. 3. Marcha atáxica cerebelar (ebriosa): Diversas etiologias AVC, tumores, doenças inflamatórias, desmielinizantes, o paciente pode desenvolver esse tipo de marcha. O paciente anda incoordenado, o paciente apoia nos objetos para não cair. Intoxicação por álcool. 4. Marcha em bloco (parkinsoniana): Síndrome parkinsoniana, é caracterizada pela rigidez, tremor, instabilidade postural e bradicinesia. Virada lenta, diminuição do balançar dos braços, freezing – festinação de marcha. 5. Marcha magnética ou apráxica: Parece que o paciente está “colado” no chão. A linha de um pé não passa na frente do outro. Acontece em uma doença específica que é a hidrocefalia de pressão normal, o paciente manifesta incontinência urinária, deficit cognitivo (tríade hakim-adams) ou também comprometimento dos lobos frontais. 6. Marcha miopática (anserina): Paciente anda “jogando” a cintura para os lados – hiperlordose – parece um ganso quando está andando. Levanta escalando até ficar em pé. Panturrilha pseudo- hipertrofiada. Músculo substituído por tecido adiposo. Distrofia de Duchenne. 7. Marcha escarvante (steppage): Paciente anda escarvando no chão, não consegue andar com o tornozelo, por que não consegue fazer flexão dos pés. Lesão no nervo fibular profundo. 8. Marcha atáxica vestibular (em estrela): Labiriontopatia ou vestibulopatia. Paciente anda cinco passos para frente e cinco passos para trás. Nesse meio tempo o paciente vai desenhando uma estrela no chão. Paciente vai para frente desviando para o lado com problema e volta de costas para o lado normal. Obs: Teste de equilíbrio dinâmico, paciente sempre descalço, pedir paciente para andar, fazer a virada e voltar. → EQUILÍBRIO ESTÁTICO: TESTE DE ROOMBERG → Avaliação do equilíbrio estático do paciente → Posicionar o paciente de pé e posicionar os braços ao lado do corpo e olhar para um ponto na sua frente na mesma altura a nível dos olhos. Observar o paciente 30seg com os olhos abertos. Posicionar ao lado do paciente e observar se o paciente tem tendência a queda e para qual lado é essa tendência a queda. Observar os tendões dos pés, se estão contraídos (dança dos tendões). Observar paciente 30seg com os olhos abertos e 30seg com os olhos fechados. → Roomberg negativo = não tem tendencia a queda e positivo = tendência a queda → Dificultar teste: pedir paciente para cruzar os braços → Avalia a propriocepção → MOTRICIDADE: Exame de força → Voluntária: sistema piramidal → Involuntária: sistema extrapiramidal MOTRICIDADE VOLUNTÁRIA: COMO EXAMINAR: → Movimentos ativos → Tônus muscular (hipotonia/hipertonia): Palpação e movimentos com as articulações/ flexão e extensão → Rigidez elástica = sinal do canivete /típica de lesão no neurônio motor superior – piramidal → Rigidez plástica = disfunção nas vias extrapiramidais/ sinal do parkinsonismo – engrenagem, sinal da roda denteada → Força muscular: → Paresia – diminuição da força (tetraparesia/paraparesia/hemiparesia/monoparesia) → Plegia – perde força → Manobras deficitárias GRAUS DE FORÇA MUSCULAR: GRAU 0: Ausência de contração muscular GRAU 1: Presença de contração muscular, sem movimento (músculo contrai mais não desloca o membro) GRAU 2: Movimentos com eliminação da força da gravidade GRAU 3: Movimentos vence a força da gravidade GRAU 4: Movimento contra a força da gravidade e alguma resistência GRAU 5: Normal MANOBRAS DEFICITÁRIAS: → Manobra de Mingazzini: → Membros superiores. Pedir o paciente para estender os braços, fazer uma pequena flexão do punho de um lado e de outro mantendo o mesmo nível. O paciente deve estar sentado e observar tendência a queda dos braços. Primeiro com os olhos abertos e depois com os olhos fechados. → Membros inferiores: Posiciono o paciente em decúbito dorsal, faço flexão da coxa com o quadril e da perna com a coxa mais ou menos 90º e peço o paciente para manter nessa posição e ver se tem tendência a queda. → Manobra de Barré: Posicionar paciente em decúbito ventral, fazer uma flexão da perna com a coxa. Não é ideal deixar 90º para que o paciente não apoie no joelho. Observar se tem tendência a queda por pelo menos 60seg. MOTRICIDADE INVOLUNTÁRIA – MOVIMENTOS ANORMAIS INSPEÇÃO: 1. Hipercinéticos: → Distonias: São contrações musculares sustentadas, causando abalos lentos, tremores, movimentos de torção e posturas anormais. Podem ser focais ou generalizadas → Tremores: São movimentos involuntários rítmicos, oscilantes, de qualquer parte do corpo, causados por contrações alternadas de grupos musculares. O movimento pode estar presente em repouso (tremor de repouso estático), aparente apenas na movimentação (tremor cinético ou de ação) ou em determinada postura, tremor postural → Coreia: Os movimentos involuntários coreicos que tem início abrupto, explosivo geralmente de curta duração, repetindo-se com intensidade e topografias variáveis, assumindo caráter migratório e errático, o que faz parecer que o indivíduo está realizando uma dança ondulante, existem várias etiologias → Atetose: Movimentos involuntários mais lentos, sinuosos, frequentemente contínuos, lembrando uma contorção, que envolvem predominantemente as extremidades → Balismo: São movimentos involuntários amplos, de início e fim abruptos, que levam a deslocamentos abruptos, violentos, colocando em ação grandes massas musculares, assemelhando- se a chutes e arremessos COORDENAÇÃO MOTORA: → Cerebelo – centro de coordenação motora → Paleocerebelo – vérmis (motricidade automática/ tônus postural e cinético) → Neocerebelo – hemisférios cerebelares (motricidade voluntária) → Arquicerebelo – equilíbrio EXPLORAÇÃO: → Estática – Sinal de Romberg → Dinâmica – Marcha/ prova index nariz/ calcanhar joelho 1. Prova do index nariz (dismetria): → Paciente estica os braços e aponta o nariz, uma mão depois a outra, olhando para frente. Observar se o paciente vai acertar o alvo. Dismetria = dificuldade de acertar o alvo, ressaltar se a dismetria é direita ou esquerda 2. Prova do calcanhar joelho (dismetria): → Pedir o paciente para elevar a perna e encostar o calcanhar no joelho e descer sobre a tíbia 3. Prova dos movimentos alternados (diadococinesia): incoordenação = disdiadococinesia Exame Neurológico – Sensibilidades e reflexos: Sensibilidade: Exame costuma ser feito no final, por cansar o paciente! CLASSIFICAÇÃO: → Especial (visão/audição/olfação e gustação)/ somáticas → Clínico → Superficiais (Tátil, térmica, dolorosa) → Profundas (Paléstesicas ou vibratórias, cinético-postural, barestésica, estereognóstica) RECEPTORES SENSORIAIS: → Classificação Morfológica/ estrutural: → Especiais: audição, visão, equilíbrio, olfato e gustação → Gerais: receptores livres (terminações nervosas) e receptores encapsulados (fusos neuromusculares, corpúsculos de Vater-Paccini, de Meissner e Ruffini) → Classificação Fisiológica/ funcional: → Mecanorreceptores → Quimiorreceptores → Nociceptores → Osmorreceptores → Fotorreceptores → Termorreceptores FIBRAS NERVOSAS: → Fibras tipo I ou A-alfa → Mielinizadas// PROPRIOCEPTIVAS (Fuso neuromuscular e órgão tendinoso de Golgi) → Fibras tipo II ou A-beta → Mielinizadas// PROPRIOCEPTIVAS (Fuso neuromuscular), de TATO SUPERFICIAL/ PROFUNDO/ VIBRAÇÃO → Fibras tipo III ou A-delta → Mielinizadas//DOR/TEMPERATURA (terminações nervosas livres) → Fibras tipo IV ou C → Amielínicas/ DOR/ TEMPERATURA → Fibras Grossas: grandes fibras → Colunas posteriores da medula espinal/ leminisco medial – tálamo (SENSIBILIDADE VIBRATÓRIA, POSTURAL E TÁTIL) → Fibras Finas: pequenas fibras → Predominantemente amielínicas – tratos espinotalâmicos – tálamo (TÉRMICA, DOLOROSA E TÁTIL) NEUROPATIAS: VIAS SENSORIAIS: → Vias ascendentes/ integração sensitiva → Diagnóstico topográfico → Destaques: → O local de cruzamento de cada via: → MEDULAR: dor/ temperatura e tato protopático → TRONCO: propriocepção/ vibração e tato epicrítico → Somatotopia das fibras nervosas: organização e onde está localizado → VIA DA SENSIBILIDADE TÉRMICA E DOLOROSA → VIA DA SENSIBILIDADE TÁTIL PROTO PRATICO → VIA DA SENSIBILIDADE PROFUNDA ORGANIZAÇÃO SOMATOTÓPICA: ANATOMIA: → Dermátomos Anamnese: → Alodinia; Dor neuropática – em queimação → Analgesia; → Anestesia; Perde sensibilidade → Hipoestesia; Diminuição de sensibilidade → Parestesias; Dormência e formigamento → Disestesias; Disfunção de sensibilidade → Hiperpatia; Aumento de estímulo doloroso → Astereognosia; Reconhecer pelo tato Exame Físico: → Médico: habilidade/paciência → Exame sensibilidade é subjetivo → Paciente: disposição e cooperação; → Objetivo: diagnostico topográfico; → Feito em etapas; → Explicar o paciente previamente; → Ambiente tranquilo; → Pesquisa metódica/comparativa (lado esquerdo e direito, região distal e proximal); → Olhos vendados/fechados; → Não sugestionar o paciente (não dar dicas, como perguntar “sentiu?” - perguntar: “quando sentir, me avisa!); → Material: diapasão, algodão, microfilamentos, palito de dente, tubos de ensaio. TÁTIL PROTOPÁTICO: Tato mais grosso → Algodão, cotonete, escova, ponta dos dedos; → Começar do lado que o paciente não tem patologia → Comparar: Direito X esquerdo /Proximal X distal/ Nível sensitivo/ Centro X Periferia Obs: Manchas que causam sensibilidade é a hanseníase, testa a sensibilidade do centro da lesão para a periferia. → Paciente paraplégico teste o nível (Ex: do umbigo pra baixo sentiu, do umbigo pra cima não sentiu) TÁTIL EPICRÍTICO: Tato mais fino → Distinção entre dois pontos; (Compasso de Weber) – Diferentes regiões do corpo = diferentes distâncias. → Esterognosia; Objeto para o paciente identificar com os olhos fechados (tamanho e forma) quando identifica diz que: esterognosia preservada – Se não identificar = Astergnosia → Grafestesia; Desenhar uma letra, número... na palma da mão do paciente e pedir para ele identificar (diminuir gradativamente) (letras/números e formas) – Se o paciente não sentir = Agrafestesia TÉRMICA: → Dois tubos (água fria – 5-15°c/água quente – 40-45°) → Comparar: direito X esquerdo/ Proximal X distal/ nível sensitivo / Centro X periferia DOLOROSA → Agulha descartável (para picar – não puncionar) – Utilizar palito de dente e evitar utilizar agulha; → Comparar: direito X esquerdo/ Proximal X distal/ nível sensitivo / Centro X periferia – Usar a mesma força nas regiões VIBRATÓRIA (PALESTESIA) → Diapasão (128) → Posicionar nas diversas saliências ósseas, ex: cotovelo, ombro… fazer percussão contra região palmar e encostar abase na extremidade óssea e perguntar o paciente se ele sente a vibração → Comparar: direito X esquerdo/ Proximal X distal/ nível sensitivo / Centro X periferia CINÉTICO/POSTURAL → Coloque um membro em posição e solicite para colocar o contralateral na mesma posição ex: Um “joia com a mão” (BATIESTESIA); → Posição do dedo (flexão/extensão) – Hálux, fazer movimento para cima e para baixo e parar. Perguntar paciente com os olhos fechados se o dedo está para cima ou para baixo → Teste de Roomberg: Testar propriocepção. Observar a tendencia aqueda, e analisar se tem dança dos tendões. ALTERAÇÕES GERAIS DA SENSIBILIDADE: Não basta perceber – MAPEAR; → Deficit em um território/ Raiz – MONONEUROPATIA/RADICULOPATIA → Deficit em padrão de botas e luvas – POLINEUROPATIA: → Deficit de posição/vibratória: FIBRAS GROSSAS → Nociceptiva/termestesia: FIBRAS FINAS → Deficit abaixo de um determinado ponto (nível sensitivo): LESÃO MEDULAR (Dissociação tabetica/siringomielica/total) → Deficit cruzado: TRONCO CEREBRAL → Deficit dimidiado, incluindo a face: TALÂMICO → Deficit dimidiado: CORTICAL Reflexos: → Uma das fases mais importantes do EN; → Ao contrário dos testes de sensibilidade, esses testes são objetivos, ou o paciente tem ou não tem; → Não depende da atenção/cooperação u da inteligência do paciente; → 2 tipos: Reflexos musculares ou profundos ou reflexos cutâneo mucosos ou superficiais; → Arco reflexo, nível medular; Percussão com o martelo e faz conexão com a via medular; → Ato reflexo é o movimento da perna o arco é todo o movimento do trajeto; R EFLEXOS PROFUNDOS: → Manifestações fásicas do reflexo miotático de tração → Martelo de percussão → Eficácia depende: local/velocidade → Paciente relaxado, não pode estar com a perna presa → Classificação: o: abolidos I: diminuído II: normal III: vivo IV: exaltado → Observar: AMPLITUDE/ SIMETRIA → Exaltado pode significar problema neuromotor superior → Quando tem uma amplitude alta mas a área não é aumentada tem o reflexo vivo → Quando bate e a amplitude ta diminuída → Quando bate e não tem reflexo → FACE (AXIAIS DA FACE): → GLABELAR: Via aferente – ramo oftálmico do trigêmeo Via eferente – ramo zigomático do facial Centro reflexógeno – ponte → ORBICULAR DA BOCA Via aferente: V NC Via eferente: VII NC Centro reflexógeno: ponte → MENTONIANO Via aferente: V NC Via eferente: V NC Centro reflexógeno: ponte → MMSS: → Reflexo Bicipital (c5-c6): → Braço relaxado, discretamente abduzido, com o antebraço a meio caminho entre a flexão e a extensão e levemente pronado; → Repousar o cotovelo em sua mão → Coloque a falange distal do polegar sobre tendão do bíceps e percute → Sensitiva (nervos médio cervicais)/motor (N músculo cutâneo) → Resposta adequada: flexão do antebraço com discreta supinação ou contração do bíceps → Reflexo Tricipital (c6-c8): → Com o braço colocado a meio caminho entre flexão e extensão, sustentado pelo examinador ou repousado nas coxas, percute-se o tendão do tríceps, logo acima do olecrano; → Nervo radial (sensitivo/motora) → Resposta normal: extensão do antebraço → Reflexo Braquiorradial ou estiloradial (c5-c6) → Realiza a percussão do processo estilóide do rádio, estando o antebraço em semiflexão e levemente pronado Resposta normal: flexão com supinacao do antebraço → Exaltado: flexão do punho e dos dedos com adução do antebraço → Nervo radial- músculo braquioradial → Reflexo Flexor dos dedos (c8-t1): → Antebraço em semiflexão e supinação e os dedos em leve flexão; → O examinador coloca seus dedos médio e indicador sobre a superfície palmar das falanges do paciente e percute os próprios dedos; → Manobra de Wartenberg → Percussão brusca de polpa dos dedos médio e indicador do paciente com o seu próprio dedo médio. → Manobra de Troemner → Manobra de Hoffmann: Falange média do dedo médio do paciente é fixada entre o segundo e terceiro dedos que com o seu polegar determina a flexão brusca da ultima falange do paciente, pressionando a unha e relaxando-a subitamente. Resposta: contração dos músculos flexores dos dedos . Hoffmann presente pode significar lesão no neurônio motor superior; → MMII: → Reflexo patelar (L3-L4): → Paciente sentado ou em decúbito dorsal ou lateral, mas com a articulação do joelho fletida; → Realizar a percussão abaixo da patela; → Resposta normal: extensão da perna por contração do quadríceps femoral; → Abolido: sem contração do basto interno; → Manobra de reforço: Jendrassik; Pedir o paciente para olhar pra cima e puxar uma mão contra a outra. → Reflexos Adutores da coxa (L3-L4): → Pode ser observado simultaneamente (púbis) ou isoladamente (percussão sobre o côndilo interno do fêmur) – paciente sentado ou em decúbito dorsal com as pernasfletidas e os pés apoiados na superfície da cama; → Reflexos Aquileu (S1-S2): → Com o pé colocado em ângulo reto, percute-se o tendão de Aquiles – obtem contração dos músculos gêmeos e sóleo-flexão plantar; → Com o paciente sentado em uma cadeira ou no leito, o examinador deve exerce, com a mão livre do martelo, ligeiro movimento de flexão dorsal do pé para obter algum grau de estiramento do tendão; REFLEXOS SUPERFICIAIS: Estímulo Cutâneo/Mucoso → MMSS: → Reflexo palmo mentoniano: → Este reflexo se caracteriza pela contração do mento/ orbicular da boca em resposta a um estímulo cutâneo homolateral na região tênar em direção ao polegar; → Assimetria: lesão frontal/ cortical difuso; → ABDOME: → Reflexo cutâneo abdominal: → Supraumbilical (T7-T9); Umbilical (T9-T10); Infraumbilical (T11-T12); → Estimulação mecânica da pele do abdome – centrípeta/ centrífuga – promove contração dos músculos abdominais, resultando em desvio lateral do umbigo e linha Alba → MMII: → Reflexo Cremastérico (S1): Avaliar lesões medulares → O estímulo proximal e ao longo da face interna das coxas provoca a contração do M cremaster homolateral; → Mulheres: reflexo de Geigel → Reflexo Cutaneoplantar: Babinski – pode significar lesão de neurônio motor superior → O estimulo plantar, com um objeto de ponta romba, passando pela borda externa, desde o calcanhar até a porção média do coxim dos metatarsianos e terminando antes da base do halux; → Resposta: flexão plantar do pé, do hálux e dos demais dedos → Quando faz extensão é sinal de babinski ALTERAÇÕES NOS REFLEXOS: → Hiperreflexia (grau IV): Síndrome do neurônio motor superior – cortical/medular; → Hipo/arreflexia (grau I/o): Sindrome do neurônio motor inferior (raiz/nervo periférico);
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