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INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (IST) • Causadas por mais de 30 agentes etiológicos (vírus, bactérias, fungos, protozoários). • Transmissão: contato sexual (oral, vaginal, anal), gestação, parto ou amamentação, corrente sanguínea (eventualmente). • Causam impacto na qualidade de vida das pessoas, nas relações pessoais, familiares e sociais. • Podem se apresentar sob a forma de síndromes: úlceras genitais, corrimento uretral, corrimento vaginal e outras. • O diagnóstico e o tratamento da pessoa com IST e de seus parceiros sexuais, interrompe a cadeia de transmissão, prevenindo outras infecções e possíveis complicações. SERVIÇOS DE SAÚDE E IST • Um dos problemas de saúde pública mais comuns no mundo. No Brasil a OMS estima, na população sexualmente ativa, a cada ano, cerca de 937.000 casos de sífilis, 1.541.800 casos de gonorreia, 1.967.200 casos de clamídia, 640.900 casos de herpes genital e 685.400 casos de HPV. • Repercussões nas esferas psíquicas e econômicas, problemas de infertilidade, gravidez ectópica, dor pélvica crônica. • Atendimento deve visar não só a cura mas também a prevenção. • Abordagem sindrômica: boa relação custo benefício em locais com recursos limitados (fluxogramas adotados pela OMS). • Tratamento eficaz deve ser baseado em: alta eficácia (mínimo de 95%), baixo custo, tolerância e toxidade aceitáveis. Dose única, administração por via oral. HERPES GENITAL • Doença viral, infectocontagiosas, generalizada, crônica. • Causada pelo herpes simples vírus (HSV), principalmente subtipos 1 e 2 • Predominância por mucosa oral e genital, respectivamente. • Incubação: 1 a 26 dias (média de 7 dias) • Transmissão: predominância pelo contato sexual (oral, vaginal, anal). Pode ocorre por via vertical • Forma de contágio: contato com as lesões ulceradas. EPIDEMILOGIA • Infecção sexualmente transmissível mais comum no mundo. • África responsável por 31,5% da prevalência. • Mulheres são as mais acometidas (267 milhões de casos comparados com 150 milhos em homens). DIAGNÓSTICO • Clínico: sintomas sistêmicos (febre, mialgia, disúria, mal estar). o Pródromo de ardência e dor no local da lesão futura (em média 24h). o Lesões eritemato-papulosas (1 a 3mm) que evoluem para vesículas ou pústulas dolorosas, conteúdo citrino. Progressão para úlcera em 2 dias. o Quadro autolimitado com resolução em 3 semanas. Pode haver linfadenopatia inguinal dolorosa bilateral. o Sexo feminino: Acomete pequenos lábios, vulva, vagina e até colo uterino (Corrimento vaginal). o Sexo masculino: Lesões normalmente em pênis. Pode acometer escroto, uretra (corrimento uretral). o Taxa de recorrência do HSV-2 é de aprox. 90% nos 12 meses seguintes da primo infecção. • Laboratorial: swab de algodão para casos de difícil diagnóstico clínico, raspagem da lesão (detectar DNA viral pelo PCR), teste sorológico (assintomático). • Na APS o diagnóstico é feito por meio da clínica E exame físico CONDUTA E MANEJO (CAI NÃO) • Terapia antiviral : aciclovir, valaciclovir, fanciclovir. • O aciclovir EV é reservado para infecções graves (5mg/kg 8/8h por 7-10 dias). • Penciclovir tópico 1% pode ser usado 2x ao dia na lesão. • Uso de preservativos mesmo que parceiro sem manifestações clínicas. CANCRO MOLE • Também denominada cancroide, cancro venéreo ou cancro Ducrey. • Causada pelo Haemophilus ducreyi, bacilo gram negativo com acesso ao tecidos através de microabrasões na pele, durante relações sexuais. Não infecta pele íntegra. • Clínica: úlcera genital que pode ser acompanhada de linfadenite regional e formação de bubão. • Importante cofator na transmissão de vírus do HIV. • Incubação: média de 3 a 5 dias. EPIDEMILOGIA • Cerca de 10% dos contaminados por cancro mole está coinfectado por outras IST. • Mais frequente no sexo masculino. • Não é doença de notificação compulsória. • Apresenta alta infectividade e baixa patogenicidade. • Risco de infecção na relação sexual é de 80%. DIAGNÓSTICO • Clínico: mulheres podem ser assintomáticas. Homens com lesões frequentemente em sulco balanoprepucial e no frênulo. o Úlceras múltiplas, dolorosas, bordas irregulares, contornos eritemato edematosos, fundo recoberto por exsudato necrótico, odor fétido, com sangramento fácil o 50% dos casos apresenta adenopatia inguinal inflamatória (bubão inguinal). • Laboratorial: coloração de Gram no material purulento. Cultura com identificação do H. ducreyi (método mais sensível). PCR (alta sensibilidade, alto custo, pouco disponível). Na APS o diagnóstico é pela clínica E exame físico. CONDUTA E MANEJO (CAI NÃO) • Higiene local. • Aspiração com agulha grossa dos gânglios linfáticos regionais para alívio dos linfonodos tensos e com flutuação. • Mandatório o tratamento do parceiro sexual. • Seguimento deve ser mantido até involução das lesões. CLAMÍDIA • Agente causador: Chlamydia tracomatis (causador de doenças do trato urogenital- cervicite mucopurulenta em mulheres e uretrite em homens). • Grande impacto no sistema reprodutivo feminino, importante causadora da Doença Inflamatória Pélvica, favorece a esterilidade, gravidez ectópica, etc. • Recorrência comum das infecções, principalmente entre os < 20 anos. • Complicações sérias caso não tratada: DIP, esterilidade, gravidez ectópica, dor pélvica crônica. EPIDEMILOGIA • Assintomática em 50% dos homens e em 70% das mulheres. • No homem é responsável por 30-50% dos casos de Uretrite não Gonocócica (UNG), podendo levar a Sd. de Reiter (infecção recorrente, com uretrite, artrite, uveíte, lesão de pele e mucosas). • Infecção se inicia pelo endocérvice, podendo ocorrer na uretra e reto. • Período de incubação entre 14-21 dias. • Em gestantes pode causar parto precoce, morte neonatal e doença inflamatória pélvica pós parto. DIAGNÓSTICO • Clínico: cervicite mucopurulenta (CMP). o Geralmente assintomática (cerca de 70%). o Quando sintomática: corrimento vaginal, sangramento intermenstrual, dispareunia, disúria (40%), dor anorretal (20%). o Ao exame: dor à mobilização do colo uterino. Orifício externo do colo com material mucopurulento amarelado, ectopia cervical edematosa. o Quando DIP: endometrite, salpingite, peri-hepatite, periapendicite. • Laboratorial: coloração de Gram no material purulento. Cultura com identificação da Chlamydia tracomatis (método mais sensível). PCR (alta sensibilidade, alto custo, pouco disponível). • Critérios de risco para infecção cervical o Parceiro com sintomas o Paciente com múltiplos parceiros, sem proteção o Paciente acredita ter se exposto a IST o Paciente proveniente de áreas de alta prevalência de gonorreia e clamídia • Como realizar exame ginecológico: o Examinar genitália externa e região genital. o Separar lábios para visualização de introito vaginal integralmente. o Introduzir espéculo. o Realizar teste de PH vaginal (por 1 minuto). Colocar fita de papel indicador na parede vaginal lateral (evitar tocar colo). o Colher material para realização de bacterioscopia (quando disponível) e teste de whiff (teste das aminas). o Realizar teste do cotonete do conteúdo vaginal (swab endocervical com cotonete). o Se possível, coletar material para cultura de gonococo e pesquisa de clamídia. CONDUTA E MANEJO (CAI NÃO) • Parceiros sexuais tratados, preferencialmente com medicamentos de mesma dose. • Pacientes portadores de HIV tratados com mesmos medicamentos. • Casos de uretrite/corrimento uretral, usar mesmo esquema. • Casos de oftalmia neonatal, usar ceftriaxona 25-50mg/kg/dia IM, máximo de 125mg dose única. LINFOGRANULOMA VENÉREO • O LGV é causado por Chlamydia trachomatis, sorotipos L1, L2 e L3. A manifestação clínica mais comum é a linfadenopatia inguinal e/ou femoral, já que esses sorotipos são altamente invasivos aos tecidos linfáticos. • A evolução da doençaocorre em três fases: inoculação, disseminação linfática regional e sequelas, que são descritas a seguir: o Fase de inoculação: inicia-se por pápula, pústula ou exulceração indolor, que desaparece sem deixar sequela. Muitas vezes, não é notada pelo paciente e raramente é observada pelo profissional de saúde. Localiza-se, no homem, no sulco coronal, frênulo e prepúcio; na mulher, na parede vaginal posterior, colo uterino, fúrcula e outras partes da genitália externa. o Fase de disseminação linfática regional: no homem, a linfadenopatia inguinal se desenvolve entre uma a seis semanas após a lesão inicial; é geralmente unilateral (em 70% dos casos) e se constitui no principal motivo da consulta. Na mulher, a localização da adenopatia depende do local da lesão de inoculação. o Fase de sequelas: o comprometimento ganglionar evolui com supuração e fistulização por orifícios múltiplos, que correspondem a linfonodos individualizados, parcialmente fundidos em uma grande massa. A lesão da região anal pode levar a proctite e proctocolite hemorrágica. O contato orogenital pode causar glossite ulcerativa difusa, com linfadenopatia regional. • Podem ocorrer sintomas gerais, como febre, mal-estar, anorexia, emagrecimento, artralgia, sudorese noturna e meningismo. Os bubões que se tornarem flutuantes podem ser aspirados com agulha calibrosa, não devendo ser incisados cirurgicamente. • A obstrução linfática crônica leva à elefantíase genital, que na mulher é denominada estiomene. Além disso, podem ocorrer fístulas retais, vaginais e vesicais, além de estenose retal. • Recomenda-se a pesquisa de C. trachomatis em praticantes de sexo anal que apresentem úlceras anorretais. Mulheres com prática de coito anal ou HSH receptivos podem apresentar proctocolites como manifestação inicial. • O uso de preservativos ou outros métodos de barreira para sexo oral, vaginal e anal previnem a infecção por C. trachomatis. Acessórios sexuais devem ser limpos antes de sua utilização, sendo necessariamente de uso individual. • O diagnóstico de LGV deve ser considerado em todos os casos de adenite inguinal, elefantíase genital e estenose uretral ou retal. DONOVANOSE • É uma IST crônica progressiva, causada pela bactéria Klebsiella granulomatis. Acomete preferencialmente pele e mucosas das regiões genitais, perianais e inguinais. • É pouco frequente, ocorrendo na maioria das vezes em climas tropicais e subtropicais. • A donovanose (granuloma inguinal) está frequentemente associada à transmissão sexual, embora os mecanismos de transmissão não sejam bem conhecidos, sendo a transmissibilidade baixa. • O quadro clínico inicia-se com ulceração de borda plana ou hipertrófica, bem delimitada, com fundo granuloso, de aspecto vermelho vivo e de sangramento fácil. A ulceração evolui lenta e progressivamente, podendo tornar-se vegetante ou úlcerovegetante. • As lesões costumam ser múltiplas, sendo frequente a configuração em “espelho” nas bordas cutâneas e/ou mucosas. • Há predileção pelas regiões de dobras e região perianal. Não ocorre adenite, embora raramente possam se formar pseudobubões (granulações subcutâneas) na região inguinal, quase sempre unilaterais. • Na mulher, a forma elefantiásica é uma sequela tardia, sendo observada quando há predomínio de fenômenos obstrutivos linfáticos. A localização extragenital é rara e, quase sempre, ocorre a partir de lesões genitais ou perigenitais primárias. • O diagnóstico diferencial de donovanose inclui sífilis, cancroide, tuberculose cutânea, amebíase cutânea, neoplasias ulceradas, leishmaniose tegumentar americana e outras doenças cutâneas ulcerativas e granulomatosas. GONORREIA • Doença bacteriana do trato urogenital. • Agente causador: Neisseria gonorrheae (gonococo). Diplococo gram negativo. • Transmitida quase exclusivamente por contato sexual ou perinatal. • Responsável por: cervicite mucopurulenta (CMP)em mulheres, salpingite aguda, uretrite em mulheres e homens. • No recém-nascido sua principal manifestação é a conjuntivite gonocócica. Pode ocorrer também abcessos, septicemia, menigite, pneumonia, endocardite. • Na gestante: complicações de pré e pós parto, prematuridade, rotura prematura de membranas, perdas fetais, febre puerperal. EPIDEMILOGIA • Alto grau de contágio. Homem é reservatório natural do patógeno. • Acomete indivíduos, principalmente entre 20- 40 anos (maior prevalência no sexo masculino). • Assintomática em cerca de 70% dos casos. DIAGNÓSTICO • Clínico: uretrite aguda (principal manifestação). o Sintomas principais: corrimento uretral, disúria, prurido, febre (incomum). o Corrimento inicial é mucoide, posteriormente, purulento e abundante. o Maioria evolui para cura espontânea. o Alguns evoluem para complicações: balanopostite, porstatite, epididimite, pielonefrite, artrite, meningite, pericardite, septicemia. • Laboratorial: em casos de uretrite (swab de 2-3cm pela análise do conteúdo mucopurulento) o Exame bacterioscópico do corrimento com coloração gram. o Cultura (95% de sensibilidade nos casos de uretrite sintomática). Metodo padrão para diagnóstico da doença. o Detecção de oftalmia neonatal: esfregaço corado pelo método gram (sensível e específico). CONDUTA E MANEJO (CAI NÃO) • Não ordenhar uretra durante ou após tratamento. • Pacientes portadores de HIV com uretrite gonocócica, utilizar mesma terapêutica. • Casos de cervicite devem utilizar o mesmo tratamento para uretrite gonocócica. • Parceiros sexuais devem ser tratados com mesmo esquema. HPV (CONDILOMA ACUMINADO) (PAREI 26:49) • Também conhecido por: crista de galo, verruga genital. • Agente causador: Papilomavírus humano (HPV). • Infecta pele e mucosas. Pode ser desde assintomático até aparecimento de verrugas anogenitais. • Mais de 125 tipos, onde 13 são cancerígenos ( CA de pênis, anus, útero, vagina, orofaringe). • Principal transmissão é sexual ( anal, vaginal, oral). Em pele íntegra. Transmissão vertical também pode acontecer. • Período de incubação de 3 semanas a 8 meses. EPIDEMILOGIA • Uma das ISTs mais frequentes no mundo (só perde para Herpes Genital) • Em geral assintomática e autolimitada. • Imunossupressores mais sujeitos a quadros mais amplos e recidivantes. • No Brasil, 54,6% da população entre 16-25 anos está infectada pelo HPV. • CA mais associado ao HPV: colo uterino (tipos 16 e 18 do vírus são responsáveis por 70% desse CA). • HPV 6 e 11 causam quase 90% das verrugas anogenitais. • No Brasil o Ministério da Saúde estima a ocorrência de 685 mil novas infecções ao ano. DIAGNÓSTICO • Clínico: 3 formas: latente, subclínica, clínica o Latente: assintomática. Pode aparecer condilomas ou alterações histológicas no cérvice. Diagnóstico apenas por exames de detecção de DNA viral o Subclínicas: presença de microlesões, diagnosticadas por colposcopia o Clínica: lesão macroscópica (verruga genital). Pápulas ou nódulos eritematosos (2 a 5 mm de diâmetro), únicas ou múltiplas (agrupadas), superfície lisa, rugosa ou granulosa, localizadas ou disseminadas, pruriginosas ou dolorosas. • Laboratorial: o Diagnóstico é clínico, basedo na anamnese. o Confirmação por biópsia do epitélio. Indicado nos casos de: dúvida diagnóstica, suspeita de lesões carcinogênicas (verrugas endurecidas, fixas pigmentadas ou ulceradas), imunodeprimidos, ausência de resposta e/ou aumento das lesões durante o tratamento. CONDUTA E MANEJO • Objetivo do tratamento: prevenção da transmissão, redução e remoção das lesões clinicas, identificação das lesões potencialmente malignas • Podofilotoxina é contra indicada na gestação • Prevenção é fundamental: devido evolução cancerígena. Através do uso de preservatives • Vacinação pelo MS desde 2014 ( subtipos 6,11,16,18). Distribuição em 2 doses ( 6/6meses) • Meninas ( 9 a 14 anos), meninos (11 a 14anos), HIV positivos e transplantados (entre 9 a 26 anos) SÍFILIS • Causada por: bactéria espiroqueta, gram negativa, Treponema pallidum. • Infecção sexualmente transmissível, mas também por via vertical, crônica, sistêmica e curável. • Doença de notificação compulsória nas UAPS. • Classificada em : recente (< 2 anos de evolução), tardia (> 2 anos de evolução). o Recente: primária, secundária e latente recente. o Tardia: terciária e latente tardia. • Transmissão por transfusão é rara: devido políticas de segurança nos centros de hemotransfusão. EPIDEMILOGIA • Responsável por mais de 300.000 mortes fetais e neonatais por ano no mundo. DIAGNÓSTICO • Clínico: o Latente: assintomática, diagnosticada por testes sorológicos ( estágio onde ocorrem a maioria dos diagnósticos). Tempo de infecção indeterminado deve ser tratada com sífilis tardia. o Primária: pequena pápula ( vagina, vulva, cérvice, pênis, anus, boca...)que evolui para ulcera ou erosão, indolor, bordas endurecidas, fundo limpo (cancro duro). ▪ Pode haver linfadenopatia inguinal unilateral. Estagio autolimitado (1- 2 meses). o Secundária: após 6 a 36 semanas, dura em média 4- 12 semanas. Pode haver exarcebação dos sintomas por até 2 anos. ▪ Máculas e/ou pápulas, róseas, não pruriginosas, normalmente em tronco, lesões erItemato escamosas em palmas de mãos e pés, placa branco avermelhadas em mucosas. EXANTEMA QUE NÃO POUPA PALMAS E PLANTAS. ▪ Pode haver envolvimento do folículo piloso ( alopecia e madarose), febre, cefaleia, odinofagia, anorexia, perda de peso, adinamia, mal estar. ▪ Pode haver comprometimento hepático, renal, gastrintestinal, meníngeo e até ocular (uveíte). ▪ 30% pode evoluir para sífilis terciária (pode surgir até 40 anos após o contato). o Terciária: acometimento do sistema cardiovascular (aortite sifilítica, aneurisma, estenose de coronárias), sistema nervosos (meningite aguda, atrofia do nervo óptico, lesão de nervo facial, paralisia, demência). ▪ Obs: neurossífilis é diagnosticada pela sorologia de liquor. • Laboratorial: o Divididos em : diretos e testes imunológicos (escolha deve levar em consideração o estágio da infecção). ▪ Diretos (pesquisa da bact. na lesão): microscopia de campo escuro, imunofluorescência direta ou pesquisa de material corado. Indicado para sífilis nos estágios recentes primário e secundário, com lesão cancroide ou dermatológica. Sensibilidade de 74 a 86%. ▪ Imunológicos: mais utilizados. Identificam o Ac específico e não específico para o Treponema pallidum no organismo. Divididos em treponêmicos (FTA Abs, ELISA, testes rápidos) e não treponêmicos (VDRL, TRUST) que identificam Ac não específicos anticardiolipina. ▪ Rápidos: fácil execução, resultado no máximo em 30 min, realizado por amostras sanguíneas, digital ou venosa ▪ VDRL: teste não treponêmicos mais utilizado. Resultado positivo entre 5-6 semanas após a infecção e entre 2-3 semanas após o aparecimento da lesão cancroide. Pode estar negativo na sífilis primária o Em gestante : testar na primeira consulta de pré natal (primeiro trimestre) e inicio do terceiro trimestre ou no momento do parto CONDUTA E MANEJO • Neurosífilis: pen cristalina 18 a 24 milhões UI/dia, IV. Em doses de 3 a 4 milhões UI de 4/4h por infusão contínua por 14 dias • Esquemas alternativos não são recomendados na gestação. No caso de alergia a pen. A gestante deve passar por dessensibilização HEPATITE B EPIDEMILOGIA • 5 a 10% dos infectados tornam-se portadores crônicos ( presença do vírus por mais de 6 meses) • A replicação viral pode evoluir para doença hepática avançada como cirrose • 1% ou menos dos casos, apresenta quadro agudo grave (hepatite fulminante) • Essa doença é condição para o desenvolvimento da hepatite D • Período de incubação, intervalo entre exposição ao vírus e início dos sinais e sintomas, varia de 30 a 180 dias ( média de 70 dias) • Vacinação é recomendada para todas as pessoas independente de idade, sexo ou condição de vulnerabilidade ( principalmente em regiões endêmicas- região norte) • Transmissão parenteral, causada por vírus HBV ( vírus DNA, hepativirus da família hepadnaviridae) • Transmissão vertical tem maior chance de cronificar a doença • Geralmente anictérica em mais de 75% dos acometidos ( diferente da hepatite A) • Doença de notificação compulsória como todas as hepatites virais DIAGNÓSTICO CLÍNICO: • A hepatite aguda evolui e consiste em 3 fases principais: o Prodrômica ou pré icterícia: sinais constitucionais (anorexia, náuseas, astenia, dor muscular, febre), perduram por até 4 semanas, relacionados com perda de olfato e paladar ▪ Urina escura, fezes esbranquiçadas (podem ser observadas de 1 a 5 dias antes da icterícia) o Ictérica: abrandamento dos sintomas digestivos e surgimento da icterícia (intensidade variável) e pode ser precedida por colúria. Acolia fecal pode vir acompanhada de prurido generalizado. Pode haver hepatomegalia, dor e desconforto no quadrante superior direito do abdomem. Esplenomegalia e adenopatia cervical em 10 a 25% dos casos agudos. o Convalescença ou fase pós ictérica: duração variável ( 2 a 12 semanas). Desaparecimento dos sintomas clínicos e retorno da sensação de bem estar ▪ Hepatomegalia e alterações bioquímicas podem ainda estar presentes • Recuperação clínica e bioquímica esperada em 3 a 4 meses após inicio da incterícia • Caso reação inflamatória hepática, nos casos agudos sintomáticos ou assintomáticos dure mais de 6 meses, considera-se fase crônica da infecção • Crônica : sintomas inespecíficos, predomínio de mal estar, sintomas digestivos e fadiga • Após anos de evolução pode surgir quadro de cirrose hepática, ascite, varizes esofágicas, edema e alterações hematológicas (2 a 3% pode evoluir para um hepatocarcinoma) LABORATORIAL • Marcadores sorológicos do HBV : o HBsAg reagente: presença de infecção pelo HBV, podendo ser aguda ou crônica, ▪ Precede a elevação das aminotransferases séricas e os sintomas clínicos em 2 a 6 semanas. Deixa de ser identificável cerca de 1 a 2 meses após a icterícia. Raramente persiste por mais de 6 meses ( exceto nas infecções crônicas) o HBsAg não reagente: ausência de infecção por HBV o Anti HBc IgM ou IgG/ total: marcadores de contato prévio. Não indicam imunidade e não são induzidos pela vacinação. ▪ IgM= aparece no início dos sintomas e é marcador de infecção aguda recente ▪ IgG= presente nos pacientes que já se recuperaram de hepatite B no passado, assim como nos com infecção crônica o HBeAg: antígeno de replicação viral, independe da fase da doença ( aguda ou crônica). Indica alta infectividade o Anti Hbe: anticorpo contra o HBeAg. Representa declínio da infectividade o Anti HBs: anticorpo contra HBsAg. Aparece cerca de 1-3 messes após a vacinação ou após recuperação de infecção aguda • Hepatite B também pode cursar com outras alterações laboratoriais: elevação de AST, ALT (dano hepatocelular) • Icterícia visível em pele e esclera quando valor sérico de bilirrubina >43umol/L • Pode haver neutropenia e linfopenia transitória acompanhada de linfocitose relativa • Albumina pode estar normal ou baixa. TAP pode estar normal ou baixo (INR alargado) • Sinais e sintomas de gravidade: equimose, hemorragias, sonolência, insônia, alterações do comportamento presença de flapping, TAP < 50% CONDUTA E MANEJO • Notificação compulsória • Repouso relativo (até redução de TGP para menos que 2-3 vezes o limite superior da normalidade • Dieta ( conforme aceitação) • Sintomáticos Fluxograma de diagnóstico de infecção pelo HBV • Abstinência alcoólica ( 6 meses no mínimo) • Acompanhamento ambulatorial 15/15 dias por meio de exames laboratoriais ( ALT, AST, bilirrubinas, TAP/INR • Casos de hepatite B grave com INR > 1,6:usar antivirais como Entacavir, Tenofovir • Casos de hepatite B crônica: encaminhar ao serviço especializado • Prevenção: controle dos bancos de sangue, vacinação, uso de equipamentos de proteção individual, não compartilhar alicate de unha, escova de dente • Uso de imunoglobulina humana anti vírus da hepatite B em: recém nascidos de mães portadoras do HBsAg, contatos sexuais com portadores de infecção aguda, vitima de violência sexual ( ate 14 dias após o estupro), acidente ocupacionais HEPATITE C (MAIORIA CRONIFICA) • Causada por vírus RNA de cadeia simples, da família Flaviviridae. • Possui seis genótipos conhecidos e mais de 50 subtipos • Incubação varia em média 7 semanas • Transmissão, predominantemente, por exposição parenteral, sangue infectado ou fluidos corporais contendo sangue, compartilhamento de materiais para uso de drogas intravenosas (hemodiálise, transplante de órgãos) • Doença associada ao desenvolvimento de cirrose hepática, carcinoma hepatocelular, insuficiência hepática EPIDEMIOLOGIA • Nas Américas, cerca de 7 milhões de pessoas vivem com hepatite C crônica, levando mais de 100 mil óbitos/ ano • 70% dos que adquirem o vírus HCV irão desenvolver infecção crônica, e desses, 15- 20% desenvolvem cirrose hepática • No Brasil, em média, 70% está na faixa entre 30-59 anos. Maior número de casos confirmados nas regiões Sul e Sudeste • Doença de notificação compulsória DIAGNÓSTICO • Clínico: o Fase aguda: ocorre até 6 meses após o contato com o vírus. Geralmente assintomática, mas pode apresentar: febre, fadiga, colúria, icterícia, dor abdominal, náuseas, vômitos o Fase crônica: ocorre após 6 meses de contato com o vírus. Pode apreentar manifestações extra hepáticas: crioglobulinemia mista, púrpura, fraqueza, artralgia • Laboratorial: o Pesquisa de anti HCV no soro: + entre 8 a 10 semanas após o contato com vírus. Não diferencia entre contato atual ou contato prévio curado. Métodos usados: ELISA ou teste rápido o Pesquisa de HCV-RNA: realizado em indivíduos bastante suspeitos, como transmissão vertical. Util na confirmação diagnóstica após resultado de anti HCV+. Método mais empregado: PCR o Genotipagem de HCV deve ser realizada após confirmação diagnóstica (anti HCV e HCV RNA positivos), para definição de terapêutica o Fase aguda: anti HCV não reagente no início dos sintomas ou no momento da exposição. Anti HCV reagente em segunda dosagem, com intervalo de 90 dias ou anti HCV não reagente e detecção de HCV RNA por até 90 dias após início dos sintomas o Fase crônica : anti HCV reagente por mais de 6 meses e confirmação com HCV RNA detectável CONDUTA E MANEJO • Notificação compulsória • Principal objetivo é erradicação do vírus com HCV RNA indetectável nas 12ª ou 24ª semana de seguimento pós tratamento • Importante avaliar presença de comorbidades e coinfecções • Orientação e prevenção. • Fase crônica: o tratamento baseia-se pelo genótipo do virus o Ex: daclatasvir ( inibidor do complexo enzimático NS5A), simeprevir (inibidor de protease) HIV • Retrovírus pertencente ao gênero Lentiviridae e família Retroviridae • Doença é caracterizada pela queda progressiva na contagem de linfócitos T CD4+, podendo ocorrer de forma direta ( replicação viral) ou indireta (mediada pelo sistema imune do hospedeiro) EPIDEMIOLOGIA • De 2007 a junho de 2018 foram notificados no SINAN 247.795 casos de infecção pelo HIV no Brasil • A distribuição mostra uma concentração nas regiões sudeste e sul ( 51,8 e 20,0%) do total de casos • No últimos dez anos a taxa de detecção da doença apresentou queda de 18,3 casos a cada 100 mil habitantes, em 2017 • Doença é mais prevalente e apresenta maior mortalidade no sexo masculino. Em indivíduos entre 25 e 39 anos, em ambos os sexos Fase aguda DIAGNÓSTICO • Clínico: o Pacientes assintomáticos no início, porém, nas primeiras duas semanas após infecção pode ocorrer sintomas inespecíficos (febre, linfadenopatia, náuseas, diarreia, perda de peso) o Doenças relacionadas com AIDS : pneumocistose, toxoplasmose cerebral, sarcoma de Kaposi • Laboratorial: o Realização de teste rápido nas UAPS o Teste rápido +, realizar outro teste rápido de outra marca, se positivo, realizar teste de quantificação de carga viral ( RNA-HIV1) CONDUTA E MANEJO • Notificação compulsória • Coordenação do cuidado • Exames recomendados: contagem de linfócitos T CD4+, carga viral do HIV, hemograma, creatinina, enzimas hepáticas e PPD (coinfecção com TB) • Inicio precoce da terapia antirretroviral com objetivo de : reduzir transmissibilidade • Profilaxia pós infecção (PEP) : recomendação de esquema único de antirretrovirais, redução do tempo de acompanhamento dos pacientes de seis para três meses, deve ser iniciada de 2h a 72h após relação desprotegida, é considerada uma urgência médica ESTRATÉGIA DE PREVENÇÃO E CONTROLE EM SUSPEITOS DE IST • Informação e educação em saúde • Fornecimento de preservativos e gel lubrificante • Vacinação contra HBV e HPV • Prevenção da transmissão vertical do HIV, HBV e sífilis • Profilaxia pós exposição ao HIV quando indicada • Triagem para sífilis, HIV, e hepatites virais B e C
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