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Aula de Clínica médica ministrada por: F. Leão Anotações por: Lara Nepomuceno 71C FCMMG Exame f ísico do aparelho cardiovascular Roteiro • Anamnese – conta muito • EF – Inspeção, avaliação de mucosas, pele, perfusão capilar periférica, palpação e ausculta do precórdio • Exame dos pulsos arteriais e venoso julgular, aferição da PA • Posição fundamento do paciente: decúbito dorsal • Médico posicionada à direita Inspeção e palpação • Ocorre de forma quase simultânea • Pesquisa de abaulamentos, análise do ictus cordis, dos movimentos visíveis e/ou palpáveis, palpação de bulhas, pesquisa de frêmitos • Observar em 2 incidências (tangencial e frontal). • Abaulamento pode indicar: AAo (aneurisma de aorta abdominal), cardiomegalia, derrame pericárdico, cardiopatias congênita e deformidades torácicas ICTUS CORDIS • Impulso apical • Avaliar: Localização, mobilidade, extenção, intensidade, ritmo e frequência • Situação em que não é visível: Enfisema pulmonar, obesos, grandes mamas, musculatura muito desenvolvida e idosos (redução da capacidade contrátil) • Localização o Pode variar de acordo com o biotipo ▪ Normolíneo: cruzamento da linha hemiaclavicular esquerda com o 4 e 5 espeço intercostal ▪ Brevelíneos: desloca-se cerca de 2cm para fora e para cima, no 4 espaço intercostal ▪ Longilíneos: 5 espeço intercostal, 1-2cm para dentro da linha hemiclavicular • Extenção o Polpas digitais necessárias para cobri-lo o Normal: 1-2 polpas digitais (2-2,5cm) o Hipertrofias: ≥ 3 polpas • O desvio do ictus pode sinalizar dilatação e ou hipertrofia do VE FRÊMITO CARDIOVASCULAR • Sensação tátil determinada por vibrações produzias no coração ou nos vasos. Avaliar localização, situação no ciclo cardíaco e intensidade (++++/IV) estão associados aos sopros • Outros batimentos visíveis ou palpáveis (retração sistólica, levantamento de massa em precórdio, choques valvares, pulsação epigástrica ou supra esternal) Ausculta cardíaca • Tem que se atentar ao ambiente, posição do paciente e do examinados, instruir adequadamente o paciente, escolha correta do receptor, aplicação correta do receptor, não auscultar através de roupas • Focos: mitral, pulmonar, aórtico, aórtico acessório e tricúspide Bulhas cardíacas • Primeira bulha o Fechamento das valvas mitral e tricúspide o Componente mitral antecedendo o tricúspide o Coincide com o ictus e o pulso carotídeo o É mais grave e tem duração um pouco maior que a segunda bulha o Som pode ser representado pelo tum • Segunda bulha o Fechamento das valvas aórtica e pulmonar o Componente aórtico precede o pulmonar o Ouve-se o componente aórtico em toda região precordial o ruído da pulmonar: área limitada (área pulmonar). o EXP: fechamento sincrônico, ruído único (som representado por “TA”). o INSP: prolongamento da sístole VD retarda o componente pulmonar: desdobramento fisiológico da 2ª bulha (“TLA”). • Terceira bulha o Ruído protodiastólico de baixa frequência >> campânula o Vibração da parede ventricular subitamente distendida pela corrente sanguínea durante o enchimento ventricular o Habitualmente observada em crianças e adolescentes o É mais audível no FM, em DLE. • Quarta bulha o ruído débil que ocorre no fim da diástole ou pré-sístole o originada pela brusca desaceleração do fluxo sanguíneo, mobilizado pela contração atrial em encontro com o sangue no interior do VE, no final da diástole o crianças e adultos jovens; idosos Outras características • Ritmo e frequência o Só determina após reconhecer o B1 e B2 >> determinar o ritmo do coração e a frequência cardíaca) batimentos por minuto • Estalido e cliques: vibração do enchimento dos vasos, quando temos o enchimento muito rápido ou temos uma tensão nos folhetos podemos ter o estalido – som único e curto. Som de alto timbre o Estalido de abertura ocorre quando as valvas estão estenóticas (dificuldade por causa da tensão dos folhetos. No fechamento tem o som mais ruidoso o Quando as valvas se encontram estenóticas: podem determinar o aparecimento de ruídos de alta frequência, com timbre de estalido, que surgem, em média, entre 40 e 60 ms após o componente aórtico da segunda bulha. • Sopros: decorrentes de vibração e alterações do fluxo sanguíneo (o fluxo normalmente é laminar com fluxo central mais rápido, e quando temos perda desse mecanismo laminar e dessa distribuição mais central podemos ter a presença do sopro) o Mecanismos do sopro ▪ Aumento na velocidade da corrente sanguínea ▪ Diminuição da viscosidade do sangue ▪ Passagem do sangue por zona estreitada ▪ Passagem do sangue por zona dilatada o Características semiológicas ▪ Situação o ciclo cardíaco ▪ Localização, irradiação ▪ Intensidade, timbre e tonalidade ▪ Modificações com respiração, posição, exercício e ação de drogas pulso arterial • É a expansão e contração alternada de uma artéria após a ejeção de um volume de sangue na aorta pela contração do VE • Devem ser examinados: pulso carotídeo, temporal, axilar, braquial, radial, femoral, poplíteo, pedioso e tibial posterior • Características semiológicas: o Estado da parede da artéria – podemos notar que a parede está amis espessa → muito frequente em pacientes diabéticos, idosos – dificulta na definição do pulso e pressão. o Ritmo e frequência o Amplitude – quando o paciente tem dificuldade de bombeamento temos uma redução da amplitude o Tensão – pressão que o sangue faz na ejeção o Comparação com o lado homólogo – um lado pode estar obstruído e o outro não Turgência julgular • Condições normais: jugulares túrgidas apenas em decúbito • Veias ingurgitadas na posição semissentada (45°): turgência julgular • Traduz hipertensão venosa no sistema VCS • Etiologias comuns: Compressão da VCS, IVD, pericardite constritiva Pulso venoso • Pulsações observadas na base do pescoço • Modificações de volume na VJI Avaliação pré-operatória • A avaliação é importante e devemos avaliar o paciente com o seu risco prévio, indicando se há ou não necessidade de CTI • Ao avaliar o risco pré-operatório vemos qual é a chance de o procedimento ser nocivo • Dessa forma, os objetivos da avaliação pré-operatória é determinar o estado clínico do paciente e estimar o risco de complicações • O risco pré-operatório avalia: o Condição clínica do paciente/comorbidades o Urgência o Características do procedimento • Para a avaliação pré-operatória se usa de ferramentas para estimar o risco que o paciente está se expondo, dessa forma utilizamos os escores de risco que agrupam fatores preditores de complicações e realizam o cálculo da probabilidade delas ocorrerem Anamnese • Buscar informações para doenças de base, HF • Etilismo, tabagismo • Reação alérgica a anestésicos • Tempo cirúrgico estimado • Necessidade ou não de transfusão (se tem restrição ou não) • Dados clínicos, socioeconômicos, demográficos e culturais • Antecedentes cirúrgicos e anestésicos • Capacidade funcional – capacidade de realizar as atividades diárias → medidas pelo METS, sendo que quanto mais a capacidade mais ativo é o paciente (METS < 4 = baixa capacidade funcional) • Avaliar a necessidade de compensação de comorbidade – mais realizado em cirurgias eletivas • Uso de medicamentos – se há ou não necessidade de retirar • Presença de prósteses valvares, MP/CDI • Verificar dúvidas do paciente e familiares • Informar que complicações não se limitam ao ACV • Identificação da presença de condições cardiovasculares Condições cardiovasculares grave no perioperatório • Síndrome coronariana aguda • Doenças instáveis da aorta torácica • Choque cardiogênico • Edema agudo do pulmões • Choque cardiogênico • Insuficiência cardíaca classe funcional III/IV da NYHA • Angina classe funcionalCCS III/IV • Bradiarritmias ou taquiarritmias graves (BAVT, TV) • Hipertensão arterial sistêmica não controlada (PA > 180 x 110 mmHg) • Fibrilação atrial de alta resposta ventricular (FC > 120 bpm) • Hipertensão arterial pulmonar sintomática Exame físico • Identificar cardiopatia preexistente ou potencial • Definir a gravidade e estabilidade • Identificar comorbidades • Idosos identifica o grau de fragilidade Clinical frailty scale: • Nos pacientes jovens (> 40anos) e cirurgia de baixo risco não há necessidade de pedir exames laboratoriais rotineiros • A indicação de exames pré-operatórios deve ser individualizada conforme a história, o exame físico, as doenças e as comorbidades apresentadas pelos pacientes, assim como o tipo e o porte da cirurgia proposta • Para pacientes sem doenças pré-existentes (ASA I e ASA II) seguimos a seguinte recomendação: Risco intrínseco da cirurgia • Probabilidade de ocorrência de eventos cardiovasculares perioperatório, independente de variáveis clínicas dos pacientes • Está relacionado à duração do procedimento, ao estresse hemodinâmico, e à perda de sangue e fluidos que ocorre durante a intervenção. • De acordo principalmente com o grau de agressão, trauma tecidual e perdas sangüíneas, os procedimentos cirúrgicos são distribuídos nas seguintes categorias: A. Procedimento minimamente invasivo • Baixo potencial de causar alteração na fisiologia habitual • Raramente relacionada com morbidade ligada ao procedimento anestésico • Raramente requer hemotrasnfusao monitorização invasiva ou CTI B. Procedimento moderadamente invasivo • Tem um potencial moderado de alterar a fisiologia habitual • Pode necessitar de hemotransfusão, monitorização invasiva ou CTI C. Cirurgia altamente invasiva • Normalmente produz alteração da fisiologia habitual • Quase sempre necessita de hemotrasnfusão, monitorização invasiva ou CTI Escores de risco Goldman • Avaliação clínica, eletrocardiograma e o tipo de cirurgia • Modelo multifatorial específico para complicações cardíacas perioperatórias ASA • Classificação do paciente se baseia no seu estado clínico geral, a partir da presença ou ausência de doenças sistêmicas Avaliação pré-operatória • Condutas com os pacientes o A depender do risco estimado e da natureza do mesmo, são propostas intervenções para estabilização clínica por meio de terapêutica apropriada para a condição ou estratificação adicional de risco com exames complementares o Pacientes de risco intermediário ou alto devem ser acompanhados em Unidade semi-intensiva ou de Terapia Intensiva (UTI) para identificação precoce de eventos cardiovasculares no pós-operatório. Fluxograma da avaliação
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