Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Urgência e emergência Ana Catarina Dutra Rebelo - Medicina Página 1 de 4 Abordagem inicial do paciente grave Introdução e definições - Rápida e sistematizada. - Chegar a um diagnóstico sindrômico e iniciar o tratamento efetivo mais breve possível. - Paciente que chega na emergência pode apresentar alterações que podem envolver o nível de consciência, vias aéreas, respiração e a hemodinâmica. ❖ Triagem - Otimizar e adequar o tempo de espera pelo atendimento às necessidades e à gravidade da condição clínica e reduzir o impacto negativo no prognóstico de uma demora no atendimento. - A triagem é uma atividade prioritária no departamento de emergência em situações de alta demanda. MOV 1) Monitorização multiparamétrica 2) Oxigenoterapia suplementar 3) Acesso venoso ❖ Pressão arterial - É um preditor de eventos adversos. - Métodos auscutatórios (manuais) e oscilométricos/ monitores (boa acurácia). - A monitorização invasiva deve ser considerada em algumas situações: Instabilidade hemodinâmica persistente ou recorrente; monitorização de doenças ou de tratamentos com metas de PA estabelecida; necessidade de coleta de sangue arterial frequente; imprecisões esperadas do método oscilométrico não invasivo. ❖ Oximetria de pulso - Porcentagem de hemoglobina arterial. ❖ Limitações: - Artefato de movimentação e perda de sinal - Estados de baixa perfusão, com componente pulsátil e erros de mensuração - Incapacidade de distinção entre hemoglobina normal e condições como metemoglobina e carboxihemoglobina. ❖ Oxigenoterapia complementar - Oxigênio deve ser prescrito para alcançar uma SatO2 de 94 a 98% para a maioria dos pacientes com doença aguda. - OU SatO2 de 88 a 92% para pacientes com risco de insuficiência respiratória hipercápnica. ❖ Nível de consciência - É a primeira avaliação do paciente grave, sem sinais evidentes de traumatismo. - Consciência é definida como a ciência e percepção de si e de sua relação com o meio. • Alterações: - Conteúdo, como os estados confusionais, demências etc. - Nível: agitação, sonolência, coma etc. • Determinar responsividade - Se há responsividade ou não a estímulos - Se o paciente estiver irresponsivo, rapidamente checar o pulso e respiração. - Se não tiver pulso -> Manobras de suporte básico de vida. • Instrumentos para determinar nível de consciência: - Escala de coma de Glasgow • Resposta motora Urgência e emergência Ana Catarina Dutra Rebelo - Medicina Página 2 de 4 - Observação da movimentação espontânea do paciente. - Observação dos movimentos apresentados pelo paciente ao estímulo doloroso -> leito ungueal, região supraorbitária e esterno. - Pesquisa de reflexos com atenção à sua presença, simetria e se existem sinais patológicos como o sinal de Babinski. - Pesquisa do tônus muscular pela movimentação passiva, com atenção a hipertonia, hipotonia e paratonia. Hemiparesia diminuída com comprometimento facial ipsilateral Sugere lesão acima da ponte contralateral Decorticação Sugere lesão ou disfunção supratentorial extensa Descerebração Sugere lesão ou disfunção de tronco cerebral Ausência de resposta motora Sugere lesão periférica, pontina ou bulbar ❖ Avaliação de pupilas e fundo de olho ❖ Padrão respiratório ❖ Avaliação de nervos cranianos e musculatura ocular extrínseca ❖ Investigação etiológica e diferenciação de encefalopatia focal e difusa Exames complementares em alteração do nível de consciência Manejo do paciente Com alteração do nível de consciência A: Airways B: Breath C: Circulation - Se houver história de trauma -> imobilização de coluna vertebral. - Se o paciente não consegue proteger a via aérea por perda de consciência, mantê-la pérvia (por queda de língua por exemplo), respiração ineficaz e hipoxemia -> CONSIDERAR INTUBAÇÃO. - Checar glicemia capilar. - Se não conseguir checar glicemia: bolus EV de 15g de glicose hipertônica. - Em pacientes etilistas ou gravemente desnutridos -> bolus de glicose associado com Tiamina 100mg IV para evitar encefalopatia de Wernicke (confusão mental, ataxia, alterações de motricidade ocular, choque e coma). Urgência e emergência Ana Catarina Dutra Rebelo - Medicina Página 3 de 4 - Se suspeita de HIC: deixar o paciente em decúbito dorsal horizontal com cabeceira elevada a 30 graus. - Realizar ABC -> realizar MOV. - Se hipotensão: primeiro tratar com ressuscitação volêmica, considerar uso de suporte vasopressor ou ianotrópicos precoces. ❖ Vias aéreas e ventilação - Após checar responsividade e pulso, verificar se o paciente está respirando. Se não -> checar se há obstrução de vias aéreas. → Indicações de IOT: - Insuficiência respiratória não reversível com tratamento inicial. - Hipoxemia persistente -> SatO2 < 90%, apesar da oferta de O2 suplementar em fluxo adequado. → Procurar sinais de insuficiência ou desconforto respiratório: 1) Dispneia/ taquipneia 2) Movimentos paradoxais podem indicar obstrução de vias aéreas ou instabilidade da caixa torácica 3) Movimentos unilaterais podem indicar pneumotórax, derrame pleural, atelectasia 4) Sibilos sugerem broncoespasmo 5) Hipoxemia 6) Evidência de hemorragia pulmonar ou aspiração 7) Percussão com hipertimpanismo ou maciez 8) Ausculta normal 9) Observar tosse Insuficiência respiratória aguda Incapacidade do organismo de realizar trocas gasosas de forma adequada, de instalação aguda, por disfunção de um ou mais componentes do sistema respiratório. • Gasometricamente - PaO2 < 60 mmHg (ou SpO2 < 90%) - PaCO2 > 45 mmHg ; • Classificação: 1) Tipo I: hipoxêmica - Falência primária na oxigenação - Ventilação preservada, hipoxemia é devido à alteração na relação ventilação/ perfusão -> efeito Shunt ou espaço morto. - Não há hipercapnia. 2) Tipo II: hipercápnica Manejo do paciente com IRA 1) Suplementação de oxigênio como medida de suporte se hipoxemia 2) Abordagem direcionada ao fator precipitante 3) Considerar ventilação não invasiva se: - Dispneia moderada a grave - RF 24-30 irpm - Sinais de aumento do trabalho respiratório - Uso de musculatura acessória - Gasometria PaCO2 > 45 mmHg ou piora em relação ao basal em retentores crônicos - Hipoxemia grave (relação PaO2/ FiO2 < 200 mmHg) OBS: Considerar IOT em pacientes com alteração de nível de consciência ou falha na terapia com oxigênio suplementar ou VNI. ❖ Circulação - Tempo de enchimento capilar - FC - PA - ECG Urgência e emergência Ana Catarina Dutra Rebelo - Medicina Página 4 de 4 - Oximetria - Acesso venoso - Exames gerais - ECG de 12 derivações → Sinais de gravidade Bradicardia importante < 35 bpm Pulso filiforme Tempo de enchimento capilar > 4s Pele: fria e úmida, com vasoconstrição e cianose DU < 0,5 ml/kg/h Estado mental alterado → A abordagem inicial do paciente em choque inclui encaminhamento para sala de emergência, monitorização cardíaca e oximetria de pulso, oxigênio suplementar (se necessário). → Choque hemorrágico: tratar sangramento é prioridade.
Compartilhar