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Livro Digital de Parasitologia - UniCesumar

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ACESSE AQUI O SEU 
LIVRO NA VERSÃO 
DIGITAL!
PROFESSORES
Dr. Luiz Fernando de Souza Alves
Dra. Vanessa Graciele Tiburcio
Me. Luara Lupepsa
Parasitologia
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/8986
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/8986
FICHA CATALOGRÁFICA
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. 
Núcleo de Educação a Distância. ALVES, Luiz Fernando de Souza; 
LUPEPSA, Luara; TIBURCIO, Vanessa Graciele.
Parasitologia. 
Luiz Fernando de Souza Alves; Luara Lupepsa; Vanessa Graciele 
Tiburcio.
Maringá - PR.: Unicesumar, 2021. 
272 p.
“Graduação - EaD”. 
1. Parasitologia 2. Parasitos. EaD. I. Título. 
CDD - 22 ed. 613.2 
CIP - NBR 12899 - AACR/2
ISBN 978-65-5615-500-5
Impresso por: 
Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679
Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar
Diretoria de Design Educacional
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jd. Aclimação - Cep 87050-900 | Maringá - Paraná
www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360
 
 
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
DIREÇÃO UNICESUMAR
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho 
Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin 
Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi
Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes, Tiago Stachon Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia Coelho Diretoria 
de Cursos Híbridos Fabricio Ricardo Lazilha Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Head de Graduação Marcia de Souza Head 
de Metodologias Ativas Thuinie Medeiros Vilela Daros Head de Tecnologia e Planejamento Educacional Tania C. Yoshie Fukushima 
Head de Recursos Digitais e Multimídias Franklin Portela Correia Gerência de Planejamento e Design Educacional Jislaine Cristina 
da Silva Gerência de Produção Digital Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Recursos Educacionais Digitais Daniel Fuverki Hey 
Supervisora de Design Educacional e Curadoria Yasminn T. Tavares Zagonel Supervisora de Produção Digital Daniele Correia
Coordenador de Conteúdo Maria Fernanda Francelin Carvalho Designer Educacional Ana Claudia Salvadego Revisão 
Textual Erica F. Ortega e Sarah Mariana Longo Carrenho Cocato Editoração André Morais de Freitas e Lucas Pinna Silveira 
Lima Ilustração André Azevedo e Welington Vainer Realidade Aumentada Matheus Guandalini e Maicon Douglas Curriel 
Fotos Shutterstock. 
Tudo isso para honrarmos a 
nossa missão, que é promover 
a educação de qualidade nas 
diferentes áreas do conhecimento, 
formando profissionais 
cidadãos que contribuam para o 
desenvolvimento de uma sociedade 
justa e solidária.
Reitor 
Wilson de Matos Silva
A UniCesumar celebra os seus 30 anos de 
história avançando a cada dia. Agora, enquanto 
Universidade, ampliamos a nossa autonomia 
e trabalhamos diariamente para que nossa 
educação à distância continue como uma das 
melhores do Brasil. Atuamos sobre quatro 
pilares que consolidam a visão abrangente do 
que é o conhecimento para nós: o intelectual, o 
profissional, o emocional e o espiritual.
A nossa missão é a de “Promover a educação de 
qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, 
formando profissionais cidadãos que contribuam 
para o desenvolvimento de uma sociedade 
justa e solidária”. Neste sentido, a UniCesumar 
tem um gênio importante para o cumprimento 
integral desta missão: o coletivo. São os nossos 
professores e equipe que produzem a cada dia 
uma inovação, uma transformação na forma 
de pensar e de aprender. É assim que fazemos 
juntos um novo conhecimento diariamente.
São mais de 800 títulos de livros didáticos 
como este produzidos anualmente, com a 
distribuição de mais de 2 milhões de exemplares 
gratuitamente para nossos acadêmicos. Estamos 
presentes em mais de 700 polos EAD e cinco 
campi: Maringá, Curitiba, Londrina, Ponta Grossa 
e Corumbá), o que nos posiciona entre os 10 
maiores grupos educacionais do país.
Aprendemos e escrevemos juntos esta belíssima 
história da jornada do conhecimento. Mário 
Quintana diz que “Livros não mudam o mundo, 
quem muda o mundo são as pessoas. Os 
livros só mudam as pessoas”. Seja bem-vindo à 
oportunidade de fazer a sua mudança! 
Aqui você pode 
conhecer um 
pouco mais sobre 
mim, além das 
informações do 
meu currículo.
A relação com os animais e com a natureza sempre fez parte 
da minha vida. Quando pequeno, morei um tempo em fazen-
da junto com minha família, onde sempre junto ao meu pai, 
eu ia para o campo. Desde essa época, eu buscava entender 
como funcionava a alimentação dos animais, como era que 
as vacinas faziam efeito e como funcionava todo o sistema 
de produção. Com o passar do tempo, estas curiosidades 
e o apreço pela área biológica/agrária foi aumentando, até 
que iniciei a graduação de Zootecnia, e a partir daqui, todas 
as peças foram se encaixando. Todo esse tempo me vincu-
lei às áreas voltadas tanto para pesquisa, quanto extensão, 
onde eu consegui vivenciar na prática uma grande parte da 
teoria que foi aplicada em sala de aula. E com essa vontade 
de sempre aprender e me aprofundar mais, fiz o mestrado e 
o doutorado, que foram um baita desafio… mas um desafio 
incrível! E com esse desafio, aplicando aqui, neste livro, espero 
que vocês também se sintam desafiados a vivenciar todas 
as oportunidades dentro da graduação!! Um grande abraço! 
Prof. Luiz Fernando
Currículo Lattes disponível em:
http://lattes.cnpq.br/9601315382071651
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/9338
Aqui você pode 
conhecer um 
pouco mais sobre 
mim, além das 
informações do 
meu currículo.
Desde muito cedo eu me lembro de ter um apreço pela área 
de biológicas e da saúde. Eu me recordo que observava cada 
detalhe da natureza, como o movimento de uma lagarta, os 
aspectos morfológicos das fibras musculares em um bife e 
me perguntava como os vaga-lumes conseguiam piscar tão 
lindamente! Acredito que essa paixão foi desenvolvida pelos 
hábitos familiares, pois passava as férias no sítio dos meus 
avós no interior e são as melhores recordações que tenho 
da minha infância. Durante a educação básica, isso foi se tor-
nando cada vez mais evidente, pois a cada feira de ciências, 
lá eu estava explorando as amostras biológicas preservadas 
e o encantamento só crescia. Como você deve estar imagi-
nando, eu fiz a graduação de Ciências Biológicas! Foram anos 
de descobertas, como a área da extensão, da pesquisa e da 
licenciatura. E meu amor só se consolidou e fortificou em cada 
passo. Nem preciso dizer que o mestrado e o doutorado me 
proporcionaram desafios, experiências e vivências incríveis, 
não é mesmo? Aqui estou descobrindo e explorando meu 
lado escritora. Espero que eu possa contribuir com parte de 
sua formação. Um grande beijo! Profa. Vanessa.
Currículo Lattes disponível em:
http://lattes.cnpq.br/2091162196482872
http://lattes.cnpq.br/2091162196482872
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/9913
Aqui você pode 
conhecer um 
pouco mais sobre 
mim, além das 
informações do 
meu currículo.
Desde pequena, a natureza fez parte da minha vida, cresci em 
cidade pequena no interior do Paraná, e isso me despertou 
uma paixão por querer entender como funcionava cada rea-
ção do corpo humano e dos animais. Com o passar dos anos, 
meu interesse pela saúde e biologia só aumentava, tanto que 
decidi fazer graduação em biomedicina, pois o campo de tra-
balho me possibilita trabalhar com os dois ramos. Essa paixão 
só foi aumentando, e a vontade de novas descobertas veio 
com a especialização e o mestrado na área de biotecnologia, 
que foi onde eu consegui aplicar a tecnologia e a ciência na 
realidade onde vivia, e quando nós conseguimos relacionar 
esses dois parâmetros, é um sentimento de dever cumprido. 
Mais tarde iniciei os estudos como doutoranda em ciências 
biológicas, o que ainda está sendo uma enorme experiência 
positiva, e estou certa de que foi a docência que me escolheu 
e não eu a escolhi. Esperoque eu tenha ajudado cada um de 
vocês na sua jornada e desejo todo o sucesso do mundo. Um 
grande abraço!! Professora Luara.
Currículo Lattes disponível em:
http://lattes.cnpq.br/7145745788581082
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/9914
Quando identificar o ícone de QR-CODE, utilize o aplicativo Unicesumar 
Experience para ter acesso aos conteúdos on-line. O download do aplicativo 
está disponível nas plataformas: Google Play App Store
Ao longo do livro, você será convidado(a) a refletir, questionar e transformar. Aproveite 
este momento.
PENSANDO JUNTOS
EU INDICO
Enquanto estuda, você pode acessar conteúdos online que ampliaram a discussão sobre 
os assuntos de maneira interativa usando a tecnologia a seu favor.
Sempre que encontrar esse ícone, esteja conectado à internet e inicie o aplicativo 
Unicesumar Experience. Aproxime seu dispositivo móvel da página indicada e veja os 
recursos em Realidade Aumentada. Explore as ferramentas do App para saber das 
possibilidades de interação de cada objeto.
REALIDADE AUMENTADA
Uma dose extra de conhecimento é sempre bem-vinda. Posicionando seu leitor de QRCode 
sobre o código, você terá acesso aos vídeos que complementam o assunto discutido
PÍLULA DE APRENDIZAGEM
Professores especialistas e convidados, ampliando as discussões sobre os temas.
RODA DE CONVERSA
EXPLORANDO IDEIAS
Com este elemento, você terá a oportunidade de explorar termos e palavras-chave do 
assunto discutido, de forma mais objetiva.
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/3881
PARASITOLOGIA
Você já observou e parou para pensar o que um pássaro está fazendo em cima de alguns 
animais, como bovinos e/ou animais silvestres, em áreas como fazendas, campos ou matas? 
Vamos pensar um pouco além, você já percebeu o quanto a sua alimentação pode estar ligada 
a doenças causadas por parasitas? Podemos dizer que, além da nutrição, os alimentos, quando 
não preparados corretamente, podem nos adoecer? 
Para o funcionamento de um ecossistema, vários fatores ocorrem simultaneamente como 
forma de garantir um estado de equilíbrio. Um desses fatores é a cadeia alimentar onde há 
uma relação de alimentação entre os seres vivos de um determinado ecossistema, ou seja, há 
uma sequência de organismos que servem de alimento uns para os outros. O exemplo anterior 
reflete essa condição biótica, pois as aves se alimentam de pequenos parasitas externos de tais 
seres vivos. Os carrapatos e pulgas são predados e servem de alimentação para essas aves. 
No campo da área de boas práticas com alimentos, podemos também dizer que a ciência 
da Parasitologia, responsável por estudar os parasitas e as doenças parasitárias humanas 
causadas por estes agentes, é nossa ferramenta de avaliação para escolha de ações corretivas, 
evitando assim estas doenças. 
Muitos são estes seres que podem fazer parte da rotina de animais de maior porte e também 
de nosso dia a dia. Quando estes seres microscópicos infectam seres humanos, dizemos que 
isso faz parte do ciclo de vida desses parasitas, que muitas vezes só conseguem se desenvol-
ver e proliferar em células humanas, como a doença de Chagas. Afinal, você sabe como ela é 
transmitida, quais seus vetores e as medidas de prevenção dessa doença? Tenho certeza que 
você já estudou sobre isso ou já viu algo sobre ela, certo?
Quando pensamos em como a doença de Chagas é transmitida, lembramos de outros in-
setos e da picada dele, como acontece com a Dengue. Contudo, no caso da doença de Chagas, 
ela não é transmitida apenas pela picada do inseto. Na verdade, se as fezes do bicho barbeiro 
estiverem contaminadas e a pessoa coçar a pele, o protozoário parasita Trypanosoma cruzi 
pode penetrar a pele por meio do orifício da picada do inseto. 
Outro ponto importante é a higienização inadequada dos alimentos que consumimos, sendo 
uma porta de entrada de diferentes tipos de parasitas em nosso organismo. 
Onde queremos chegar com tudo isso? Você percebeu que há diferentes formas de con-
taminação parasitária e que o conhecimento dessas formas podem proporcionar medidas 
preventivas de controle? 
Agora vamos imaginar que você está atuando como profissional da saúde em uma clínica 
e um dia um paciente entra para ser examinado com os seguintes sintomas: diarreia, vômitos 
e febre alta. 
Com algumas perguntas, o paciente relata que esteve no nordeste brasileiro há aproxima-
damente 30 dias. Com essas informações, você já deve ter imaginado que uma das possíveis 
doenças que esse paciente pode ser portador é a doença de Chagas. 
Com os conhecimentos que você tem agora, você conseguiria passar a esse paciente quais 
as medidas de prevenção para essa doença? Você também conseguiria orientar ele de como 
evitar contrair outras doenças parasitárias?
Com esse material você será capaz de responder essas perguntas e muitas outras que você 
irá se deparar no decorrer da leitura. Por isso, não esqueça de sempre anotar os principais 
pontos e fazer um estudo profundo dos assuntos que iremos abordar. 
Vamos começar?
APRENDIZAGEM
CAMINHOS DE
1 2
43
5
13
61
43
77
INTRODUÇÃO À 
PARASITOLOGIA
6 137
TREMATÓDEOS 
PARASITAS 
DO HOMEM: 
SCHISTOSOMA 
MANSONI
CICLO BIOLÓGICO 
DO PARASITA
EPIDEMIOLOGIA E
SEUS CONCEITOS
NEMATOIDES 
PARASITOS DO 
HOMEM
CESTOIDES 
PARASITOS DO 
HOMEM
109
7 163 8 191
INTRODUÇÃO 
AO ESTUDO DAS 
PARASITOSES 
SANGUÍNEAS E 
SISTÊMICAS
PROTOZOA
9 229
DIAGNÓSTICO E 
POSOLOGIA
1
Nesta primeira unidade, quero compartilhar com você um pouco 
dos conceitos básicos existentes dentro da Parasitologia, a relação 
parasita-hospedeiro e os malefícios que as doenças parasitárias po-
dem ocasionar para a saúde da população em geral. Além disso, 
entenderemos como são realizadas as principais análises para identi-
ficação dos parasitas no hospedeiro, seus ciclos e suas classificações 
e, também, os conceitos ecológicos e bioquímicos do parasitismo.
Introdução à 
Parasitologia
Dr. Luiz Fernando de Souza Alves
14
UNICESUMAR
Você já reparou que os parasitas sempre tomam algo do hospedeiro e não devolvem nada em troca? 
São muito exemplos que nos fazem refletir sobre isso. Um caso bastante conhecido é o da ascaridíase 
(lombriga), que, quando se desenvolve no organismo de seres vivos, instala-se dentro do intestino 
delgado, causando, ao seu hospedeiro, diarreia, vômitos, obstrução intestinal, entre outros. Entretanto, 
quando pensamos nessas causas, não seria melhor que esses parasitas não existissem? Nesta unidade, 
estudaremos a relação que o parasita tem com seu hospedeiro e entender a importância que a parasi-
tose possui e os danos que causa.
As parasitoses intestinais representam um grande problema de saúde pública, principalmente, naqueles 
países de terceiro mundo e que não possuem saneamento básico. Isso se torna um dos principais fatores para 
ocorrências de doenças, quadros de diarreias crônicas e desnutrição, o que compromete o desenvolvimento 
físico e intelectual, principalmente, da população jovem. Devido a essas ocorrências, muitos programas têm 
se voltado para o controle das parasitoses intestinais nos mais diferentes países. Esses programas, porém, 
têm mais êxito em países desenvolvidos quando comparados aos países que possuem uma economia mais 
pobre. Isso se dá pelos custos financeiros para as medidas técnicas, além da falta de projetos educativos 
com ampla participação da população, dificultando, assim, a implementação de controle. 
Como você pode observar, a criação e implantação de programas voltados para o controle dessas 
parasitoses ainda é bastante escassa em muitos países. Desafio você a buscar programas estabelecidos 
em países desenvolvidos, que já possuem controle efetivo dessas parasitoses, e como poderiam ser 
aplicados de forma efetiva nos demais países que não são desenvolvidos.
Já é claro que as parasitoses intestinais acometem mais a população de países não desenvolvidos 
devido à escassez de programas para controle e a falta de projetos educativos. Em países subdesenvol-
vidos, as parasitosespodem acometer até 90% da população, o que leva a um aumento significativo da 
piora dos níveis econômicos. O Brasil é um dos países em que esse problema é encontrado em diversas 
regiões onde não há saneamento básico. Como os programas já estabelecidos pelos países desenvolvidos 
poderiam ser aplicados nas regiões brasileiras? Como você, profissional da saúde, aplicaria os projetos 
educativos para a população? Sugiro a você que anote as suas respostas em seu Diário de Bordo.
DIÁRIO DE BORDO
15
UNIDADE 1
A Parasitologia é o estudo dos parasitas, de seus hospedeiros e da relação entre eles. Esse estudo engloba 
os Filos Protozoa (Figura 1), do reino Protista e Nematoda (Figura 2), e os Platyhelminthes (Figura 3) 
e Arthropoda (Figura 4), do reino Animal.
Figura 1 - Protozoário Trypanossoma brucei
Descrição da Imagem: nesta imagem, vemos o protozoário Trypanossoma brucei, o qual é transmitido pela mosca 
Tsé-Tsé, e é responsável pela doença do sono. É possível verificar o protozoário, que lembra a letra C, entre as células 
sanguíneas.sanguíneas.
16
UNICESUMAR
Figura 2 - Verme Nematoide
Figura 3 - Taenia solium
Descrição da Imagem: nesta imagem, apresenta-se um verme nematoide cortado sobre uma lâmina e observado 
através de microscopia. O verme tem formato cilíndrico, alongado e com as extremidades afiladas.
Descrição da Imagem: nesta imagem, observa-se o escólex de uma Taenia com uma coroa de ganchos para fixação 
e ventosas, chamada de rostro.
17
UNIDADE 1
Figura 4 - Carrapato (Ixodes ricinus)
As parasitoses são distribuídas geograficamente por diversos fatores que contribuem para sua propa-
gação, como a presença de hospedeiros susceptíveis, as migrações humanas, as condições ambientais 
adequadas, uma considerável densidade da população, condições baixas de vida, hábitos que envolvem 
a religião e os hábitos higiênicos. Esses são fatores que, muitas vezes, propiciam a relação parasita-hos-
pedeiro (FINOTTI, [2021]; NEVES, 2004; REY, 2002).
É muito importante o conhecimento sobre os conceitos básicos que são utilizados no estudo da 
Parasitologia. Podemos verificar os seguintes termos, de acordo com Neves (2006, p. 465):
• Agente etiológico: agente causador de uma doença. Este causador pode ser vírus, 
bactéria, protozoário, fungo ou helminto; 
• Endemia: quando ocorre uma doença infecciosa que ocorre habitualmente e com 
incidência significativa em uma população e ou em uma região;
• Doença endêmica: doença cujo permanece por diversos anos entre a população;
• Epidemia: é a ocorrência de uma determinada doença, que ocorre em uma região 
ultrapassando a incidência normalmente esperada; 
• Infecção: entrada de agentes patogênicos microscópicos no organismo;
• Infestação: invasão do organismo por agentes patogênicos macroscópicos; 
Descrição da Imagem: pode-se observar, nesta imagem, um carrapato em evidência sobre a pele humana. O carrapato 
tem formato oval e oito patas, e parte de sua estrutura e as patas são de cor escura, e o restante é castanho claro.
18
UNICESUMAR
• Vetor: Organismo capaz de transmitir agentes infecciosos; 
• Hospedeiro: organismo que carrega outro sobre ele, servindo de habitat para outro, 
se instalando e encontrando condições de sobrevivência. O hospedeiro pode servir 
ou não de como fonte de alimento para o parasita; 
• Hospedeiro definitivo: é o que apresenta o parasito em fase de maturidade ou 
em fase de atividade sexual; 
• Hospedeiro intermediário: é o que apresenta o parasito em fase de maturidade 
ou em fase de assexuada; 
• Profilaxia: conjunto de medidas que visam a prevenção, erradicação ou controle 
das doenças ou de fatos prejudiciais aos seres vivos. 
• Endoparasita: parasitas que vivem no interior do corpo do hospedeiro; 
• Ectoparasitas: parasitas externos que se instalam fora do corpo do hospedeiro; 
• Antroponese: doença exclusivamente humana; 
• Antropozoonose: doença primária de animais, que pode ser transmitida ao ho-
mem. Período de incubação: é o período decorrente entre o tempo de infecção 
e o aparecimento dos primeiros sintomas clínicos; 
• Período pré-patente: é o período que decorre entre a infecção e o aparecimento 
das primeiras formas detectáveis do agente infeccioso.
Atualmente, o parasitismo é conceituado como a relação entre dois elementos de espécies diferentes, 
sendo que o parasita apresenta deficiência metabólica, o que faz com que ele se associe, por um período 
significativo, a um hospedeiro, buscando suprir tal carência.
Ainda sobre os conceitos dentro da Parasitologia, podemos citar dois campos: 
• Sentido amplo: é aquele do qual fazem parte todos os vírus, algumas espécies de bactérias, 
fungos, protozoários, platelmintos, nematelmintos, artrópodes e algumas algas microscópicas.
• Sentido estrito: no qual, por algumas razões, são consideradas apenas algumas espécies de 
protozoários, helmintos e artrópodes, podendo considerar, algumas vezes, a presença de fungos.
Após conhecermos os conceitos que fazem parte da Parasitologia, veremos como ocorrem e quais são 
as adaptações parasitárias. Vamos lá?
A ocorrência da perda parcial do sistema metabólico e da capacidade de utilizar outra fonte nutri-
cional no meio ambiente externo pode ocorrer em todo o ciclo de vida do parasita ou em apenas uma 
parte dele, fazendo com que ele possa se instalar em seu hospedeiro e dependa da sobrevida dele, prin-
cipalmente, quando falamos dos endoparasitas, os quais, quando ocorre morte do hospedeiro, também, 
geralmente, sucumbem. Entretanto, o parasita possui uma estratégia de sobrevivência e transmissão, 
em que busca diminuir a sua capacidade de agressão ao seu hospedeiro, o que o torna melhor adaptado 
a determinados hospedeiros. Com isso, quando ocorre uma maior agressão, o parasita é considerado 
menos adaptado à espécie em que está hospedado, trazendo, com isso, a morte do hospedeiro.
19
UNIDADE 1
Sabemos que existem diversos tipos de parasitos, porém devemos saber identificar os tipos para 
que possamos conhecer sua forma de atuação com o hospedeiro. Com isso, de acordo com Neves 
(2004, p. 4), temos:
• Parasito acidental: é o que parasita outro hospedeiro que não o seu normal; 
• Parasito errático: é o que vive fora do seu hábitat normal; 
• Parasito extenoxênico: é o que parasita espécies de vertebrados muito próximas; 
Parasito eurixênico: é o que parasita espécies de vertebrados muito diferentes; 
• Parasito facultativo: é o que pode viver parasitando, ou não, um hospedeiro; 
• Parasito heterogenético: é o que apresenta alternância de gerações; 
• Parasito monoxênico: é o que possui apenas o hospedeiro definitivo; 
• Parasito monogenético: é o que não apresenta alternância de gerações (isto é, 
possui um só tipo de reprodução - sexuada ou assexuada); 
• Parasito obrigatório: é aquele incapaz de viver fora do hospedeiro;
Você sabia que o ciclo vital dos parasitas é a sequência das fases que possibilitam o desen-
volvimento e a transmissão de determinado parasita?
Isso possui relação com o número de hospedeiros necessários para que ele ocorra. Com isso, podemos 
ter dois tipos básicos de ciclos: 
• Homoxeno (monoxeno): é quando o ciclo todo ocorre em apenas um hospedeiro. 
• Heteroxeno: são necessários mais de um hospedeiro para que o parasita complete seu ciclo.
Não podemos deixar de falar sobre a especificidade parasitária, que é quando o parasita apresenta 
a capacidade de se adaptar a determinado número de hospedeiros. Isso pode acarretar, geralmente, a 
sua maior ou menor dispersão geográfica. Denominamos eurixeno quando encontramos um grande 
número de espécies de hospedeiros parasitados de forma natural, e, quando encontramos apenas uma 
pequena quantidade de espécies, denominamos estenoxeno (SANTOS, [2021]).
20
UNICESUMAR
Os hospedeiros também possuem seus tipos, assim como vimos sobre os parasitas. Conheceremos 
quais são os tipos desses hospedeiros, conforme descrito por Gazzinelli ([2021], s.p.): 
• Ciclo heteroxeno:
• Definitivo: Quando o parasita se reproduzneste, de forma sexuada e/ou é encon-
trado em estágio adulto; 
• Intermediário: Se o parasita no hospedeiro só se reproduz de forma assexuada ou 
se encontra exclusivamente sob forma larvar (helmintos). 
• Paratênico ou de transporte: quando no mesmo, não ocorre evolução parasitária, 
porém, o hospedeiro não está apto a destruir o parasita rapidamente, podendo assim, 
ocorrer posterior transmissão em caso de predação por espécie hospedeira natural. 
• Reservatório: é representado pelo hospedeiro vertebrado natural na região em questão.
De acordo com Santos ([2021]), quando utilizamos o termo vetor, compreende-se transmissor, 
que pode ser representado por um artrópode ou molusco ou, até mesmo, determinado veículo 
de transmissão, como água ou alimentos, possibilitando a transmissão parasitária.
Na Parasitologia, assim como as demais doenças, há a infestação e infecção, em que se baseia a clas-
sificação em dois parâmetros: localização e dimensão. O primeiro é o mais utilizado atualmente e que 
foi sugerido por especialistas da Organização Mundial de Saúde (OMS) (GAZZINELLI, [2021], s.p.):
• Localização:
• Infestação: Localização parasitária na superfície externa (ectoparasitas). Infec-
ção: Localização interna parasitária (endoparasitas). Por esta definição, infecção 
seria a penetração seguida de multiplicação (microrganismo) ou desenvolvi-
mento (helmintos) de determinado agente parasitário. 
• Dimensão: 
• Infestação: Corresponde ao parasitismo por metazoários. 
• Infecção: Definida pelo parasitismo por microrganismos. Em consequência, 
infecção seria a penetração seguida de multiplicação de microrganismos.
Já em relação à contaminação, temos, basicamente, dois tipos:
21
UNIDADE 1
• Biológica: É a presença de agentes biológicos no meio ambiente externo, fômites ou 
na superfície externa ou interna sem causar, no momento, infecção ou infestação. 
• Não biológicas: É a presença de elementos químicos e físicos no meio ambiente 
ou no interior de seres vivos (GAZZINELLI, [2021], s.p.).
Em razão de alguns especialistas não considerarem os vírus como seres vivos, mas, sim, como partículas, 
denomina-se a sua presença em determinado ser não como uma infecção, mas como contaminação.
Outro fator que devemos conhecer são os mecanismos de infecção. Para que seja determinado 
o mecanismo, uma análise deve acontecer em relação à porta de entrada no corpo do hospedeiro 
(via de infecção) e, também, se ocorreu ou não o gasto de energia pelo parasita (forma de infecção) 
(SANTOS, [2021]). 
De acordo com Santos ([2021]), a forma de infecção é representada, também, como forma de trans-
missão, sendo que ela pode acontecer de forma passiva, em que não existe o gasto de energia para 
a invasão. Já a forma ativa pode ocorrer por meio de um dispêndio energético. Quando falamos em 
via de infecção, o que podemos chamar, também, de via de transmissão ou porta de entrada, falamos 
sobre as formas, as quais são: oral, cutânea, mucosa e genital. Entre os principais mecanismos de 
infecção, podemos citar: passivo oral, passivo cutâneo, ativo cutâneo, ativo mucoso e passivo genital. 
Já os mecanismos particulares, para facilitar o entendimento, utilizamos expressões características 
como: transplacentário, transmamário, transfusional e por transplantação (SANTOS, [2021]).
A partir de agora, conheceremos como ocorrem os mecanismos de agressão e resposta às pa-
rasitoses. Esses mecanismos podem apresentar, de acordo com Gazzinelli ([2021], s.p.):
 “
Patogenia e manifestações clínicas ao parasitismo, que é o conjunto de mecanismos 
lesionais respectivos determinados no decorrer do parasitismo ao organismo parasitado, 
incluindo-se também as agressões determinadas pela reação do hospedeiro. Porém, é 
importante ser lembrado que não é obrigatória a relação entre patogenia e manifesta-
ções clínicas (sinais e ou sintomas), que são os paradigmas da doença propriamente 
dita. Para que ocorra a doença, as lesões determinadas devem ultrapassar a capacidade 
homeostática do hospedeiro. Os seguintes fatores devem ser avaliados para que surja 
tal desequilíbrio: Parasita: Virulência, carga parasitária infectiva e porta de entrada 
utilizada; Hospedeiro: Mecanismos de resistência a este parasita.
Já quanto aos mecanismos gerais de agressão dos parasitas, os danos determinados na dinâmica 
da relação hospedeiro-parasita podem, de forma genérica, ser classificados, conforme Gazzinelli 
([2021], s.p.), em:
• Diretos: Determinados pelo parasita e substâncias por ele secretados; 
• Indiretos: Quando acarretados pela reação do hospedeiro ao parasitismo. 
22
UNICESUMAR
• Os mecanismos podem ser: 
• Espoliativo: É o determinado por perda de substâncias nutritivas pelo organismo do 
hospedeiro, podendo o mesmo ser acarretado por perda direta de nutrientes; 
• Enzimático: É determinado pela liberação de secreções enzimáticas produzidas por 
parasitas, que determinam destruição tecidual de extensão variável;
• Inflamatório/hipersensibilizante: A maioria dos mecanismos acima leva a uma 
resposta inflamatória de forma indireta ou diretamente por liberação de substâncias 
que ativam esses mecanismos. Incluiremos aqui a hipersensibilidade que se constitui 
também em elemento gerador de resposta inflamatória;
• Imunodepressor: É determinado por metabólitos liberados pelo parasita ou por outros 
mecanismos que possam reduzir a capacidade de resposta defensiva do hospedeiro; 
• Neoplásico: Algumas Parasitoses crônicas, através de liberação de metabólitos ou 
reações inflamatórias crônicas ou de sua consequência, podem levar a gênese de tu-
mores malignos.
As manifestações clínicas que são conhecidas também como sinais e/ou sintomas surgem em função 
do desequilíbrio do hospedeiro ao parasitismo, sem ocorrer a consequente manutenção da homeostase.
O hospedeiro humano possui suas relações defensivas em que se empenha a diminuir, em número, ou 
neutralizar os possíveis agentes causadores das infestações ou infecções. O organismo humano se vale de 
mecanismos que constituem o que foi designado em conjunto como resistência. Ela pode ser considerada 
como total ou absoluta, em que o parasita não disporá de condições que acarretem a sua instalação, seja 
pela capacidade dos mecanismos protetores que o hospedeiro possui ou, mesmo, pela não existência das 
condições metabólicas que são básicas para que o parasita se desenvolva. Santos ([2021]) explica que a 
resistência pode se apresentar de forma reduzida ao considerar o número das formas parasitárias, entre-
tanto permite uma manutenção desse parasitismo, a qual é denominada relativa ou parcial.
Os mecanismos de resistência inespecíficos podem ser: 
• Tegumento cutâneo
• Barreira mecânica: Impede, ou dificulta a penetração de agentes parasitários;
• Barreira química: O pH da pele humana é ácido, o que dificulta a penetração, ou 
instalação, em sua superfície, de patógenos. Esse pH é mantido principalmente pela 
produção, por parte das glândulas sebáceas, de ácidos graxos de cadeia longa e pela 
degradação, dos mesmos, pela microbiota local, que determina a produção de ácidos 
graxos voláteis, que, além de auxiliarem a manutenção do pH, apresentam ação principal 
em bactérias Gram As glândulas sudoríparas, ao produzirem lisozimas (muramidase), 
apresentam ação lítica bacteriana (principalmente nas Gram +).
• Pelos: Barreira mecânica que pode reduzir a penetração de patógenos no organismo, 
como representado pelas vibrissas (pêlos na porção anterior das fossas nasais). 
23
UNIDADE 1
• Microbiana: Várias espécies de bactérias residem na pele normal, ou em glândulas 
sebáceas. Os componentes mais numerosos são representados pelo Staphylococcus 
epidermidis e pelo Propionibacterium acneae. A competição com patógenos é a for-
ma pela qual a microbiota participa das defesas do hospedeiro. As formas de reduzir, 
ou eliminar o agente invasor, se baseia principalmente em: Produção de substâncias 
microbicidas e redução do pH local, já explicados anteriormente; Ligação a recep-tores de superfície celular, também utilizado pelo patógeno; Produção de outras 
substâncias microbicidas (GAZZINELLI, [2021], s.p.).
Já as cavidades revestidas por mucosas podem ser: 
• Barreira Mecânica: Pelas características histológicas do revestimento mucoso, esta con-
dição se apresenta com pouca eficiência; 
• Barreira química: Existe uma grande variedade de produtos liberados nas cavidades 
mucosas, entre os quais, HCI (estômago), enzimas digestivas, e outras como a lisozima, 
sais biliares e suco pancreático que atuam na degradação ou inativação de grande número 
de microrganismo; 
• Muco: A mucina, proteína de alta viscosidade, atua fundamentalmente: 1) facilita a ade-
sividade entre si de agentes biológicos e virais, bem como partículas inertes, visando a 
posterior remoção; e 2) mantém úmida a superfície mucosa, formando camada protetora 
frente a agentes físicos e químicos; 
• Cílios: A presença, e consequente movimentação celular em determinadas mucosas, como 
a do trato respiratório, determina remoção de elementos inanimados (poeira e vírus), ou 
biológicos (bactérias, larvas de helmintos e protozoários) aderidos ao muco; 
• Microbiota: Tal como acontece no tegumento cutâneo, nos segmentos onde existe mi-
crobiota (cavidade oral, vagina, intestino grosso), a mesma pode atuar competindo com 
patógenos das seguintes formas: 1) Produzindo catabólitos, que determinam redução do 
pH, como ocorre na cavidade vaginal, onde os bacilos de Doderlein utilizam o glicogênio 
proveniente de células descamativas e produzem ácido lático que determina faixa de pH 
entre 3.8 a 4.2; 2) Por competição por fonte nutricional; 3) Ligação a receptores de superfície 
utilizados por patógeno; e 4) Por produção de substâncias que tenham ações deletéricas 
sobre espécies patogênicas (GAZZINELLI, [2021], s.p.).
Os fagócitos são um grande número de tipos celulares que tem a capacidade fagocitária, aqueles que 
conhecemos como glóbulos brancos do sangue, os quais são responsáveis por defenderem o organismo, 
sendo fundamentais para a imunidade imediata. A fagocitose ocorre quando há a ingestão e destruição 
de partículas, como bactérias, por exemplo. A fagocitose é representada pelas seguintes células: 
24
UNICESUMAR
• Neutrófilos: os neutrófilos (Figura 5) são considerados um tipo de glóbulo branco, 
que tem como principal função nos proteger de possíveis infecções. Eles constituem 
cerca de 40% a 60% das células brancas do sangue em nosso corpo, sendo as primeiras 
células a chegarem ao local quando adquirimos uma infecção.
Figura 5 - Neutrófilo
• Eosinófilos: os eosinófilos, assim como os neutrófilos, são considerados um tipo de glóbulo 
branco responsável por combater doenças. A função principal dos eosinófilos está associada a 
doenças alérgicas e determinadas infecções, como as parasitárias. 
Descrição da Imagem: nesta imagem em 3D, é possível observar como é um neutrófilo. Pode-se observar um glóbulo 
branco com grânulos no citoplasma. No centro do desse glóbulo, é observado, na cor roxa, o núcleo lobulado.
25
UNIDADE 1
Figura 6 - Eosinófilo
• Macrófagos: os macrófagos são células especializadas, envolvidas na detecção, fagocitose e des-
truição de bactérias e outros organismos prejudiciais. Além disso, eles também podem apresentar 
antígenos às células T e iniciar a inflamação ao liberar moléculas — conhecidas como citocinas 
— que ativam outras células. Os macrófagos se originam de monócitos sanguíneos que saem da 
circulação para se diferenciar em diferentes tecidos. Os macrófagos migram e circulam dentro 
de quase todos os tecidos, patrulhando patógenos ou eliminando células mortas.
Descrição da Imagem: nesta imagem em 3D, observamos o eosinófilo. Assim como o neutrófilo, é possível observar 
um glóbulo branco com grânulos no citoplasma. No centro deste glóbulo, observa-se, na cor roxa, o núcleo lobulado. 
Além disso, temos as plaquetas (formato circular) na coloração vermelha.
26
UNICESUMAR
A resposta inflamatória pode ser definida como um processo defensivo local que, quando o local 
é acometido por alguma injúria causada por agentes biológicos, físicos ou químicos, é acionado e se 
caracteriza por uma sequência de fenômenos que podem ser irritativos, exsudativos, de reparo, vas-
culares e degenerativo-necróticos (NOGUEIRA, 2013).
De acordo com Nogueira (2013), podem ocorrer dois tipos de inflamação:
• Aguda: ocorre na fase inicial em que acontece o contato com o agente e ainda 
existe uma predominância de neutrófilos. 
• Crônica: no período inicial, a causa injuriante não é eliminada, ocorrendo uma 
mudança no tipo celular prevalecente, em que os mononucleados (linfócitos e 
monócitos) são encontrados em uma maior quantidade, podendo ocorrer, em 
algumas situações, a formação de granulomas e/ou células gigantes.
Além disso, ainda, temos dois sistemas que fazem parte da resposta inflamatória:
• Células matadoras naturais (“Natural Killer Cell” – NK): são células de grande 
importância para o sistema imunológico. Elas reagem de maneira rápida após a 
invasão do agente, realizando sua ação em poucas horas (JOBIM; JOBIM, 2008).
• Sistemas de amplificação biológica: no campo de amplificação das respostas 
defensivas, são encontrados com grande relevância no que tange à inflamação, 
podendo ser como: coagulação sanguínea, complemento, cininas vasoativas e 
outros que são de menor importância (NOGUEIRA, 2013).
Em relação aos mecanismos de escape parasitários, os parasitas fazem uso do organismo de seus 
hospedeiros como meio ambiente vital, em que estes reagem através de diversos mecanismos, como 
já mencionamos anteriormente. Como forma de reduzir sua taxa de mortalidade, os parasitas tentam 
se utilizar de um ou vários mecanismos de escapes à resistência dos hospedeiros, como é descrito, a 
seguir, por Gazzinelli ([2021], s.p.):
• Localização estratégica: Se dá quando determinado agente se localiza em local 
de difícil acesso quanto às respostas defensivas do hospedeiro. Em nível intrace-
lular (formas amastigotas de T. Cruzi e do gênero Leishmania) e em luz intestinal 
(adultos de Ascaris lumbricoides); 
• Espessura de tegumento externo: Os helmintos adultos se utilizam de um tegu-
mento espesso para dificultar a ação de Ac e complemento e células de defesa. Ex. 
Schistosoma mansoni e Wuchereria bancrofti, 
• Rápida troca de membrana externa: A produção rápida e consequente perda da 
membrana externa anterior facilitam a eliminação de Ac, fatores de complemento 
e mesmo células de defesa. Ex. S. mansoni; 
27
UNIDADE 1
• Máscara imunológica: Consiste na preexistência, adsorção ou mais raramente 
na produção pelo parasita de Ag do hospedeiro, reduzindo inicialmente a resposta 
aos mesmos. Ex. S. mansoni (adsorção) e T. Cruzi (preexistência); 
• Variação antigênica: Seria a alternância de produção de Ag parasitários, o que 
reduziria a capacidade de resposta protetora do hospedeiro. Ex. T. brucei; 
• Determinação de imunodeficiência ao hospedeiro por parte do parasita: 
Consiste em produção de substâncias ou degradação direta parcial significativa 
do sistema de resistência do hospedeiro. Ex. L. chagasi e L. donovani (ativação 
policlonal linfocitária).
Os períodos clínicos e parasitológicos podem ser classificados em:
1. Períodos Clínicos: 
a. Período de incubação: Consiste no período desde a penetração do parasita 
no organismo até o aparecimento dos primeiros sintomas, podendo ser mais 
longo que o período pré-patente, igual ou mais curto; 
b. Período de sintomas: É definido pelo surgimento de sinais e/ou sintomas; 
c. Período de convalescência: Iniciam-se logo após ser atingida a maior sinto-
matologia, findando com a cura do hospedeiro; 
d. Período latente: É caracterizado pelo desaparecimento dos sintomas, sendo 
assintomática e finda com o aumento do número de parasitas (período de 
recaída);
2. Períodos Parasitológicos:
a. Período pré-patente: É o compreendido desde a penetração do parasita no 
hospedeiro até a liberação de ovos, cistos ou formasque possam ser detectadas 
por métodos laboratoriais específicos;
b. Período patente: Período em que os parasitas podem ser detectados, ou seja, 
podem-se observar estruturas parasitárias com certa facilidade;
c. Período sub-patente: Ocorre em algumas protozooses, após o período patente 
e caracteriza-se pelo não encontro de parasitas pelos métodos usuais de diag-
nóstico, sendo geralmente sucedido por um período de aumento do número 
de parasitas (período patente) (GAZZINELLI, [2021], s.p.).
Mesmo possuindo uma relação, os períodos parasitológicos e clínicos não possuem uma correlação 
direta entre si.
Após conhecermos os períodos clínicos e parasitológicos, vem a confirmação diagnóstica, porém, na 
maioria das vezes, não se torna possível um diagnóstico definitivo através dos sintomas que os hospedeiros 
apresentam, semelhante como ocorre com afecções de outras naturezas. Para se confirmar a contaminação, é 
necessário a realização de testes laboratoriais ou por meio de exames complementares (NOGUEIRA, 2013).
28
UNICESUMAR
Um assunto muito importante que devemos abordar é a detecção de formas parasitárias. Essas 
detecções podem ser realizadas das seguintes maneiras, conforme descrito por Gazzinelli ([2021], s.p.): 
1. Pesquisa visual: 
• Macroscópica: O parasitismo por artrópodes como exemplificado por piolhos 
e pulgas e o encontro em matéria fecal de fragmentos de helmintos (Ex. proglo-
tes de Taenia sp, A. lumbricoides), ou mesmo íntegros (Ex. A. lumbricoides), 
possibilitam o diagnóstico definitivo da Parasitose em questão; 
• Microscópica: Neste caso, o encontro de estruturas parasitárias de helmintos 
(ovos e/ou larvas), protozoários (cistos, trofozoítas e outras formas) e mais 
raramente provenientes de artrópodes, determina a condição de confirmação 
da hipótese clínica. 
Essas estruturas podem ser encontradas em vários materiais clínicos:
• Sangue: Exame direto entre lâmina e lamínula: Ex. Trypanosoma cruzi e es-
fregaço (distensão delgada); Gênero Plasmodium; Métodos de concentração: 
gota espessa (Ex. Gênero Plasmodium), Strout (T. cruzi); Knott (Ex. Wuche-
reria bancrofti e Mansonela oozardi); Filtração em sistema Millipore M.R. Ex. 
Wuchereria bancrofti e Mansonela oozardi; 
• Fezes: Exame direto entre lâmina e lamínula: Encontro de ovos (Ex. Anci-
lostomídeos) e larvas (Strongyloides stercoralis) pertencentes a helmintos 
e cistos e formas trofozoíticas de protozoários (Giardia lamblia). Métodos 
de concentração (Ex. Faust e col; Lutz; Ritchie): pesquisa de ovos e larvas de 
helmintos e cistos de protozoários e de tamisação em: malha média (proglotes 
de Taenia sp) e malha fina (adultos de Enterobius vermicularis); 
29
UNIDADE 1
• Raspado cutâneo: Exame direto entre lâmina e lamínula associado ao uso 
de clarificadores: Estágios evolutivos de ácaros causadores da sarna humana 
(Sarcoptes scabei) e fungos determinantes de lesões superficiais são as prin-
cipais indicações diagnósticas por esta técnica; 
• Biópsia: Tegumentares (Ex. Gên. Leishmania), Medula óssea (Ex. Gênero 
Plasmodium) e retais (válvulas de Houston) no caso de infecção pelo Schis-
tosoma mansoni. Podem ser feitas mais raramente biópsias de vários tecidos 
tais como: hepático, esplênico, ganglionar entre outros; 
• Recuperação de helmintos adultos ou ovos na superfície cutânea: A Técni-
ca da fita adesiva (papel celofane ou método de Grahan) detecta principalmente 
adultos e ovos de Enterobius vermicularis e mais raramente ovos de Taenia sp; 
• Inoculação de material suspeito de conter o parasita (sangue ou macerado 
tecidual) em animais de laboratório (hamster, gerbilídeos e camundongos) 
como exemplificado para Leishmania e mais raramente Toxoplasma gondii, 
ou xenodiagnóstico (T. Cruzi). Essa forma diagnóstica raramente é empregada 
na rotina diagnóstica, exceto em instituições de ensino e pesquisa. Outra forma 
é tentativa de cultivo do parasita a partir de materiais biológicos (Ex. sangue, 
biópsias e liquor), porém este método não é utilizado com frequência na rotina 
diagnóstica, em protozoologia e helmintologia, como em ocorre em bacterio-
logia e micologia. O uso de culturas em meios próprios, principalmente em 
instituições acadêmicas, pode determinar o diagnóstico de algumas infecções 
por protozoários (Ex. T. vaginalis, T. cruzi).
2. Pesquisa de antígenos parasitários: Atualmente através de técnicas como a 
imunofluorescência direta e enzimaimuno ensaio (ELISA), poderemos detectar 
Ag de vários parasitas, como a Entamoeba histolytica entre outros, não só em nível 
fecal como em vários tecidos e líquidos corpóreos. 
3. Pesquisa de Anticorpos anti-parasitários: A positividade por estes métodos, 
principalmente representados pelas reações de hemaglutinação, imunofluorescência 
indireta, enzimaimuno ensaio (ELISA), e em menor escala a Reação de Fixação de 
Complemento, Contra-Imunoeletroforese e as provas de Imunodifusão, detectam 
possível resposta imune aos antígenos testados, porém não diagnosticam obrigato-
riamente uma infecção presente, podendo ser inclusive resultado de reação cruzada 
com antígenos encontrados em diferentes agentes infecciosos ou estruturas quími-
cas pertencentes a outros elementos que entraram previamente em contato com o 
sistema imune do hospedeiro. Para debelar estes resultados considerados como fal-
so-positivos, o título de Ac e a classes de Imunoglobulina detectadas (IgG e/ou IgM) 
detectados nos métodos citados acima são de grande ajuda, bem como a sorologia 
pareada (comparação com no mínimo de duas semanas de intervalo, utilizando-se a 
30
UNICESUMAR
mesma técnica, dos títulos encontrados). Estes testes são usados principalmente nas 
infecções por T. gondii, T. cruzi e gênero Leishmania entre outras. 
4. Pesquisa de fragmentos específicos de ADN parasitário: atualmente existem 
provas de biologia molecular utilizadas em Parasitologia Médica, onde por sua 
automação, alta sensibilidade e reprodutibilidade, se destacam a Reação em Cadeia 
da Polimerase (Polymerase Chain Reaction - PCR), que é utilizada principalmente 
onde outras técnicas apresentam dificuldade diagnóstica para detecção da real 
presença do parasita. Esta técnica é, atualmente, uma opção diagnóstica para várias 
infecções parasitárias, como nas determinadas por T. cruzi, Gênero Leishmania e 
Cryptosporidium parvum. 
5. Intradermorreação (IDR) para pesquisa de reatividade mediada por linfó-
citos T: a base desta reação é a medição da área afetada pela inflamação mediada 
por LT, observada após 48 a 72h pós-introdução do Ag específico do parasita alvo, 
em nível intradérmico. Esta reação não revela necessariamente parasitismo pre-
sente, mas sim resposta ao Ag problema, podendo a mesma ser fruto de infecções 
passadas pelo agente ou mesmo por reações cruzadas com o Ag introduzido. Por 
essas razões a IDR é considerada um teste prognóstico. Utilizamos a IDR com maior 
frequência, em leishmaniose tegumentar e em algumas micoses. 
6. Imagens: a análise dos resultados obtidos por métodos que determinam imagens 
(diagnóstico por imagem), representados por exames de radiologia convencional, 
tomografia computadorizada, ressonância magnética, cintilografia e ultrassono-
grafia, podem em algumas infecções por helmintos, tais como larvas dos gêneros 
Taenia (cisticerco) e Echinococcus (cisto hidático) e em determinados casos de 
parasitismo por adultos A. lumbricoides podem determinar o diagnóstico etioló-
gico específico. É possível também, com a análise das imagens obtidas nos exames, 
ajudar na avaliação das condições do indivíduo parasitado (estágio da doença) ou 
mesmo sugerir diagnósticos em função das alterações encontradas.
A epidemiologia geral das infecções parasitárias é definida como o conjunto de fatores de impor-
tância no estudo dos determinantes e a frequência de uma doença parasitária a nível local, regional 
e mundial. Nesse campo, são fatores de importância os mecanismos de transmissões, a distribuição 
geográfica, se há ou não a presença de reservatórios, conhecero ciclo vital do parasita que acomete 
a região, se existe cunho endêmico ou, ainda, se existem casos de epidemia, além da prevalência e 
incidência, casos de infecções que podem ser afetadas por sexo, faixa etária ou grupo étnico, além dos 
hábitos culturais da população alvo, entre outros (NOGUEIRA, 2013).
Cada agente etiológico da parasitose pode ser transmitido de acordo com uma variedade de fatores, 
os quais são denominados ecossistemas parasitários. Esses componentes podem variar de acordo com 
cada parasita, os quais nem sempre apresentam todos os componentes, como veremos a seguir. De uma 
forma geral, o principal mecanismo que consta é o da transmissão (infecção), sendo de importância 
31
UNIDADE 1
epidemiológica, caso existam diferenças sazonais ou regionais; as formas infectantes dos parasitas; 
condições relacionadas ao meio ambiente, como temperatura, o tipo do solo, a água e o índice pluvio-
métrico. Além disso, devemos considerar os veículos de transmissão, como os alimentos, a água, os 
vetores mecânicos e os fômites.
As infecções parasitárias possuem um comportamento que envolve uma série de relações, como 
descrito por Gazzinelli ([2021], s.p.):
 “
As infecções parasitárias se comportam como qualquer ecossistema dinâmico, onde 
em decorrência de mudanças de seus componentes, pode ocorrer uma redução ou 
aumento do número da população parasitária. O sedentarismo humano, a exploração 
dos recursos ambientais e seus desdobramentos geram modificações no meio ambiente 
e suas consequências podem alterar esse ecossistema hospedeiro-parasita. A construção 
de grandes estradas, a implantação de cidades ou loteamentos em matas, alterações 
de percurso de rios, açudes e a caça ou a redução por outras formas de reservatórios 
silvestres podem fomentar de forma direta ou indireta o parasitismo humano e sua 
epidemiologia. Por essas razões, seria de suma importância o estudo prévio do impacto 
ambiental de cada das alterações pretendidas, mas infelizmente a maioria dos países 
que se encontram nessas condições de modificações ambientais instala tal estudo de 
forma desordenada e com a principal preocupação situada no lado econômico imediato, 
como ocorre no Brasil. As infecções determinadas pela ingestão de água contaminadas 
com formas parasitárias são facilitadas por fatores relacionados à falta de educação/
condições sanitárias satisfatórias como exemplificado pelo nosso país onde, 90% do 
esgoto produzido não é tratado. Aproximadamente 51% da população urbana brasileira 
(cerca de 39 milhões de pessoas) não são atendidas por rede de esgotos e 15 milhões 
de pessoas não têm em suas residências água fornecida por rede pública.
A importância de um estudo sobre a epidemiologia de uma doença parasitária em determinado local 
é determinante para o conhecimento, pois, por meio dos resultados obtidos, é possível realizar medi-
das que visam à prevenção, ao controle e, possivelmente, de forma mais rara, à erradicação da doença, 
tornando-se um conjunto de medidas conhecido como profilaxia (SANTOS, [2021]).
Por meio desses estudos, é necessário realizar uma análise sobre a viabilidade de medidas que possam 
ser empregadas, de uma maneira geral, para a melhoria das condições sanitárias, fazendo com que se 
reduza a transmissão das parasitoses, que são acometidas pela contaminação fecal do meio ambiente 
ou, até mesmo, de uma maneira individual, com a utilização de calçados que possibilitam a proteção 
(SANTOS, [2021]). Em países subdesenvolvidos, como o Brasil, que possuem peculiaridades locais, 
torna-se de extrema necessidade estratégias para a busca da integração das comunidades locais com 
o setor de saúde, levando educação sanitária digna para todos. 
Os parasitas, assim como os demais seres vivos, possuem sua classificação e suas regras de no-
menclatura zoológica, e é de extrema importância conhecê-las. Então, vamos lá!
32
UNICESUMAR
A classificação dos seres vivos se iniciou com a necessidade de o homem reconhecer e identificá-los. 
Devido ao grande número existente de seres, houve essa organização como forma de facilitar a iden-
tificação e, consequentemente, o seu uso (ARAUJO; BOSSOLAN, 2006). No início, a classificação foi 
dividida em dois grandes reinos: Animal e Vegetal. Isso ocorreu por meio das características dos seres 
vivos, relacionadas com a evolução e o tipo de seu corpo. Com o passar do tempo e com o surgimento 
de tecnologias como o microscópico, observou-se que muitos outros seres vivos não se encaixavam 
nos dois grandes reinos, como, por exemplo, as bactérias, que são seres unicelulares, desprovidas de 
envoltório nuclear e de estruturas membranosas intracelulares, como retículo endoplasmático, mito-
côndrias, cloroplastos e complexo de Golgi. Essas características as diferenciam dos demais organismos, 
sendo de maior importância que as diferenças entre animais e vegetais.
Depois, surgiu uma nova classificação, que já não é mais utilizada: o Protista Plantae e Animalia. 
Essa classificação reunia, no reino Protista, os organismos que possuíam características animais e vegetais. 
Mais tarde, apareceu uma nova classificação que agrupou os organismos em quatro reinos: Monera — 
bactérias e cianofíceas —, Protista — demais algas, protozoários e fungos —, Plantae ou Metaphyta 
— desde briófitas até as angiospermas — e Animalia ou Metazoa — desde espongiários até mamíferos.
A classificação que surgiu mais recentemente inclui cinco reinos que foram propostos por Whittaker 
(1969), sendo composta por um reino procariótico, Monera, e outros quatro reinos eucarióticos. Dos 
grupos eucarióticos, acredita-se que o Protista deu origem aos outros três grupos restantes (Plantae, 
Animalia e Fungi). Esses grupos são, em grande parte, multicelulares e se diferenciam, principalmente, 
pelo seu modo nutricional. 
 Fazem parte do reino Monera os organismos unicelulares procariotos, coloniais ou não, autó-
trofos ou heterótrofos. Além disso, engloba as bactérias e cianofíceas (cianobactérias). O reino Protista 
é constituído por organismos unicelulares eucariotos, coloniais ou não. Esse reino possui diversos 
métodos nutricionais, como a fotossíntese, a absorção e a ingestão. Ele, também, compreende as algas 
unicelulares e os protozoários. Composto por organismos eucariotos heterotróficos, os seres do reino 
Fungi são multinucleados (cenocítios), e sua nutrição é realizada por absorção. O reino Plantae é com-
posto por organismos eucariotos fotossintetizantes (autótrofos), que compreende desde algas multi-
celulares até vegetais superiores. Composto por organismos eucariotos multicelulares heterotróficos, 
o reino Animalia possui a ingestão, ou absorção, que pode ocorrer como forma primária de nutrição, 
porém isso ocorre em alguns casos. No Quadro 1, resumem-se as características que os grandes grupos 
de organismos possuem.
Essa forma de classificação apresenta, ainda, muitas dificuldades, devido aos seres vivos terem se 
modificado e evoluído com o passar do tempo. Com a ciência avançando, novas descobertas surgem 
a respeito das relações que os organismos possuem. Entretanto, essa forma de classificação que foi 
proposta por Whittaker é a mais utilizada e aceita ultimamente (ARAUJO; BOSSOLAN, 2006).
33
UNIDADE 1
Característica Monera Protista Fungi Plantae Animalia
Tipo celular Procarioto Eucarioto Eucarioto Eucarioto Eucarioto
Núcleo Sem envoltório nuclear
Com envoltó-
rio nuclear
Com envoltó-
rio nuclear
Com envoltó-
rio nuclear
Com envoltó-
rio nuclear
Mitocôndrias Ausentes Presentes Presentes Presentes Presentes
Cloroplastos
Ausentes, há 
apenas lamelas 
fotossintéticas
Presentes 
em algumas 
formas
Ausentes Presentes Ausentes
Parede celular
Não celulósica 
(polissacarídeo 
+ aminoácido)
Presente 
em algumas 
formas
Composta 
por quitina e 
outros polis- 
sacarídeos
Celulósica Ausente
Meios de 
recombinação 
genética
Conjugação, 
transdução, 
transformação 
ou nenhum
Fertilização 
e meiose, 
conjugação 
ou nenhum
Fertilização 
e meioseou 
nenhum
Fertilização e 
meiose
Fertilização e 
meiose
Modo 
denutrição
Autotrófica 
(quimio e fotos-
sintetizante) e 
heterotrófica
Fotossin-
tetizante e 
heterotrófica 
ou uma com-
binação
Heterotrófica 
por absorção
Fotossinte-
tizante, na 
maioria
Heterotrófica, 
por ingestão
34
UNICESUMAR
Característica Monera Protista Fungi Plantae Animalia
Motilidade
Por flagelos, 
deslizamento 
ou imóveis
Cílios, flage-
los, ameboi-
de, fibrilas 
contráteis
Cílios e flage-
los em algu-
mas formas, 
nenhuma na 
maioria
Cílios e flagelos 
em formas 
inferiores e al-
guns gametas, 
nenhuma na
maioria
Cílios e fla-
gelos, fibrilas 
contráteis
Pluricelulari-
dade Ausente Ausente
Presente, na 
maioria
Presente nas 
formas supe-
riores
Presente 
em todas as 
formas
Sistema 
Nervoso Ausente
Mecanismos 
primitivos 
para con-
dução de 
estímulos em 
algumas
formas
Ausente Ausente Presente
Quadro 1 - Características dos grandes grupos de organismos / Fonte: adaptado de Araujo e Bossolan (2006).
Em relação à nomenclatura em Parasitologia: os seres vivos são classificados como integrantes dos 
reinos Monera, Plantae, Fungi, Protista e Animalia. Para que você possa entender como funcionam 
essas nomenclaturas em Parasitologia, Gazzinelli ([2021], s.p.) explica da seguinte maneira:
 “
Para uma sistematização, levando-se em conta as similaridades dos diferentes seres 
vivos, foram criadas várias categorias e, em alguns casos, super ou subcategorias taxô-
nomicas. Para o reconhecimento das mesmas normalmente são empregados sufixos 
determinantes.
A nomenclatura de espécie é obrigatoriamente binominal, sendo o primeiro deles a 
designação de gênero. Sua grafia deve obedecer à colocação de ambos em destaque 
representado por letras em itálico ou sublinhado, sendo as palavras correspondentes de 
origem latina ou latinizadas e tendo a primeira letra referente ao gênero em maiúsculo. 
Opcionalmente se, já citada no texto, as demais vezes em que uma espécie for escrita, 
poderá ser colocada de forma que a primeira letra do gênero seja seguida de ponto. Ex. 
Giardia lamblia (1a. Citação) e G. lamblia (2a. citação).
Para que determinada espécie seja aceita como nomina válida, é necessário que a mesma 
preencha determinados requisitos. Em seres que apresentam multiplicação sexuada, es-
tes devem se entrecruzar, originando descendente fértil. Nos seres em que a reprodução 
35
UNIDADE 1
se faz de forma exclusivamente assexuada, a observação de semelhanças morfológicas 
e/ou comportamento biológico eram no passado os critérios viáveis. Como tais ele-
mentos muitas vezes são subjetivos e de difícil operacionalização, atualmente, existe 
uma tendência a se acrescentar critérios bioquímicos, em nível celular, representados 
principalmente pela análise isoenzimatica e da sequência de DNA. Quando existem 
somente pequenas diferenças entre os seres em análise, poderemos criar a categoria 
de subespecie, onde é acrescentado um terceiro vocábulo. Ex. Trypanosoma brucei 
(espécie) e T. brucei gambiensi (subespécie).
Sabendo dessas classificações, conheceremos os principais grupos de importância em Parasitologia.
PRINCIPAIS GRUPOS DE IMPORTÂNCIA
EM PARASITOLOGIA
Reino Protista
Protozoários
Reino Animalia
Nematelminthes (classe Nematoda);
Platyhelminthes (classes Digenea e Cestoidea)
e Artropoda
Reino Fungi
Protozoários
A partir daqui, entraremos em outros conceitos dentro do parasitismo: o ecológico e bioquímico. 
A definição de parasita é estabelecida como um organismo que vive na superfície ou no interior de 
outro organismo vivo, em que está associado a aspectos de âmbitos biológicos e ecológicos, durante 
uma parte de ou todo o seu ciclo de vida (PANTOJA et al., 2015). Entende-se que o parasita utiliza um 
determinado organismo que é seu hospedeiro como seu biótopo ou ecótopo, em que o hospedeiro se 
incube de regular, uma parte ou totalmente, suas relações com o ambiente. 
Com isso, entendemos que o parasita não só usa seu hospedeiro como habitat momentâneo ou 
definitivo, mas, da mesma forma, utiliza-se dele como fonte direta ou indireta de alimentos, seja utili-
zando para esse fim os mesmos tecidos do hospedeiro, seja usufruindo as substâncias que este prepara 
para sua própria nutrição (PANTOJA et al., 2015).
Esta combinação, sem agravo observável para o hospedeiro, em algumas vezes, pode ser nociva em 
menor ou maior grau, fazendo com que, em parte das vezes, o agente cause enfermidades. Essa combi-
36
UNICESUMAR
nação tende a uma estabilidade, pois o hospedeiro morre, implicando, também, na morte do parasita. 
Dessa forma, dificilmente, o parasita leva o hospedeiro à morte, devido à relação existente há milhares 
de anos, em que existe uma espoliação frequente, mas escassa para lesar o hospedeiro gravemente.
Algumas evidências evolutivas demonstram que o parasitismo passou a acontecer porque os seres 
vivos da natureza exibiam um relevante inter-relacionamento. Com essas associações, os organismos 
menores puderam se sentir beneficiados. Com o passar dos anos, ocorreu uma evolução em que o 
parasita se tornou cada vez mais independente de seu hospedeiro, tornando essa adaptação marca do 
parasitismo (NEVES; MELO; LINARDI, 2005).
Durante a vida dos parasitas, podem ocorrer adaptações por meio de tendências morfológicas, fisio-
lógicas e biológicas. De acordo com o Pantoja et al. (2015, p. 12), podemos citar as principais, que são:
a. Degenerações: representadas por perdas ou atrofias de estruturas corporais. 
Exemplo: a Taenia solium (agente causador da teníase e cisticercose), em virtude 
dependência dos sucos digestivos de seus hospedeiros, não apresenta tubo digestivo;
b. Hipertrofia: ocorrendo em especial nos órgãos de fixação, proteção e reprodução. 
Exemplo: na Taenia saginata (agente causador da teníase), suas proglotes podem 
aumentar consideravelmente o tamanho do útero, visando a armazenar até 160.000 
mil ovos em cada proglote;
c. Capacidade reprodutiva: sendo possível elevar a produção de ovos, cistos ou 
outras formas infectantes. Exemplo: Ascaris lumbricoides (popularmente conhe-
cido como lombriga), uma fêmea fecundada é capaz de ovipar, por dia, cerca de 
200.000 ovos não embrionados;
d. Diversidade reprodutiva: uso de diferentes tipos de reprodução, objetivando a 
perpetuação da espécie. Exemplos: hermafroditismo, partenogênese, esquizogonia6, 
entre outras;
e. Capacidade de resistência à agressão do hospedeiro: desde a produção de 
enzimas, indução de imunossupressão, até ao ato de burlar anticorpos e células de 
defesa. Exemplo: Necator americanus (causador do amarelão), este parasita é capaz 
de produzir uma cutícula, usada como tegumento protetor;
f. Tropismo: visam a facilitar a propagação, reprodução ou sobrevivência de um pa-
rasita. Exemplos: geotropismo (grego geo = terra + tropos = volta), termotropismo 
(grego thermós = quente), quimiotropismo (grego chyma = fundir, substâncias 
químicas), entre outros;
g. Grande faixa de tolerância de pH: podendo algumas espécies sobreviverem a 
ambientes ácidos, básicos e/ou neutros. Exemplo: Strongyloides stercoralis (agente 
etiológico da estrongiloidíase), em casos graves da doença, sua fêmea partenogê-
nica pode ser encontrada na porção pilórica do estômago, mostrando adaptação 
ao ambiente ácido.
37
UNIDADE 1
Para entender intimamente o fenômeno parasitário, é necessário conhecer completamente o quão 
possíveis são essas adaptações que são indispensáveis aos parasitas (REY, 2008).
De acordo com Pantoja et al. (2015), o sucesso evolutivo de cada parasita e de cada hospedeiro 
dependerá de suas relações e funções dentro dos ecossistemas. O estudo ecológico dos parasitas é 
desafiador, visto que depende de situações em si já muito complexas, tais como:
a. A ecologia dos hospedeiros definitivos.
b. A ecologia dos hospedeiros intermediários.
c. As relações diretas com o meio exterior.
Ademais, o fato de o parasita ter por “habitat” outro ser vivo implica algumas adversidades, como:
a. Limitaçãode espaço para o parasitismo.
b. Variações nas características do meio.
c. Rapidez dos mecanismos adaptativos.
d. Busca por êxito na transmissão do parasita a novos hospedeiros.
A literatura ainda ressalta que a passagem do parasita de um hospedeiro a outro é um 
fenômeno complexo, pois envolve diferentes mecanismos, a saber:
a. Transporte ou deslocamento até o novo hospedeiro.
b. Reconhecimento em nível bioquímico.
c. Busca por uma localização adequada; entre outros.
O parasitismo não deve ser confundido com doenças, como relatado anteriormente por alguns au-
tores. Isso se dá pois, no passado, as relações parasita-hospedeiro geravam consequências médicas e 
veterinárias por causa de interpretações errôneas.
Assim, a consequência de uma doença parasitária pode acontecer por um desequilíbrio entre hos-
pedeiro e parasita (NEVES; MELO; LINARDI, 2005), em que seu grau de intensidade é dependente de 
vários fatores, como o número de formas infectantes presentes, a virulência da cepa, a idade, o estado 
nutricional do hospedeiro, os órgãos atingidos, a associação com outras espécies, o grau de resposta 
imune, entre outras (PANTOJA et al., 2015).
Neste podcast, você conhecerá algumas curiosidades sobre os pa-
rasitas do corpo humano. Pronto para escutar? Então, vem comigo!
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/9329
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UNICESUMAR
Depois de você conhecer toda a 
introdução sobre a Parasitologia, 
os conceitos que fazem parte des-
sa área, você, como profissional da 
área da saúde, pode se questionar 
de que maneira poderá aplicar todo 
esse conhecimento na prática. Bom, 
a partir desses conceitos básicos que 
vimos nesta unidade, conhecendo 
como é a relação do parasita com 
o hospedeiro, você poderá atuar 
junto a toda a comunidade, reali-
zando ações que visam à preven-
ção das possíveis doenças que são 
transmitidas por esses parasitas e 
levando toda informação necessá-
ria para toda a comunidade. Além 
disso, poderá atuar através de polí-
ticas públicas, juntamente com ór-
gãos responsáveis pela erradicação 
das doenças parasitárias. Bom, isso 
é só uma parte em que você poderá 
aplicar seus conhecimentos, sendo 
o pontapé inicial para sua profissão.
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M
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PA
 D
A
 E
M
PA
TI
A
Prezado(a) aluno (a), nesta unidade, conhecemos as classificações que englobam a Parasitologia, 
além dos conceitos básicos que a compõem, que são de grande importância para o estudo. Além 
disso, estudamos a ocorrência dos mais diversos parasitas e a sua relação parasita-hospedeiro, 
bem como suas respostas para a saúde da população em geral. Vimos as diversas formas de 
detecção desses seres, em que temos uma variedade de testes que podem ser realizados e que 
vão do mais simples ao mais moderno, utilizando-se de novas tecnologias. 
Outro item estudado foi a classificação dos seres vivos, em que, com o passar do tempo, elas fo-
ram surgindo e sendo organizadas de acordo com as características dos seres vivos. Já as regras 
de nomenclatura possuem formas específicas de acordo com as similaridades dos seres vivos, 
sendo criada através de categorias e subcategorias. E, por fim, vimos o conceito ecológico e bio-
químico de parasitismo, que mostra a relação com o ciclo de vida do parasita e seu envolvimento 
com o hospedeiro. 
A Parasitologia pode causar diversos problemas para a saúde de seus hospedeiros, porém podem 
ter um papel de grande importância no controle da população de hospedeiros, em que compete 
a eles recursos finitos. Este estudo engloba muitos outros assuntos que se correlacionam com o 
que vimos nesta primeira unidade. Nas próximas unidades, aprofundar-nos-emos mais para que 
possamos entender cada vez mais essa grande área de estudo.
Com isso, sugiro que, diante do mapa da empatia, você o preencha de acordo com seus conheci-
mentos adquiridos no decorrer desta unidade. Para auxiliá-lo(a), deixei alguns comentários para 
guiá-lo(a) no desenvolvimento.
O QUE
PENSA E SENTE?
O QUE
FALA E FAZ?
QUAIS SÃO AS DORES? QUAIS SÃO AS NECESSIDADES?
O QUE
VÊ?
O QUE
OUVE?
Como posso ajudar a 
população para diminuir 
essas contaminações?
Orientações à 
população local.
População doente, 
com vômito e diarreia 
constante.
Planejamento para regiões 
não desenvolvidas.
Falta de saneamento básico 
e informações.
Deve-se, sempre, lavar as mãos 
e os alimentos e não ficar 
andando descalço nos lugares.
Fonte: o autor.
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A
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A
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1. Defina o que é o ciclo vital dos parasitas e cite dois exemplos básicos deles.
2. A infestação e infecção possuem dois parâmetros que se baseiam na classificação, que 
é a localização e dimensão. Explique a diferença entre a infestação e infecção dentro 
do parâmetro de localização.
3. Na Parasitologia, temos o que chamamos de períodos clínicos e períodos parasito-
lógicos. Em função disso, descreva o que é o período de convalescência e o período 
pré-patente.
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M
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SP
A
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2
Nesta segunda unidade, estudaremos sobre a epidemiologia e os 
conceitos que a envolvem, entenderemos o uso das ferramentas e 
ações da vigilância epidemiológica, fazendo uma ponte para a inte-
gração entre o olhar clínico e o epidemiológico, desenvolvendo co-
nhecimentos e habilidades para aplicar, na prática, esses conceitos.
Epidemiologia e
seus conceitos
Dr. Luiz Fernando de Souza Alves
44
UNICESUMAR
Você percebeu que, na época da pandemia, em que o mundo inteiro está concentrado nos esforços 
para o combate ao novo coronavírus, tornou-se até difícil pensar em outras doenças? Não se pode 
deixar de lado e nem se esquecer dos inúmeros patógenos em circulação, ainda mais em um país tão 
grande e biodiverso como o Brasil. Alguns velhos conhecidos ainda seguem ameaçando a saúde pública 
de maneira silenciosa e constante. Doenças infecciosas que causam grandes surtos epidemiológicos 
como a dengue, a febre amarela e o sarampo ainda não foram erradicados. Esses patógenos merecem 
muita atenção nesse e em qualquer momento. Nesta unidade, compreenderemos como funcionam as 
doenças epidemiológicas que colocam a saúde pública em risco constantemente. 
A dengue é uma doença que acomete os brasileiros todos os dias, causando uma grande epidemia 
em nosso país. O mosquito Aedes aegypti já possui um comportamento totalmente urbano, o que faz 
com que não ocorra sua presença em ambiente de matas. A alta quantidade desses mosquitos faz com 
que ocorra sua epidemia, gerando transtornos devido às altas taxas de contaminação. Esses mosquitos 
depositam seus ovos em qualquer local que possua água limpa, ocorrendo uma rápida eclosão. Para 
dar origem ao mosquito, essa larva possui quatro fases, que durarão por um período de cinco a sete 
dias. A partir de então, inicia-se, novamente, o ciclo desse mosquito.
Sabemos que o controle dessa doença depende de toda a população, pois o foco está dentro de cada 
casa. Até o momento, não existe um remédio eficaz contra a dengue. Como você, profissional da saúde, 
poderia atuar para o combate e neutralização dessa doença em sua região?
Existem duas maneiras de se realizar a prevenção da doença: por meio da diminuição ou do con-
trole do mosquito, as quais são utilizadas, nos últimos anos, pelo Ministério da Saúde, como forma 
de conscientizar a população. Já existe uma vacina eficaz, porém ainda não está disponível para que 
seja aplicada em toda a população. Devido a isso, as alternativas citadas anteriormente são as medidas 
disponíveis para o combate desses vetores. A partir daqui, sugiro que você anote, em seu Diário de 
Bordo, quais são essas medidas ou outras possíveis para o controle da dengue. 
DIÁRIO DE BORDO
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UNIDADE 2
Para iniciarmos nosso estudos sobre epidemiologia, devemos conhecer seu conceito, o qual pode 
ser definido como um estudo do processo saúde-doença em coletividades humanas, em que analisa 
a ocorrência e a determinação dos fatores das enfermidades, os danos causados à saúde, ocorrências 
que estão associadas à saúde coletiva, indicando medidas de prevenção,controle ou erradicação de 
doenças, que fornecem indicadores que prestam suporte à administração, ao planejamento e à avaliação 
das ações aplicadas à saúde (ROUQUAYROL; GOLDBAUM; SANTANA, 2013).
De acordo com Pereira (2013), o significado etimológico do termo deriva do grego:
Epi (sobre) + Demo (população) + Logos (estudo)
De uma forma mais simples, o termo epidemiologia é o estudo sobre aquilo que prejudica a população, 
com foco no campo da saúde. Dentro da epidemiologia, reúnem-se métodos e técnicas de conhecimentos, 
como Ciências Sociais, Estatística e Ciências Biológicas. Na epidemiologia, de acordo com Pereira 
(2013), temos uma atuação bastante ampla, que compreende, em linhas gerais: pesquisa e ensino em 
saúde; caracterização das condições da saúde; busca dos fatores decisivos sobre a situação da 
saúde; conjectura sobre o impacto que as ações causam na alteração da situação de saúde.
O princípio básico da epidemiologia compreende o entendimento que os eventos que envolvem a 
saúde não se dividem ao acaso entre as pessoas. Existem grupos de populações que apresentam uma 
maior quantidade de casos mais graves, e outros que, por conta de uma determinada doença, morrem. 
Essas diferenças ocorrem porque os fatores que instigam o estado da saúde não se disseminaram de 
maneira igual pela população, com isso, afetam determinados grupos (PEREIRA, 2013). Em resumo, 
podemos afirmar que essa distribuição de doenças na população é tomada por aspectos socioculturais, 
biológicos, econômicos, ambientais, o que faz com que o processo saúde-doença tenha uma mani-
festação diferente nas populações.
A epidemiologia existe há muito tempo, desde a Antiguidade, sendo que os registros iniciais deram 
origem à epidemiologia através das manifestações de doenças e foram encontrados na Grécia Antiga, 
onde se acreditava que as doenças e posteriores curas ou mortes eram fruto de castigo dos deuses e 
demônios. Todavia, em vez de continuar com essa crença, Hipócrates, um médico grego, analisou o 
processo de adoecimento baseado na ideia racional e se afastou das teorias sobrenaturais presentes 
naquela época, contrapondo-as, incluindo o fato de que a doença é um produto das relações confusas 
entre o ambiente e o indivíduo, aproximando-se do modelo ecológico que as doenças produzem até 
os dias de hoje (PEREIRA, 2013).
Uma grande revolução foi observada na epidemiologia na segunda metade do século XIX, a partir 
de estudos realizados pelo médico sanitarista John Snow sobre a epidemia de cólera na cidade de 
Londres (1849–1854). Por meio desse estudo, observou-se os casos, os óbitos, o consumo de água 
da população e os aspectos ambientais da cidade em estudo, e foi possível determinar que a água 
consumida estava contaminada e era a principal responsável pelo acometimento da doença. Essa 
descoberta só foi confirmada 30 anos depois por meio do isolamento do agente causador da doença 
(SNOW, 1999; PEREIRA, 2013).
46
UNICESUMAR
Todo esse feito proporcionou a John Snow o título de “Pai da Epi-
demiologia”, devido ao seu trabalho científico realizado de forma 
extensa e cuidadosa, sendo considerado um clássico estudo na área 
de epidemiologia de campo, determinando o local de infecção de uma 
doença antes de conhecer seu agente etiológico. 
Outro marcante cientista, que recebeu o título de “Pai da Bacterio-
logia”, foi Louis Pasteur (1822–1895), que identificou uma variedade 
de bactérias e controlou diversos tipos de doenças. Além disso, foi um 
grande influenciador da história de epidemiologia, introduzindo bases 
biológicas permitindo um melhor estudo das doenças infecciosas (PE-
REIRA, 2013), apontando os agentes causadores das doenças e propi-
ciando uma fixação das medidas de prevenção e possíveis tratamentos.
Rosen (1994) e Pereira (2013) citam outros importantes nomes na 
história da epidemiologia (Figura 1), como: 
• John Graunt (1620–1674): pioneiro em quan-
tificar os padrões de natalidade e mortalidade.
• Pierre Louis (1787–1872): responsável por uti-
lizar o método epidemiológico em investigações 
clínicas de doenças.
• Louis Villermé (1782–1863): pesquisou o im-
pacto da pobreza e das condições de trabalho na 
saúde das pessoas.
• William Farr (1807–1883): responsável pela 
produção de informações epidemiológicas siste-
máticas para o planejamento de ações de saúde.
• Ignaz Semmelweis (1818–1865): participou 
da investigação das causas de febre puerperal 
em Viena, em que constatou que a contaminação 
das mãos estava relacionada à transmissão da 
doença e às altas taxas de mortalidade, introdu-
zindo medidas de higiene que reduziram tais 
indicadores.
• Edward Jenner (1743–1823): médico britâni-
co considerado o “Pai da Imunologia”, pois foi o 
primeiro a utilizar, cientificamente, uma vacina 
contra a varíola.
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UNIDADE 2
Figura 1 - Importantes nomes na história da epidemiologia / Fonte: Wikimedia ([2021a], [2021b], [2021c], [2021d], [2021e], [2021f]).
Descrição da Imagem: a imagem contém seis retratos dos importantes nomes da história da epidemiologia na seguinte 
ordem: John Graunt, Pierre Louis, Louis Villermé, William Farr, Ignaz Semmelweis, Edward Jenner.
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UNICESUMAR
Os séculos XIX e XX foram caracterizados pela ação da microbiologia sobre a epidemiologia, que consistiu 
não apenas em reconhecer os principais agentes etiológicos que estavam envolvidos na transmissão de 
doenças infectocontagiosas que foram responsáveis por uma grande taxa de mortalidade, mas que também 
proporcionou uma evolução nas medidas para o tratamento e prevenção dessas doenças (GOMES, 2015).
Durante esse período, deu-se um destaque científico e acadêmico bastante importante para a epi-
demiologia, surgindo diversas instituições de pesquisa no Brasil e, também, em todo o mundo, além 
da ampliação de áreas de atuação, dando origem a subdivisões de área, como, por exemplo, a epide-
miologia nutricional, que, de acordo com Pereira (2013), algumas causas de doenças determinadas 
como infecciosas provinham, na verdade, de origem nutricional. 
Com isso, foi possível afirmar que, a partir do fim do século XX até os dias de hoje, a epidemiologia 
se baseia nas pesquisas científicas realizadas, visando determinar as condições de saúde que a população 
possui, além da busca pelos agentes etiológicos, verificando quais são os fatores que estão predispostos 
para ocasionar o seu aparecimento (GOMES, 2015).
Como observamos anteriormente, de acordo com Pereira (2013), com o passar dos anos, a epide-
miologia se tornou uma ciência totalmente ampla, possuindo diversas subdivisões, como, por exemplo, 
a epidemiologia nutricional, de campo, clínica, descritiva, investigava, entre outras. Entretanto, de 
maneira geral, temos três principais áreas de atuação de acordo com Gomes (2015, p. 12):
• Descrição das condições de saúde da população por meio da construção de indica-
dores de saúde. Exemplo: taxa de mortalidade, taxa de incidência de uma doença; 
• Investigação dos fatores determinantes da situação de saúde. Exemplo: investigação 
de agentes etiológicos, fatores de risco;
• Avaliação do impacto das ações para alterar a situação de saúde. Exemplo: avaliação 
do impacto do saneamento para diminuir parasitoses na comunidade.
Uma análise da condição de saúde é equivalente à coleta ordenada de dados relacionados à saúde da 
população, informações que podem ser econômicas, culturais, sociais, demográficas e ambientais, que 
servirão para complementar os indicadores utilizados para a saúde. Essa análise necessita de um diagnós-
tico muito preciso para a sua realização, garantindo os resultados efetivos nas buscas (PEREIRA, 2013).
Como profissional da epidemiologia e da saúde, que pretende atuar nessa área, é importante que 
você tenha um amplo conhecimento sobre os conceitos e sobre as ferramentas que envolvem a epide-
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UNIDADE 2
miologia, para que, assim, não haja erros durante a avaliação, que vai desde o planejamento, execução 
e análise de dados (ROUQUAYROL; GURGEL, 2013).
É de grande importância

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