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Capítulo 1 1- Limites e continuidade Autores: Leandro Martins da Silva Sandra Bulhões Cecílio Adaptado por Leandro Martins da Silva Prezado(a) aluno(a), Neste capítulo, iniciaremos nossos estudos de Cálculo Diferencial e Integral. A base do Cálculo Diferencial e Integral que estudaremos a partir de agora foi desenvolvida por Isaac Newton e Leibniz, no século XVII. O mesmo foi desenvolvido pela necessidade de resolver problemas práticos como: calcular a reta tangente a uma curva definida pelo gráfico de uma função real de uma variável; calcular velocidade, aceleração de movimentos retilíneos; calcular máximos e mínimos de funções e aplicar estes conhecimentos em problemas práticos; calcular área de figuras planas e volumes de sólidos; solucionar problemas em que a função seja dada implicitamente por uma equação envolvendo a função e suas derivadas. Newton e Leibniz perceberam, em momentos distintos, que estes problemas poderiam ser resolvidos parcialmente utilizando a mesma linguagem matemática que hoje chamamos de Cálculo Diferencial e integral. Todos os problemas acima nos levam a idéia inicial do limite de uma função que será objeto de estudo deste capítulo. Iniciaremos nossos estudos com idéias intuitivas a respeito do conceito de limite e continuidade de uma função, seguido de diversos exemplos nos valendo do uso de tabelas, gráficos e álgebra. Talvez você esteja pensando onde utilizará o cálculo em sua vida, pois saiba que hoje em dia o cálculo é utilizado na predição do tamanho de uma população, na estimativa de como aumenta o preço do café, na previsão do tempo, na medida do fluxo sanguíneo de saída do coração, no cálculo dos prêmios dos seguros de vida entre outras aplicações. Esperamos, ao termino de nossos estudos que você consiga abstrair as idéias essenciais desta ferramenta matemática e aplique-as em seu cotidiano. Bons estudos! Objetivos: Ao término dos estudos propostos neste capítulo, esperamos que você esteja apto a: determinar intuitivamente alguns limites. encontrar o valor limite por meio de uma análise gráfica; analisar a continuidade de uma função; utilizar as propriedades dos limites para calcular outros limites; utilizar diferentes técnicas para determinar os limites de funções; calcular os limites no infinito e os limites infinitos; calcular limites fundamentais. Para que alcance os objetivos almejados, organizamos esse capítulo da seguinte forma: 1.1. Introdução aos limites 1.2. Limites de uma função 1.3. Limites laterais 1.4. Continuidade 1.5. Propriedades dos limites 1.6. Cálculo de limites 1.7. Limites infinitos 1.8. Limites no infinito 1.9. Limites fundamentais 1.1. Introdução aos limites Saudações! Tudo bem contigo? Esperamos que você esteja bastante animado, pois hoje vamos explorar intuitiva as idéias envolvendo o conceito de limite e precisamos que você faça exatamente o que se pede na situação a seguir. 1ª situação: Pegue uma folha de caderno; caso prefira, desenhe uma região retangular. a. Divida essa folha ou a região retangular, pela metade. b. Agora, divida o que restou pela metade. c. Repita esse procedimento novamente. d. Continue fazendo esse processo sucessivamente. Observe atentamente o que está acontecendo! Agora, relate neste espaço o que você observou? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Muito bem! Provavelmente, você observou que, no caso do retângulo, quanto mais o número de divisões aumenta, mais a área do retângulo se aproxima de zero. Certo? Podemos dizer, então, que, se o número de divisões tenderem ao infinito, o valor da área do retângulo tenderá a zero. Concorda? Matematicamente, podemos escrever: Percebeu que tivemos o mesmo raciocínio porém com linguagens distintas? Então desenvolva a próxima atividade e continue utilizando essa linha de raciocínio. 2ª situação: a. Observe o círculo a seguir, com raio igual a uma unidade de comprimento 1 . b. Crie um círculo em que o raio seja a metade do círculo anterior. c. Agora, crie um outro círculo cujo raio é a metade do círculo anterior. d. Repita este procedimento, quantas vezes você achar necessário. se d é o número de divisores e S a superfície do retângulo, quando d vai ou tende para o infinito ( d ) S vai ou tende para zero ( 0S ), ou, ainda, podemos afirmar que se ( )S f d , então, o lim 0 d S , ou seja, se a superfície do retângulo depende ou está em função do número de divisões, então, o limite da área, quando as divisões tendem ao infinito, é igual a zero. Logo a figura geométrica tenderá a um segmento de reta. Relate aqui o que você observou. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Muito bem! Intuitivamente, você deve ter concluído que, na medida em que dividimos o raio indefinidamente, o círculo tenderá a um ponto, ou seja, a figura geométrica tenderá a um ponto. Agora de maneira analóga a anterior, escreva matematicamente no quadro a seguir sua obersavação. Acreditamos que você tenha escrito que se d é o número de divisões do raio e S a superfície do círculo, quando d vai ou tende para o infinito ( d ) S vai ou tende para zero ( 0S ), ou, ainda, que se ( )S f d , então, o lim 0 d S , ou seja, se a superfície do círculo depende ou está em função do número de divisões do raio, então, o limite da área, quando as divisões do raio tendem ao infinito, é igual a zero. Logo a figura geométrica tenderá a um ponto. Ótimo! Agora vamos trabalhar com uma situação numérica ? 3ª situação: Seja a sequência *, 1 n n a com n IN n . a) Encontre os termos na para 1,2,3,4,5,...,10,...,100,...,1000,...n e registre no espaço abaixo. Atenção! Escreva os resultados na forma de fração! b) Agora reescreva a sequência de frações anteriores na forma de números decimais. c) Diga para que valor tenderá essa seqüência, quando n tender para o infinito? Muito bem! Agora compare sua resposta com a resolução a seguir. a. Escrevendo os valores de an para 1,2,3,4,5,...,10,...,100,...,1000,...n ; obtemos 1 2 3 4 5 10 100 1000 , , , , ,..., ,..., ,..., ,... 2 3 4 5 6 11 101 1001 b. escrevendo, na forma de números decimais, os termos da seqüência do item anterior, encontramos 0,5;0,666...;0,75;0,8;0,833...;...;0,9090...;0,99009900...;0,999000999000...;... c. para que valor está tendendo essa seqüência, quando n tende para o infinito? Utilizando as idéias do quadro anterior poderiamos responder está pergunta dizendo que lim 1 1 n n n , ou seja, tende a 1. Matematicamente, podemos escrever: Se , n então 1na , ou seja, lim 1 n n a , ou, ainda, lim 1 1 n n n Você percebeu a idéia intuitiva de limite? Esperamos que sim! Caso ainda não se sinta seguro a seguir adiante neste estudo,entre no AVA e converse com o preceptor, discuta com os colegas enfim elimine suas dúvidas. Podemos prosseguir? Bom, agora usaremos a mesma idéia intuitiva a respeito dos limites para observar o comportamento de uma função. Veja o próximo item. 1.2. Limites de uma função Através dassituações anteriores, você observou que o conceito de limite está associado a idéias como tendência, proximidade, vizinhança. Agora você utilizará de tais idéias para descrever o comportamento de uma função quando a variável independente tende a um dado valor. Acompanhe atentamente os exemplos a seguir. Exemplo 1 Investigaremos o comportamento da função 2 1 ( ) 1 x f x x , quando os valores atribuídos a variável x se aproximam de 1. Utilizaremos como auxilio a tabela numérica a seguir: x 0,9 0,99 0,999 0,9999 1 1,0001 1,001 1,01 1,1 f(x) 1,9 1,99 1,999 1,9999 … 2,0001 2,001 2,01 2,1 Veja que, embora ( )f x não esteja definida no ponto x=1, pois 1 D , podemos ter uma idéia do comportamento da função, calculando ( )f x para valores próximos de 1, tanto pela direita como pela esquerda. Pela tabela, percebemos que, quando x estiver próximo de 1, ( )f x estará próximo de 2. Dizemos, então, que ( )f x fica próximo de 2, conforme x se aproxima de 1. Expressamos, assim, que o valor limite da função 2 1 ( ) 1 x f x x , quando x tende a 1, é igual a 2,e escrevemos 2 1 1 lim 2 1x x x . Outra maneira de observar este comportamento é através da representação geométrica. Veja o gráfico a seguir, e observe o comportamento de ( )f x quando atribuímos valores para a variável x cada vez mais próximos de 1. Gráfico 1 Lembre-se que ( ) 1 D f então Im( ) 2 f . Por isso esta função apresenta uma descontinuidade no ponto 1x , que é representada pela bola aberta no gráfico. Mas, fique tranqüilo, pois falaremos mais sobre este assunto no decorrer deste capítulo. Parada obrigatória Em geral, usamos a seguinte definição informal a respeito dos limites. Exemplo 2 Vejamos o comportamento da função 2( ) 1f x x x , quando x está cada vez mais próximo de 2. Utilizando como auxilio a tabela numérica onde os valores atribuídos a x se aproximam de 2 obtemos: X 1,5 1,9 1,95 1,999 2 2,001 2,01 2,1 2,5 f(x) 1,750 2,710 2,853 2,997 3 3,003 3,030 3,310 4,750 Definição: Escrevemos lim ( ) x a f x L , e dizemos “o limite de f(x), quando x tende a a , é igual a L”, se pudermos tornar os valores de f(x), arbitrariamente, próximos de L (tão próximos de L quanto quisermos), tornando x suficientemente próximo de a , mas não igual a a . (STEWART, 2003, p.91). Percebeu que atribuímos valores para a variável x próximos a 2, inclusive o próprio 2 ? Neste caso a função não possui restrição quando 2x , então o mesmo deve ser utilizado. Agora observe a representação geométrica a seguir: Gráfico 2 É visível que os valores de f(x) ficam cada vez mais próximos de 3 à medida que x estiver cada vez mais próximo de 2, tanto pelo lado esquerdo quanto pelo lado direito. Assim, dizemos que o lim( ) x x x2 2 1 3 , e podemos observar que (2) 3f , que está representado pela bola fechada no gráfico, assim como o limite. Logo, dizemos que esta função é contínua neste ponto. Muito bem! Agora você terá a oportunidade de calcular o próximo limite e fixar as idéias apresentadas até aqui. Vamos lá! Exemplo 3 Calcule o limite da função 1 ( ) 1 x f x x quando x tende a 1. Sugestão: Utilize o quadro a seguir e uma calculadora científica para preencher as lacunas. x 0,99 0,999 0,9999 0,99999 1 1,00001 1,0001 1,001 1,01 f(x) Viu como foi fácil? Assim, observando a tabela você pode dizer que o 1 1 1 lim x x x tende a _____. Muito bem! Agora, acompanhe nossa resolução do exercício e verifique seu resultado. Para o cálculo deste limite vamos usar a tabela numérica com valores bem próximos de 1 à esquerda e à direita. x 0,99 0,999 0,9999 0,99999 1 1,00001 1,0001 1,001 1,01 f(x) 1,99498 1,99950 1,99995 1,99999 2,00000 2,00005 2,00050 2,00498 Observe que a tabela apresenta valores amostrais de x se aproximando de 1 de ambos os lados e ao substituirmos tais valores na função, obtemos valores para ( )f x cada vez mais próximos de 2. Assim podemos conjecturar que 1 1 2 1 lim x x x . Veja a representação gráfica deste exemplo. Representação geométrica Gráfico 3 Parada para reflexão Exemplo 4 Vamos calcular o limite da função ( )f x sen x quando x tende a 0, ou na linguagem matemática vamos calcular o 0 lim x sen x . Utilizando a tabela numérica atribuindo valores amostrais a x temos os seguintes resultados: x -0,1 -0,01 -0,001 -0,0001 0 0,0001 0,001 0,01 0,1 f(x) 0 0 0 0 0 0 0 0 Observando a tabela poderíamos concluir que o 0 0lim x sen x , mas isso seria um erro. Veja o gráfico abaixo, ele revela que os valores de ( )f x oscilam entre -1 e 1 à medida que x tende a 0. Assim o 0 lim x sen x não existe. Gráfico 4 x y Caro(a) aluno(a) apesar termos vistos três exemplos nos quais conseguimos calcular o valor limite da função num ponto, através de uma tabela numérica, queremos alertá-lo(a) que este tipo de evidência pode nos levar a conclusões erradas sobre os limites, devido a erros de arredondamento ou porque os valores amostrais escolhidos não revelam o verdadeiro comportamento do limite. Veja o exemplo 4. 1.3. Limites Laterais Você percebeu nos exemplos anteriores porque sempre preocupamos em observar o comportamento da função ao atribuirmos valores a variável x tanto à direita quanto à esquerda do valor de a ? Não? É que para obter um valor limite L quando x se aproxima de a , uma função f deve ser definida em ambos os lados de a e seus valores ( )f x devem se aproximar de L, quando x se aproxima de a em ambos os lados. Ficou confuso? Então vamos retomar essa idéia através do exemplo a seguir. Exemplo 5 Observe o comportamento da função 1 0 ( ) 1 0 se x f x se x , quando x se aproxima de 0 pelas laterais. Utilize o quadro a seguir. x -0,01 -0,001 -0,0001 -0,00001 0 0,00001 0,0001 0,001 0,01 f(x) Observando a tabela você pode dizer que o 0 ( )lim x f x é _____. Ficou confuso? Veja o gráfico a seguir e compare-o com os resultados que você obteve na tabela. Porque minha interpretação está equivocada? Porque os valores atribuídos a variável x são todos pontos de intercepto do eixo das abscissas ( )x com o gráfico de ( )f x . Este exemplo é muito importante pois mostra que é necessário dispor de métodos mais eficazes para analisar a convergência de funções num dado ponto. Gráfico 5 Veja, no gráfico e na tabela, que quando x tende a 0 pela esquerda, ( )f x tende –1, e quando x tende a 0 pela direita, ( )f x tende a 1. Simbolicamente, escrevemos: Veja que, neste caso, o 0 lim ( ) x f x não existe, pois os valores de ( )f x não se aproximam de um único número L pelas laterais. Parada obrigatória Assim, comparando as duas definições citadas, podemos perceber que o limite bilateral existe, se e somente se os limites laterais existirem, e tenderem ao mesmo valor. Matematicamente podemos escrever essa frase conforme o quadro abaixo. Definição: Escrevemos lim ( ) x a f x L e dizemos que o limite de ( )f x quando x tende a a pela esquerda é igual a L se pudermos tornar os valores de ( )f x arbitrariamente próximos de L, tornando-se x suficientemente próximo de a e x menor do que a . Analogamente, se for exigido que x seja maior do que a , obteremos lim ( ) x a f x L e dizemos que o limite de ( )f x , quando x tende aa pela direita é igual a L. (STEWART, 2003, p.95). 0 lim ( ) 1 x f x e 0 lim ( ) 1 x f x . ( )lim x a f x L se, e somente se, ( )lim x a f x L e ( )lim x a f x L Agora você percebeu porque atribuirmos valores a variável x tanto à direita quanto à esquerda do valor de a ? Temos certeza que sim! Muito bem! Estamos felizes com o seu aprendizado. Exemplo 6 Analise o comportamento da função ( ) 3f x x quando x se aproxima de 3. Dica: utilize o quadro a seguir e uma calculadora científica para preencher as lacunas. X 2,5 2,9 2,99 2,999 3 3,001 3,01 3,1 3,5 f(x) Assim, o 3 lim 3 x x _______________, e o 3 lim 3 x x tende a ________. Sabemos que o limite bilateral existe, se e somente se os limites laterais existirem, e tenderem ao mesmo valor. Podemos então dizer que o 3 lim 3 x x ______________. Agora acompanhe atentamente nossa resolução e compare os resultados obtidos. Primeiro temos que analisar o domínio desta função que será / 3fD x x , pois 3 0x . Veja que analisamos o comportamento da função utilizando a tabela, atribuindo valores a variável x maiores ou igual a 3, conforme concluímos ao encontrar o domínio de f . X 2,5 2,9 2,99 2,999 3 3,001 3,01 3,1 3,5 f(x) 0 0,032 0,100 0,316 0,707 Utilizando o recurso gráfico você perceberá que a função é definida quando x assume valores maiores ou igual a 3. Veja atentamente. Gráfico 6 Utilizando a definição de limite lateral podemos dizer que o limite de ( )f x quando x se aproxima de a pela direita é zero, ou na linguagem matemática diremos que 3 lim 3 0 x x . Note que obtemos um limite lateral, e neste caso não encontraremos um limite bilateral, pois a função não está definida quando atribuímos valores para x à esquerda de 3. Assim matematicamente escrevemos que: 3 0 3 3 lim ( ) lim ( ) lim ( ) lim 3 0 0 x x x x f x não está definido f x não existe f x x Hora de praticar Faça a atividade 1 que se encontra no final do capítulo. 1.4. Continuidade Dizemos que uma função é continua no ponto x a quando a mesma não possui uma interrupção, uma lacuna, ou um salto em seu gráfico. Caso o gráfico apresente alguma interrupção, dizemos que esse ponto é um ponto de descontinuidade e que a função é descontinua neste ponto. Veja o gráfico abaixo. Gráfico 7 Analisando o gráfico chegamos as seguintes conclusões: A função não é continua para 0x , pois (0)f não é definida. A função não é continua para 4x , pois 4 lim ( ) x f x não existe, já que os limites laterais são diferentes. A função não é continua para 3x , pois 3 ( 3) lim ( ) x f f x , ou seja 2 0 . O domino da função é 0 Nos demais pontos do gráfico a função não possui nenhum tipo de interrupção, assim a mesma é continua nos demais pontos do intervalo. Parada obrigatória Para que não fiquemos apenas com essa idéia intuitiva, vamos definir continuidade mais precisamente em termos de limite como: Uma função f é contínua em um ponto a , se as seguintes condições estiverem satisfeitas: 1- )(af está definida 2- )(lim xf ax existe 3- )()(lim afxf ax Caso alguma dessas condições não esteja satisfeita, então haverá uma descontinuidade no ponto ax . Para 0 ( ) x f x Para 3 ( ) 2 x f x Para 4 ( ) 7 x f x Exemplo 7 Vamos determinar se a função 2x 4 , se x 2 f(x) x 2 3, se x 2 é contínua no ponto onde x=2? Seguindo os passos da definição, teremos que analisar as condições de continuidade no ponto x = 2. Veja que: 2 2 1) (2) 3 4 2) lim 4 ( ) 22 4 3) 4 3 lim (2) 22 f x faça a verificação através do gráfico xx x Como temos f xx Observe que a função está definida para x=2 e existe o limite da função quando x 2 . Entretanto, a terceira condição não é verdadeira, e, assim podemos afirmar que a função f é descontínua no ponto x = 2. Observe isto, graficamente: Gráfico 8 Atenção! Uma função polinomial f é contínua para todo numero real a . Uma função racional ( ) ( ) ( ) f x h x g x é contínua em todo número exceto nos números a tais que ( ) 0.g a Antes de continuar volte aos exemplos 1 e 2 deste capítulo e analise a continuidade no ponto indicado. Muito bem! Agora é com você! Hora de praticar Faça a atividade 2 que se encontra no final do capítulo. 1.5. Propriedades dos Limites As propriedades que apresentaremos nos quadros a seguir serão citadas com base em nossa definição informal de limite e não serão demonstradas nesta unidade didática. Mas caso tenha interesse, em qualquer livro de cálculo diferencial e integral I você poderá encontrar estas demonstrações. Teorema: Seja C uma constante e suponha que existam os limites )(lim xf ax e )(lim xg ax . Então: Exemplo 8: Aplicando a propriedade obtemos, 2 3 2 3 2 3 2 2 2 lim( ) lim lim 2 2 4 8 12 x x x x x x x O limite de uma soma é a soma dos limites. )(lim)(lim)()(lim xgxfxgxf axaxax O limite da diferença é a diferença dos limites. )(lim)(lim)()(lim xgxfxgxf axaxax Exemplo 9: Aplicando a propriedade obtemos, 4 4 4 lim 5 lim lim5 4 5 4 2 20 18 x x x x x x x Exemplo 10: Aplicando a propriedade obtemos, 2 2 2 3 3 lim 5 5 lim 5( 3) 5 9 45 x x x x Exemplo 11: Aplicando a propriedade obtemos, 1243)22)(12()2(lim).1(lim)3()1(lim 222 xxxx xxx Exemplo 12: Aplicando a propriedade obtemos, O limite de uma constante vezes uma função é a constante vezes o limite da função. )(lim)(lim xfcxcf axax O limite de um produto é o produto dos limites. )(lim).(lim)()(lim xgxfxgxf axaxax O limite de um quociente é o quociente dos limites. (desde que o limite do denominador não seja zero) 0)(lim )(lim )(lim )( )( lim xgse xg xf xg xf ax ax ax ax 8 23 53 )2(lim )5(lim )2( )5( lim 3 3 3 x x x x x x x Exemplo 13: Aplicando a propriedade obtemos, 33)3(3lim33lim3lim 3 33 23 2 3 3 2 3 3 2 3 xxx xxx Exemplo 14: Aplicando a propriedade obtemos, 100100lim 8 x Tais propriedades serão úteis no item 1.6 mas é importante que você pratique-as. Hora de praticar Faça a atividade 3 que se encontra no final do capítulo. O limite da n-ésima raiz é a n-ésina raiz raiz do limite. n ax n ax xfxf )(lim)(lim O limite de uma constante é a própria constante. cc ax lim 1.6. Cálculo de limites Existem situações que para calcular um determinado limite será necessário o uso de artifícios algébricos como por exemplo, nas funções racionais em que o limite do numerador e do denominador se aproximam de zero num determinado ponto. Neste caso teremos uma expressão indeterminada que pode ser do tipo Acompanhe o exemplo a seguir. Exemplo 15: Calcular o 1 12 1 lim x x x Veja que, se você substituir 1x na função, você terá como resposta 0 0 1 12 1 lim x x x . Temos assim uma expressão indeterminada (veja quadro anterior). Portanto não podemos concluir o que acontece com a função quando x tende a 1. No entanto, se usarmos uma estratégiaalgébrica obtemos uma simplificação. Observe: 1 12 1 lim x x x = 1 1 ( 1)( 1) ( 1) 1 1 2 1 lim lim x x x x x x Veja que fatoramos a expressão 2 1 ( 1)( 1)x x x , simplificamos o fator comum, e calculamos o limite. Nunca se esqueça que esta estratégia foi válida pois 1x neste caso. Entendeu? Caso tenha entendido siga adiante! Se você tem dúvidas, entre no AVA, exponha suas dúvidas, discuta com os colegas, enfim fale com o seu preceptor. Muito bem! Podemos prosseguir? Sim? Então calcule o limite a seguir. Exemplo 16: Calcule o 2 0 (2 ) 4 lim x x x 1,,0,0,,, 0 0 00 Imaginamos que você substituiu 0x na expressão 2(2 ) 4x x e obteve como resultado 4 4 0 0 0 . Veja que 0 0 é uma expressão indeterminada. Assim Você terá que fazer algumas operações algébricas para analisar o comportamento da função quando x tende a 0. Resolva o produto notável 2(2 )x no espaço abaixo e em seguida substitua o resultado na expressão anterior. Faça a simplificação quando possível, e calcule o valor limite da função. Muito bem! Agora acompanhe nossa resolução e confira com o resultado que você obteve. 440)4( )4(44)44(4)2( limlimlimlimlim 00 2 0 2 0 2 0 x x xx x xx x xx x x xxxxx Verificamos que esta função apresenta problema no ponto 0. Ela não é definida neste ponto, sendo o seu domínio o conjunto dos reais, exceto o zero. No entanto, quando x tende a 0 ou se aproxima de 0 por valores inferiores ou superiores, a função tende a 4, portanto o seu limite é 4. Atenção! É conveniente que você recorde algumas fórmulas de fatoração apresentadas no roteiro de matemática básica (caso necessário, retorne ao mesmo): )'')('( ))(()( ))(()( )(2 )(2 ))(()( 2 2233 2233 222 222 22 xxxxacbxax babababa babababa bababa bababa bababa Para calcular alguns limites que se apresentam na forma indeterminada é necessário fazer uso de vários recursos algébricos que foram apresentados no livro de matemática básica, como fatoração, divisão de polinômios, produtos notáveis e outros. Tenha seu livro em mãos e exercite bastante por meio dos exercícios colocados, a seguir. Leia, também, e acompanhe, com atenção, o conteúdo e os exemplos apresentados no livro CÁLCULO GEORGE B. THOMAS item 2.2 Como calcular limites usando as leis do limite. Hora de praticar Faça a atividade 4 que se encontra no final do capítulo. 1.7. Limites Infinitos Na noção intuitiva de limite, vimos que o mesmo está ligado à idéia de “proximidade” e “vizinhança” e, também, à idéia de “tendência”; assim, em alguns momentos, podemos tomar para x valores que se aproximam de um ponto a e verificarmos que ( )f x cresce ilimitadamente. Em outras palavras, podemos encontrar )(xf tão grande quanto desejarmos, tomando para x valores bastante próximos de a. Neste caso escrevemos ( )lim f x x a ou ( )lim f x x a . Vamos acompanhar melhor essa idéia através de alguns exemplos. Exemplo 17 Encontre se existir o xx 1 lim 0 Complete a tabela a seguir substituindo os valores atribuídos a x na função ( )f x . Em seguida analise o comportamento da função x xf 1 )( no gráfico. Gráfico 9 Veja que na medida em que x fica próximo de 0 pela esquerda, os valores de )(xf são negativos e decrescem indefinidamente. Quando x fica próximo de 0 pela direita, os valores de )(xf são positivos e crescem indefinidamente. Assim podemos dizer que 0 1 lim x x e que o 0 1 lim x x , logo o 0 1 lim x x não existe. Parada obrigatória Exemplo 18 x f(x) -0,1 -0,01 -0,001 -0,0001 -0,00001 0 0,00001 0,0001 0,001 0,01 0,1 Definição: Seja f uma função definida em ambos os lados de a , exceto possivelmente em a . Então, )(lim xf ax significa que podemos fazer os valores de )(xf ficarem arbitrariamente grandes (tão grande quanto quisermos) por meio de uma escolha adequada de x nas proximidades de a , mas não igual a a . Seja f uma função definida em ambos os lados de a , exceto possivelmente em a . Então )(lim xf ax significa que os valores de )(xf podem ser arbitrariamente grandes, porém negativos, escolhendo se valores de x nas proximidades de a , mas não igual a a . (STEWART, 2003, p.97-98). Considere a função IRIRf *: definida por 2 1 )( x xf Complete o quadro a seguir, e analise o gráfico. Gráfico 10 O que você observou? Relate aqui. ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ Muito bem! Você verificou que, quando x tende a 0 pela direita ou pela esquerda, a função assume valores arbitrariamente grandes? Sim? Então podemos escrever que 0 ( )lim x f x . Você gostaria de calcular 20 1 lim x x sem o uso de tabela? Sim? Basta você calcular os limites laterais da função é assim casos ambos sejam iguais, você terá o comportamento da função quando x se aproximar de a . Veja. 22 0 20 22 0 1 1 1 lim 00 1 lim 1 1 1 lim 00 x x x x x x Você entendeu? Não? Então abra o livro de apoio no item limites infinitos e verifique atentamente os exemplos 1,2 e 3. Se a dúvida persistir entre no AVA e troque opiniões com seus colegas e com o preceptor. 1.8. Limites no infinito x f(x) -0,1 -0,01 -0,001 -0,0001 -0,00001 0 0,00001 0,0001 0,001 0,01 0,1 Na noção intuitiva de limite, vimos que o mesmo está ligado à idéia de “proximidade” e “vizinhança”, e, também, à idéia de “tendência”, assim, em alguns momentos, podemos tomar, para x, valores suficientemente elevados, ou seja, podemos fazer x tender ao infinito. Vamos formalizar, agora, algumas definições referentes aos limites no infinito, e calcular alguns desses limites. Exemplo 19: Observe o comportamento da função x xf 2 )( quando x tende para valores muito grande, representado pelo símbolo (+ ) e para valores absolutos muito grandes (porém negativo), representado pelo símbolo ( ), completando o quadro abaixo e analisando o gráfico. Siga o sentido das setas. Gráfico 11 O que você observou? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ Você percebeu que, tanto no gráfico como na tabela, quanto maior é o valor de x ou seja, quando x tende para infinito, a imagem da função converge para 0? Sim? Muito bem! Então matematicamente você pode escrever que 0)(lim xf x . De maneira análoga quando x toma valores negativos muito grandes, ou seja, quando x tende para menos infinito, a imagem da função também converge para 0. Então, escreve-se que 0)(lim xf x . Parada obrigatória x f(x) -10.000 -1000 -100 -10 -1-2 1 2 10 100 1000 10.000 Para calcularmos limites no infinito, temos ainda um teorema que nos ajudará. Veja: Exemplo 20: Determine 2 6 3 10 lim 8 4 3x x x x Quando for necessário encontrar limites do tipo lim ( ) x f x ou lim ( ) x f x quando ( )f x for uma função racional, devemos dividir o numerador e o denominador da função por nx , onde n é a maior potência de x que se encontra no denominador. Em seguida aplique o teorema acima. Assim, vamos dividir o numerador e o denominador desta função por 6x , em seguida aplicar as propriedades dos limites vistas anteriormente e calcular o limite da função reestruturada utilizando o teorema. Acompanhe: Definição: Seja f uma função definida em algum intervalo (a, ). Então Lxf x )(lim significa que valores de )(xf podem ficar arbitrariamente próximos de L tornando-se x suficientemente grande. Da mesma forma se f é uma função definida em algum intervalo (- ,a). Então Lxf x )(lim significa que valores de )(xf podem ficar arbitrariamente próximos de L tornando-se x suficientemente grande em valor absoluto, mas negativo. (STEWART, 2003, p.134). Teorema: Se n é um número racional positivo, então: 1 0lim n x x 1 0lim n x x Desde que nx seja sempre definido. 2 2 4 66 4 6 66 5 6 5 66 4 6 5 6 3 103 10 3 10 lim 3 10 lim lim lim 4 3 4 38 4 38 4 3 8 lim 8 3 10 lim lim 0 0 0 0 4 3 8 0 0 8 lim8 lim lim x x x x x x x x x x x x x x xx x x x xx x x x x xx x x x x Você entendeu? Não? Então veja outros exemplos no livro de apoio, item limites finitos, exemplos 7,8 e 9. Caso ainda tenha dúvidas entre no AVA e discuta-as com os colegas e preceptor. Hora de praticar Faça a atividade 5 que se encontra no final do capítulo. 1.9. Limites fundamentais Neste momento do curso esperamos que você perceba a idéia intuitiva de dois importantes resultados que são chamados limites fundamentais. Acompanhe os exemplos. 1.9.1. Limite trigonométrico Exemplo 21 Considere a função *:f definida por ( ) sen x f x x . Calcule o limite 0 lim x sen x x . Para calcular esse limite utilize o recurso da tabela numérica e uma calculadora científica, mas atenção sua calculadora deve estar no modo radiano. x -0,1 -0,01 -0,001 0 0,001 0,01 0,1 )(xf O que você observou? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ Muito bem! Você verificou que, quando x tende a 0 pela direita ou pela esquerda, a função assume valores próximos de 1? Sim? Então podemos escrever que 0 lim 1 x sen x x . Agora compare os resultados que você obteve com os nossos e analise o comportamento do gráfico da desta função. x -0,1 -0,01 -0,001 0 0,001 0,01 0,1 )(xf 0,99833 0,99998 0,99999 0,99999 0,99998 0,99833 x y Gráfico 12 Temos ai uma propriedade importante que nos mostra que: 0 lim 1 x sen x x . Caso tenha interesse, a demonstração dessa propriedade encontra-se no livro de apoio, no item limites envolvendo sen , na página 99 do capítulo 2. 1.9.2. Limite exponencial Exemplo 22 Considerando a função definida por 1 ( ) 1 x f x x em que / 1 0D x x ou x Analise o comportamento desta função utilizando a tabela a seguir, em que atribuímos valores a x, 0x , que tendem ao infinito. O que você observa à medida que os valores atribuídos a x tendem ao infinito? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ Agora, analise o comportamento desta função atribuindo valores a x, 1x , que tendem ao infinito negativo. O que você observou a medida que os valores atribuídos a x tendem ao infinito negativo? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ Muito bem! Então você percebeu que a função se aproxima de 2,7182818284... ? Podemos dizer que o 1 lim 1 x x e x ou 1 lim 1 x x e x , onde e é a base do sistema de logaritmos neperianos, cujo valor aproximado é 2,7182818284...e Agora veja o gráfico a seguir: x f(x) 1 10 100 1000 10000 100000 1000000 10000000 100000000 x f(x) -2 -10 -100 -1000 -10000 -100000 -1000000 -10000000 -100000000 x y e Gráfico 13 Você percebeu que quanto maior for o valor absoluto de x, o valor de ( )f x tende a e ? Sim? Muito bem! Os limites 0 lim 1 x sen x x e 1 lim 1 x x e x são chamados de limites fundamentais e no decorrer do nosso estudo eles serão úteis. Vale ressaltar que às vezes é necessário algumas manipulações algébricas para se obter estes limites e você terá a oportunidade de verificar isso na atividade a seguir. Hora de praticar Faça a atividade 6 que se encontra no final do capítulo. Parada obrigatória Caro (a) aluno(a), neste momento gostaríamos de discutir o conceito de limites com um maior rigor, substituindo expressões vagas como “arbitrariamente próximo de” por condições específicas que podem ser aplicadas a qualquer exemplo. Tentaremos mostrar isso de uma forma bem simples através do seguinte exemplo. Exemplo 7 Considere a função (2 3)( 1) ( ) 1 x x f x x . Sabemos que a função está definida para todos os valores de x exceto 1x , pois 1 0x . Assim, utilizando propriedades algébricas, simplificamos a expressão e reescrevemos a função da seguinte forma: ( ) 2 3, 1f x x desde que x ou ( ) 2 3, 1ff x x onde D Vamos agora utilizar a tabela numérica atribuindo valores para x nas proximidades de 1. X 0,5 0,9 0,99 0,999 1 1,001 1,01 1,1 1,5 f(x) 4 4,8 4,98 4,998 5,002 5,02 5,2 6 Veja que quando x está cada vez mais próximo de 1 tanto pela esquerda quanto à direita, ( )f x se aproxima de 5. Agora gostaríamos que você acompanhasse com bastante atenção o raciocínio abaixo. Utilizando intervalos numéricos podemos dizer que: Situação 1 quando os valores atribuídos a x estiverem entre 0,999 e 1,001, os valores de ( )f x estarão compreendidos entre 4,998 e 5,002. Na linguagem matemática dizemos que: se 0,999 1,001 4,998 ( ) 5,002x f x . Você percebeu nos intervalos obtemos infinitos valores para a variável x nas “proximidades” de 1 e infinitos valores para a variável ( )f x nas “proximidades” de 5? Baseado nisso podemos reescrever as inequações acima, utilizando as propriedades de inequações modulares. Utilizando a propriedade da inequação modular obtemos os seguintes resultados: Lembre-se! Sendo k um número real positivo, temos que x k k x k . Exemplo: Resolva a inequação modular 1 4x . Resposta: Utilizando a propriedade acima temos que: 4 1 4x Para encontrar o intervalo dos valores de x que satisfazer a inequação modular, temos que adicionar 1 na inequação acima. Assim, 4 1 1 1 4 1 3 5xx e a solução é / 3 5S x x 0,999 1,001 0,999 1 1 1,001 1 0,001 1 0,001 1 0,001x x x x Você percebeu que subtraímos 1 da inequação porque os valores atribuídos a x estão nas proximidades de 1? Já ( )f x está compreendido no seguinte intervalo, 4,998 ( ) 5,002 4,998 5 ( ) 5 5,002 5 0,002 ( ) 5 0,002 ( ) 5 0,002 f x f x f x f x Você compreendeu que subtraímos 5 da inequação porque os valores atribuídos a ( )f x estão nas proximidades de 5? Muito bem! Veja uma nova situação: situação 2 se você desejar que os valores atribuídos a x estejam entre 0,9 e 1,1, como conseqüência obterá valores de ( )f x compreendidos entre 4,8 e 5,2. Veja a tabela numérica! Na linguagem matemática temos que: se 0,9 1,1 4,8 ( ) 5,2x f x . Como nosso objetivo é obter valores para a variável x nas “proximidades” de 1 e como consequência valores para a variável ( )f x nas “proximidades” de 5, podemos reescrever as inequações, utilizando as propriedades de inequações modulares obtendo: 0,9 1,1 0,9 1 1 1,1 1 0,1 1 0,1 1 0,1x x x x Você compreendeu que subtraímos 1 da inequação porque os valores atribuídos a x estão nas proximidades de 1? Muito bem! Agora reescrevemos o intervalo 4,8 ( ) 5,2f x da seguinte forma: 4,8 ( ) 5,2 4,8 5 ( ) 5 5,2 5 0,2 ( ) 5 0,02 ( ) 5 0,2f x f x f x f x Você compreendeu que subtraímos 5 da inequação porque os valores atribuídos a ( )f x estão nas proximidades de 5? Ótimo! Suponha agora desejemos obter valores para a variável x de modo que encontremos valores próximos de 5 para ( )f x , com um erro de tolerância aceitável de 0,2. Para encontramos tais valores vamos escrever este problema na linguagem matemática: ( ) 5 0,2f x . O nosso objetivo é encontrar um intervalo de valores para a variável x que satisfaça a restrição acima. Então vamos expressar ( ) 5 0,2f x em termos de x. Assim, obtemos (2 3) 5 0,2x que pode ser escrito com 2 2 0,2x . Fatorando a expressão dentro do módulo obtemos 2( 1) 0,2x . Utilizando propriedades do módulo obtemos 0,2 2 1 0,2 1 1 0,1 2 x x x . Podemos concluir que para que ( )f x esteja próximo de 5 com uma margem de erro de 0,2 , ou seja ( ) 5 0,2f x , x deve estar próximo de 1 com uma margem de erro de 0,1, ou seja 1 0,1x . Veja a ilustração abaixo Gráfico 13 O mesmo exercício pode ser feito na situação 1, desde que você admita que o erro de tolerância para os valores de ( )f x sejam de 0,01. Com tais idéias podemos definir formalmente o conceito de limite. Veja o quadro abaixo. 5 0,2 5 0.2 5 1 0,1 1 0.1 1 O erro de tolerância para ( )f x é arbitrário e sempre será positivo e na literatura é representado pela letra grega (épsilon) . Já o erro de tolerância para x é positivo, depende do erro anterior, e é representado pela letra grega (delta). Assim, chegamos ao final deste capítulo. Além de termos apresentado a você os conceitos de limite e continuidade de uma função, discutimos várias técnicas de cálculo de limites que são essenciais ao Cálculo Diferencial e Integral, buscamos ainda observar o comportamento das funções através de gráficos, tabelas e outros recursos, construindo intuitivamente o conceito de limite. Esperamos que você tenha gostado de estudar conosco tais conceitos que são fundamentais para o estudo do capitulo 2. Antes de seguir para o próximo capítulo faça um resumo das principais idéias vistas neste capítulo, pois o mesmo será de grande valia. Definição Seja f uma função definida sobre algum intervalo aberto que contém o número a , exceto possivelmente no próprio a . Então dizemos que o limite de ( )f x quando x tende a a é L , e escrevemos ( )lim x a f x L se para todo número 0 há um número correspondente 0 tal que ( )f x L sempre que 0< x a Atividade 1 1- Seja ( )f x a função definida pelo gráfico: x y Intuitivamente, encontre se existir: a) 3 lim ( ) x f x b) 3 lim ( ) x f x c) 3 lim ( ) x f x d) lim ( ) x f x e) lim ( ) x f x f) 4 lim ( ) x f x 2- Seja ( )f x a função definida pelo gráfico: x y Intuitivamente, encontre se existir: a) 2 lim ( ) x f x b) 2 lim ( ) x f x c) 2 lim ( ) x f x d) lim ( ) x f x 3- Seja ( )f x a função definida pelo gráfico: x y Intuitivamente, encontre se existir: a) 0 lim ( ) x f x b) 0 lim ( ) x f x c) 0 lim ( ) x f x d) lim ( ) x f x e) lim ( ) x f x f) 2 lim ( ) x f x 4- Seja ( )f x a função definida pelo gráfico: x y Intuitivamente, encontre se existir: a) 2 lim ( ) x f x b) 2 lim ( ) x f x c) lim ( ) x f x d) lim ( ) x f x e) 1 lim ( ) x f x 5- Seja ( )f x a função definida pelo gráfico: x y 0.5 1 Intuitivamente, encontre se existir: a) 1 lim ( ) x f x b) 1 lim ( ) x f x c) 1 lim ( ) x f x d) lim ( ) x f x e) lim ( ) x f x Atividade 2 Faça o gráfico e analise a continuidade das seguintes funções: a) 0, 0 ( ) , 0 se x f x x se x b) 2 4 , 2 ( ) 2 1, 2 x se x f x x se x Atividade 3 Calcule os limites usando as propriedades de limites. a) 2 0 lim(2 7 5 ) x x x b) 2 3 lim(3 7 2) x x x c) 5 4 1 lim( 6 2) x x x d) 1 2 lim(2 7) x x e) 3 1 1 lim ( 4) ( 2) x x x f) 10 0 lim ( 2) ( 4) x x x g) 2 4 lim 3 1x x x h) 2 3 lim 2t t t i) 2 1 1 lim 1x x x j) 2 2 5 6 lim 2t t t t k) 2 2 5 6 lim 2t t t t l) 1 2 4 lim 2s s s m) 3 4 lim 2 3 x x n) 2 3 7 lim(3 2) x x o) 2 2 2 lim 3x x x x p) 2 2 lim 3 4x x x x Atividade 4 Calcule os seguintes limites: a) 3 21 1 lim 1x x x b) 3 2 2 4 4 lim ( 2)( 3)t t t t t t c) 2 22 3 10 lim 3 5 2x x x x x d) 2 5 2 2 3 5 lim 2 5t t t t e) 2 (1 ) lim x a x a x a x a f) 2 24 3 17 20 lim 4 25 36x x x x x g) 2 21 6 5 lim 3 4x x x x x h) 2 21 1 lim 3 2x x x x i) 2 2 4 lim 2x x x j) 2 22 5 6 lim 12 20x x x x x k) 4 0 (2 ) 16 lim h h h l) 2 0 (4 ) 16 lim t t t m) 0 25 3 5 lim t t t n) 2 0 lim , 0 t a bt a onde a t o) 0 1 lim 1h h h p) 2 4 2( 8) lim 4h h h h q) 3 0 8 2 lim h h h r) 0 1 1 lim x x x s) 2 2 2 20 lim , , 0 x x a a a b x b b t) 3 3 lim , 0 x a x a a x a Atividade 5 Calcule os limites abaixo: a) 3 2lim (3 4 1) x x x b) 2 1 4 lim 2 x x x c) 2 1 lim 1t t t d) 2 1 lim 1t t t e) 2 2 2 3 lim 2 5 3t t t t t f) 5 3 2 2 3 2 lim 7x x xx g) 5 2 2 3 7 lim 2x x x x h) 3 3 5 2 lim 7 3x x x i) 2 3 1 lim x x x x j) 3 3 10 lim x x x x x k) 2 1 lim 4t t t l) 2 (2 7cos ) lim 3 5 1x x x x x sen x m) 1 lim 3 1v v v v n) 2 1 lim 1x x x o) 2 1 lim 1x x x p) 2 2lim 1 1 x x x 41 Atividade 6 Calcule os limites seguintes, aplicando os limites fundamentais. a) 9 lim 0 sen x xx b) 4 lim 30 sen x xx c) lim 0 tg ax xx d) 1 cos lim 0 x xx e) 5 1 lim 1 n nn f) 2 lim 1 x xx Respostas Atividade 1 Exercício 1 a ) -1 b) 3 c) não existe d) -1 e) 3 f) 3 Exercício 2 a) 0 b) 0 c) 0 d) 42 Exercício 3 a) 0 b) 0 c) 0 d) + e) - f) 4 Exercício 4 a) 0 b) 0 c) + d) - e) 1 Exercício 5 a) + b) 1 2 c) não existe d) 1 2 e) - Atividade 2 a) x y ) (0) 0 ) lim ( ) 0 0 ) lim ( ) (0) 0 i f ii f x x iii f x f x a função é continua em 0x b) 43 x y ) ( 2) 1 ) lim ( ) 4 2 ) lim ( ) ( 2) 2 i f ii f x x iii f x f x A função é descontínua em 2 x Atividade 3 a) 23 7 0 5 0 3 b) 23 3 7 3 2 8 c) 5 4( 1) 6 ( 1) 2 9 d) 1 2 7 8 2 e) 3 1 1 4 1 2 27 1 27 f) 10 0 2 0 4 1024 4 4096 g) 2 4 6 3 2 1 5 h) 2 3 5 2 2 4 i) 1 1 lim lim 1 1 1 2 11 1 x x x xx x j) 22 5 2 6 20 5 2 2 4 h) 3 2 lim lim 3 2 3 1 22 2 t t t tt x l) 1 4 92 1 2 2 2 44 m) 33 2 4 3 11 n) 2 3 2 33 7 2 23 o) 2 2 2 2 4 2 (4 2) 2 4 2 2 2 2 1 3 2 33 2 3 2 3 2 2 p) 2 2 2 2 3 2 4 2 Atividade 4 a) 2 2 1 1 ( 1)( 1) ( 1) 3 lim lim ( 1)( 1) ( 1) 2 x x x x x x x x x x b) 2 2 ( 2)( 2) ( 2) 0 lim lim 0 ( 2)( 3) ( 3) 5 t t t t t t t t t t c) 2 2 ( 5)( 2) ( 5) 7 lim lim 1 1 3 1 7 3 2 3 x x x x x x x x d) 5 5 5 2 2 2 5 2 1 2 5 1 72 lim lim lim( 1) 2 5 2 5 2 t t t t t t t t t t e) 1 lim lim 1 1 x a x a x a x x a x a f) 4 4 3 5 4 3 5 7 lim lim 1 4 9 4 4 9 7 x x x x x x x x g) 1 1 1 5 5 4 lim lim 1 4 4 5 x x x x x x x x h) 1 1 1 1 1 lim lim 2 1 2 2 x x x x x x x x i) 2 2 2 2 lim lim( 2) 4 2 x x x x x x j) 2 2 2 3 3 1 lim lim 2 10 10 8 x x x x x x x x k) 2 2 22 0 0 2 2 0 0 2 4 2 4 4 4 4 2 4 lim lim 4 2 4 lim lim 4 2 4 32 h h h h h h h h h h h h h h h h h l) 2 0 0 0 16 8 16 (8 ) lim lim lim(8 ) 8 t t t t t t t t t t m) 45 2 2 0 0 0 0 25 3 5 25 3 5 25 3 5 lim lim 25 3 5 25 3 5 3 3 3 lim lim 1025 3 5 25 3 5 t t t t t t t t t t t t t t t n) 2 2 2 2 2 0 02 2 0 02 2 lim lim lim lim 2 t t t t a bt a a bt a a bt a t a bt a t a bt a bt b b at a bt a a bt a o) 1 1 1 11 1 1 lim lim lim 1 21 1 1 h h h hh h h h h p) 2 22 4 4 2 2 2 2 2 2 4 4 42 2 2 4 2 2 8 2 82 8 lim lim 4 4 2 8 2 8 2 8 4 4 lim lim lim 4 2 8 4 2 8 4 2 8 4 8 lim 1 82 8 h h h h h h h h h hh h h h h h h h h h h h h h h h h h h h h h h h q) Considere que 33 8 8 h y h y e 0 2 h y 3 2 22 2 2 2 2 1 1 lim lim lim 8 122 2 4 2 4 y y y y y y y y y y y r) 0 0 0 0 1 1 1 11 1 1 1 lim lim lim lim 21 1 1 1 1 1 x x x x x xx x x x x x x x s) 46 2 2 2 2 2 2 0 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 20 0 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 0 2 2 lim lim lim 2 lim 2 x x x x x a a x a a x b b x b b x a a x b b x a a x b b x x b b x x a ax b b x a a x b b b b a ax a a t) Considere que 3 3 3 3 x a y x y a e que se 0 x a y . 3 3 2 3 2 3 30 0 33 3 2 3 2 3 20 0 03 2 3 2 2 3 23 3 lim lim 3 3 1 1 lim lim lim 3 3 33 3 3 3 y y y y y y y y y a y a a ay a a y y y y a y a ay y y a a y y a a Atividade 5 a) + 3 23 4 1 b) 2 1 4 2 2 c) 2 1 1 lim lim 0 t t tt t d) 2 1 1 lim lim 0 t t tt t e) 2 2 1 1 lim lim 2 2 2 t tt t f) 5 3 2 2 lim lim 2 x x xx x g) 5 3 2 3 3 lim lim 1 x x xx x h) 3 3 5 5 5 lim lim 7 7 7 x xx x i) 2 lim lim x x xx x j) 3 2 33 3 2 1 lim lim lim 0 x x x x xx x x x 47 k) 2 lim lim t t tx x l) 2 2 2 2 2 lim lim 3 3 3 x xx x m) + lim lim 3 3 3 v v v vv v n) 2 2 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 | | lim lim lim lim 1 1 1 1 11 1 1 | | x x x x x x x xxx x x x x x x o) 2 2 2 2 22 1 1 1 | | lim lim lim 1 11 | | 11 11 ( ) lim 1 1 1 1 1 ( ) x x x x x x xxx x x x x x x x p) 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 ( 1 1)( 1 1) lim 1 1 lim lim 1 1 2 2 lim 0 21 1 x x x x x x x xx x x x xx Atividade 6 a) 0 0 0 0 9 9 9 9 lim lim lim9 lim 9 1 9 9 9 x x x x sen x sen x sen x x x x b) 0 0 0 0 4 4 4 4 4 4 4 lim lim lim lim 1 3 4 3 3 4 3 3 x x x x sen x sen x sen x x x x c) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1cos lim lim lim lim cos cos 1 1 lim lim lim lim lim lim 1 1 1 cos cos x x x x x x x x x x senax tg ax senax senaxax x x x ax x ax senax a senax senax a a a x ax ax ax ax 48 d) 2 2 2 2 0 0 0 0 0 0 1 cos 1 cos 1 cos 1 cos lim lim lim lim 1 cos 1 cos 1 cos 1 cos 0 lim lim 1 0 1 cos 2 x x x x x x x x x x sen x x x x x x x x x sen x sen x x x e) 5 5 1 1 1 lim 1 lim 1 lim 1 1 n n n n n e e n n n f) Considere 2 1 2 x y x y e se x y 2 2 22 1 1lim 1 lim 1 lim 1 y yx x y y e x y y Livro de apoio FINNEY,R.L., WEIR,M.D.,GIORDANO,F.R., CÁLCULO GEORGE B.THOMAS, 11 ed, Vol. I, São Paulo, Addison Wesley, 2009. Conhecendo toda a diversidade de bibliografia de Cálculo disponível nos dias de hoje, e, ainda, reconhecendo toda a importância desse conteúdo, optamos por adotar o livro acima que servirá de apoio para sua formação no cálculo durante todas as próximas etapas do curso . Bibliografia ANTON, H. Cálculo: um novo horizonte. 6. ed. São Paulo: Bookman, 2000. 1. V. FLEMMING, D. M.; GONÇALVES, M. B. Limite e Continuidade. In: ______. Cálculo A: funções limite derivação integração. 6. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. cap. 3. STEWART, J., Limites e Derivadas. In: ______. Cálculo, 5. ed.; São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2006. v. 1, cap. 2. 49 Dados do autor: Sandra Bulhões Cecílio Licenciada em Matemática pelas Faculdades Integradas São Thomaz de Aquino de Uberaba (FISTA), em 1976. Bacharel em Psicologia pela Universidade de Uberaba (UNIUBE). Professora de matemática desde 1976. Coordenadora do curso de Licenciatura em Matemática desde 2005. Professora do curso de psicologia. Dados do autor: Leandro Martins da Silva Licenciado em Matemática pela Universidade de Uberaba (UNIUBE). Mestrando em Biometria pela UNESP-Botucatu. Docente nos cursos de graduação em tecnologia da UNIUBE. Professor de matemática da rede pública estadual de Minas Gerais.
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