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MOTA parte 2

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ISSN 1413-3873 
Revista do 
Ministério Público 
do Estado do Rio de Janeiro 
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Repo~~ io autorizado de jurisprudência ' 
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dp Egrégio.Supremo Tribunal Federal 
Registro nº 25/9.9, de 22/04/1999 
.. DJÜ1:1° 72, ae 16/04/1999, p.1 
fieposjtório autorizad9 de jurisprudên,t 
do Egrégio Sup~riorTribunal de Justiça 
Registro nº 37 - P.arta1:ia nº 1, de 26/10/1998 ... " J .. " DJU <le OS, 11 /1998, p.137 - Registro retificado 
Portaria n° 9, de J 4/06/1999 - DJ 22/06/1999 -
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1 1~ f 1. ~l[l 
\[!! n9 77 jul./set. 2020 
Acordo de Não Persecução Penal e absprache análise comparativa da 
justiça penal negocial no processo penal brasileiro e germânico 
Público e acusado, concordarem ou não.77 O órgão acusador tem pouca margem de 
ação, cabendo-lhe fi~c~lizar a leg_alidad: d~ acordo entre juiz e acusado: e_ap~~ seu 
consentimento. Na h1potese de d1scordanc1a, cabe-lhe recorrer da decisao Jud1c1al.11 
Em sentido oposto, no ANPP brasileiro, o protagonista do acordo é o Ministério 
Público, cabendo-lhe elaborar os termos do acordo e propô-lo. Ao juiz, na sistemática 
brasileira, é vedado imiscuir-se na discussão e no conteúdo do acordo, cabendo-lhe 
apenas homologá-lo ou não, mediante o controle da legalidade. 
o Absprache não tem a natureza de negócio jurídico como a ANPP do direito 
brasileiro, pois não se trata de uma relação sinalagmática. A imputação criminal e a 
condenação não são negociáveis, mas apenas os limites da sentença, compreendidas 
a extensão da pena e os efeitos da condenação.711 O acordo vincula o juiz e integra 
a sentença condenatória, permanecendo íntegras a função jurisdicional do exame 
da culpa e dos critérios de prevenção.'°A obrigatoriedade do juiz de observar o 
acordo no momento de prolatar a sentença cessa apenas se sobrevier notícia de que 
circunstância relevante foi omitida ou não observada e se o acusado adotar conduta 
incompatível com o acordo.ª1 
O conteúdo do ajuste só pode versar sobre questões que estejam dentro da 
esfera da decisão judicial. Matérias inegociáveis, são, no entanto, a imputação penal, 
condenação criminal e aplicação de medida de segurança restritiva de liberdade.82 
Exemplificativamente pode ser objeto de acordo a substituição de pena privativa 
de liberdade pela imediata aplicação da liberdade condicional; limites mínimos e 
máximos de pena privativa de liberdade e da multa; condições resultantes da mediação 
com a vítima no âmbito da Justiça Restaurativa; proibição de dirigir, entre outras.83 
A contrapartida do acusado pode ocorrer através da colaboração para a abreviação 
do processo através da confissão de todos ou de alguns crimes; na incriminação de 
terceiros; e admissão de determinadas evidências.84 
O §257c IV 3 StPO prevê expressamente que, se o acordo não for exitoso, a 
confissão não pode ser aproveitada como elemento de prova. Pelo fato de no direito 
alemão o acordo poder ser feito em qualquer fase do processo, surgiu a discussão 
acerca da validade das provas derivadas da confissão. Houve vozes defendendo a 
exclusão total, porém prevalece na doutrina e jurisprudência alemã a interpretação 
n SCHÕBLING, Christian. Verstãndigung aus Sicht derVerteidigung. ln: SINN, Arndt; SCHÔBLING, Christian 
(Coords.). Praxishandbuch im Strafverfahren. Berlim: Springer, 2017, p. 311 (277-338). 
71 ld. lbid., p. 314 (277-338). 
79 BRANDALISE, Rodrigo da Silva. Justiça Penal Negociada: Negociação de Sentença Criminal e Princípios 
~ocess~ais Relevantes. Curitiba: Juruá, 2016, Curitiba, p. 30. 
ld. lb1d., Curitiba p 88 
81 ' • º ( SCHÕBLING, Christian.Verstãndigung aus Sicht der Verteidigung. ln: SINN, Arndt; SCHÔBLING, Christian 
Joords.). Praxishandbuch im Strafverfahren. Berlim: Springer, 2017, p. 316 (277-338). 
Ch ~l'f!MANN, Folker. Die Verstãndigung und die Rolle der Staatsanwaltschaft. /n: SINN, Arndt; SCHÔBLING, 
13 
nst,an (Coords.). Praxishandbuch im Strafverfahren. Berlim: Springer, 2017, p. 94 (19-126). 
14 
ld. lbid., p. 94 (19-126). 
P BRAND~LISE, Rodrigo da Silva. Justiça Penal Negociada: Negociação de Sentença Criminal e Princípios 
rocessua1s Relevantes. Curitiba: Juruá, 2016, Curitiba, p. 88. 
Revista do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro n2 7Z ju!Jset. 2020 1 185 
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' 1 I 1 
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Ludm1/la de Carvalho Mota 
literal do §257c IV 3 StPO, aliada à intenção do legislador.85 Exclui-
a confissão e reputam-se válidas as demais provas do processose,_Portanto,a 
sido derivadas da mesma. Entendimento contrário, prejudica;i ªIndª que te~~nas 
processual na hipótese de o acordo ter sido realizado na etapa int _toda a instru ª_ni 
- d · à · - 1 · 1 · A cial do p Çao que nao correspon ena intençao egIs ativa. crescenta-se O argu roce550 
sido introduzido no ordenamento jurídico alemão a teoria anglo-a me~to de não;° 
the poisonous treedoctrine, que implica a invalidação das provas dec;encana fruirs :~ 
declarada ilícita ou inválida.86 rrentesdaque/a 
A exclusão da confissão do processo, se fracassado O a d cor O • 
expressamente prevista no art. 28-A do CPP brasileiro, distinguindo-se ' nao foi 
da normatização alemã. Doutrinariamente predomina o entendimene
st
easpecto 
fi - - d . d . d nto de qu con ssao nao po e ser aproveita a como meio e prova na ação pena1.•1 J . ea 
este posicionamento, aduz Rogério Sanches que "apesar de pressupor suau
st
'fican~o 
não há reconhecimento expresso de culpa pelo investigado. Há se tanto, uma c~nfi~sa_o, 
implícita de culpa, de índole puramente moral, sem repercussão jurídica.'._: missao 
4. Plea Bargaining. Conceito. Análise comparativa com O sist 
· b •1 • ema germanico e ras, e1ro 
Complementando a análise do Absprache alemão e do Acordo de Não 
Persecução Penal brasileiro, seguem breves considerações sobre uma das primeiras 
formas de justiça penal negocial, o Plea Bargaining americano. 
4.1 . Plea Bargaining: sistematização 
O Plea Bargaining é o modelo americano de justiça negocial no qual há a 
negociação acerca da pena a ser aplicada. Pressupõe a formalização da acusação, 
podendo ocorrer inclusive até o momento da execução da sentença penal 
condenatória.89 Está inserido em um sistema adversaria!, no qual o juiz possui 
participação passiva na produção de provas, aumentando, assim, a discricionariedade 
do Ministério Público acerca dos fatos criminais a serem provados, tendo a defesa 
a faculdade de concordar com a acusação apresentada em juízo. Reputa-se que 
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caso e as provas pertencem às partes.9° Fazendo um contraponto com o sise 
inquisitivo alemão, neste o juiz tem efetiva atuação na busca de provas que re~el~: 
a verdade material. No Brasil, como anteriormente assinalado, com o advento ªsa a . ' cau 
nº 13.964/2019, vedou-se de forma absoluta ao magistrado que Julgaraª 
85 GÔTTGEN, Martin. Prozessôkonomische Alternativen zur Verstiindigung im Strafverfahren. Schrifrenzum 
Strafrecht. Band 333. Berlim: Duncker&Humblot, 2019, p. 43. pe 
86 ld. lbid., p. 44. . I rações do CP, CP 
87 CUNHA, Rogério Sanches. Pacote Anticrime-Lei n. 73.964/2019: Comentários àsª te 
LEP. Salvador: Editora Juspodium, 2020, p. 129. . •piol 
88 ld. lbid., p . 129. . . Criminal e pnnci 
•• BRANDALISE, Rodrigo da Silva. Justiça Penal Negociada: Negoc1açao de Sentença 
Processuais Relevantes. Curitiba: Juruá, 2016, Curitiba, p . 68 
90 ld.lbid., p. 59 
186 1 Revista do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro nº 77. ju!./set. 
2020 
bS roche análise comparativa da 
·do cte N/.10 Persecuç/.lo Penal ~:es:C penal brasileiro e germ ênlco 
Ac01 1 penal negocwl no pr juSl Çfl 
cesso às provas produzidas na fase 
odução de provas, ln~l~slv:r~ ~56 inciso 1, do Código de Processo 
1nge~ncla na p~s1deradas •repetlve~s . fl~o ~es~o antes de iniciada a ação penal, 
1nvest1gat1va c~tava ao Juiz ordenar e o das ur entes e relevantes, observando a 
penal, que fa~~eclpada de provas consildider~eda m~dida está tacitamente revogado. 
rodução a ã e proporciona a , tlr a P idade, adequaç O J tlça penal negocial Intensificou-se a par 
necess A experiência americana o sistema americano, sendo adotada em 
é oca em que passou a n dos casos De forma objetiva, é o processo 
de ~~!~st~dos americanos em ce~:~1~~= culpado r~cebendo em troca c~ncessões 
ª~o qual o réu concorda em s~uas ordens: acordo para a redução do n~mero ou 
~o Estado, que podern se: ~;ordo para a redução da pena ou recomendaçao es_t~tal 
gravidade das ~rnputaçõ~n a mais benéfica.'2 Nos anos seguintes, o P/ea Bargam1~g 
P
ara a obtençao de sent ç I usada de resolução de conflitos na área penal, nao 
corno a forma ma s . . os manteve-se tid podendo-se extrair da experiência americana 
em deixar de ser controver o, . 
s rós e contras de urna Justiça penal negocial. . 
P Chernerinsky lista em sua obra benefícios do P/ea Bargam, pon~uando que 
1 dos réu 
e órgão acusador, beneficiam-se. Para a acusaçao assegura 
ambos os a , · rt· a convicção da culpabilidade, economiza os recursos estata1~ e poupa a~ v ,mas 
do constrangimento de deporem em plenário. Em contrapartida, proporciona aos 
Promotores de Justiça maior disponibilidade para se concentrarem nos casos de 
maior gravidade e simplifica o trabalho de investigação policial, encobrindo, inclusive, 
eventuais falhas na investigação. Os defensores do instituto listam igualmente as 
vintagens acarretadas à defesa, sendo elas o menor gasto de recursos pelo réu e 
seus advogados, ameniza a exposição do acusado e proporciona elevado grau de 
certeza em relação ao desfecho do caso. Os réus não precisam sofrer o trâmite árduo 
do processo e julgamento, e através do reconhecimento da culpa, possuem maior 
controle sobre o seu destino. Por fim permite a melhor individualização da aplicação 
da sanção penal ao acusado. 93 
Os operadores do direito, em especial os magistrados possuem preferência 
pela adoção do plea ba · · d'd ' - • . rgammg na me I a em que a resoluçao rápida dos casos 
evita o congestionam t d 'b . Outr en o os tri unais e reduz os custos com a instalação de júris. 
e atu:;~n~gem é O desvio da atenção pública da pessoa dos juízes para as decisões 
ªº os Promotores de Justiça. Por fim, inclusive as vítimas são poupadas da 
rt. 3•. e §3• 
acautelad ' ' CPP: •os autos qu . . aosaut os na seretarla desse uí e compõem as matérias de competência do juiz de garantias ficarão 
Provas ~::o processo enviado{ d~sposlção do Ministério Público e da defesa, e não serão apensados 
Para apen Petfvels, medidas de obt z aª ~nstrução e Julgamento, ressalvados os documentos relativos às 
" CHEME~~;ento em apartado • enç o e provas ou antecipação de provas, que deverão ser remetidos 
Kluwer 201 SKY, Erwin· LEVENSO CHEMERi~f-140. . ' N, laurle L. Criminal Procedure: Adjudlcation. 3• ed. Nova York: Wolters 
luwer, 2018 KY, Erwin e LEVENSO P,141. N, laurle L. Criminal Procedure: AdJ'udication 3• ed N y, k · · ova or : Wolters 
Revista d M' . 0 tntstério Públi . co do Estado do Rto de Janeiro n2 77. jul./set. 2020 I 187 
11111111. 
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141 
Ludmilla de Carvalho Mota 
exposição em um julgamento embaraçoso e obtêm a garantia d a resp0 criminal do réu.94 l'lsabili~a . 
. . - 't· íao De outro giro, existe uma opmIao cri 1ca contrária à "b 
d . . arganha Sustenta-se que este sistema po e pressionar inocentes a confessare Crilllin , 
. . O . t d' rn Para . a1 sejam sujeitos de acusaçoes mais severas. s reg1s ros 1scordantes rn . evitar · 
. . 'd . ais cont que salientam que o plea bargammg tem corrompi o o sistema de justiça . undent 
d 'd, . f , . corn a inn e1 de crimes fictícios, suplementan o ev1 encIas rage1s com pressõ . Putaçà 
ao réu. Nas palavras do jurista John Langbein "o moderno sisterna :s Ps~coJógic/ 
, 1 . . . d' . 1 d merican 1 bargaining" é comparave "ao antigo sistema JU 1cia e tortura,''9s o Pleo 
As vozes discordantes argumen~a~ a~e~ar de ser classificado co 
contrato ou acordo entre o acusado e o Mm1steno Publico, na prática é 
O 
ór • rno Ull) 
que na maioria dos casos estabelece os termos da avença. Há um des~ª0~
1
~0~ador 
. d p qu1 ibriod poder entre as partes acordantes, possum o os romotores posição mais . e 
1 . • d vantaJ01 com a pressão instituciona que exercem para a aceItaçao o acordo pelo réu.1t a 
4.2. Plea Bargaining. Absprache. ANPP: análise comparativa 
A atuação do órgão acusador no ANPP brasileiro aproxima-se mais do mod 
1 americano em detrimento do Absprache alemão. Entretanto, diante da obrigatorieda~º 
do investigado ser assistido por defensor durante a formalização do ANPP (art. 
28
.Ae 
§3°, CPP), o desequilíbrio de forças é atenuado. No modelo alemão, não há espaç~ 
para a realização de pressões pelo Ministério Público, já que o poder de negociação do 
órgão acusador é bastante reduzido. No Brasil, a rotina dos acordos penais ainda não 
se consolidou diante da atualidade do instituto. Em que pese o Ministério Público ter 
largo espaço de atuação no ANPP, o dever de vinculação à lei decorrente do princípio 
da legalidade adotado em países do Civil Law impõe limites aos agentes do estado, 
inviabilizado práticas como o overcharging americano.97 
Outra crítica ao plea bargaining é a falta de publicização do acordo, permitindo 
o acobertamento de falhas e abusos da atividade policial, além de encobrir o processo 
de avaliação dos casos pelos Promotores.98 Neste ponto, tanto o Absprache alemão 
quanto o ANPP brasileiro se diferenciam do instituto americano. O princípio da 
publicidade é garantido constitucionalmente em ambos os sistemas. Ao inserir o 
§257c StPO, o legislador buscou garantir a máxima transparência do procedimento 
negocial germânico, com documentação obrigatória de todos os atos realizados, 
objetivando garantir o princípio constitucional da publicidade. Por seu turno,ao 
apreciar a constitucionalidade do Absprache, a Corte Constitucional alemã ressaltou 
"ld. lbid.,p. 141. 
" ld. lbid., p. 142. 
,. ld. lbid., p. 142. . . I Princípios 
" BRANDALISE, Rodrigo da Silva. Justiça Penal Negociada: Negociação de Sentença Cnmina e 
Processuais Relevantes. Curitiba: Juruá, 2016, p. 90. York:Wolte~ 
" CHEMERINSKY, Erwin e LEVENSON, Laurie L. Criminal Procedure: Adjudication. 3• ed. Nova Kluwer, 2018, p. 142. 
188 \ Revista do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro nº 77. juL/set 2020 
A ordo de Não Persecução Penal e absprache: análise comparativa da 
c justiça penal negocial no processo penal brasileiro e germânico 
d tos e decisões judiciais e de agentes públicos é um ideal 
P
ublicidade º~á:el sendo a porta de acesso para o exercício do controle 
queª . irrenunc1 ' . . dº · d 99 A -derTlocrát1co gentes públicos pelos Juns 1c1ona os. d mesma p~eocu~açao teve 
atos de a .
1 
• ao estabelecer no art. 28-A, o CPP, a obngatonedade da 
dos d r bras1 eiro . . d d r 1· legisla o Mº . tério Público, do investiga o e seu e,ensor na rea 1zação do 
0 articipação do . in~s por escrito posterior controle judicial através da homologação 
P formahzaçao ' · · "fi d d d ANPP,s~a iedade de intimação da vítima, c1ent1 can o-a o acor o. 
obngator á · à · · · 1 dº · · e a to mais enfático contr no Justiça negocia no 1re1to americano, 
O argumen nça de que subverteria os valores do sistema de justiça criminal 
no entant?'. éª cr: réu deixe de arcar com sua responsabilidade penal integral, 
Permitir que f d · · fi á · dº · d por desconto nas penas. Desta orma, re uzma a e c eia 1ssuas1va a 
rece_b:nd0 utm cada redução de esforços do Estado em promover a ação penal. Neste 
uniçaoem ro ' d - lh d P f ustraria as vítimas, que ficam a margem o processo, nao es restan o 
compasso, r . 1· - d outra alternativa senão observar passivamente a ap 1c~dçaod ed pe~as menos severas 
do que O caso exige, deixando de corresponder à grav1 a e o crime. 
Para amenizar a sensação de injustiça, no sistema americano do P/ea Bargaining, 
or exemplo, tem crescido esforços para que as vítimas sejam notificadas antes da 
~nalizaçãodo acordo, mas a crítica persiste no fato de que a decisão final acerca dos 
termos do acordo ainda remanesce sob o poder da Promotoria.100 No ANPP brasileiro, 
impôs-se a obrigatoriedade da intimação da vítima, cientificando-a do acordo. 
Especificamente em relação ao Plea Bargaining, surgem críticas pelo impacto 
discriminatório que causa entre os acusados. Aqueles que têm maiores recursos 
financeiros para contestar a acusação, asseguram o recebimento de condições mais 
favoráveis em relação aos outros réus que não dispõem de meios de confrontação. 
Este cenário é propiciado pelo não envolvimento do juiz nas negociações, embora o 
grau de envolvimento dos juízes varie em cada Estado.1º1 
Sob este aspecto, a dificuldade em garantir o tratamento igualitário aos 
acusados que estejam em situações semelhantes é percebida nos três sistemas 
pdrocessuais analisados neste trabalho e está relacionada à orientação e à qualidade 
ª defesa e assist • · · 'd· 
5 1 _ enc1a Jun 1ca. O acesso à informação acerca da possibilidade da o uçao negocial , 1· d ev , a ana 1se as consequências processuais e ponderação dos riscos 
antagens decor d - , da de . _ rentes a adesao a proposta são questões complexas e dependem 
orient~çg;açao ~u ~onstituição de defensor para que o acusado obtenha a devida 
0 e ass1stencia. 
Strafr h • Martin. Proz "k . · '" t. Band 333 Be r esso onom,sche Alternativen zur Verstiindigung im Strafverfahren. Schriften zum 
Kluwer MERINSKY, E~wi~ ~m: Duncker&Hu~blot, 2019, p. 20. 
'" Oan~o1a, p. 143. LEVENSON, Laune L. Criminal Procedure: Adjudication. 3• ed. Nova York: Wolters 
AlgunsE9011(c)(l)daFedei . . - . . . -
en_coraja stados, no entant ai Rule~fCr,mmal P~o~edure impede a participa~ao dos Tr!b~na1~ n~s d1scussoes. 
Crirnina/ i envolvimento do, permitem que o JUIZ participe das negoc1açoes. A maioria nao impede nem 
'0cedure: Adjudic: ~orte na celebração do acordo. CHEMERINSKY, Erwin e LEVENSON, Laurie L. 
tion. 3• ed. Nova York: Wolters Kluwer, 2018, p. 143. 
Revista do M' . . . . . . •rnsteno Publico do Estado do Rio de Janeiro n2 77. Jullset 2020 1 189 
Ludmilla de Carvalho Mota 
5. Conclusão 
O abreviamento do processo penal é tendência em vá . 
tradição adversaria!, no caso dos Estados Unidos (Plea Bargainin;~!2Países, não . 
atrelados constitucionalmente ao Princípio da Legalidade podend ' corno nos Pso_ de ' o-se · ais 
(Absprache), Itália (Patteggiamento)1°3, Espanha (conformidad)1º4 p citar Alellla ~s 
com o novo ANPP. A nov~ realidade processual criminal que ;e~r:~gapos,eBr~si~ 
retratada por Thomas We1gend, expondo a preocupação com os li . revelando f '. 
de uma simplificação e aceleração dos processos criminais.10& rnites norlllativi; 
A inclusão do ANPP no ordenamento jurídico brasileiro atrav. . 
segue a tendência do direito comparado de adoção de soluções conse~s d~ le, formai 
criminal. Surgiu de forma inovadora em comparação com os sisterna:uaisn~e~fera 
americano ao alocar o espaço de consenso na fase investigatória, tornand;~.rrnan~coe 
propositura da ação penal e correspondente imposição da pena criminal sub ,st~o_nivela 
1 · d d · d d. • Q • ' s ltUtndo a pe o cumprimento e etermma as con Içoes. uestoes de política criminal . · 
enorme peso na positivação do instituto em tela, dado o enfoque pragrn .:'.veram 
intenção de conferir à Justiça Penal Brasileira maior celeridade e efetividad:_ ico eª 
A adoção de uma solução negocial na seara penal não se cinge à necessid d 
de encurtamento do processo de aplicação da lei penal com vistas à agilização\e 
justiça penal. Esta nova forma de responsabilização do infrator faz parte do process; 
de mudança de paradigma da justiça penal impulsionada pela análise global do 
escopo do direito penal, iniciada pelo funcionalismo penal. Este movimento, surgido 
na Alemanha em meados da década de 70, buscou correlacionar a dogmática penal 
aos fins do direito penal, ou seja, justifica a existência do direito penal à função da 
pena. O idealizador da teoria, Claus Roxin, sustenta que o crime não deve ser tratado 
somente sob a ótica do direito penal positivo, devendo haver a integração de questões 
de política criminal a fim de proporcionar uma visão macro acerca da função do direito 
102 CHEMERINSKY, Erwin e LEVENSON, Laurie L. Criminal Procedure: Adjudication. 3a Ed. Nova York:Wolters 
Kluwer, 2018, p .140. . h n und 
103 Art . 444-448 do Código de Processo Penal italiano. BOGNER, Udo. Absprachen 1m d~utsc 2~00 p. italienischen Strafprozessrech. ln : Kriminalwissenschaftliche Studien, vol. 28, Elwert, NG editora, ' 
135 e segs. . . • ridicas.coml 
104 Art. 757 e segs. do Código de Processo Penal espanhol. Disponível em: <http://noticias.JU 
base_datos/Penal/I38-2002.ht ml>. Acesso em: 25 fev. 2020. . _ inadaemleipela 
105 Art. 344, do Código de Processo Penal português, que admite a reduçao da pena com .
0 
dei Moral.lo 
metade quando o imputado confessar de forma integral e sem reserva~. GARCIA, AJ?t~/conformidad· 
conformidade em e/ processo penal, p.08. Disponível em: <http://www.ums.edu.gt/ap e c 
proceso-penal.pdf >. Acesso em 25 fev. 2020. serviert, wohrendó~ 
106 . Die vollstandige Hauptverhandlung ist für Sonderfalle, etwa für sc~were Verbr~chr ~e r ste//t sich dreFra~~ 
gro8e Masse der Delikte in vereinfachten Verfahrensformen erledigt w,rd. Um so drm(. ~c ~s /iegen.' Tradu~~ 
wo die normativen Grenzen einer Vereinfachung und Beschleunigung des _S~rafver ª :~a aos crimes gr~ 51 
"A completa instrução processual penal está relegada aos casos especiais, r:serv labreviada.lm~SSo 
enquanto que a maior parte dos delitos são resolvidos através de uma p_erse~uça~ pen:eleridade d~ P' scnalt 
de forma urgente o questionamento acerca dos limites normativos da s1mphficaça~~ ZeitschriftSWJSSen b,uni· 
penal." (tradução própria) WEIGEND, Thomas. Unverzichtbares im Strafverfahrensrec r~corn,ernedie~uAceSSo 
volume 113, caderno 2, 2001, p. 275. Disponível em: <https://www-degruy~Ol 113.2.211.pd · 
muenchen.de/downloadpdf/j/zstw.2001 .113.issue-2/zstw.2001.113.2.271/zstw,2 · 
em: 25. fev. 2020. 
190 1 Revista do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro n º 77. jul/set. 
2020 
Acordo de_ Não Persecução Penal e absprache: análise comparativa da 
justiça penal negocial no processo penal brasileiro e germânico 
deste pensamento é o rompimento com o dogma criado por 
marcante 1, • • • 1,01 N ai. rraço d"reito penal da po It1ca cnmma . esta linha, se a "aplicação 
pen eparou O 1 · · f t ' · d á · · . zt que s .5 se mostrar msatIs a ona, po er ser corrigida de acordo com LIS itivos legai d I' · · · · d · dos dispos fstas e as finalida es po ItIco cnmmaIs o sistema criminal." 10a 
. dpioS garan 1 
osprin d de não persecução penal é uma manifestação genuína do 
O ~cor ºenal e encontra validade no espaço de conformação dado pelo 
·onahsmo P d I' · · · 1 ' d funcI d' trizes possíveis e uma po ItIca cnmma , que e a pe ra-angular de 
·sIador às ire · 1· • d · · 1· -legI . legal-social da crimma Izaçao ou escnmma Izaçao. do O discurso 10 
0 
delo de resposta estatal a um ilícito penal deve estar o máximo possível de 
~: gravidade do crime e com a personalidade do infrator. Alcançando-se este 
~'0rdI ° ::erva-se a proporcionalidade da medida, o crédito na Justiça e a plena satisfação idea ,pr d d · t . f • à 1 . 1 . d , . d •nteresses, seja a do Esta o e agir an e uma m raçao eI pena , seJa a a vItIma 
0
~
I
a imposição de uma contraprestação imposta pelo Estado ao infrator, podendo ser 
~~ta desde a reparação do dano até a privação de liberdade. O apego a um único canal 
de aplicação da justiça penal indistintamente, e neste caso, referimo-nos ao processo 
penal clássico, deflagrado pela denúncia e concluído com a sentença condenatória, 
burocratiza demasiadamente a repressão às condutas criminosas, deixando de responder 
de modo eficaz e célere às transgressões de baixa e média gravidade penal. 
Em termos conclusivos, podemos afirmar que a inovação é positiva por 
conferir celeridade e economicidade à repressão dosilícitos penais de baixa e média 
gravidade, dando maior espaço para a persecução penal dos casos estruturalmente 
mais complexos e de maior dificuldade evidenciai. Diante da atualidade da Lei nº 
l3.964/2019, que instituiu o ANPP no sistema processual brasileiro, há espaços de 
conformação da lei nas lacunas quanto à aplicação prática e aos limites normativos, 
cabendo à jurisprudência e às discussões doutrinárias acomodar as divergências em 
torno do instituto. Mesmo diante das incongruências normativas e abrandamento das 
penalizações o recur ' · · · d 1 - 1 · ' · d fi . • , soa Justiça negocia a representa uma so uçao a ternatIva a cnse 
ee cIencia do · t b atinja .1 sis ema processual penal. É uma mudança estrutural, que em ora e ind· pi ar~s ~~tes reputados como inalteráveis, como os princípios da obrigatoriedade 
ispon1b1hdade d • · · d" "d 1 na açã . . a açao penal, encontra legitimação na autonomia m Iv1 ua , 
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