Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Relatório da 3ª Visita de Campo L’Oréal Brasil Comercial de Cosméticos Ltda. 1º Junho de 2012 ENG1528 – Logística Geral Professor: Luiz Felipe Scavarda do Carmo Aluna: Rebecca Tavares Puetter Matrícula: 0811711-7/3 Visita de Campo L’Oréal Página 1 1. SUMÁRIO 1- Sumário................................................................................................................01 2- Introdução & Objetivo da Visita............................................................................03 3- Desenvolvimento Teórico....................................................................................03 3.1- A L’Oréal.......................................................................................................03 Infraestrutura..................................................................................04 Distribuição.....................................................................................05 Organização dos Fluxos.................................................................07 Fluxo Interno dos Produtos............................................................08 Certificação ISO9001.....................................................................08 Desafios Atuais do CDL.................................................................08 3.2- Transportadoras............................................................................................09 3.3- Layout...........................................................................................................09 3.4- Máquinas......................................................................................................11 3.5- Racks............................................................................................................11 3.6- Recebimento.................................................................................................11 3.7- Estoque.........................................................................................................12 Visita de Campo L’Oréal Página 2 3.8- Preparação...................................................................................................13 3.9- Expedição.....................................................................................................14 3.10- Área de Aerossóis.......................................................................................15 3.11- Materiais de Propaganda............................................................................15 3.12- Lista de Fornecimento................................................................................16 3.13- Correios......................................................................................................17 3.14- Operações Especiais..................................................................................17 3.15- Logística Reversa.......................................................................................18 3.16- Comparação com a Rapidão Cometa.........................................................18 4- Conclusão...................................................................................................................19 Visita de Campo L’Oréal Página 3 2. INTRODUÇÃO & OBJETIVO DA VISITA A visita dos alunos de Logística Geral do curso de Engenharia de Produção da PUC-Rio ao Centro de Distribuição da empresa L’Oréal Brasil Comercial de Cosméticos Ltda., realizada na Sexta-Feira, dia 1º de Junho de 2012, teve o intuito de analisar e descrever as principais características da empresa, com ênfase nas várias funções logísticas realizadas no CD, tais como recebimento, manuseio, armazenagem, separação, expedição, entre outras. Durante a visita, que teve duração de aproximadamente 2 horas, ouvimos explicações detalhadas de Bruno Queiroz, da área de Qualidade e Desenvolvimento da L’Oréal, sobre o funcionamento do CDL (Centro de Distribuição da L’Oréal) e suas operações diárias. 3. DESENVOLVIMENTO TEÓRICO 3.1. A L’ORÉAL No dia 1º de Junho foi visitado o Centro de Distribuição da L’Oréal, localizado em Duque de Caxias, Rio de Janeiro. Centro de Distribuição é um armazém que gerencia estoques de mercadorias na distribuição física. As funções básicas do CD são: recebimento, movimentação (endereçamento), armazenagem, seleção de pedidos (separação), expedição (embalagem, etiquetagem), transporte. Ele permite um atendimento rápido aos clientes distantes dos centros produtores, obtenção de economias de transporte (pois operam como centros consolidadores de carga), entrega final de forma consolidada (entrega de um único carregamento com produtos de diferentes fornecedores). Abaixo, o organograma do CDL simplificado: Visita de Campo L’Oréal Página 4 Infraestrutura País Superfície Rodovias Ferrovias Fluvial Brasil 8,5 M km2 212 M km 29 M km 14 M km China 9,6 M km2 1576 M km 77 M km 110 M km Índia 3,3 M km2 1569 M km 63 M km 15 M km Rússia 17 M km2 755 M km 87 M km 102 M km EUA 9,6 M km2 4210 M km 227 M km 41 M km Canadá 9,9 M km2 416 M km 47 M km 0,6 M km As operações do CDL são divididas em ALP (cosméticos Ativos, produtos de Luxo, produtos Profissionais) e DPGP (Divisões de Produtos de Grande Público). A ALP é uma linha mais técnica, que inclui produtos de salões de beleza, como Kérastase, enquanto a DPGP é uma linha mais popular, que inclui produtos como shampoo, condicionador, colorações, tais como Garnier, Colorama e L’Óréal Paris, geralmente encontrados em farmácias e supermercados. Essa operação é muito forte no Brasil. Inácio Luizon DIRETOR Gislene Redivo ETNSHE Cássio Lobo QUALIDADE DESENVOLVIMENTO Vilmar Silva ENTRADA Alex Figueiredo RH Artur Pinho TRANSPORTE Leonardo Marques PREPARAÇÃO José Ribamar SAÍDA Visita de Campo L’Oréal Página 5 No Brasil, 58% das mercadorias são transportadas por terra, sendo 25% através de ferrovias e 13% através de transporte pluvial. Logo, não há alternativa ao transporte rodoviário em caso de superaquecimento do mercado para nossos produtos. Somente 31% das estradas estão em boas condições, sendo que as melhores estradas estão concentradas no Sudeste. 88,9% das estradas percorridas possuem duas pistas, sendo 15,8% geridos por empresas privadas. Também há o problema de barreiras fiscais entre estados, o que dificulta ainda mais os processos da empresa. A repartição dos clientes da L’Oréal é a seguinte, por peso transportado: 54% para a Região Sudeste, 15% para a Região Nordeste, 14% para a Região Sul, 13% para a Região Centro- Oeste e 4% para a região Norte. Alguns dados quantitativos são apresentados abaixo: - Docas de Expedição Utilizadas: 25 - Docas de Recebimento Utilizadas: 14 - Máquinas de Preparação N20: 27 - Máquinas R14, L12, E15: 31 - Toneladas expedidas por ano: 81.725 ton/ano - Lead Time da Preparação: 1,5 horas - Quantidade de caminhões expedidos por ano: 8.552 - Quantidade de caminhões recebidos por ano: 4.820 Distribuição A área onde o CDL está localizado é uma locação do espaço de um condomínio, onde o espaço é dividido com a empresa Carrefour. O contrato de locação é vigente até 2013, podendo ser prorrogado ou não. Possui uma área de 25.000 m2, e hoje a taxa de ocupação média do CDL é de 98% (% pallets), ou seja, há um problema de espaço, que deve ser resolvido. Nesses 98% acontecem todos os processos de estoque, preparação e expedição. Desde Junho de 2007 que não ocorrem acidentes no CDL. Visita de Campo L’Oréal Página 6 O CDL é uma central multi-divisão com uma localização estratégica, a 30 minutos da sede, a 15 minutos da fábrica, localizada na Via Dutra, além de estar a apenas 450km de São Paulo. Por mês, são expedidas 32 milhões de unidades. Isso mostra que foi feito um projeto de rede logística, onde os principaisaspectos que devem ser analisados em conjunto para a localização de um Centro de Distribuição são a proximidade do consumidor, proximidade da fonte de matéria-prima, proximidade de rodovias, portos, rios, etc., mão de obra local, isenção de impostos e infraestrutura de comunicações. Hoje há 220 funcionários no CDL, além de operações terceirizadas que ajuda no processo de expedição e, por fim, a mão de obra de diaristas, que trabalham nas últimas semanas do mês, quando há um pico de expedições a serem feitas. 45% da cifra é feita na última semana do mês, ou seja, os pedidos caem para o CDL na última semana e os produtos devem ser expedidos até 23:59h do dia 31 do mês. Por isso é necessária a mão de obra dos diaristas, o que gera mais trabalho, pois eles devem ser contratados, absolvidos, treinados, e colocados no processo produtivo. Eles ficam com o grupo por aproximadamente 10 dias. O custo unitário de distribuição física sai a € 0,086. Todos os produtos são faturados no CDL, por esse motivo todos devem passar por lá. A produtividade do CDL, por m2, é excelente, mas deve ser melhorada a quantidade de horas trabalhadas. A produtividade em caixas-hora,é de quase 150, pouco acima do México. O Brasil é o país com o 3º melhor custo/unidade do grupo, que é 0,036 (fat > 22 M unidades/ano). Essa comparação é feita principalmente com países da América do Sul, especialmente o México, país que tem as operações mais similares ao Brasil, uma vez que o modelo de distribuição, público, etc. de países como a França, por exemplo, são completamente diferentes. Utilizando a França como exemplo, nesse país é muito mais consumido produtos ALP, que são mais caros e a população possui uma renda maior para consumi-los, enquanto no Brasil, os produtos DPGP ganham nas vendas. Visita de Campo L’Oréal Página 7 Organização dos Fluxos A L’Oréal possui duas fábricas, uma no RJ e outra em SP, chamadas de Procosas, que enviam os produtos para o CDL para que esta faça a distribuição para todo o Brasil e também América Latina. Todos os produtos que serão distribuídos para o Brasil passam pelo CDL. O CDL não trabalha com importação/exportação, e sim as fábricas. A L’Oréal possui um parceiro logístico (buffer), a Dialog, do qual a L’Oréal utiliza o galpão para estoque e também, em momentos de pico, para expedição, quando há falta de espaço físico no CDL. Há um custo de manter o parceiro, além do custo de transportar os produtos do galpão deles até o CDL em um curto período de tempo, principalmente os produtos de alto giro, e o risco de causar avarias aos produtos com esse transporte que normalmente não estaria sendo feito. Produtos importados, tais como perfumes e maquiagens, passam por um processo de nacionalização na CISA Trading, chegam na Procosa do RJ, já nacionalizado, chegando finalmente no CDL. Visita de Campo L’Oréal Página 8 Fluxo Interno dos Produtos Os produtos chegam no CDL, são recebidos, passam por um processo de identificação, descrição, controle de qualidade, informações sobre estoque, etc. Após esse passo, eles são posicionados no estoque, do 2º nível para cima, nos racks. O 1º nível dos racks é utilizado como base para abastecimento, ou seja, produtos que abastecem as preparações, que podem ser feitas tanto nos racks quanto nas esteiras. Finalmente, eles são posicionados para embarque, seguindo caminho para a distribuição. Certificação ISO9001 A L’Oréal possui Certificação ISO9001:2008 e foi recertificada em 2012, além de ser o único CD do grupo a possuir essa certificação. Essa certificação é um padrão internacional relacionado à gestão da qualidade, que se aplica à organizações de todos os setores e atividades. Os princípios da qualidade são: foco no cliente, liderança, envolvimento do pessoal, abordagem de processos, abordagem de sistemas, melhoria contínua, processo decisório baseado em fatos e relações com fornecedores benéficas para ambas as partes. Seus principais benefícios são a demonstração de seu compromisso com a qualidade, a ajuda a melhorar o desempenho organizacional e, como referência, permite mensurar seu progresso no sentido de uma melhoria contínua. Desafios Atuais do CDL Gerir a Complexidade: A maior parte do estoque está em terceiros (armazém geral), o que causa ineficiência, custo elevado de transferência e ruptura. Controlar os Custos: A degradação da concentração de vendas gera grande dependência de diaristas, causando baixa produtividade e alto índice de falhas e avarias, e também o aumento de custos diversos, com alimentação, transporte e EPIs. Gestão de Riscos: O layout não é adaptado e há a convivência entre pedestres e máquinas. Visita de Campo L’Oréal Página 9 3.2. TRANSPORTADORAS A L’Oréal trabalha com inúmeras transportadoras, todas terceirizadas, como por exemplo a TNT. Cada uma trabalha em uma região do país: a transportadora X faz o transporte para o Nordeste, a transportadora Y para o Sudeste, e assim por diante. 3.3. LAYOUT A L’Oréal possui o layout do seu CDL em formato de I, que de certa forma é ultrapassado para o varejo. O layout em I é muito utilizado quando há transporte por ferrovias. Há muitos estudos sobre o tipo ideal de layout em CDs, mas o mais consolidado é layout em U, pois pode direcionar as docas mais para o recebimento ou para a expedição. Já a Rapidão possui o layout do seu CD em L. Ambos os layouts são ilustrados abaixo, além do layout específico da L’Oréal, apresentado na visita. Figura 1: LAYOUT EM I Visita de Campo L’Oréal Página 10 Figura 2: LAYOUT EM L Figura 3: LAYOUT DA L’ORÉAL Visita de Campo L’Oréal Página 11 3.4. MÁQUINAS Os produtos devem ser recebidos, movimentados, separados e agrupados de modo a atender às necessidades e pedidos de clientes, sendo a movimentação feita de maneira a sempre manter a integridade física do produto. Logo, quanto menos um produto é manipulado, maior é a eficiência do armazém e menor a chance do produto sofrer algum dano. Alguns tipos de equipamentos utilizados para o manuseio são: manuais (carrinho de mão, transpaleteiras, etc.), mecanizados (empilhadeiras, esteiras, guincho, elevadores, portainers, etc.) e automatizados (ASRS: Automated Storage and Retrieval System). A L’oréal trabalha com 4 tipos de máquinas: a N20, L12, E15 e R14. A N20 é uma transpaleteira que faz apenas a locomoção dos produtos, não faz empilhamento. A L12 é uma empilhadeira não-tripulada utilizada para o abastecimento. A N15 também é uma empilhadeira não-tripulada que é capaz de entrar nas carretas para recolher os produtos. Por fim, a R14 é uma empilhadeira utilizada nos processos de estoque, e alcança até o 5º nível dos racks (prateleiras). 3.5. RACKS Racks são as prateleiras utilizadas para armazenagem dos produtos. O 1º nível dos racks é utilizado para preparação, bases. Acima do 2º nível, são utilizados para estoque. Cada carga possui um endereço, como por exemplo 92.59.123456, onde 92 significa o número da rua, 59 o número da coluna, e os números 123456 indicam em qual nível está o produto, de 1 a 6. Cada galeria é referente a duas ruas, uma de cada um de seus lados. Os produtos que possuem alta rotatividade são transferidos de níveis mais altos para níveis mais baixos. 3.6. RECEBIMENTO Visita de Campo L’Oréal Página 12 No ato do recebimento são realizados o controle e programação das entregas, o recebimento físico do material, o recebimento fiscal do material, a checagem da nota fiscal X pedido de compra e também o nota fiscal X material recebido, a checagem visual da integridade do material e das embalagens e, por fim, a coleta e envio das amostras para análises laboratoriais. Para conferir os produtos no recebimento, é utilizado o sistema de código de barras. Entre o recebimento e o estoque, os produtos são manuseadospor coletores, que levam os produtos para a área correta no estoque. Algumas vezes é realizado o cross-docking, onde o produto que chega no CDL já sai de lá rapidamente, ou seja, o carregamento e descarregamento acontecem em tempo real. O objetivo do cross- docking é reduzir os custos, através da movimentação direta do fabricante para o varejista, já que não estoque do produto no CD. A área de recebimento é dividida em duas: a da ALP e a da DPGP, por onde entram produtos dessas linhas, e essa área também pode ser usada para expedição. 3.7. ESTOQUE Estoque é a acumulação armazenada de recursos materiais em um sistema de transformação em sucessivos pontos, ou seja, um amortecedor entre oferta e demanda. O estoque representa entre 1/3 e 2/3 dos custos logísticos e tem como benefícios a melhora entre coordenação entre oferta e demanda, a redução dos custos de transporte e produção, auxílio na produção e no processo de marketing. Armazenagem é a administração do espaço necessário para manter estoques e preocupa-se com a análise da localização do produto, o equipamento de manuseio, o dimensionamento da área, o arranjo físico e o projeto das docas, além de identificar o ponto de equilíbrio entre o custo de manter estoque e o nível de serviço oferecido desejado.Os principais meios de armazenagem são: porta pallets, prateleiras, drive in, bi ocado e extensores. Os objetivos do arranjo físico/layout são possibilitar a utilização Visita de Campo L’Oréal Página 13 máxima do espaço, possibilitar a movimentação de materiais mais eficiente, possibilitar a estocagem mais econômica com relação à despesas de equipamento, espaço e mão de obra e possibilitar flexibilidade máxima para satisfazer as necessidades de mudança, estocagem e movimentação. O manuseio de materiais e produtos, também chamado de movimentação interna de produtos ou materiais, é o transporte de pequenas quantidades por distâncias relativamente pequenas, executado em depósitos, fábricas e lojas e no transbordo entre modais. Por motivos de segurança, nenhum produto é armazenado no chão, somente nos racks. A cobertura do estoque DPGP é de 12 dias. Há muitos casos de furto no CDL, uma vez que vários produtos são manuseados peça a peça. Por isso, há a revista na saída do CDL, além de câmeras por toda a área. 3.8. PREPARAÇÃO O CDL tem uma distribuição muito diferenciada, trabalhando muito dentro de uma mesma operação, o picking detalhe. Nessa operação, é preparado unidade por unidade, isto é, o CDL prepara o pedido do cliente, seja ele qual for: um pallet fechado de Colorama, apenas uma unidade de Kérastase, etc. Dessa forma, trabalha-se tanto na distribuição fragmentada quanto com o pallet fechado, que é mais fácil de realizar. Picking é o ato de preparar o produto, é a separação de pedidos, que pode servir para retirada dos itens em estoque para atendimento de uma demanda específica ou para coleta e separação dos pedidos segundo a necessidade de cada cliente. O picking detalhe é a preparação de uma única unidade de produto, feita nos carrinhos de preparação.. A preparação de um pallet fechado é melhor para a produtividade, pois trabalha com vários produtos de uma só vez. Na preparação do tipo picking detalhe se trabalha, na maioria das vezes, com produtos ALP, com preparação PGD (standard, preparação de caixas fechadas). Por exemplo, se o cliente solicitou Visita de Campo L’Oréal Página 14 uma única caixinha de esmalte, faz-se essa preparação especial, de acordo com o pedido de cada cliente. A preparação no CDL é toda manual, quase artesanal. O motivo dessa falta de tecnologia é a mão de obra barata, mas, no entanto o Brasil tem crescido muito, houve um boom em relação ao uso de tecnologia nos CDs. Em países mais desenvolvidos, como a França, a mão de obra é bem mais cara, o que incentiva o uso e desenvolvimento de tecnologia. 3.9. EXPEDIÇÃO Na expedição são realizados a transferência dos materiais agrupados por rota para a doca de expedição, a leitura das etiquetas de código de barras para confirmar a saída das embalagens, a conferência dos volumes a serem despachados, a pesagem e o carregamento dos veículos. Antes da expedição os produtos ficam na área de stage- out, onde há o acúmulo de materiais em expedição com a finalidade de otimizar o uso dos equipamentos de movimentação, tais como empilhadeiras, paleteiras, carrinhos, etc., otimizar mão de obra e otimizar a capacidade de transporte do veículo de carga. Nessa mesma área também são feitas atividades de pré-packaging, tais como paletização, repaletização, aplicação de filmes plásticos, colocação de etiquetas, etc. O CDL possui 29 docas para expedição e 24 para recebimento, mas nem todas são utilizadas, ou seja, há um subdimensionamento do número de docas. No último dia de todo mês a movimentação no CDL é enorme. A área de expedição fica lotada de produtos a serem expedidos ainda naquele mês. Nessa área também é feita a conferência dos produtos, a filmagem (embalagem) das cargas, para proteção, e por fim é colocado no caminhão. A regra de acondicionamento no picking e na expedição é a seguinte: de Abril a Novembro, o transporte é normal; de Dezembro a Março, o transporte é refrigerado. Nas regiões Norte e Nordeste, o transporte deve ser sempre refrigerado. A definição de transporte é a atividade responsável pela movimentação do produto por todos os estágios da produção até o consumidor final, ou seja, pela sua Visita de Campo L’Oréal Página 15 distribuição física. Ela tem como objetivos aproximar o produtor do consumidor, aumentar a acessibilidade do produto para o consumidor e agregar valor ao produto. 3.10. ÁREA DE AEROSSÓIS A área de aerossóis é um local diferenciado para tratamento desses tipos de produto, pois tem que ser blindado, refrigerado, protegido contra incêndio, entre outros. Um exemplo em que produtos aerossóis não foram tratados da maneira correta foi o da explosão que aconteceu em uma fábrica (de outra empresa que não a L’oréal) em Jundiaí. Esses produtos também possuem preparações diferentes, feitas dentro do CDL, além de possuírem pallets exclusivos e saírem protegidos e encapados de lá. Eles possuem roteiros específicos e, no transporte de caminhão, o motorista deve ser especializado para transportar essas cargas. Além disso, as máquinas utilizadas no seu manuseio e transporte são especiais, não podendo produzir fagulhas, e todos os trabalhadores envolvidos devem ser treinados. Também há uma sala climatizada para armazenar produtos específicos, tais como maquiagens e outros produtos importados, que no calor do Brasil podem derreter, e uma sala para produtos INNEOV (tipo de cosmético). 3.11. MATERIAIS DE PROPAGANDA Os materiais de propaganda, ou PLV, como por exemplo a campanha “Capilar e Solar”, são tratados de maneira igual aos produtos, ocupando o mesmo espaço físico, requerendo o mesmo trabalho de preparação e impactando a produtividade, uma vez que não entra no escopo de faturados. No entanto, estes ficam obsoletos com o passar do tempo (por exemplo, a modelo que fez a propaganda em 2005 já teve filhos, engordou, etc. não serve mais para representar os produtos da L’Oréal). Em 2011, foram preparados e expedidos 22 M de unidades de PLV, um aumento de 46% em relação ao ano anterior. O CDL não possui ações independentes, ou seja, não tem Visita de Campo L’Oréal Página 16 permissão para jogar os produtos obsoletos fora. Eles devem avisar o grupo da divisão, que então irá fazer o processo de destruição. Algumas vezes, o custo de destruir um produto é maior que o custo de estocar se, por exemplo, o produto puder causar danos ao meio ambiente quando destruído, o que encarece o processo de destruição, pois este deve ser muito cuidadoso. Entretanto, quem paga a destruição dos produtos são os grupos das divisões, enquanto o CDLé quem paga o estoque dos mesmos, o que causa um problema entre essas áreas frequentemente. Muitas vezes chega-se a um impasse: destruir os produtos de propaganda de 2005, por exemplo, ou fazer os novos produtos de 2013, pois não há recursos suficientes para ambos. 3.12. LISTA DE FORNECIMENTO A lista de fornecimento é análoga a uma lista de compras. Ela informa quais são os produtos, onde eles estão (ou seja, seus endereços), suas referências (códigos), quantidade, etc. Em posse dessa lista, o funcionário coloca tais produtos no carrinho de preparação e faz a preparação dentro dele, dentro das pequenas caixas dentro do carrinho. Então é feita a embalagem dos produtos, a caixa é fechada e expedida. Essa lista é pré-montada para facilitar a movimentação dentro do CDL. Dessa forma, a locomoção é favorecida pela ordem da lista, para evitar perda de tempo e aumentar a eficiência. Dependendo do pedido, não há como otimizar muito a locomoção dentro do CDL, pois este pode ser muito fragmentado. Os pedidos são divididos por divisão dos produtos, ou seja, são somente de produtos ALP ou somente de produtos DPGP. O papel no qual é feita a lista de fornecimento possui cores diferentes para cada dia da semana para, além de ajudar visualmente o processo, não ter atrasos. As cores diferenciadas ajudam também porque só há tempo hábil de um dia para preparar e expedir os produtos, isto é, um período muito curto de tempo. O processo de auditoria, ou gestão de risco, confere os produtos, para então expedi-lo para os clientes especiais, que fazem pedidos específicos. Aproximadamente 30% dos produtos são auditados para clientes especiais. Visita de Campo L’Oréal Página 17 3.13. CORREIOS Dentro do CDL há uma sala dos Correios, que faz a consolidação das compras realizadas pelo site, que inclui serviços e produtos extras, tais como cartões personalizados para aniversários, entre outros. Por fim, os pedidos são enviados aos clientes via SEDEX. 3.14. OPERAÇÕES ESPECIAIS A customização para clientes especiais é muito importante no CDL. 10% do volume de coloração é retrabalhado no CDL, enquanto em 2011 houve uma queda de 20% no percentual de pedidos em pallets fechados. As operações especiais tratam especialidades de certos clientes que, por exemplo, querem receber caixas com 6 unidades de um certo tipo de produto, ao invés de 12, que é a forma como eles vêm embalados inicialmente. O CDL monta o pedido da forma que o cliente deseja, mas esse processo atrapalha a produtividade, mesmo sendo cobrada uma tarifa maior para realizar esse tipo de serviço. No entanto, o volume de vendas para cada cliente especial compensa esse trabalho extra de preparação. Essa nova organização dos produtos pode ser considerada como uma nova embalagem, um novo agrupamento de produtos. Dessa forma, podemos dizer que embalagem é todo produto utilizado para conter, proteger, movimentar, manusear, entregar e apresentar mercadorias. Como consequência, facilitam o manuseio do produto, protegem o produto durante o processo logístico, oferecem resistência contra forças de compressão, auxiliam o fluxo de informação e podem ter ênfases, como para marketing (voltado para o consumidor) e logística (embalagem industrial). Visita de Campo L’Oréal Página 18 3.15. LOGÍSTICA REVERSA Pode acontecer que o cliente receba um produto e alegue, por exemplo, que não comprou aquele produto. Assim, o produto deve fazer o caminho inverso, ou logística reversa, do cliente até a CDL, que é uma das partes contraprodutivas do processo. Muitas vezes, no retorno do produto, este sofre avarias, causando prejuízo. O CDL recebe todos os tipos de produto retornados, inclusive outros tipos de produto, com os quais não trabalha, tais como batata, fralda, etc. e muitas vezes em embalagens de concorrentes. No entanto, o espaço para armazenar esses tipos de produto é caro, além de o CDL já operar com 98% de ocupação do espaço, o que é um gargalo. Nessa área de devolução, os produtos ficam em análise. O principal motivo de serem direcionados para essa área é por possuírem algum tipo de avaria, que pode ter acontecido no caminhão, no manuseio, etc. Lá também é feita a segregação, ou seja, é definido se o produto pode ser consertado ou deve ser jogado fora. Alguns produtos, que estão em análise, estão aguardando licença para poderem ser destruídos, pois alguns deles requerem um tratamento especial na destruição, para não causar danos ao meio ambiente. 3.16. COMPARAÇÃO COM A RAPIDÃO COMETA A diferença básica da empresa Rapidão Cometa para a L’Oréal é que a Rapidão é exclusivamente um Operador Logístico, ou seja, é um fornecedor de serviços logísticos integrados que agrega valor ao produto de seus clientes através do gerenciamento de todas as suas atividades logísticas ou parte delas nas diversas fases da cadeia de abastecimento. Um Operador Logístico trabalha com todos os modais de transporte, tais como aéreo, ferroviário, rodoviário, hidroviário e marítimo. Segundo a ABML, o operador deve, no mínimo, prestar simultaneamente as seguintes atividades básicas: controle de estoque, armazenagem e gestão de transportes. Visita de Campo L’Oréal Página 19 Já a L’Oréal é uma empresa que produz e vende seus produtos, além de trabalhar também com serviços logísticos, entregando seus produtos aos clientes, através de seus CDs. 4. CONCLUSÃO Levando em consideração todas as informações obtidas na visita e a teoria ensinada em aula, pudemos nos familiarizar mais com o ambiente de logística no Centro de Distribuição da empresa francesa L’Oréal e as operações envolvidas, tais como o recebimento, estoque, preparação, inclusive o picking detalhe, e a expedição, após as cargas passarem pela área de stage-out. foi possível perceber alguns problemas quanto à parte alfandegária, uma vez que, devido ao grande número de transportes de cargas irregulares que causou a criação da Maré Vermelha, as operações de todos os terminais brasileiros ficou mais lenta e custosa para as empresas, que devem fazer a inspeção dos contêineres com sua própria mão de obra e materiais. A situação com os estivadores em muitas outras empresas também deve ser analisada, uma vez que há muitos fatores sociais envolvidos, tal como a questão de direitos e histórico comprometedor de alguns desses operários. Por fim, foi constatado que a situação da empresa Libra hoje é muito boa, com uma grande tendência de melhora nos próximos anos, devido a investimentos, tanto na compra de equipamentos quanto na expansão territorial (incluindo as áreas cobertas) na unidade visitada e nas outras também. A situação brasileira também é favorável, com uma previsão de crescimento enorme, uma vez que haja investimentos na infraestrutura portuária de diversos Portos em todo o Brasil
Compartilhar