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Morfologia A Morfologia é o estudo a respeito da estrutura, formação e classificação das palavras. Estudar Morfologia significa estudar, isoladamente, as classes das palavras; diferentemente da Sintaxe, que trata do estudo das funções das palavras na oração. Podemos dividir o estudo das classes morfológicas da seguinte forma: 1) Processos de estrutura e formação das palavras: Processos de derivação e composição das palavras. 2) Substantivo Classificação dos substantivos; Substantivo e seus Coletivos; Formação dos Substantivos; Flexão dos Substantivos; Número de Substantivo; Grau do Substantivo. 3) Adjetivo Classificação dos Adjetivos; Adjetivos Pátrios; Locuções Adjetivas; Flexão dos Adjetivos. 4) Artigo Classificação dos artigos. 5) Numeral Classificação dos numerais 6) Pronome Pronomes Pessoais Pronome Oblíquo Átono Pronome Oblíquo Tônico Pronome de Tratamento Pronomes Possessivos Pronomes Demonstrativos Pronomes Indefinidos Pronomes Relativos Pronomes Interrogativos 7) Verbo Classificação dos Verbos Modos do Verbo Tempos Verbais Vozes do Verbo 8) Advérbio Classificação dos advérbios 9) Preposição Classificação das preposições 10) Conjunção Conjunções Coordenativas Conjunções Subordinativas 11) Interjeição Locuções interjetivas 1) Processos de estrutura e formação das palavras Processos de derivação e composição das palavras. Raiz Raiz é o elemento originário e irredutível em que se concentra a significação das palavras, consideradas do ângulo histórico. É a raiz que encerra o sentido geral, comum às palavras da mesma família etimológica. Observe o exemplo: Raiz noc [Latim nocere = prejudicar] tem a significação geral de causar dano, e a ela se prendem, pela origem comum, as palavras nocivo, nocividade, inocente, inocentar, inócuo, etc. Obs.: uma raiz pode sofrer alterações. Veja o exemplo: at-o at-or at-ivo aç-ão ac-ionar Radical Observe o seguinte grupo de palavras: livr- o livr- inho livr- eiro livr- eco Você reparou que há um elemento comum nesse grupo? Você reparou que o elemento livr serve de base para o significado? Esse elemento é chamado de radical (ou semantema). Radical é o elemento básico e significativo das palavras, consideradas sob o aspecto gramatical e prático. É encontrado através do despojo dos elementos secundários (quando houver) da palavra. Por exemplo: cert-o cert-eza in-cert-eza Desinências Desinências Desinências são partículas localizadas no final das palavras para indicar as flexões de gênero e de número dos nomes e as flexões de número, pessoa, tempo e modo dos verbos. Podemos dizer que as desinências são partículas finais que indicam algumas flexões das palavras. As desinências podem ser nominais e verbais. Desinências nominais As desinências nominais indicam as flexões de gênero (masculino e feminino) e de número (plural e singular) dos nomes que permitem alguns tipos de flexão. Exemplos: MACAC-O MACAC-OS MACAC-A MACAC-AS Lembre-se de que nem todos os nomes admitem flexões de gênero e de número. Observe: Flexão de gênero: CADEIRA (não existe “CADEIRO”) MESA TERNO FACA Flexão de número: ÔNIBUS NOZES FÉRIAS Desinências verbais As desinências verbais indicam as flexões de número, pessoa, modo e tempo dos verbos. Observe: PUL-O PUL-AS PUL-AMOS PUL-AIS PUL-AM PUL-AVA No verbo PULO, a vogal “O” representa uma desinência número-pessoal, pois indica que o verbo está na primeira pessoa do singular. Já no verbo PULAVA, a desinência "-AVA" é chamada de desinência modo-temporal porque caracteriza uma forma verbal do pretérito imperfeito do indicativo na 1ª conjugação (PULAR). Vogal temática A vogal temática é uma das partes que formam as palavras e tem a função de ligar o radical às desinências, constituindo o tema. Como sabemos, as palavras da Língua Portuguesa são formadas e estruturadas por elementos mórficos, como radical, raiz, tema, afixos (prefixos e sufixos), desinências (nominais e verbais), vogal e/ou consoante de ligação e vogal temática. Cada partícula é fundamental para que possamos compreender as palavras, pois representa uma unidade mínima de significação chamada de morfema. Neste artigo, refletimos a respeito do morfema intitulado de “Vogal Temática”. Vogal temática A vogal temática é um morfema cuja função essencial é ligar o radical às desinências que formam as palavras. Essa junção constitui o tema (radical + vogal temática), ao qual são acrescentadas as desinências. Tanto os verbos quanto os nomes apresentam vogais temáticas. Por isso, elas podem ser classificadas em nominais e verbais. Vogais temáticas nominais Quando são átonas e se encontram no final das palavras, as vogais /A/, /E/ e /O/ são consideradas nominais. As vogais temáticas nominais juntam-se à desinência indicadora de plural. Exemplos: Mesas Postos Casas Fique atento: Não apresentam vogal temática as palavras terminadas em vogais tônicas (cajá, olé, bobó). As vogais temáticas não devem ser confundidas com as desinências indicadoras de gênero (feminino [gata] e masculino [gato]), já que alguns substantivos não sofrem flexão de gênero, como podemos observar nas palavras “igreja” (não existe a palavra “igrejo”) e “supermercado” (não existe a palavra “supermercada”). Vogais temáticas verbais Na Língua Portuguesa, existem três grupos de conjugações verbais, sendo a primeira marcada pela Vogal Temática –A, a segunda é marcada pela Vogal Temática –E, e a terceira, pela Vogal Temática –I. Observe os exemplos abaixo: Primeira conjugação – AR amar ensinar voar Segunda conjugação – ER comer saber viver Terceira conjugação – IR parir decidir ouvir Afixos Afixos são elementos secundários (geralmente sem vida autônoma) que se agregam a um radical ou tema para formar palavras derivadas. Sabemos que o acréscimo do morfema "-mente", por exemplo, cria uma nova palavra a partir de "certo": certamente, advérbio de modo. De maneira semelhante, o acréscimo dos morfemas "a-" e "-ar" à forma "cert-" cria o verbo acertar. Observe que a- e -ar são morfemas capazes de operar mudança de classe gramatical na palavra a que são anexados. Quando são colocados antes do radical, como acontece com "a-", os afixos recebem o nome de prefixos. Quando, como "-ar", surgem depois do radical, os afixos são chamados de sufixos. Veja os exemplos: Prefixo Radical Sufixo in at ivo em pobr ecer inter nacion al Vogal e consoante de ligação Vogais e consoantes de ligação são morfemas cujas funções são formar, facilitar e possibilitar a pronúncia de algumas palavras. Vogal e Consoante de ligação As vogais e as consoantes de ligação são fonemas que permitem a ligação entre o radical e as desinências. Esses fonemas são consideradas como elementos eufônicos, isto é, aqueles que estão relacionados com os aspectos fonológicos (sons), contribuindo com a pronúncia de algumas palavras. As vogais e as consoantes de ligação não alteram os sentidos das palavras. Vejamos os exemplos: Inseticida Inset - radical i – vogal de ligação cida - sufixo Gasômetro Gas – radical ô – vogal de ligação metro – sufixo Habilidade Habil – radical i – vogal de ligação dade – sufixo Pezinho Pe – radical z – consoante de ligação inho – sufixo Paulada Pau – Radical l – consoante de ligação ada – sufixo Derivação Parassintética A derivação parassintética ou parassíntese é um tipo de derivação em que ocorre o acréscimo de afixos (prefixo e sufixo) à palavra primitiva. Lembre-se que a derivação é um processo de formação de palavras que envolve o radical e os afixos (sufixo e prefixo). Além de parassintética, a derivação pode ser: imprópria, regressiva, sufixal e prefixal. Exemplos de Derivação Parassintética Abençoar (a- prefixo e -oar - sufixo) Amanhecer (a- prefixo e -ecer - sufixo) Anoitecer (a- prefixo e -ecer - sufixo) Entardecer (en- prefixo e -ecer - sufixo) Envelhecer (en- prefixo e -ecer - sufixo) Envernizar (en- prefixo e -izar - sufixo) Enrijecer (en- prefixo e -ecer - sufixo) Entristecer (en- prefixo e -ecer - sufixo)Emagrecer (e- prefixo e -ecer - sufixo) Engaiolar (en- prefixo e -ar - sufixo) derivação Derivação Processo de formar palavras no qual a nova palavra é derivada de outra, chamada de primitiva. Os processos de derivação são: Derivação Prefixal A derivação prefixal é um processo de formar palavras no qual um prefixo ou mais são acrescentados à palavra primitiva. Ex.: re/com/por (dois prefixos), desfazer, impaciente. Derivação Sufixal A derivação sufixal é um processo de formar palavras no qual um sufixo ou mais são acrescentados à palavra primitiva. Ex.: realmente, folhagem. Derivação Prefixal e Sufixal A derivação prefixal e sufixal existe quando um prefixo e um sufixo são acrescentados à palavra primitiva de forma independente, ou seja, mesmo sem a presença de um dos afixos a palavra continua tendo significado. Ex.: deslealmente (des- prefixo e -mente sufixo). Você pode observar que os dois afixos são independentes: existem as palavras, desleal e lealmente. Derivação Parassintética A derivação parassintética ocorre quando um prefixo e um sufixo são acrescentados à palavra primitiva de forma dependente, ou seja, os dois afixos não podem se separar, devendo ser usados ao mesmo tempo, pois sem um deles a palavra não se reveste de nenhum significado. Ex.: anoitecer (a- prefixo e -ecer - sufixo), neste caso, não existem as palavras anoite e noitecer, pois os afixos não podem se separar. Derivação Regressiva A derivação regressiva existe quando morfemas da palavra primitiva desaparecem. Ex.: mengo (flamengo), dança (dançar), portuga (português). Derivação Imprópria A derivação imprópria, mudança de classe ou conversão ocorre quando a palavra, pertencente a uma classe, é usada como fazendo parte de outra. composição Composição A composição é caracterizada pelo processo em que novas palavras são formadas a partir da junção de palavras ou radicais já existentes na língua. Dispomos de um considerável acervo linguístico e fazemos uso dele nas situações de interação comunicativa que norteiam o cotidiano, sem dúvida. No entanto, usufruir de tal aspecto parece não bastar quando nos colocamos na condição de usuários da língua e, assim sendo, precisamos estar mais familiarizados acerca dos fatos que norteiam os assuntos prescritos pela gramática. Pensando assim, algumas palavras, em se tratando das intenções propostas nesse nosso encontro, subsidiam-nos de forma incomparável: Terreiro/Aterrar/Aguardente/Planalto/Bem-me-quer, entre outras. Estas palavras são corriqueiramente utilizadas por nós, mas agora passam a ser analisadas com um pouco de atenção no que tange aos processos que as formam. Pois bem, caro(a) usuário(a), notamos que terreiro e aterrar se caracterizam como palavras formadas por um elemento inerte, ou seja, aquele elemento que permanece inalterado, chamado de radical. Portanto, a partir de “-terr”, as duas palavras em referência foram formadas. A esse processo de formação de palavras damos o nome de derivação, visto que a partir de um elemento derivaram-se novas palavras, dotadas de significados distintos. Agora, ao atentar para as outras, demarcadas por aguardente, bem-me-quer e planalto, entraremos no foco de nossa discussão que é a composição, caracterizada pelo processo em que novas palavras são formadas a partir da junção de palavras ou radicais já existentes na língua. Vejamos os exemplos que correspondem a tal processo, assim demarcados: Justaposição – ocorre quando os elementos da combinação não sofrem alteração fonética ou gráfica. São exemplos: Bem-me-quer Pontapé Pé-de-moleque Roda-viva Girassol... Aglutinação – ocorre quando um dos elementos da combinação sofre alteração fonética ou gráfica. Vejamos, pois, os exemplos: Pernalta Planalto Aguardente Embora Derivação Regressiva Ocorre derivação regressiva quando uma palavra é formada não por acréscimo, mas por redução. Exemplos: comprar (verbo) compra (substantivo) beijar (verbo) beijo (substantivo) Saiba que: Para descobrirmos se um substantivo deriva de um verbo ou se ocorre o contrário, podemos seguir a seguinte orientação: - Se o substantivo denota ação, será palavra derivada, e o verbo palavra primitiva. - Se o nome denota algum objeto ou substância, verifica-se o contrário. Vamos observar os exemplos acima: compra e beijo indicam ações, logo, são palavras derivadas. O mesmo não ocorre, porém, com a palavra âncora, que é um objeto. Neste caso, um substantivo primitivo que dá origem ao verbo ancorar. Por derivação regressiva, formam-se basicamente substantivos a partir de verbos. Por isso, recebem o nome de substantivos deverbais. Note que na linguagem popular, são frequentes os exemplos de palavras formadas por derivação regressiva. Veja: o portuga (de português) o boteco (de botequim) o comuna (de comunista) Ou ainda: agito (de agitar) amasso (de amassar) chego (de chegar) Obs.: o processo normal é criar um verbo a partir de um substantivo. Na derivação regressiva, a língua procede em sentido inverso: forma o substantivo a partir do verbo. Derivação Imprópria A derivação imprópria ocorre quando determinada palavra, sem sofrer qualquer acréscimo ou supressão em sua forma, muda de classe gramatical. Neste processo: 1) Os adjetivos passam a substantivos. Por exemplo: Os bons serão contemplados. 2) Os particípios passam a substantivos ou adjetivos. Por exemplo: Aquele garoto alcançou um feito passando no concurso. 3) Os infinitivos passam a substantivos. Por exemplo: O andar de Roberta era fascinante. O badalar dos sinos soou na cidadezinha. 4) Os substantivos passam a adjetivos. Por exemplo: O funcionário fantasma foi despedido. O menino prodígio resolveu o problema. 5) Os adjetivos passam a advérbios. Por exemplo: Falei baixo para que ninguém escutasse. 6) Palavras invariáveis passam a substantivos. Por exemplo: Não entendo o porquê disso tudo. 7) Substantivos próprios tornam-se comuns. Por exemplo: Aquele coordenador é um caxias! (chefe severo e exigente) Observação: os processos de derivação vistos anteriormente fazem parte da Morfologia porque implicam alterações na forma das palavras. No entanto, a derivação imprópria lida basicamente com seu significado, o que acaba caracterizando um processo semântico. Por essa razão, entendemos o motivo pelo qual é denominada "imprópria". Composição Composição é o processo linguístico que permite a formação de novas palavras a partir de duas ou mais palavras simples ou radicais. As novas palavras formadas são palavras compostas, possuindo um significado próprio. Existem dois tipos de composição: composição por justaposição; composição por aglutinação. por justaposição Justaposição Na composição por justaposição ocorre a junção de duas ou mais palavras ou radicais, sem que haja alteração desses elementos formadores, ou seja, mantêm a mesma ortografia e acentuação que tinham antes da composição, havendo apenas alteração do significado. Muitas palavras compostas por justaposição são ligadas através do hífen. Contudo, o hífen é apenas uma convenção ortográfica, uma vez que os compostos por justaposição podem ser escritos unidos ou sem o hífen. Exemplos de palavras compostas por justaposição amor-perfeito; arco-íris; beija-flor; bem-me-quer; cachorro-quente; cavalo-marinho; couve-flor; guarda-roupa; guarda-chuva; peixe-espada; roda-viva; saca-rolhas; segunda-feira; água-de-colônia: chapéu de chuva; por aglutinação Composição é o processo linguístico através do qual ocorre a formação de novas palavras a partir de duas ou mais palavras simples ou radicais. As novas palavras formadas são compostas e possuem significado próprio. Existem dois tipos de composição: composição por aglutinação; composição por justaposição. Aglutinação Na composição por aglutinação ocorre a fusão de duas ou mais palavras ou radicais, havendo alteração de um desses elementos formadores. Assim, além da alteração no significado, os elementos formadores perdem sua identidade ortográfica e fonológica,havendo troca ou supressão de fonemas e apenas um acento tônico na nova palavra composta. Exemplo de palavras compostas por aglutinação aguardente (água + ardente); destarte (desta + arte); dessarte (dessa + arte); embora (em + boa + hora); fidalgo (filho + de + algo); pernalta (perna + alta); planalto (plano + alto); vinagre (vinho + acre). Hibridismos Hibridismos são palavras formadas por elementos pertencentes a línguas diferentes. Estamos falando, pois, acerca do processo de formação de palavras – fato que nos faz recordar da derivação e da composição, não é verdade? Assim sendo, propomo-nos a ampliar nosso conhecimento, discorrendo sobre mais um fato linguístico (os hibridismos). Os hibridismos são, para muitos gramáticos (sobretudo os tradicionais), fato condenável, talvez pela não uniformidade da origem dos elementos que formam o composto, sobretudo provenientes do grego e do latim. Contudo, a bem da verdade, vale dizer que mesmo em se tratando de tais procedências, os falantes já consideram os elementos aportuguesados – dada a recorrência dessas palavras em nosso idioma, visto que já se incorporaram ao nosso léxico. Assim sendo, vejamos alguns casos representativos: Alcaloide – Álcali (árabe) + óide (grego) Alcoômetro – Álcool (árabe) + metro (grego) Autoclave – Auto (grego) + clave (latim) Bicicleta – Bi (latim) + ciclo (grego) + eta (-ette, francês) Burocracia – Buro (francês) + cracia (grego) Endovenoso – Endo (grego) + venoso (latim) Hiperacidez – Hiper (grego) + acidez (português) Monocultura – Mono (grego) + Cultura (latim) Psicomotor – Psico (grego) + motor (latim) Romanista – Romano (latim) + -ista (grego) Sociologia – Socio (latim) + -logia (grego) Zincografia – Zinco (alemão) + grafia (grego) Além desses mencionados, podemos constatar ainda outros muitos exemplos, como é o caso de abreugrafia (português e grego), goiabeira (tupi e português), sambódromo (quimbundo, língua africana, e grego), surfista (inglês e grego), etc. Onomatopeia A Onomatopeia é uma figura de linguagem que reproduz fonemas ou palavras que imitam os sons naturais, quer sejam de objetos, de pessoas ou de animais. Esse recurso aumenta a expressividade do discurso, motivo pelo qual é muito utilizado na literatura e nas histórias em quadrinhos. Também é muito empregada nos textos enviados pela internet. São exemplos os fonemas que expressam, por exemplo, o som do riso: “hahahaha, kkkkkk, rsrsrs”. Do grego o termo “onomatopeia” (onomatopoiía) é formado pelos vocábulos “onoma” (nome) e “poiein” (fazer”) o qual significa “criar ou fazer um nome”. Exemplos Segue abaixo lista das principais onomatopeias: Ratimbum: som de instrumentos musicais (Ra = caixa, tim = pratos, bum = bombo) Tic-tac: som do relógio Toc-toc: som de bater na porta Sniff sniff: som de pessoa triste, chorando Buááá: ruído de choro Atchim: barulho de espirro Uhuuu: grito de felicidade ou adrenalina Aaai: grito de dor Cof-cof: som de tosse Urgh: referente ao nojo Nhac: ruído de mordida Aff: som que expressa tédio e raiva Grrr: som de raiva Zzzz: som de homem ou animal dormindo Tchibum: som de mergulho Tum-tum: batidas do coração Plaft: som de queda Bum: ruído de explosão Crash: som de batida Smack: som de beijo Au Au: som do cachorro Miau: som do gato Cocóricó: som do galo cantando Piu-piu: som do passarinho Vrum-vrum: som de motor (moto, carro, etc.) Bang-bang: som de tiro Bi-bi: som de buzina Din-don: som da campainha Blém-blém: badalar dos sinos Trrrim-trrrim: ruído de telefone tocando Abreviação Se alguma vez ou determinadas vezes você pronunciou palavras como Sampa, japa, portuga, entre outras... é hora de saber que tal procedimento, mesmo que pertença a uma linguagem coloquial, representa um fato linguístico – razão pela qual se torna passível de se integrar ao conhecimento de todos nós – usuários da língua. Pois bem, como sabemos, as palavras que compõem nosso léxico são resultantes de um processo, umas pela junção de termos, outras pelo acréscimo de prefixos e sufixos, entre outras características. Desta forma, o presente artigo tem por objetivo ressaltar acerca de uma delas – a abreviação vocabular, cujo traço peculiar se manifesta por meio da eliminação de um segmento de uma palavra no intuito de se obter uma forma mais reduzida, geralmente aquelas mais longas. Diante disso, vejamos alguns exemplos: metropolitano – metrô extraordinário – extra otorrinolaringologista – otorrino telefone – fone pneumático – pneu... Muitas destas abreviações podem denotar sentimentos variados, expressando carinho, desprezo, preconceito e, às vezes, até zombaria. De forma a constatá-los, analisemos os exemplos subsequentes: comunista - comuna Florianópolis – Floripa delegado – delega professor – fessor japonês – japa português – portuga... Uma observação digna de nota, e que também representa a ocorrência em voga, reside no fato de algumas abreviações terem se tornado bastante frequentes na língua atual. Tal fato consiste no uso de um prefixo ou de um elemento, referente a uma palavra composta, no lugar do todo. Analisemos, portanto, alguns casos representativos: micro (relativo a microcomputador) míni (referente a minissaia) vídeo (concernente a videocassete) ex (relativo a ex-namorada, ex-esposa ou ex-marido)... Siglas Sigla é o nome dado ao conjunto de letras iniciais dos vocábulos (normalmente os principais) que compõem o nome de uma organização, uma instituição, um programa, um tratado, entre outros. Na utilização de siglas, observam-se os seguintes critérios: a) Deve-se citar apenas siglas já existentes ou consagradas; a sigla e o nome que a originou são escritos de maneira precisa e completa, de acordo com a convenção ou designação oficial. Exemplo: Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT (e não EBCT) b) Quando mencionadas pela primeira vez no texto, deve-se escrever primeiramente a forma por extenso, seguida da sigla entre parênteses, ou separada por hífen. Exemplo: A Universidade Federal do Paraná (UFPR) é a universidade mais antiga do Brasil. A Universidade Federal do Paraná – UFPR é a universidade mais antiga do Brasil. c) Não são colocados pontos intermediários e ponto final nas siglas. Exemplo: Associação Paranaense de Reabilitação – APR (e não A.P.R.) d) Siglas com até três letras são escritas com todas as letras maiúsculas. Exemplo: ONU – Organização das Nações Unidas IML – Instituto Médico Legal e) Siglas com quatro letras ou mais devem ser escritas com todas as letras maiúsculas quando cada uma de suas letras ou parte delas é pronunciada separadamente, ou somente com a inicial maiúscula, quando formam uma palavra pronunciável. Exemplo: BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social Masp – Museu de Arte de São Paulo Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária f) Deve-se manter com maiúsculas e minúsculas as siglas que originalmente foram criadas com essa estrutura para se diferenciarem de outras, independentemente de seu tamanho. Exemplo: CNPq – Conselho Nacional de Pesquisa (para diferenciá-lo de CNP – Conselho Nacional do Petróleo). g) No caso de siglas de origem estrangeira, deve-se adotar a sigla e seu nome em português quando houver forma traduzida, ou adotar a forma original da sigla estrangeira quando esta não tiver correspondente em português, mesmo que o seu nome por extenso em português não corresponda perfeitamente à sigla. Exemplo: ONU – Organização das Nações Unidas FAO – Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura. h) Deve-se adicionar a letra s (sempre minúscula) para indicar o plural das siglas somente quando a concordância gramatical assim o exigir. Exemplo: O trabalho das ONGs vem repercutindo cada vez mais na sociedade. Radicais e prefixos gregos e latino Radicais gregos No português, diversas palavras são compostas a partir de radicais gregos e latinos, sendo chamados de compostos eruditos. Lista de radicais gregos aero (aér = ar): aeroporto; astro (áster = estrela):astronomia; biblio (bibl-íon = livro): biblioteca; bio (bi-os = vida): biografia; cardio (kard-ia = coração): cardíaco; crono (chron-os = tempo): cronômetro; deca (deka = dez): década; derme (derm-a = pele): dermatologista; di (dis = dois): dissílabo; etno (ethn-os = raça): etnia; gastro (gáster = estômago): gástrico; hetero (héter-os = diferente): heterogêneo; hidro (hyd-ro = água): hidrografia; macro (makr-ós = grande): macróbio; micro (mikrós = pequeno): micróbio; mono (mónos = um): monólogo; neo (né-os = novo): neologismo; oftalmo (ophthálmos = olho): oftalmologia; poli (polys = muito): poligamia; pseudo (pseudos = falsidade): pseudônimo; psico (psiqué = alma): psicologia; tele (têle = longe): telefone; termo (termós = calor): termômetro; tri (triás = três): tríade; zoo (zô-on = animal): zoológico. Radicais latinos Lista de radicais latinos agri (agri = campo): agricultura; alter (alter = outro): alternativa; ambi (ambi = ambos): ambidestro; audio (audire = ouvir): auditório; beli (bellum = guerra): bélico; bi (bis = duas vezes): bisavó; cídio (cidio = matar): suicídio; clar (clarus = claro): claridade; cruci (crux = cruz): crucificar; curv (curvus = curvo): curvilíneo: duo (duo = dois): dueto; equi (aequus = igual): equilátero; escri (scríbere = escrever): escrita; lac (lactis = leite): lácteo; loco (locus = lugar): locomover; loquo (lóquor = fala): ventríloquo; ludo (ludis = jogo): lúdico; mort (mortis = morte): mortandade; oni (omni = todo): onipresente; ped (pedis = pé): pedal; pisci (piscis = peixe): piscicultura; quadru (quattuor = quatro): quádruplo; tri (tres = três): tripé; uni (unus = um): uniforme; verm (vermis = merme): vermicida. Prefixos de Origem Grega a-, an-: Afastamento, privação, negação, insuficiência, carência. Exemplos: anônimo, amoral, ateu, afônico ana-: Inversão, mudança, repetição. Exemplos: analogia, análise, anagrama, anacrônico anfi-: Em redor, em torno, de um e outro lado, duplicidade. anfiteatro, anfíbio, anfibologia anti-: Oposição, ação contrária. antídoto, antipatia, antagonista, antítese apo-: Afastamento, separação. apoteose, apóstolo, apocalipse, apologia arqui-, arce-: Superioridade hierárquica, primazia, excesso. Exemplos: arquiduque, arquétipo, arcebispo, arquimilionário cata-: Movimento de cima para baixo. cataplasma, catálogo, catarata di-: Duplicidade. dissílabo, ditongo, dilema dia- : Movimento através de, afastamento. diálogo, diagonal, diafragma, diagrama dis-: Dificuldade, privação. dispneia, disenteria, dispepsia, disfasia ec-, ex-, exo-, ecto-: Movimento para fora. Exemplos: eclipse, êxodo, ectoderma, exorcismo en-, em-, e-: Posição interior, movimento para dentro. encéfalo, embrião, elipse, entusiasmo endo-: Movimento para dentro. endovenoso, endocarpo, endosmose epi-: Posição superior, movimento para. epiderme, epílogo, epidemia, epitáfio eu-: Excelência, perfeição, bondade. eufemismo, euforia, eucaristia, eufonia hemi-: Metade, meio. hemisfério, hemistíquio, hemiplégico hiper-: Posição superior, excesso. hipertensão, hipérbole, hipertrofia hipo-: Posição inferior, escassez. hipocrisia, hipótese, hipodérmico meta-: Mudança, sucessão. metamorfose, metáfora, metacarpo para-: Proximidade, semelhança, intensidade. Exemplos: paralelo, parasita, paradoxo, paradigma peri- : Movimento ou posição em torno de. periferia, peripécia, período, periscópio pro-: Posição em frente, anterioridade. prólogo, prognóstico, profeta, programa pros-: Adjunção, em adição a. prosélito, prosódia proto-: Início, começo, anterioridade. proto-história, protótipo, protomártir poli-: Multiplicidade. polissílabo, polissíndeto, politeísmo sin-, sim-: Simultaneidade, companhia. Exemplos: síntese, sinfonia, simpatia, sinopse tele-: Distância, afastamento. televisão, telepatia, telégrafo Prefixos de origem latina a-, ab-, abs- : Afastamento, separação. Exemplos: aversão, abuso, abstinência, abstração a-, ad-: Aproximação, movimento para junto. Exemplos: adjunto,advogado, advir, aposto ante-: Anterioridade, procedência. Exemplos: antebraço, antessala, anteontem, antever ambi-: Duplicidade. ambidestro, ambiente, ambiguidade, ambivalente ben(e)-, bem- : Bem, excelência de fato ou ação. Exemplos: benefício, bendito bis-, bi-: Repetição, duas vezes. Exemplos: bisneto, bimestral, bisavô, biscoito circu(m)-: Movimento em torno. circunferência, circunscrito, circulação cis-: Posição aquém. Exemplos: cisalpino, cisplatino, cisandino co-, con-, com-: Companhia, concomitância. Exemplos: colégio, cooperativa, condutor contra-: Oposição. Exemplos: contrapeso, contrapor, contradizer de-: Movimento de cima para baixo, separação, negação. Exemplos: decapitar, decair, depor de(s)-, di(s)-: Negação, ação contrária, separação. Exemplos: desventura, discórdia, discussão e-, es-, ex-: Movimento para fora. Exemplos: excêntrico, evasão, exportação, expelir en-, em-, in-: Movimento para dentro, passagem para um estado ou forma, revestimento. imergir, enterrar, embeber, injetar, importar extra-: Posição exterior, excesso. Exemplos: extradição, extraordinário, extraviar i-, in-, im-: Sentido contrário, privação, negação. Exemplos: ilegal, impossível, improdutivo inter-, entre-: Posição intermediária. Exemplos: internacional, interplanetário intra-: Posição interior. intramuscular, intravenoso, intraverbal intro-: Movimento para dentro. introduzir, introvertido, introspectivo justa-: Posição ao lado. justapor, justalinear ob-, o-: Posição em frente, oposição. Exemplos: obstruir, ofuscar, ocupar, obstáculo per-: Movimento através. percorrer, perplexo, perfurar, perverter pos-: Posterioridade. pospor, posterior, pós-graduado pre-: Anterioridade . prefácio, prever, prefixo, preliminar pro-: Movimento para frente. progresso, promover, prosseguir, projeção re-: Repetição, reciprocidade. rever, reduzir, rebater, reatar retro-: Movimento para trás. retrospectiva, retrocesso, retroagir, retrógrado so-, sob-, sub-, su-: Movimento de baixo para cima, inferioridade. soterrar, sobpor, subestimar super-, supra-, sobre-: Posição superior, excesso. Exemplos: supercílio, supérfluo soto-, sota- : Posição inferior. Exemplos: soto-mestre, sota-voga, soto-pôr trans-, tras-, tres-, tra-: Movimento para além, movimento através. Exemplos: transatlântico, tresnoitar, tradição ultra-: Posição além do limite, excesso. Exemplos: ultrapassar, ultrarromantismo, ultrassom, ultraleve, ultravioleta vice-, vis-: Em lugar de. Exemplos: vice-presidente, visconde, vice-almirante
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