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É uma doença crônica multifatorial que é definida como excesso de tecido adiposo visceral e subcutâneo, em quantidade que determine prejuízo a saúde. Apresenta índice de massa corporal (IMC) maior que 30 kg/m2. Obesidade da parte superior do corpo (abdôme e flanco) tem maiores consequências para a saúde do que a obesidade da parte inferior do corpo (nádegas e coxas). Pacientes com obesidade e circunferência abdominal aumentada (maior que 102 cm em homens e 88 cm em mulheres) ou relações cintura-quadril altas (maior que 1,0 em homens e 0,85 em mulheres) têm um risco maior de apresentar comorbidades relacionadas ao peso e morte precoce do que pacientes com o mesmo IMC e medidas adequadas. Além disso, a gordura visceral dentro da cavidade abdominal é mais perigosa para a saúde do que a gordura subcutânea ao redor do abdômen. A obesidade predispõe a uma ampla variedade de comorbidades. Muitas comorbidades associadas, inclusive DM tipo 2, HA, hiperlipidemia, doença cardíaca, AVC e apneia obstrutiva do sono. Fatores genéticos e ambientais contribuem para o desenvolvimento da obesidade. Estudos com gêmeos demonstraram que genética é responsável por 50-90% da variação do IMC. Acredita-se que apenas uma pequena porcentagem da obesidade humana seja devido a mutações em um único gene. A maioria da obesidade humane se desenvolve a partir da interação de vários genes, fatores ambientais e comportamento. O rápido aumento da obesidade nas ultimas décadas aponta para papéis importantes para fatores ambientais e comportamentais em seu desenvolvimento. As informações históricas devem ser obtidas: o Sobre a idade de inicio; o Alterações recentes de peso; o História familiar de obesidade; o História ocupacional; o Comportamento alimentar e de exercícios; o Experiência anterior de perda de peso e fatores psicossociais, incluindo avaliação para depressão e transtornos alimentares. Classificação de Sobrepeso e Obesidade pelo índice de Massa Corpórea No Brasil, existem mais de 20 milhões de indivíduos obesos. Na população adulta, 12,5% dos homens e 16,9 % das mulheres apresentam obesidade e cerca de 50% têm excesso de peso (sobrepeso). Nos Estados Unidos a situação é ainda mais grave: 64,5% da população adulta está acima do peso, sendo que quase a metade é considerada obesa. Deve ser avaliado: o IMC; o O grau e a distribuição da gordura corporal; o O estado nutricional geral; o Os sinais de causas secundárias de obesidade. 10.09.2021 Aula 18 – Clínica Médica Obesidade Incidência Exame Físico Principais causas secundárias a Obesidade Hipotireoidismo Paciente se encontra com pele seca, fria e descamativa, cabelos finos e secos, voz rouca, madarose, edema duro, presença de bócio. Síndrome de Cushing Paciente se apresentará com estrias violáceas no abdome, face “em lua cheia”, pescoço em ogiva, petéquias, fragilidade capilar. Acromegalia Depressão Ansiedade Menos de 1% dos pacientes com obesidade têm uma causa secundária identificável de obesidade. Todos os pacientes com obesidade devem ser avaliados quando: o Comorbidades relacionadas ao peso; o Pressão arterial o Circunferência da cintura o Glicose de jejum o Perfil metabólico abrangente; o Painel lipídico; o Hemoglobina A1c Na anamnese, deve ser avaliado o motivo principal da consulta (excesso do peso ou complicações do excesso do peso) e a motivação para perda de peso. Deve ser questionado o peso desejado ao final do tratamento, a velocidade de perda de peso esperada, as consequências físicas e psíquicas da perda de peso. Deve-se ter muito cuidado na abordagem, visto que normalmente o assunto já é desconfortável para o paciente. Questionar história do ganho ponderal, tentativas prévias de emagrecer, prática de atividades física, fatores precipitantes de recaída, hábitos e transtornos alimentares. No exame físico deve-se atentar não só para o peso e a estatura, mas também para medidas de pressão arterial com manguito adequado e avaliação de sinais clínicos de obesidade secundária a outras doenças. Os únicos exames necessários na avaliação inicial são glicemia de jejum e colesterol total. Outros exames devem ser guiados conforme achados na história e exame físico. Além das roupas apertadas, o acumulo de gordura é um índice de obesidade. Podemos encontrar: o Episódios de apneia do sono; o Dificuldade para movimenta-se; o Cansaço frequente; o Distúrbios no ciclo menstrual em mulheres. O tratamento é multidisciplinar, sendo a tríade principal: o Apoio à mudança do estilo de vida; o Dieta para provocar déficit calórico o Atividade física rotineira A perda de peso de 5-10% do peso corporal é suficiente para melhorias clinicamente relevantes em muitos fatores de risco entre pacientes com obesidade. A magnitude da perda de peso em 1 ano está fortemente associada a melhorias em muitos parâmetros, incluindo açúcar no sangue, hipertensão, triglicerídeos e colesterol alto. Muitas estratégias dietéticas podem ser eficazes para a perda de peso: o As recomendações devem ser adaptadas às preferências do paciente, pois a adesão à dieta está associada a maior perda de peso e maiores reduções nos fatores de risco cardíaco. o As instruções dietéticas devem enfatizar a ingestão de uma variedade de alimentos predominantemente “não processados”, com atenção especial para limitar os alimentos que fornecem grandes quantidades de calorias sem outros nutrientes, por exemplo, bebidas açucaradas, fast food, junk food e doces. o Uma dieta mediterrânea pode ser uma boa opção para pacientes com alto risco cardiovascular, pois demonstrou reduzir a incidência de eventos cardiovasculares maiores. o Uma dieta de baixo índice glicêmico pode conter a fome e diminuir os desejos, reduzindo as flutuações de açúcar no sangue. o As dietas de substituição de refeições também podem ser usadas de forma eficaz para atingir a perda de peso. o Os nutricionistas podem fornecer educação dietética e personalizar planos de dieta. Tratamento Medicamentoso Pode ser considerado para os pacientes com IMC >30 kg/m² e para aqueles de IMC entre 27 e 29,9 kg/m² com morbidades associadas que não alcançaram as metas em 6 meses com as modificações comportamentais. Importante salientar que é uma terapia adjuvante às modificações não farmacológicas. Como a obesidade é uma doença crônica, a maioria dos medicamentos para perda d peso é aprovada para tratamento de longo prazo. Os medicamentos aprovados para controle de peso devem ser vistos como acréscimos à dieta e aos exercícios para pacientes que não tiveram sucesso apenas com mudanças no estio de vida. Sinais e Sintomas Tratamento Os seis medicamentos mais amplamente prescritos e aprovados pelo FDA são: o Fentermina; o Orlistat; É uma agente antiabsortivo utilizado na dose de 120 mg três vezes ao dia, sendo administrado antes, durante ou até uma hora após as principais refeições. Tem como maiores efeitos adversos flatulência, urgência ou incontinência fecal, sobretudo se a dieta for rica em gorduras. Está contraindicado nos casos de síndrome de má absorção e nos casos de colestase. o Topiramato; É aprovado para uso como anticonvulsivante e para tratamento da enxaqueca e tem como efeito colateral desejado a redução do apetite. Seu uso para esse fim é feito em doses de 25 até 200 mg/dia. Apresenta como principais efeitos adversos sonolência, parestesias e dificuldade de concentração. Consiste numa boa opção para pacientes com enxaqueca/transtorno do humor/ epilepsia e obesidade. Aumentar a medicação lentamente para minimizar efeitos adversos. o Lorcaserina; o Sibutramina É um inibidor da captação de noradrenalina e de serotonina que produz dois efeitos: aumento da saciedade e aumento de gasto energético. É administrada uma cápsula de 10 mg ao dia,podendo ser ajustada até 15 mg ao dia se não houver perda de 2 kg após um mês. Está contraindicada nos casos de: hipertensão mal controlada, insuficiência renal, disfunção hepática grave, glaucoma, abuso de drogas e doenças cardiovasculares. Deve ser prescrita com muita cautela por aumentar mortalidade em pacientes com doença cardiovascular o Fluxetina; o Bupropiona SR; o Liraglutide 3,0 mg Figura - Medicações Relacionadas ao Ganho de Peso
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