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Peça Prático Profissional nº 04 Paulo e Kátia se conheceram em 2010, quando trabalhavam para a sociedade empresária Voz, e se tornaram amigos desde então. Na época, Paulo era casado com Beatriz e tinha um filho, Glauco, de um ano; Kátia estava noiva de Fábio. Passado certo tempo, Kátia terminou o noivado com Fábio e se aproximou ainda mais de Paulo, que acabou se separando de sua esposa, Beatriz. Em 2015, Paulo e Kátia casaram-se no regime da comunhão universal de bens e, em 2017, Paulo se desfez dos imóveis que possuía para adquirir um novo imóvel para residirem. Com a crise que se instalou no país, em 2018, Paulo ficou desempregado e começou a ter dificuldades para pagar a pensão alimentícia de seu filho, Glauco, menor impúbere, tendo, por fim, deixado de quitá-la. Em razão de tais fatos, Beatriz, ex-esposa de Paulo, ajuíza uma demanda de execução de alimentos para garantir os direitos de seu filho. Durante o trâmite da execução de alimentos, que tramita perante a 15ª Vara Cível da Cidade do Rio de Janeiro, o imóvel adquirido por Kátia e Paulo é penhorado. Kátia fica muito apreensiva com a situação, pois se trata do único imóvel do casal. Na qualidade de advogado(a) de Kátia, elabore a defesa cabível voltada a impugnar a execução que foi ajuizada. Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação. AO JUÍZO DA 15ª VARA CÍVEL DA COMARCA DO RIO DE JANEIRO/RJ PROCESSO Nº XXXXXXXXX.XXXXXX.XXXXX KÁTIA, nacionalidade, profissão, estado civil, CPF nº XXX.XXX.XXX-XX e RG nº X.XXX.XXX, com endereço eletrônico ____________________, residente na cidade de ___________, CEP XXXXX-XXX, vem, por meio do advogado que abaixo subscreve, com residência profissional em ______________ na cidade ___________ - UF, onde recebe intimações, e com base no art. 674 e seguintes da Lei 13.105 de 2015, além do estabelecido na Lei 8.009/90, opor EMBARGOS DE TERCEIRO em face de BEATRIZ, devidamente qualificada nos autos. PRELIMINARMENTE A embargante é pobre no sentido legal do termo, não sendo capaz de arcar com custas e honorários advocatícios sem prejuízo ao sustento próprio e de sua família, por isso solicita gratuidade de justiça com fulcro nos arts. 98 e 99 da Lei 13.105 de 2015. DA LEGITIMIDADE, TEMPESTIVIDADE E CABIMENTO Conforme o estabelecido no art. 674, inciso I do CPC de 2015, é cabível o presente instrumento e a embargante é legítima interessada no litígio e pretende resguardar aquilo que é seu por direito, somado a isso é sabido que o presente instrumento é oposto tempestivamente visto que não se verificou ultrapassado o prazo exigido no art. 675 do CPC de 2015, o qual aduz: “Art. 675. Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no processo de conhecimento enquanto não transitada em julgado a sentença e, no cumprimento de sentença ou no processo de execução, até 5 (cinco) dias depois da adjudicação, da alienação por iniciativa particular ou da arrematação, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta.” O imóvel é bem comum do casal e foi penhorado sem ser observada a quota parte da embargante, que não pode responder pelas dívidas do executado, devido a isso o presente instrumento é cabível. DO DIREITO A penhora deve recair somente sobre aquele que responde sobre a dívida, sendo abusiva a constrição que ultrapassa os limites de sua propriedade já que neste caso o objeto da ação atingirá também o patrimônio da embargante, pois trata-se de sociedade conjugal entre a embargante e o executado, portanto, segundo precedente do C. Superior Tribunal de Justiça, a fração do bem que pertence a terceiro não deve ser levado a hasta pública (REsp 1196284/RS), vejamos: “EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. EMBARGOS DE TERCEIRO. CO-PROPRIEDADE. BEM INDIVISÍVEL. PENHORA. HASTA PÚBLICA. IMPOSSIBILIDADE. 1. O Superior Tribunal de Justiça entende que, em execução, a fração ideal de bem indivisível pertencente a terceiro não pode ser levada a hasta pública, de modo que se submetem à constrição judicial apenas as frações ideais de propriedade dos respectivos executados. 2. Recurso Especial provido.” (2010-08-26REsp 1196284 / RS) Conforme o estabelecido no artigo 674, inciso I do CPC de 2015, a embargante solicita acolhimento destes embargos a fim de resguardar sua quota parte de meação. DOS PEDIDOS Diante do exposto requer: a) a concessão da gratuidade de justiça nos termos do art. 98 e 99 do CPC de 2015; b) que seja resguardada a parcela de meação da embargante para que tal fração não responda pela execução, a qual deve recair somente sobre a propriedade do executado nos termos do art. 3º, inciso III da Lei 8.009/90; c) a condenação da autora à indenização pelas custas e quaisquer outros gastos arcados pela embargante em caso de indeferimento da justiça gratuita; d) possibilidade de provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, em especial a documental. Dá-se à causa o valor de R$ XX,XX (valor da quota parte alegada). Nestes termos, pede deferimento. ________________________ Advogado OAB UF XXXXXX FICOU COM DÚVIDA? MANDA SUA PERGUNTA AÍ!
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