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Ansiedade e luto na pandemia COVID 19 - psicologia Junguiana

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FAE CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CURITIBA 
 
SOLANGE NEIVA CORBARI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO DE PSICOLOGIA OPÇÃO III 
ANSIEDADE E LUTO NA PANDEMIA COVID 19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 CURITIBA 
2021 
SOLANGE NEIVA CORBARI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO FINAL ESTÁGIO DE OPÇÃO III 
ANSIEDADE E LUTO NA PANDEMIA COVID 19 
 
 
 
 
 
Relatório de Estágio apresentado 
como requisito parcial para 
conclusão de disciplina Estágio 
Supervisionado Opção III do curso 
de Psicologia, da FAE Centro 
Universitário Orientador Prof. A 
Dra. Maria do Desterro de 
Figueiredo 
 
 
 
 
 
 
CURITIBA 
2021 
FAE Centro Universitário Franciscano do Paraná 
Curso de Psicologia - Estágios Curriculares 
 
DECLARAÇÃO de RESPONSABILIDADE DE PRODUÇÃO e de CORREÇÃO de 
RELATÓRIO ADAPTADO PARA CENÁRIO REMOTO 1º SEMESTRE DE 2021 ESTÁGIOS 
DE OPÇÃO 
 
 
 
 
Estágio: De Opção III 
Local: Plataforma Google Meet 
Aluno(s): Solange Neiva Corbari 
Supervisor: Dr. Maria do Desterro de Figueiredo 
 
 
DECLARAÇÃO 
 
 
Declaro, com ciência dos alunos e para os fins acadêmicos, 
que este relatório de estágio supervisionado foi por nós produzido, 
corrigido pelo professor supervisor e encontra-se de acordo com as 
normas de trabalhos acadêmicos estabelecidas por esta instituição, 
assim como contempla as horas mínimas exigidas para a conclusão do 
mesmo, respeitando o caráter sigiloso que rege o código de ética da 
profissão do psicólogo. 
 
 
 
 
 Solange Neiva Corbari 
 RA: 1001560568 
 
 
 
 
______________________________ 
 Dra. Maria do Desterro de Figueiredo 
 CRP 08/08204 
 Supervisor de Estágio 
 
 
 
 
 
Curitiba, 16 de julho de 2021
 
 
SUMÁRIO 
1.INTRODUÇÃO..........................................................................................................1 
2.CAMPO DE ESTÁGIO.............................................................................................2 
3. ESTÁGIO SUPERVISIONADO ............................................................................2 
4. OBJETIVO GERAL………….. ………………………………………………….3 
4.1 OBJETIVO ESPECÍFICO....................................................................................3 
5. DESENVOLVIMENTO E DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES.......................... 4 
6. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...........................................................................5 
6.1 ARQUÉTIPOS E INCONSCIENTE COLETIVO ….........................................5 
6.2 ANSIEDADE E MEDO………..............................................................................6 
6.3 LUTO E MEDO DA MORTE…………...............................................................9 
7. CONCLUSÃO……………......................................................................................10 
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................11 
9. REFERÊNCIAS.......................................................................................................12 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
 
CORBARI, Solange Neiva. ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA ÁREA DE 
OPÇÃO III: Clinica - Psicologia Analítica. Relatório Final do Estágio de Opção 
III – FAE Centro Universitário. Curitiba, 2021. 
 
 
Relatório produzido como parte das atividades desenvolvidas na disciplina de 
Estágio clínico de Opção III, do curso de Psicologia do Centro Universitário 
Franciscano do Paraná – FAE, do qual faz parte da grade curricular do 10ª 
período de formação, o estágio foi realizado de março a junho de 2021. Os 
atendimentos aos pacientes ocorreram de maneira remota, utilizando-se da 
plataforma do Google Meet, vinculados a PSICOFAE - Serviço Escola. O 
trabalho tem como objetivo apresentar a prática realizada nos atendimentos 
clínicos relacionados com a ansiedade e luto no contexto da pandemia COVID 
19, vinculando com a perspectiva da abordagem da Psicologia Complexa de Carl 
Gustav Jung. 
Palavras Chaves: Pandemia COVID 19; Ansiedade, luto, estágio obrigatório. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
Carl Gustav Jung desenvolveu a abordagem Junguiana com base na 
experiência psiquiátrica, onde passou a maior parte de sua vida se dedicando à 
exploração e aplicação das ciências humanas, como sociologia, antropologia, 
mitologia e religião. As comparações são feitas em revelações acadêmicas sobre 
cultura, descobertas históricas e arqueologia e ciência, campos relacionados, 
incluindo filosofia oriental e ocidental, alquimia e astrologia, e literatura e arte. 
Seu interesse por filosofia e ocultismo tem levado muitas pessoas a pensar que 
ele é um místico, o que o capacita a compreender a auto expressão da mente 
subconsciente em dispositivos e processos mentais. 
O processo clínico demanda do terapeuta uma postura ética diante do 
paciente, buscando ser um facilitador do processo terapêutico do sujeito, tendo 
como objetivo compreendê-lo na sua totalidade, onde o falar possibilita o 
encontro do sujeito com ele mesmo. Frente ao manejo clínico, o terapeuta é o 
iniciador do processo de psicoterapia, buscando sempre o estabelecimento de 
um vínculo entre o paciente e o terapeuta, onde valoriza a fala e a escuta do 
sujeito e promove o autoconhecimento favorável ao processo de individuação. O 
uso de técnicas provenientes do método de Jung proporciona o estudo de 
conteúdos inconscientes do sujeito, como a técnica de circumbulação que 
consiste em pontuar questões envolvidas no funcionamento psíquico do sujeito. 
Os atendimentos psicológicos online surgiram a partir das novas formas 
de comunicação da sociedade contemporânea devido a pandemia que tem 
assolado o mundo, causando impacto significativo na vida dos sujeitos através 
das perdas e isolamento social. Diante do contexto atual, pode-se observar o 
aumento das demandas psicológicas, onde pessoas desenvolvem algum tipo de 
transtornos psíquicos como ansiedade, depressão, medo, síndrome do pânico, 
lutos mal elaborados, entre outros sintomas que surgiram por meio da pandemia. 
Assim sendo, este relatório busca desenvolver sobre o tema da pandemia da 
COVID 19 e as consequências psicológicas que vem trazendo na vida do 
indivíduo, principalmente em relação a ansiedade, perdas e luto numa 
perspectiva junguiana. 
 
 
2. CAMPO DE ESTÁGIO 
 
Por conta da pandemia do COVID-19 e das recomendações da OMS 
(Organização Mundial da Saúde) acerca do isolamento social, foi necessário a 
ocorrência da adaptação nos atendimentos psicológicos da disciplina de Estágio 
Supervisionado em Área de Opção III, que até então eram realizados na FAE 
Centro Universitário, na PSICOFAE. As medidas de segurança estão previstas 
no Diário Oficial da União (2020, p. 62). 
 
§ 3o No que se refere às práticas profissionais de estágios ou às 
práticas que exijam laboratórios especializados, a aplicação da 
substituição de que trata o caput deve obedecer às Diretrizes Nacionais 
Curriculares aprovadas pelo Conselho Nacional de Educação - CNE, 
ficando vedada a substituição daqueles cursos que não estejam 
disciplinados pelo CNE. 
 
Em decorrência da situação, as práticas dos estágios do último período 
dos acadêmicos da FAE Centro Universitário passaram a ser realizados de 
maneira remota, através da plataforma do Google MEET, com o propósito de 
prevenção e segurança dos alunos,professores e pacientes. 
 
3. ESTÁGIO SUPERVISIONADO 
 O Estágio Supervisionado em Psicologia Clínica de Opção III, é previsto 
para o último semestre do quinto ano do curso de Psicologia e está vinculado ao 
Serviço-Escola PSICOFAE, situado na Rua 24 de maio 135, no Centro da Cidade 
de Curitiba. O Serviço-Escola PSICOFAE dá suporte para a formação acadêmica 
e profissional dos alunos do curso de Psicologia da Instituição, por meio de 
atendimentos à comunidade. 
É um espaço para o desenvolvimento de atividades específicas da prática 
profissional, vinculadas aos estágios curriculares, bem como aos projetos de 
extensão, ensino e pesquisa, supervisionados por professores capacitados em 
diferentes linhas de atuação. A PSICOFAE é referência e integra também as 
demais intervenções ligadas às disciplinas práticas previstas na matriz curricular 
do curso em áreas como Clínica, Social, Trabalho, Educacional, Saúde 
Hospitalar e Jurídica. Onde são realizados atendimentos individuais ou em 
grupos, realizado na modalidade remota neste momento, de forma gratuita de 
 
acordo com os horários e disponibilidades dos alunos e pacientes inscritos no 
programa de atendimento psicológico da PSICOFAE. 
A Clínica conta com uma infraestrutura ampla entre elas várias salas que 
promovem o atendimento dos pacientes, contribuindo com o aprendizado dos 
alunos, professores e supervisores. Neste estágio, o acadêmico realizará o total 
de 126 horas, sendo subdivididos 30 horas de supervisão e 40 horas de prática 
cabendo à parte concedente, o desenvolvimento do estágio, proporcionado 
meios que possibilitaram para o estudante realizar as atividades de observação 
e intervenção na área Psicologia Clínica no estágio de Opção III, restando ao 
estagiário, cumprir com empenho e interesse da programação estabelecida pelo 
Estágio. 
 
4. OBJETIVO GERAL 
O objetivo deste relatório baseado na teoria Analítica, visa prestar 
atendimentos psicológicos na modalidade remota, promovendo a escuta e a 
diminuição sofrimento psíquico, contribuindo com o aprendizado e a formação 
acadêmica, desenvolvendo habilidades associadas a escuta e ao exercício da 
prática dos atendimentos clínicos na Perspectiva da Clínica Junguiana. 
4.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
● Proporcionar ao indivíduo um espaço de escuta e acolhimento; 
● Entender a importância da palavra e da escuta na prática do 
psicoterápica; 
● Aplicar o método Analítico de Jung na prática clínica; 
● Possibilitar um maior alcance de pessoas que necessitam de ajuda 
psicológica nestes tempos de pandemia através dos atendimentos 
realizados na modalidade remota e gratuita. 
 
 
 
 
 
 
 
5. DESENVOLVIMENTO E DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES 
Para realização deste estágio, foi definido um grupo composto por quatro 
estagiárias que realizavam as supervisões semanais em grupo com a professora 
orientadora e os atendimento eram realizados de forma individual, sempre 
utilizando como recurso tecnológico a plataforma (Google Meett), Os 
atendimentos aos pacientes ocorreram semanalmente, de forma on-line, com 
duração de 50 minutos cada sessão. Os recursos utilizados foram o método 
dialético; a escuta e a técnica de circumbulação; e equipamentos eletrônicos 
(notebook; celular). 
Foram atendidos três pacientes durante este estágio, dos quais dois 
foram citados neste relatório por apresentarem sintomas e consequências 
relacionados à pandemia em suas vidas. Sabemos que a pandemia COVID 19, 
tema deste relatório, atinge a todos de algumas formas e em graus diferentes 
para cada indivíduo, podendo considerá-lo como um tema arquetípico por se 
tratar de um estado pandêmico coletivo que gera muitos sentimentos de medo, 
ansiedade e depressão. 
A paciente T.H sexo feminino, 30 anos, reside em Curitiba, mora sozinha, 
perdeu o emprego devido a pandemia, teve COVID 19 e recuperou-se, em sua 
fala ficam evidentes a ansiedade, o medo de não conseguir um emprego, a 
solidão associada ao isolamento social, perda de ente querido para a COVID 19. 
Suas sessões foram realizadas nas quartas feiras às 16h. 
O paciente M.L sexo masculino, 20 anos, Reside em Curitiba, mora com 
a mãe, perdeu o emprego devido a pandemia em seguida sua avó faleceu, não 
elaborou esse luto, ansiedade e preocupação com seu futuro. Os atendimentos 
foram realizados nas quartas feiras às 14h. 
 
6. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
A pandemia causada pelo novo coronavírus (COVID-19) tem sido 
considerada uma grave crise sob o ponto de vista epidemiológico e psicológico. 
A doença foi inicialmente reportada na China, em dezembro de 2019 e 
rapidamente houve crescimento do número de casos confirmados e de mortes 
em decorrência da COVID-19 em diferentes países, a Organização Mundial da 
Saúde passou a caracterizá-la como uma pandemia, a partir de 11 de março de 
 
2020. A preocupação com a capacidade dos sistemas de saúde para atender à 
demanda crescente, incluindo a necessidade de leitos hospitalares e 
respiradores, tem levado à proposição de medidas para conter a rápida escalada 
da doença, tais como fechamento do comércio, de universidades e escolas, 
trabalho em home office, restrições a viagens, isolamento de casos suspeitos e 
distanciamento social para toda a população. (CREPALDI, 2020). 
Diante disso, uma combinação de variáveis que associadas a duração e 
letalidade trazem consigo o medo e a ansiedade em doses difíceis de serem 
administradas, somadas à insegurança financeira, à insegurança com a própria 
saúde e à saúde de pessoas próximas. Conforme Nascimento (2020), a palavra 
Pan é o radical da palavra Pânico. A síndrome de Pânico está associada à 
presença de “Pan”, nesta patologia. Quando C. G. Jung nos fala a respeito de 
um mito, refere-se ao que os antropólogos conhecem como um “Padrão de 
Comportamento” (“Pattern of Behaviour”). Um mito é uma extrapolação do 
inconsciente coletivo no plano da Consciência Coletiva. Um sonho nos remete a 
um mito particular, pessoal. Um mito, por sua vez, é um sonho coletivo. Cada 
Mito nos remete a um ou a vários “deuses” entremeados. Um deus, diz respeito 
a uma determinada disposição psíquica atuando em nossa Consciência Coletiva. 
Pan, é um deus da mitologia grega, associado à Natureza, à “Physis” e 
representado, da cintura para baixo, por um bode, e da cintura para cima, como 
um humanóide, protetor dos campos, dos bosques, dos rebanhos e temido por 
todos aqueles que precisavam atravessar a floresta durante á noite. Na ausência 
de Pan, pessoas e animais sentiam-se e percebiam-se sem a conexão com o 
divino, desnorteados e entregues à própria sorte e a si mesmos. Pan, na 
mitologia grega, também é descrito, como um deus perigoso e extremamente 
violento em sua fenomenologia, responsável, portanto, por ataques de "Pânico" 
e também por uma “Pan-Demia”. 
A perda de conexão com o sagrado aponta para a necessidade de sua 
recuperação, aponta para a necessidade urgente de ser resgatada. 
Precisamos nos re-conectar com o sagrado. Coletivamente, estamos 
negando a Natureza. Estamos realizando projeções de nossas 
próprias tendências destrutivas, de ordem paranóide e paranóica sobre 
a Natureza, elencando-a como um inimigo a ser vencido. Precisamos 
nos reconhecer como Natureza. A natureza que está do lado de fora, 
está também do lado de dentro. (NASCIMENTO, 2020). 
 
A despeito da nossa orgulhosa pretensão de dominar a natureza, ainda 
somos suas vítimas, pois não aprendemos nem a nos dominar. Atraímos o 
desastre de maneira lenta, mas que não parece fatal. (JUNG, 1964, p. 128) 
A prática do isolamento social sugere que as atitudes individuais refletem 
diretamente no bem-estar coletivo. Com medo de sermos inseridos nos dados 
estatísticos sobre a taxa de mortalidade da infecção pelo coronavírus, não 
ficamos preocupados apenas com o vírus, mas também com outras pessoas, 
pois, o outro acaba se tornando uma ameaça de infecção. O isolamento social 
perturbaa consciência e abala as relações interpessoais, a vida íntima e os 
planos futuros, constelando um aspecto sombrio coletivo. 
Parece até que cada qual possui a relação mais direta, íntima e 
competente com o seu interior e que sua psique é uma psique universal 
que serve a todos, considerando seu estado de espírito como válido em 
geral. Via de regra ficamos admirados, tristes ou decepcionados quando 
isto não funciona, isto é, quando descobrimos que o outro é realmente 
outro. As diferenças psíquicas não são consideradas simples 
curiosidade ou como algo encantador, mas como algo desagradável, 
difícil de suportar ou insuportável, como algo errado e condenável. O ser 
outro funciona como perturbação da ordem mundial, como erro que deve 
ser afastado o mais rápido possível ou como delito que é preciso punir. 
(JUNG, 2011a, p.146). 
 
Vivemos em um momento onde o medo da morte não só aparece nas 
perdas humanas absurdas que continuam a aumentar a cada dia, mas também 
parece estar roubando nossos sonhos, planos, projetos e até mesmo nosso 
cotidiano, nos deparamos com o isolamento social, o medo de pegar a doença, 
medo de alguém que amamos ficar doente, medo de perder o emprego, a renda, 
medo do futuro onde não se consegue mais fazer planos a curto, médio e longo 
prazo, porque a qualquer momento tudo pode mudar, tornando dessa forma o 
futuro incerto. “O homem sente temor profundo diante do desconhecido. (JUNG, 
2013. §146) e tudo isso vem se tornando um hábito em nosso dia a dia, onde a 
ansiedade e a insegurança impera. 
 
A pandemia interrompeu projetos de vida, pessoais, sociais e 
econômicos, desconstruindo a sensação de controle. Precisamos lembrar que 
não somos o centro do mundo, mas parecemos rejeitar essa ideia porque a crise 
social e econômica mostra as condições, ou a falta de condições, para lidarmos 
com a incerteza. Tomam conta o medo, ansiedade, irritabilidade, estresse, 
tristeza, depressão e são acionados mecanismos de defesas como rejeições, 
projeções, negações, na esperança de uma solução, de um milagre que venha 
nos libertar dessa sombra coletiva do medo que nos domina. “Um ser humano 
possuído por sua sombra está postado em sua própria luz, caindo em suas 
próprias armadilhas. Sempre que possível, ele prefere exercer uma impressão 
desfavorável sobre os outros.” (Jung, 2014, §222.) 
Diante da pandemia, alguns indivíduos entram em uma espécie de 
negação da realidade, não tomando os cuidados para evitar o contágio, outros 
se sentem constantemente ameaçados com a pandemia entrando em uma 
espécie de neurose com excesso de cuidados e rituais, alimentando-se 
constantemente de notícias trágicas e espalhando através das redes sociais toda 
espécie informações, muitas vezes falsas, espalhando o medo e o horror a todos 
que o cercam, identificando-se desta forma, com a própria sombra inconsciente. 
“Muitas vezes é trágico ver como uma pessoa estraga de modo evidente a 
própria vida e a dos outros, e como é incapaz de perceber até que ponto essa 
tragédia parte dela e é alimentada progressivamente por ela mesma.” (JUNG, 
1982, §18). 
Jung critica e aprofunda seu pensamento sobre a importância de ser 
responsável pelo próprio processo de conscientização diante dos 
acontecimentos coletivos, como acontece agora na pandemia. “é algo bem 
diferente vivenciar a transformação no grupo do que em si mesmo (…) O 
indivíduo na multidão torna-se facilmente uma vítima de sua sugestionabilidade 
(…) não se sente nenhuma responsabilidade, mas também nenhum 
medo.”(§.225) Quando esse tipo de movimento pessoal não acontece, 
contribuímos para o desenvolvimento da sombra coletiva. Nesta sombra, as 
pessoas esperam mudanças na sociedade, mas os indivíduos não estão 
dispostos a enfrentar suas próprias sombras. “Por isso as multidões humanas 
são sempre incubadoras de epidemias psíquicas.” (JUNG, 2014, §.227). 
 
 O campo amplo e vasto do inconsciente, não alcançado pela crítica e 
pelo controle da consciência, acha-se aberto e desprotegido para 
receber todas as influências e infecções psíquicas possíveis. Como 
sempre acontece quando nos vemos numa situação de perigo, nós só 
podemos nos proteger das contaminações psíquicas quando ficamos 
sabendo o que nos está atacando, como, onde e quando isso se dá. 
(JUNG, 2011b. §.493). 
 
6.1 Arquétipos e inconsciente coletivo 
Neste momento de pandemia, observa-se muito nos atendimentos 
clínicos o arquétipo do medo, tendo em vista que o arquétipo na sua formação é 
um conglomerado de energia, de emoção que foram gerados por cada ser 
humano ao vivenciar a mesma experiência. As estruturas do inconsciente 
coletivo são os arquétipos, que são como os modelos, “as conexões mitológicas, 
os motivos e imagens que podem nascer de novo, a qualquer momento e lugar 
sem tradição ou migração histórica”. (JUNG, 1991,p.417) 
Para Faria (2003), o inconsciente coletivo pode ser comparado a uma 
usina geradora de símbolos, a serviço da ampliação da consciência. O 
inconsciente junguiano não é apenas o lugar do reprimido, mas também uma 
fonte de possibilidades criativas. No momento atual, estamos alimentando e 
sendo alimentados pelo arquétipo do medo, medo de ficar doente, medo de 
morrer, medo de perder alguém que amamos, medo de perder a condição 
financeira, medo de essa realidade passar a ser o novo normal e muitos outros 
medos. 
Os conteúdos do inconsciente pessoal são principalmente os 
complexos de tonalidade emocional, que constituem a intimidade 
pessoal da vida anímica. Os conteúdos do inconsciente coletivo, por 
outro lado, são chamados arquétipos §4. O arquétipo representa 
essencialmente um conteúdo inconsciente, o qual se modifica através 
de sua conscientização percepção, assumindo matizes que variam de 
acordo com a consciência individual na qual se manifesta. (JUNG, 
2000, §6 ) 
 
 Estamos frente a uma pandemia em que nos deparamos com a realidade 
de não termos nenhum controle sobre a doença e nem teremos perspectiva de 
como será nossa vida pós pandemia gerando grande ansiedade. Não se 
 
consegue planejar o futuro porque ele é incerto, não se tem perspectiva de como 
será o amanhã e isso paralisa, causa angústia, tristeza, depressão e ansiedade 
generalizada. 
Para Jung (2000), na medida em que uma neurose é um assunto 
particular e suas raízes estão fincadas exclusivamente em causas pessoais, os 
arquétipos não desempenham papel algum. Mas se a neurose é uma questão 
de incompatibilidade geral, ou causa um estado de certo modo prejudicial num 
número relativamente grande de indivíduos, somos obrigados a constatar a 
presença de arquétipos. Uma vez que na maioria dos casos as neuroses não 
são apenas fenômenos particulares, mas sim sociais, devemos admitir 
geralmente a presença de arquétipos: o tipo de arquétipo que corresponde à 
situação é reativado, e disso resultam as referidas forças motrizes ocultas nos 
arquétipos que, por serem explosivas, são tão perigosas e de consequências 
imprevisíveis. A pessoa sob o domínio de um arquétipo pode ser acometida de 
qualquer mal. 
Desta forma, conseguiremos melhor enfrentar o momento atual, enfrentar 
o medo da pandemia e tudo o que ela traz consigo, com o arquétipo da coragem, 
coragem para enfrentar essa situação caótica em que paralisam o mundo. 
Coragem para enfrentar o meu mundo psíquico e todos os medos que o assolam, 
coragem para motivar os que estão próximos e desta forma aos poucos criar 
uma atmosfera arquetípica mais positiva, mais esperançosa e assim superarmos 
este momento. 
 
6.2 Ansiedade e Medo 
A ansiedade é o estado psicológico de medo causado pela antecipação 
de situações desagradáveis ou perigosas. A palavra "ansiedade" tem origem no 
latim anxietas, que significa “angústia", "ansiedade”, de anxius = “perturbado", 
"pouco à vontade”, de anguere = “apertar", "sufocar”. 
A ansiedade tem surgido no contexto clínico do momento como “medos”, 
medode morrer, medo de pegar o vírus e transmitir às pessoas que ama, no 
âmbito financeiro é o medo de perder a renda, medo de perder o emprego, se 
está desempregado tem medo de não conseguir um emprego e não ter como 
sustentar a família ou sustentar-se. Como no caso da paciente T.H 30 anos que 
trabalhava em uma ótica que encerrou suas atividades por não conseguir se 
 
manter durante o fechamento do comércio e isolamento social, a paciente perdeu 
o emprego, depende do benefício social seguro desemprego que está prestes a 
acabar e vive a angústia de procurar um emprego e não conseguir, nas sessões 
seus relatos constantes são o medo de não conseguir um emprego e não ter 
como se sustentar, a ansiedade em se deparar com um futuro incerto, medo de 
terminar sua faculdade de letras e não ser bem sucedida. O medo do destino é 
por demais compreensível: ele é imprevisível e ilimitado: encerra perigos 
desconhecidos. (JUNG, 1986. § 165). 
 
A ânsia do jovem pelo mundo e pela vida, o desejo de consumar altas 
esperanças e objetivos distantes constituem o impulso teleológico 
manifesto da vida que se converte em medo da vida, em resistências 
neuróticas, depressões e fobias, se fica preso ao passado, sob algum 
aspecto, ou recua diante de certos riscos sem os quais não se podem 
atingir as metas prefixadas. (JUNG, 2011.§ 798) 
 
Com a pandemia muitos indivíduos perderam renda, estão trabalhando 
em home office sem uma estrutura adequada e muitos não se adaptam a esse 
modelo de trabalho, pois, sentem falta do ambiente de trabalho, do contato com 
os colegas, contato com o público, gerando desta forma ansiedade, tristeza, 
depressão, angústia e isolamento social. Isso apareceu na clínica na fala do 
paciente M.L 20 anos, que devido a pandemia precisou trabalhar em home office 
e não se adaptou, não tinha condições apropriadas para o trabalho, sentia muita 
falta do contato com os colegas de trabalho e dessa forma foi se deprimindo, 
gerando muita ansiedade e levando-o a baixo desempenho em suas atividades 
e acabou perdendo o emprego. Hoje busca um novo trabalho, recebeu propostas 
tentadoras de trabalhar em home office e recusou por não se identificar com essa 
modalidade. Vive uma preocupação constante em conseguir um emprego, em 
ser bem sucedido e por outro lado sente-se inseguro e com medo quanto a 
planos para o futuro. 
Jung faz referência ao medo e a ansiedade no volume I, Estudos 
Psiquiátricos, escrito entre 1902 e 1905, onde diz: 
 
Talvez a maioria dos histéricos que frui plenamente de seus sentidos seja 
doente porque possui grande massa de recordações, dotadas de muita 
 
emoção e, por isso, profundamente arraigadas no inconsciente...Os 
doentes procuram excluir suas emoções da vida diária, por isso, de noite 
elas os atormentam com sonhos ruins e de dia os importunam com 
repentinos ataques de ansiedade precordial, inibem as forças de ação. 
(JUNG, 1994[1905], §176). 
 
O inconsciente apenas parece ser uma força destrutiva quando o ego 
assume uma unilateralidade exagerada. Consequentemente, pelo princípio da 
auto regulação psíquica realizada pelo self, o ego pode ser invadido por imagens 
e emoções amedrontadas e avassaladoras, cujo objetivo último, no entanto, é o 
de acordá-lo para uma transformação. (FARIA, 2003). 
 
6.3 Luto e medo da morte 
Ao contrário de outros eventos que também causam mortes em grande 
escala (como desastres naturais e acidentes aéreos), onde os rituais funerários 
favorecem o processo de despedida e a elaboração de sentido para a perda, 
durante uma pandemia, esses rituais simbólicos foram proibidos devido ao risco 
de contaminação, visto que nestes momentos é normal que aconteçam 
aglomerações de pessoas, abraços e aperto de mão aumentando as chances de 
infecção. Essa mudança muitas vezes torna o processo de luto mais desafiador, 
principalmente quando a família acredita que o falecido não recebeu a cerimônia 
fúnebre que merecia, ou mesmo não tem oportunidade de de serem confortados 
e confortar as pessoas próximas, pois o apoio ajuda a lidar com a perda e seguir 
em frente. 
Conforme Guarnieri (2019), a perda de um ente querido provoca uma 
série de transformações que o sobrevivente não escolheu enfrentar, onde, 
observam-se com frequência episódios de raiva, irritação generalizada, 
amargura, tal como os comportamentos encontrados em situação de estresse. 
“É como se o enlutado estivesse reagindo a uma situação de perigo iminente 
que, na verdade, é o perigo da perda de si mesmo. O luto provoca uma reação 
em cadeia, nossa alma é afetada pela dor e se desorganiza com a perda. Um 
novo tempo se inicia e se torna inevitável que o passado se afirme quebrando 
todos os laços que o velho tempo construiu”. 
Nunca estamos tão convencidos desta marcha inexorável do que quando 
vemos uma vida humana chegar ao fim, e nunca a questão do sentido e do valor 
 
da vida se torna mais premente e mais dolorosa do que quando vemos o último 
alento abandonar um corpo que ainda há pouco vivia. (JUNG. 2011. § 796). 
Em um relato de sua experiência ao contrair o vírus, a paciente T.H conta 
que pegou COVID 19 e que foi uma experiência horrível, achava que iria morrer 
sem ver a mãe. Passou mal e foi para o hospital, ficou cinco horas na fila de 
espera deitada no chão do corredor com a cabeça apoiada em sua mochila, se 
sentindo como uma indigente, ninguém podia lhe acompanhar devido aos 
cuidados com o contágio e sem poder falar com ninguém pois seu celular estava 
sem bateria. Sentia-se sozinha e desesperada por se ver naquela situação e 
olhar em volta e ver muitas outras pessoas na mesma situação que ela e outras 
bem piores. Quando foi atendida, o médico passou a medicação para aplicá-la e 
ouviu o enfermeiro dizer que não tinha mais a medicação, que não teria aquela 
quantidade de soro para aplicar, que o hospital estava lotado e eles não tinham 
mais o que fazer, não tinham leitos, só um médico atendendo e uma fila de 
espera de cinquenta pessoas. Foi desesperador ouvir tudo aquilo e saber que 
ela estava lá passando mal, sem poder contar com as pessoas queridas, 
sentindo muito medo de morrer e não poder se despedir de ninguém, “era a visão 
do inferno, foi desesperador, achei que não sairia de lá viva” (SIC). 
A palavra “Inferno” tem sua origem na palavra latina INFERUS, que 
significava “lugares baixos”. Ter que deitar-se no chão do hospital porque não 
tinha lugar, se sentindo uma indigente, se vendo privada assim como as demais 
pessoas ali, de atender suas necessidades básicas, sem ter dignidade. A doença 
a colocou no chão, no chão frio de um hospital, no chão frio de se ver sozinha 
sem o conforto e afeto das pessoas que ama e o medo de não sair daquele lugar 
com vida, sem poder se despedir ou se comunicar com as pessoas queridas. A 
falta de medicamentos e de leitos, falta de profissionais da saúde para atender 
a demanda, a angústia de quem está ali precisando de ajuda, o desespero de 
quem está do lado de fora sem notícias de seu familiar e muitos outros fatores 
que se atravessam na vida do indivíduo nesse momento causando muita dor e 
sofrimento. A experiência relatada pela paciente retrata um pouco o sofrimento 
que passam milhões de indivíduos neste momento de calamidade. 
Temos, naturalmente, um repertório de conceitos apropriados a 
respeito da vida, que ocasionalmente ministramos aos outros, tais 
como: "Todo mundo um dia vai morrer", "ninguém é eterno" etc., mas 
 
quando estamos sozinhos e é noite, e a escuridão e o silêncio são tão 
densos, que não escutamos e não vemos senão os pensamentos que 
somam e subtraem os anos da vida, e a longa série daqueles fatos 
desagradáveis que impiedosamente nos mostram até onde os 
ponteiros do redigiu já chegaram, e a aproximação lenta e irresistível 
do muro de trevas que finalmente tragarão tudo o que eu amo, desejo, 
possuo, espero e procuro; então toda a nossa sabedoria de vidase 
esgueirara para um esconderijo impossível de descobrir, e o medo 
envolvera o insone como um cobertor sufocante. (JUNG. 2011 § 796). 
Além de causar muitas perdas em um curto período de tempo, a 
dificuldade de realizar cerimônias simbólicas de despedida entre moribundos e 
seus familiares e cerimônias fúnebres pode dificultar a vivência do luto. 
O luto é um processo natural do ser humano. Esta é uma forma de lidar 
com situações de perdas na vida que causam grandes sofrimento. Porém, 
embora essa pandemia seja um fenômeno natural da existência humana, 
provoca desequilíbrio na sociedade e na vida de cada indivíduo que precisa se 
adaptar às mudanças e enfrentar as perdas associadas a pandemia, como perda 
de entes queridos, perda do abraço e contato com as pessoas que ama, perda 
da liberdade de ir e vir, de viajar, de frequentar ambientes sociais, perda de 
recursos financeiros como desemprego, corte de salários, fechamento do 
comércio e encerramento de atividades comerciais, perda do lugar e da vida, 
todo indivíduo foi e está sendo afetado pela pandemia em diferentes graus de 
perdas. 
 
7. CONCLUSÃO 
Ao final deste trabalho conclui-se que o papel do psicólogo é de extrema 
importância principalmente frente a pandemia da qual o mundo inteiro enfrenta 
e as consequências físicas, materiais e psicológicas que têm deixado na vida de 
cada indivíduo. Assim como os profissionais da saúde nesse momento cuidam 
do corpo do indivíduo, os profissionais da psicologia tem cuidado do psíquico, da 
mente/alma, sendo o suporte, o amparo é o espaço para que o indivíduo 
compartilhe sua dor, preocupações, anseios e medos. Neste espaço de acolhida 
se encontra consigo mesmo e encontra forças para continuar a jornada de herói 
frente a pandemia. 
 
 
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Conclui-se desta forma, que este estágio proporcionou grande 
aprendizado na jornada acadêmica promovendo através da prática clínica 
grande conhecimento e bagagem a ser levada para a prática profissional. Os 
atendimentos clínicos durante o estágio possibilitaram uma reflexão que permitiu 
maior amplitude de conhecimento sobre os aspectos que envolvem o 
funcionamento psíquico de cada indivíduo. 
É oportuno considerar que a orientadora deste estágio, prof. Maria do 
Desterro foi de extrema importância, sempre acolhendo, orientando, 
compartilhando seu rico conhecimento na prática clínica que agregou muito em 
nosso aprendizado. 
Com esse estágio conseguimos visualizar a importância do atendimento 
clínico e o quanto essa prática profissional auxilia na vida dos indivíduos que 
buscam ajuda. 
 
 
 
 
 
 
9. REFERÊNCIAS 
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de COVID-19: demandas psicológicas emergentes e implicações práticas. 
Estud. psicol. Campinas , v. 37, 2020. Disponível em: 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
166X2020000100508&lng=en&nrm=iso>. acesso em 09 Maio 2021. 
FARIA, Durval L. de. O pai possível: Conflitos da Paternidade 
contemporânea. São Paulo: Educ, 2003 
GUARNIERI, Maria Cristina Mariante. O Luto E O Silêncio Da Morte. IJEP. 
2019. Disponível em: https://www.ijep.com.br/artigos/show/o-luto-e-o-silencio-
da-morte. Acesso: 19/05/2021 
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16/2, 7a ed. Petrópolis, RJ: Vozes.1971. 
 
JUNG, C.G. Aion: estudo sobre o simbolismo do si-mesmo. O.C. vol.9/2. 
7.ed. Petrópolis: Vozes, 1982. 
JUNG, Carl Gustav. A natureza da psique. 8 ed. Petrópolis: Editora Vozes,. 
O.C. vol. 8/2. 2011 
JUNG, Carl Gustav. A vida simbólica. O.C. vol. 18/1, 7a ed. Petrópolis, RJ: 
Vozes.1971. 
JUNG, Carl Gustav. Civilização em transição. O.C. vol.10/3. Petrópolis: Vozes, 
2011A. 
JUNG, Carl Gustav. Estudos psiquiátricos. O.C. Vol.1. Petrópolis, RJ: Vozes, 
1994. 
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Editora Vozes, O.C. vol. 17. 2013. 
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Fronteira, 1964. 
JUNG, Carl G. Os arquétipos e o inconsciente Coletivo. 4 ed. Rio de 
Janeiro: Vozes, 2006. 
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JUNG, Carl Gustav. Símbolos da transformação. O.C 5. Petrópolis, RJ: Vozes, 
1986. 
JUNG, Carl Gustav. Tipos psicológicos. O.C vol. 6. Petrópolis, RJ: Vozes, 
1991. 
NASCIMENTO, Joel Fernando Brinco. “Pandemia Covid 19: Por Um Novo 
Começo Do Depoimento Especial. Atravessando O Rubicão”. TJES. Junho 
de 2020. Disponível em:http://www.tjes.jus.br/wp-content/uploads/A-
PANDEMIA-COVID-19-E-A-REINVEN%C3%87%C3%83O-DO-DEPOIMENTO-
ESPECIAL.pdf. Acesso: 16/05/2021 
 
 
 
 
 
 
 
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