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LICENCIATURA EM ARTES VISUAIS FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I Semestre 3 Prof. Rubens de Souza UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I� UNIMES VIRTUAL L782c LOBO, Maurício Nunes Curso de Pedagogia: Atividades Curriculares Acadêmicas Adicionais (por) Prof. Maurício Nunes Lobo. Semestre 2. Santos: UNIMES VIRTUAL. UNIMES. 2006. 22p. 1. Pedagogia 2. Atividades Curriculares Acadêmicas Adicionais. CDD 371 Universidade Metropolitana de Santos Campus II – UNIMES VIRTUAL Av. Conselheiro Nébias, 536 - Bairro Encruzilhada, Santos - São Paulo Tel: (13) 3228-3400 Fax: (13) 3228-3410 www.unimesvirtual.com.br Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição. www.unimesvirtual.com.br FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I � UNIMES VIRTUAL UNIMES – Universidade Metropolitana de Santos - Campus I e III Rua da Constituição, 374 e Rua Conselheiro Saraiva, 31 Bairro Vila Nova, Santos - São Paulo - Tel.: (13) 3226-3400 E-mail: infounimes@unimes.br Site: www.unimes.br Prof.ª Renata Garcia de Siqueira Viegas da Cruz Reitora da UNIMES Prof. Rubens Flávio de Siqueira Viegas Júnior Pró-Reitor Administrativo Prof.ª Rosinha Garcia de Siqueira Viegas Pró-Reitora Comunitária Prof.ª Vera Aparecida Taboada de Carvalho Raphaelli Pró-Reitora Acadêmica Prof.ª Carmem Lúcia Taboada de Carvalho Secretária Geral mailto:infounimes@unimes.br www.unimes.br FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I� UNIMES VIRTUAL EQUIPE UNIMES VIRTUAL Diretor Executivo Prof. Eduardo Lobo Supervisão de Projetos Prof.ª Deborah Guimarães Prof.ª Doroti Macedo Prof.ª Maria Emilia Sardelich Prof. Sérgio Leite Grupo de Apoio Pedagógico - GAP Prof.ª Elisabeth dos Santos Tavares - Supervisão Prof.ª Denise Mattos Marino Prof.ª Joice Firmino da Silva Prof.ª Márcia Cristina Ferrete Rodriguez Prof.ª Maria Luiza Miguel Prof. Maurício Nunes Lobo Prof.ª Neuza Maria de Souza Feitoza Prof.ª Rita de Cássia Morais de Oliveira Prof. Thiago Simão Gomes Angélica Ramacciotti Leandro César Martins Baron Grupo de Tecnologia - GTEC Luiz Felipe Silva dos Reis - Supervisão André Luiz Velosco Martinho Carlos Eduardo Lopes Clécio Almeida Ribeiro Grupo de Comunicação - GCOM Ana Beatriz Tostes Carolina Ferreira Flávio Celino Gabriele Pontes Joice Siqueira Leonardo Andrade Lílian Queirós Marcos Paulo da Silva Nildo Ferreira Ronaldo Andrade Stênio Elias Losada Tiago Macena William Souza Grupo de Design Multimídia - GDM Alexandre Amparo Lopes da Silva - Supervisão Francisco de Borja Cruz - Supervisão Alexandre Luiz Salgado Prado Lucas Thadeu Rios de Oliveira Marcelo da Silva Franco Secretaria e Apoio Administrativo Camila Souto Carolina Faulin de Souza Dalva Maria de Freitas Pereira Danúsia da Silva Souza Raphael Tavares Sílvia Becinere da Silva Paiva Solange Helena de Abreu Roque Viviane Ferreira FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I � UNIMES VIRTUAL AULA INAUGURAL Caro aluno, seja bem-vindo à disciplina Fundamentos de Expressão e Linguagem Bidimensional I. Esta disciplina abordará os fundamentos da representação gráfica bidi- mensional: ponto, linha, plano e suas relações técnicas e procedimentais gráficas. O objetivo é propor a investigação dos aspectos históricos e téc- nicos da perspectiva, relacionando-os aos artistas e obras que fizeram uso da mesma. Aborda, também, a investigação histórica dos materiais expressivos, com ênfase no desenho, propondo o estudo de qualidades técnicas dos mate- riais expressivos, explicitando as relações com as obras da história da arte e os artistas que adoram esse material. A idéia do curso é refletir e exercer, junto com o aluno, práticas de leitu- ra e escrita em ambientes digitais interativos. A partir dessas vivências, pretende-se derivar decorrências e estratégias de abordagem da circula- ção, compreensão e produção de representações artísticas em diferentes materiais. A disciplina tem duração de 80 horas e está dividida em quatro unidades. Espero que possamos aproveitar toda nossa convivência e troca de co- nhecimento. Um grande abraço, Prof. Rubens de Souza FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I� UNIMES VIRTUAL FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I � UNIMES VIRTUAL Índice Unidade I - Representação Bidimensional ......................................................... 11 Aula: 01 - Importância do desenho .............................................................................. 12 Aula: 02 - Tipos de desenhos ...................................................................................... 14 Aula: 03 - Elementos do desenho ................................................................................ 17 Aula: 04 - Elementos visuais ....................................................................................... 20 Aula: 05 - Elementos relacionais ................................................................................. 23 Aula: 06 - Forma do desenho ...................................................................................... 27 Aula: 07 - Conteúdo e forma ....................................................................................... 31 Aula: 08 - Composição ................................................................................................ 33 Aula: 09 - Composição de forma ................................................................................. 36 Resumo Unidade I ....................................................................................................... 39 Unidade II - Composição Visual ......................................................................... 43 Aula: 10 - Ponto de atenção ........................................................................................ 44 Aula: 11 - Equilíbrio ..................................................................................................... 49 Aula: 12 - Desequilíbrio ............................................................................................... 53 Aula: 13 - Cor .............................................................................................................. 57 Aula: 14 - O exprimir e o processo criativo ................................................................. 63 Aula: 15 - Harmonia das cores .................................................................................... 69 Aula: 16 - Textura ........................................................................................................ 71 Aula: 17 - Escala de medida ................................................................................................ 74 Aula: 18 - Dimensões .................................................................................................. 77 Aula: 19 - Perspectiva ................................................................................................. 79 Aula: 20 - Processo de criação .................................................................................... 82 Resumo Unidade II ...................................................................................................... 86 Unidade III - Composição Visual e os Recursos Tecnológicos ........................... 89 Aula: 21 - Influência da informática ............................................................................. 90 Aula: 22 - Suporte digital ............................................................................................. 93 Aula: 23 - Arte digital .................................................................................................. 96 Aula: 24 - Suporte digital II ........................................................................................ 100 Aula: 25 - Fundamentos da linguagemvisual ............................................................ 105 Aula: 26 - Forma........................................................................................................ 109 Resumo Unidade III ................................................................................................... 112 FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I10 UNIMES VIRTUAL Unidade IV - Anatomia .................................................................................... 115 Aula: 27 - Importância do desenho ............................................................................ 116 Aula: 28 - Anatomia – parte I .................................................................................... 118 Aula: 29 - Anatomia – parte II ................................................................................... 121 Aula: 30 - Anatomia – parte III .................................................................................. 126 Aula: 31 - Figura humana – silhueta .......................................................................... 130 Aula: 32 - Figura humana – luz e sombra .................................................................. 133 Resumo Unidade IV ................................................................................................... 136 FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I 11 UNIMES VIRTUAL Unidade I Representação Bidimensional Objetivos Identificar os elementos básicos das artes visuais (ponto, linha, cor, textura, for- ma e volume) e possibilitar a criação de códigos e análises de soluções. Plano de Estudo Esta unidade conta com as seguintes aulas: Aula: 01 - Importância do desenho Aula: 02 - Tipos de desenhos Aula: 03 - Elementos do desenho Aula: 0� - Elementos visuais Aula: 0� - Elementos relacionais Aula: 0� - Forma do desenho Aula: 0� - Conteúdo e forma Aula: 0� - Composição Aula: 0� - Composição de forma FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I12 UNIMES VIRTUAL Aula: 01 Temática: Importância do desenho Nesta aula, estudaremos os fundamentos do desenho e sua influência na vida do homem. Quantos de nós vemos? Donis A. Dondis (2000, p.6) afirma que: A primeira experiência por que passa uma criança em seu processo de aprendizagem ocorre através da consciência tátil. Além desse conhecimento “ma- nual”, o reconhecimento inclui olfato, a audição e o paladar, num intenso e fecundo contato com o meio ambiente. Esses sentidos são rapidamente intensifi- cados e superados pelo plano icônico – a capacidade de ver, reconhecer e compreender, em termos visu- ais, as forças ambientais e emocionais. Praticamente desde nossa primeira experiência no mundo, passa- mos a organizar nossas preferências e nossos temo- res, com base naquilo que vemos. Ou naquilo que queremos ver. Essa descrição é apenas a ponta do iceberg, e não dá, de forma alguma, a exata medida do poder e da importância que o sentido visual exerce sobre nossa vida. Nós aceitamos sem nos dar conta de que ele pode ser aperfeiçoado no processo básico de observação, ou ampliado até converter-se num in- comparável instrumento de comunicação humana. Aceitamos a capacidade de ver da mesma maneira como a vivenciamos – sem esforço. Nossa experiência visual fundamenta-se no aprendizado para que possa- mos compreender o meio ambiente e reagir a ele. Portanto, a informação visual é o mais antigo registro da história humana. Assim, os elementos contidos numa obra de arte são freqüentemente cha- mados de forma. O termo forma é também empregado para designar mate- rial visual que os olhos recebem, e organizam, de modo que a mente humana possa captá-los numa composição. Os estudos de como os elementos visu- ais e táteis funcionam ou se estruturam na arte chamam-se análise visual. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I 13 UNIMES VIRTUAL A partir de tais análises, sabe-se que, nas representações gráficas, os elementos pertencentes ao desenho adquirem simbologia, como é o caso da linha. A linha reta, ascensorial, expressa espiritualidade, elevação, e esse costume foi vastamente utilizado no período gótico. Já a linha curva expressa movimento, vida, sensualidade, e sua maneira desenvolveu-se no barroco. No período moderno, a linha assume novo caráter para atender às expectativas de sua época, em que a razão, a segurança, a calma e a solidez são percebidas em suas horizontalidades. Os exemplos são importantes para a percepção do observa- dor, e não somente para a variedade no momento da criação dos artistas. . Escultura barroca A percepção visual deve preceder a execução das represen- tações gráficas. Portanto, será necessário estudarmos as partes que compõem o todo do desenho, e, assim, chegar- mos à sua totalidade para compararmos as instâncias existentes entre si. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I1� UNIMES VIRTUAL Aula: 02 Temática: Tipos de desenhos Verificamos que há diferentes tipos de representações gráfi- cas, portanto, nesta unidade, vamos conhecer alguns tipos de desenho, utilizados em diferentes áreas profissionais. Desenho à mão livre Caricatura Segundo Hallawell, desenho é a interpretação de qualquer realidade, seja ela visual, emocional, intelectual etc., por meio da representação gráfica. Portanto, seu aprendizado baseia-se em conhecer a sintaxe da linguagem visual. Com o desenho, podem-se desenvolver composições visuais bi ou tridimensionais. Os fundamentos do desenho propiciam ao desenhista di- ferentes habilidades como o desenho de observação, entre outras. Desenho técnico Desenho técnico de objeto FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I 1� UNIMES VIRTUAL O desenho técnico é uma representação gráfica que tem objetivos preci- sos para as necessidades geradas pelas diferentes modalidades da enge- nharia e arquitetura. Para todos eles, o desenho técnico representa for- mas, dimensões e posições de objetos, a partir de técnicas específicas de representações que estão alicerçadas no desenho geométrico. Perspectiva Perspectiva de prédio A perspectiva desenvolve representações gráficas em três dimensões, profundidade e volume. Existem vários tipos de perspectivas e sua utiliza- ção se dará para os critérios artísticos e para diferentes modalidades da engenharia e arquitetura. Desenho geométrico Pentágono inscrito em uma circunferência O desenho geométrico parte da matemática para a resolução de problemas ligados à lógica. A palavra geometria é composta por dois radicais gregos: geos (terra) e metron (medida). Surgiu em função da necessidade humana de medir terrenos. No entanto, a geometria serve até os dias atuais para solucionar problemas métricos, como cálculos de áreas de figuras planas FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I1� UNIMES VIRTUAL e volumes de corpos sólidos. Outros campos da geometria são: geometria descritiva, analítica, euclidiana, entre outras. Até aqui, tivemos um breve panorama de algumas das mo- dalidades do desenho. Certamente, iremos explorar melhor esse tema nas próximas aulas. No entanto, quando falamos sobre linguagem visual do desenho, é preciso ressaltar que ela propicia inúmeras maneiras de interpretações. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I 1� UNIMES VIRTUAL Aula: 03 Temática: Elementos do desenho Nesta aula, estudaremos os elementos do desenho. Boa aula! Elementos do desenho Podemos, então, destacar os elementos do desenho e agrupá-los da se- guinte forma: A) Elementos conceituais. B) Elementos visuais. C) Elementos relacionais. D) Elementos práticos. Elementos conceituais Os elementos conceituais só existem na teoria, ou seja, não são visíveis. Por exemplo: sempre que identificamos um formato qualquer, percebemos que há um plano o qual envolve seu volume. Assim, podemos teorizar e refletir sobre alguns desses elementos. O ponto, a linha, o plano e os volumes fazem parte dos elementos do desenho a partir deseu caráter conceitual. Vejamos: Ponto – Um ponto determina posição. Ele não tem comprimento nem lar- gura. Não ocupa nenhuma área ou espaço. É o início e o fim de uma linha, e, sempre que houver duas ou mais alinhas que se cruzem, um ponto será formado. Identificamos o Ponto com letras maiúsculas do nosso alfabeto. Representação do Ponto FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I1� UNIMES VIRTUAL Linha – À medida em que um ponto se movimenta, sua trajetória se torna uma linha. A linha não tem largura. Tem posição e direção. É limitado por pontos, e forma o contorno do plano. A linha é identificada por letras mi- núsculas do nosso alfabeto. Representação da linha Plano – A trajetória de uma linha em movimento, diferente de sua direção intrínseca, torna-se um plano. Um plano tem comprimento e largura, mas não tem espessura. Tem posição e direção. É limitado por linhas. Define os limites externos de um volume. Representação de plano Volume – A trajetória de um plano se torna volume. Tem posição no espa- ço e é limitado por planos. No desenho bidimensional o volume é ilusório. Representação do volume FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I 1� UNIMES VIRTUAL Verificamos que, para que haja sua execução, o desenho possui elementos importantes. Observar atentamente tais elementos propicia novas possibilidades na elaboração do desenho. Na próxima aula, verificaremos outros! Até a próxima aula! FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I20 UNIMES VIRTUAL Aula: 0� Temática: Elementos visuais Quando os Elementos Conceituais se tornam visíveis, eles assumem mais características, ou seja, percebemos seu formato, seu tamanho, sua cor e sua textura. Cada repre- sentação será determinada pelo tipo de material usado. Formato – Tudo que observamos tem um formato que proporciona sua identificação. Demonstração de formatos Tamanho – Todos os formatos têm tamanho. O tamanho dos objetos é relativo, se descrevermos em termos de grande- za ou pequenez. Cor – Os formatos se distinguem em seu entorno devido a cor. A cor aqui é utilizada em seu sentido amplo, que compreende todos os matizes e tons de cinza. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I 21 UNIMES VIRTUAL Identificação de formatos a partir de suas cores Textura – A textura se refere às características da superfície de um for- mato e apresenta várias características, como: liso, áspero, simples, com- posto, entre outros. Exemplos de texturas Pesquisa E Leitura Fonte: DONDIS, D. A. Sintaxe da Linguagem Visual. São Paulo: Martins Fontes, 2000. Elabore a leitura do capítulo 1: O caráter do conteúdo do alfabeto visual. Exercícios 1) Em uma folha de papel canson, desenhe um formato qualquer. Em ou- tras palavras, faça um desenho livre figurativo. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I22 UNIMES VIRTUAL Lembrete: Há muitas maneiras para interpretar a linguagem visual. Desenhar é um processo interligado ao processo de ver. Portanto, a capacidade de dese- nhar depende da capacidade de ver. Vale dizer que, para desenhar, neces- sitamos de técnicas, ou seja, é possível ensinar alguém a desenhar, uma vez que essa pessoa tenha apreendido tais técnicas. Há vários tipos de desenho. Visite o site http://www.itaucultural.org.br/ - último acesso em 09/08/2007 Verifique as diferentes obras artísticas existentes lá. Percebemos, então, a importância dos elementos visuais. Os elementos identificados nesta aula são facilmente per- cebidos, porém devemos explorá-los dentro de critérios me- todológicos. Observe que será possível desenvolver trabalhos, de modo específico, utilizando cada um dos elementos. http://www.itaucultural.org.br/ FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I 23 UNIMES VIRTUAL Aula: 0� Temática: Elementos relacionais Os elementos relacionais determinam a localização, e inter- relações, dos formatos em um desenho. Sua percepção se dá a partir da direção, posição, espaço e gravidade. Direção – A direção de um formato depende do modo como está relacio- nado com o observador e com a moldura que o contém ou com demais formatos. Os formatos identificam direção oposta Posição – A posição de um formato é entendida pela sua relação com a moldura. Exemplo de posição de formato Espaço – Formatos de qualquer tamanho ocupam espaço. Portanto, o es- paço pode ser ocupado ou deixado vazio. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I2� UNIMES VIRTUAL Exemplo de espaço com pouco e muito preenchimento. Gravidade – A percepção de gravidade não é visual, mas psicológica. Assim sendo, atribuímos peso, leveza, estabilidade ou instabilidade a for- matos individuais ou aos grupos. Exemplo de Gravidade Lembrete Forma e Desenho As Duas maneiras básicas de mudar externamente uma forma são por variações nos cantos e nas bordas FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I 2� UNIMES VIRTUAL Extensão - Uma forma pode ser estendida por uma margem ou por cama- das concêntricas. A criação de uma moldura de determinado formato, o acréscimo como segundo plano, ou a introdução de camadas subseqüen- tes também podem ser utilizadas como extensões. Superposição Formas podem ser superpostas a determinada situação sem alterar seu formato geral. Transfiguração Uma forma pode ser transfigurada pela mudança total ou parcial em algo figurativo. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I2� UNIMES VIRTUAL Observamos a sutileza dos elementos relacionais. Eles orien- tam os formatos dentro de diferentes configurações em um desenho. Os parâmetros servem tanto para as composições quanto para análises de trabalhos elaborados. Exercitando o conhecimento Observe a obra: A imagem abaixo é uma obra de Jacques Louis David, chamada de A morte de Sócrates, de 1787, em Óleo sobre tela e mede 1,30 X 1,96 m. Encontra-se no Museu Metropolitano de Arte Nova York. Imagem também disponível em: http://faculty.washington.edu/smco- hen/320/SocratesDeath.jpg - último acesso em 09/08/2007 A obra mostra Sócrates em vias de beber um cálice de veneno. Observa- mos, também, que Sócrates é comparado à figura de Jesus Cristo (exis- tem doze discípulos na cena). Até a próxima aula, e não se esqueça de visitar o site su- gerido, pois será muito importante para o seu processo de aprendizagem. http://faculty.washington.edu/smcohen/320/SocratesDeath.jpg http://faculty.washington.edu/smcohen/320/SocratesDeath.jpg FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I 2� UNIMES VIRTUAL Aula: 0� Temática: Forma do desenho Até aqui, estudamos os elementos básicos do desenho, os quais fazem parte da composição de todos os materiais e mensagens visuais. Portanto, o ponto age como unidade mí- nima e a linha age como articulador imprescindível para a forma, seja na gestualidade do esboço seja na rigidez de um projeto técnico. Assim, verificaremos nesta aula a constituição dos elementos visuais, que normalmente são denominados de “forma”. Nesse sentido, forma não é apenas uma figura que é vista, mas um for- mato com tamanho, cor e textura definidos. Assim, ponto, linha ou plano, quando visíveis, tornam-se forma. Em uma superfície bidimensional, todas as formas planas são limitadas por pontos e linhas, as quais constituem suas bordas. As formas planas têm variedades de formatos que podem ser classificados. Verifique: Formas geométricas desenvolvidas matematicamente Formas orgânicas Limitados por linhas curvas livres, sugerem gestualidade e crescimento. Ex. 01: Ex. 02: FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I2� UNIMES VIRTUAL Formas retilíneas Limitados por linhas retas sem estabelecer relação matemática Formas irregulares Construídos por linhas retas e curvas. Não se relacionam umas com as outras matematicamente. Formas feitas à mão Caligráficos, ou feitos à mão livre, sem auxílio de instrumentos. Formas acidentaisObtidos acidentalmente ou por meio de materiais que possibilitam efeitos especiais. Ex. 03: Ex. 04: Ex. 05: Ex. 06: FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I 2� UNIMES VIRTUAL Formas positivas e negativas Normalmente uma forma ocupa um determinado espaço, mas também pode ser vista como um espaço vazio circundado pelo espaço. Em representações brancas e pretas, consideramos o preto como espaço ocupado e o branco como não ocupado. Assim, na ilustração acima, te- mos as figuras “A” e “B”, como formas positivas e as “C” e “D” negativas, respectivamente. Contudo, quando há intersecções de imagens, a visualização tende a ficar mais complexa, como veremos a seguir. Exemplo de intersecção. As instâncias que determinam o positivo e o ne- gativo ficam complexas à medida que maiores inferências são atribuídas à representação. Exercício 1) Desenvolver composição visual a partir de colagem. Material: Uma folha de papel canson. Uma folha de papel off set 120 gramas (cartolina), ou papel color plus, em cor preta. Cola e tesoura. Ex. 07: Ex. 08: FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I30 UNIMES VIRTUAL Instruções: Com o material em mãos, recorte duas formas geométricas, duas formas orgânicas e duas formas retilíneas. A partir de uma folha de papel canson, cole as formas estabelecendo os seguintes critérios: 1.1 - Na folha de papel canson cole as formas que lhe forem mais conve- nientes, porém somente as formas positivas. 1.2 – Em outra folha de e papel preto cole formas aleatórias negativas. 1.3 – Em outra folha de papel canson crie intersecções das formas. Ver figuras Ex.08. Verifique que outros elementos já mencionados contribuem para a elaboração da forma como a cor, a direção e outros. Portanto, o formato geral se refere à sua aparência e é descrita por retas, curvas, feitas à mão livre ou por meio de instrumentos como régua, com- passo, computador e outros. A figura 9 é Agulha, uma obra de Regina Silveira (série Armarinhos), 2002, plotter e vinil adesivo e dimensões variáveis. Acesse o link abaixo. http://reginasilveira.uol.com.br/gravurasgrafias/01.jpg - último acesso em 09/08/2007 A imagem contida no link acima trabalha com a projeção de sombras utili- zando-se, também, da forma em positivo. Nesta aula, acompanhamos algumas formas de desenho que você irá encontrar em diversos espaços públicos e pri- vados. http://reginasilveira.uol.com.br/gravurasgrafias/01.jpg FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I 31 UNIMES VIRTUAL Aula: 0� Temática: Conteúdo e Forma Nesta aula, estudaremos alguns itens essenciais para esta- belecer a comunicação visual. O conteúdo e a forma são os componentes básicos e irredutíveis de todos os conteúdos comunicacionais (a dança, a poesia, a prosa), bem como as artes visuais. O conteúdo é fundamentalmente o que está sendo, direta ou indiretamen- te, expresso; é o caráter da comunicação, ou seja, a mensagem. Na comunicação visual, o conteúdo nunca está dissociado da forma. Os formatos que se alteram e os meios de comunicação de massa são espe- cíficos a cada conteúdo. Assim, nós teremos a mídia impressa (jornal, re- vista, livro etc.), a mídia eletrônica (TV, rádio, cinema) e a digital (Internet e seus dispositivos). Para todos os meios, verifica-se que a mensagem é composta segundo o objetivo de: contar, expressar, explicar, dirigir, inspirar etc. Assim, a composição visual vai sendo solicitada à medida que determi- nados conteúdos sejam elaborados e necessitem de sua fundamentação. Portanto, o resultado de toda experiência visual, na natureza e, basicamen- te, no design, está na interação de polaridades duplas: primeiro, as forças do conteúdo (mensagem e significado) e da forma (design, meio e orde- nação); em segundo lugar, o efeito recíproco entre articulador (designer, artista) e receptor (público). A forma é afetada pelo conteúdo; o conteúdo é afetado pela forma. A men- sagem é emitida pelo criador e modificada pelo observador. Na mídia impressa temos os originais. Em artes gráficas, um original é qualquer tipo de imagem que se pretende reproduzir por meio de processos de pré-impressão e de impressão. Nesta acepção, o original é geralmente uma representação bidimensional, como uma fotografia, um desenho ou uma pintura, um texto e assim por diante, podendo ser em preto e branco e em cores para reprodução na mídia impressa. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I32 UNIMES VIRTUAL O criador (designer, artista), necessita, além de dominar técnicas especí- ficas, de: Compreensão: é a capacidade de entender a mensagem literal contida em uma comunicação. Análise: é a capacidade de desdobrar o material em suas partes consti- tutivas, percebendo-se suas inter-relações e modos de organização. É a capacidade de decompor um todo em suas partes. Síntese: é a capacidade de colocar em ordem os pensamentos essen- ciais da mensagem. A síntese manifesta-se pela reconstituição do todo decomposto pela análise, eliminando-se o que é secundário e fixando-se no essencial. Avaliação: é a capacidade de emitir um juízo de valor e de verdade a res- peito das idéias essenciais de uma mensagem. Manifestam-se por meio de julgamento, crítica, relações lógicas e aplicação científica. Aplicação: manifesta-se pela habilidade de associar-se a assuntos parale- los ou utilizar-se de princípios apreendidos num contexto semelhante. É a capacidade que nos garante o entendimento do assunto ou da mensagem, e nos permite projetar novas idéias a partir dos conhecimentos. A mensagem, e o método para expressá-la, depende grandemente da compreensão e da capacidade de usar as técnicas visuais e os instrumen- tos da composição visual. Vimos que a comunicação visual tem propósito mediante diferentes necessidades. Ainda há uma inter-relação entre o criador e o observador. Até o próximo encontro! FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I 33 UNIMES VIRTUAL Aula: 0� Temática: Composição Na aula anterior, verificamos a importância dos conteúdos enviados aos diferentes meios de comunicação. Nesta aula, daremos seqüência ao tema da aula anterior Composição A mensagem tem o objetivo de contar, expressar, explicar, dirigir, inspirar e afetar. Na busca de qualquer objetivo, fazem-se escolhas com as quais se pretende reforçar e intensificar as intenções expressivas, para que se possa deter o controle máximo das respostas. Isto exige alguma habilida- de. A composição é o meio interpretativo de controlar a re-interpretação de uma mensagem visual por parte de quem a recebe. O significado se encon- tra tanto no olho do observador quanto no talento do criador. CONTEÚDO MENSAGEM E SIGNIFICADO FORMA MEIO E ORDENAÇÃO LEITOR / OBSERVADOR A forma é afetada pelo conteúdo; o conteúdo é afetado pela forma. A men- sagem é emitida pelo criador e modificada pelo observador. Os componentes da composição são aspectos tangentes da imagem. Seja numa estrutura de formulação visual abstrata, seja substituída por deta- lhes representacionais, ou realistas elaboradas por palavras ou símbolos, sua “substância” visual é fundamental. A mensagem e o significado não se encontram na substância física, mas sim na composição. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I3� UNIMES VIRTUAL A concisa história de um projeto pedagógico para o design Na Europa, formaram-se dois eixos artísticos de diferentes orientações e que marcaram atuação nas primeiras décadas do século XX. Grupos, pelo choque da Primeira Guerra Mundial, fundaram-se na utopia, e nas vertentes construtivistas destes eixos, pelo desejo de integração so- cial por meio da arte, numa aproximação às questões abertas pela indus- trialização. Foi dentro desse eixo que atuou a escola Bauhaus, fundada na Alemanha, em 1919, pelo arquiteto Walter Gropius e que, com movimen- tos como o construtivismo Russo e De Stijl, determinou novas práticas da vida moderna. Bauhaus, durante seus quatorze anosde existência, desenvolveu pesqui- sas visuais de comunicação e estética. Para a escola Bauhaus, desde seu primeiro momen- to, constituem comunicação: o traçado da cidade, as formas dos edifícios, dos veículos, dos móveis, dos objetos, das roupas, a publicidade, as marcas de fá- brica, o invólucro das mercadorias, todos os tipos de artes gráficas; espetáculos de teatro, cinema, espor- tes. Tudo que se inclui no vasto âmbito da comunica- ção visual é, na Bauhaus, objeto de análise e projeto. (Argan, 1992, p. 271) Algumas colocações são importantes e anteriores à sua formação. Do final do século XIX ao período da primeira guerra, a Alemanha teve uma posi- ção de liderança no processo industrial e nos métodos de serialização dos objetos. Em 1915, Walter Gropius promoveu a reestruturação da escola superior de Belas Artes e foi criada a Bauhaus. Sua metodologia didática teve como base o chamado ensino bipolar ou ensino de duas vias. Promoveu a inte- gração das áreas técnicas com as áreas artísticas. Paralelas? FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I 3� UNIMES VIRTUAL Qual vertical é maior? Consulte o livro de Rudolf Arnheim e leia o capítulo 2. ARNHEIM, R. Arte e Percepção Visual. 12. ed. São Paulo: EDUSP, 1998. Composição é a ordenação de elementos. É o resultado da melhor organização dos elementos visuais e suas relações. Até o próximo encontro! FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I3� UNIMES VIRTUAL Aula: 0� Temática: Composição de forma No desenho, é possível criar formas figurativas ou abstra- tas. Com isso, podemos criar uma série de composições em diferentes relações. Um bom exemplo são as formas singu- lares normalmente identificadas como um plano chapado e com detalhes ou formato com textura. A figura 1 A é composta por um formato de plano chapado; na 1 B obser- vamos alguns detalhes internos; na 1 C há uma textura em seu preenchi- mento. Formas compostas Podemos estabelecer formas compostas à medida que surgem novas pos- sibilidades compositivas, como: formas sobrepostas, formas separadas, formas unidas. Tais composições ainda podem variar de acordo com sua posição no plano. Observe: Na figura 2 A temos uma composição em que os formatos encontram-se separados, no entanto, variam a posição de seus elementos. Observamos na figura 2 B que sua posição alterna, porém sua direção é a mesma. Na figura 2 C, as variações aconte- cem em sua posição e direção. Neste caso houve um efeito de rotação. Vale dizer que são possíveis novas variedades. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I 3� UNIMES VIRTUAL Nas composições também podemos agrupar elementos, alternadamente, ou estabelecer critérios, como os descritos acima. Na figura 3 A, temos elementos de repetição, e, na figura 3 B, conquis- tamos um efeito de gradação de tamanho. Observe que são as mesmas formas do exemplo 3 A em mesma direção e tamanho. Podemos, ainda, estabelecer composições com elementos distintos que se repetem aleatoriamente. Na figura A observamos uma obra de Joan Miro – Maravillas com varia- ciones acrósticas em Jardin de Miró. Tentamos estabelecer elementos distintos que seguem parcialmente a composição feita por Miró. A elaboração da composição é um processo investigativo. Não basta, so- mente, a inspiração do artista. Será necessário que a obra possua elemen- tos da comunicação visual cuidadosamente elaborados. O pré-conhecimento de alguns estudos facilitará tanto para o autor quanto para o receptor da obra. A composição tem, não só, de relacionar entre si os elementos de cada ordem: forma, cor, luz etc, como garantir a sua síntese na unidade superior da obra. Ela será tanto mais complexa quanto maior for o artista. Exercício 1) Material: lápis 6 B e papel canson formato A 4. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I3� UNIMES VIRTUAL Escolha um formato qualquer e o desenhe estabelecendo os critérios es- tudados nesta unidade. 2) Material: cola, tesoura, fotografia de revista e folha de papel canson formato A 4. Escolha qualquer fotografia retirada de uma revista. Recorte partes signi- ficativas da fotografia. Se houver a necessidade de mais imagem, você pode procurar. Coloque os recortes sobre a folha de papel canson e planeje sua composi- ção. Somente depois de ter definido, comece a colar as imagens. Busque, na Internet, informações sobre: Almir Mavgnier/ Al- fredo Volpi/ Beatriz Milhazes. Boa sorte! Consulte o livro de Rudolf Arnheim e leia o capítulo 2. ARNHEIM, R. Arte e Percepção Visual. 12. ed. São Paulo: EDUSP, 1998. Até o próximo encontro! FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I 3� UNIMES VIRTUAL Resumo - Unidade I Nesta unidade, você acompanhou as aulas que abordaram a importância da representação gráfica na vida do ser hu- mano. Depois, analisamos os elementos pertencentes ao desenho, bem como seus tipos. Com isso, percebemos que o desenho tem forma e função distinta para cada expressão e compõe mensagens visuais. A partir da linha, como articulador imprescindível para a forma, da gestualidade do esboço ou da rigidez de um desenho usado para o projeto técnico, são oferecidos elementos básicos da comunicação visual. Você viu, também, aspectos relacionados à forma, a qual não é apenas uma simples figura, mas possui formato, tamanho, cor e textura. Portanto, nas representações bidimensionais, todas as formas planas são limitadas por pontos e linhas, as quais constituem seus contornos, e po- demos classificá-los. Estudamos juntos os aspectos compositivos e alguns cuidados mínimos para sua elaboração, ou seja, a composição é a correlação de vários fato- res, como forma, luz, cor etc. Diante dos estudos elaborados nesta unidade, percebemos que o dese- nho pode ser apreendido, mais facilmente, à medida que deciframos cada forma visual. Sua elaboração é um processo de criação que tem objetivos específicos. Espero que tenha gostado dessa unidade, e que se sinta entusiasmado para pesquisar e desenvolver desenhos. Fique atento, pois nas próximas unidades abordaremos novos aspectos. Até a próxima unidade! Referências Bibliográficas ARNHEIM, R. Arte e Percepção Visual. 12 ed. São Paulo: EDUSP, 1998. DONDIS, D. A. Sintaxe da Linguagem Visual. São Paulo: Martins Fontes, 2000. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I�0 UNIMES VIRTUAL HALLAWELL, P. À Mão Livre: a linguagem do desenho. Vol. I e II. São Paulo: Melhoramentos, 1994. MAYER, R. Manual do artista. São Paulo: Martins Fontes, 1999. MOLINA, J. J. G. Lãs Lecciones del Dibujo. Madrid: Ediciones Cátedra, 1987. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I �1 UNIMES VIRTUAL Exercício de auto-avaliação I 1) A perspectiva é uma representação gráfica que: Desenvolve representações de três desenhos. Identifica a altura, a profundidade e a largura do objeto representado. Identifica os volumes do objeto. É a representação gráfica elaborada com sombreamento. 2) O desenho geométrico parte da matemática para a resolução de problemas ligados à lógica. A palavra geometria é composta por duas palavras gregas: geos (terra) e metron (medida). Portanto, podemos afirmar que: A afirmativa é correta. A afirmativa é falsa. Identifica a altura, profundidade e a largura do objeto representado a partir de cálculos. É a união do desenho e da matemática para solucionar problemas. 3) Podemos, então, destacar os elementos do desenho e agrupá-los da seguinte forma: Elementos conceituais, visuais, relacionais e práticos. Linha, ponto e plano. Linha, volume e perspectiva. Técnicas artísticas. �) Assinale a alternativa correta: Nossa experiência visual fundamenta-se no aprendizado para que possamos compreen- der o meio ambiente e reagir a ele. Ponto não tem dimensão, por isso não possui dimensão num plano. Os elementos relacionais de uma representação gráfica nunca se aplicam a um desenho. A percepção visual não deve preceder a execução das representaçõesgráficas. �) Segundo Hallawell: desenho é a interpretação de qualquer realidade, seja ela visual, emocional, intelectual etc., por meio da representação gráfica . os fundamentos do desenho propiciam ao desenhista diferentes habilidades, exceto o desenho de observação; a arte gráfica é uma representação técnica que rompe com as estruturas geométricas; a geometria surgiu da paixão humana pela estética. a) b) c) d) a) b) c) d) a) b) c) d) a) b) c) d) a) b) c) d) FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I�2 UNIMES VIRTUAL FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I �3 UNIMES VIRTUAL Unidade II Composição Visual Objetivos Conhecer os fundamentos básicos do desenho e o uso de materiais específicos, introduzindo o estudo da representação espacial no plano. Plano de Estudo Esta unidade conta com as seguintes aulas: Aula: 10 - Ponto de atenção Aula: 11 - Equilíbrio Aula: 12 - Desequilíbrio Aula: 13 - Cor Aula: 1� - Harmonia das cores Aula: 1� - Forma Aula: 1� - Textura Aula: 1� - Escala de medida Aula: 1� - Dimensões Aula: 1� - Perspectiva Aula: 20 - Processo de criação FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I�� UNIMES VIRTUAL Aula: 10 Temática: Ponto de atenção Estudaremos, nesta unidade, algumas instâncias que deter- minam a composição visual1. Inicialmente, podemos imaginar o espaço, que, no seu sentido genérico, é uma extensão não limitada nem circunscrita, que tem uma indeterminada capacidade de conter objetos. Na comunicação visual, o espaço limita- do chama-se formato, ou seja, superfície limitada em uma determinada forma, do mesmo modo que a parte contida pelo formato, em linguagem gráfica, é chamada de espaço. A escolha de um formato é a primeira questão a ser resolvida. No início de nossas experiências, será melhor escolhermos um formato prático para a finalidade que desejamos. A nossa folha de papel canson pode ser um excelente formato; a tela de um pintor representa outro, ou, ainda, a tela do computador possibilita novas vivências. Após termos escolhido um formato adequado, podemos indagar sobre o ponto de atenção do observador, ou seja, qual é o centro ótico? O processo da composição visual é tarefa que requer atenção para equa- cionar questões compositivas. Apesar de o modo visual não oferecer es- truturas rígidas e absolutas, podemos criar parâmetros norteadores que contribuirão para resultados satisfatórios. 1 Aquela que se caracteriza pela ênfase nos aspectos gráfico-visuais da mensagem que está sendo transmitida. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I �� UNIMES VIRTUAL O olhar tende a ficar ligeiramente acima do centro geométrico determinado pelo cruzamento das diagonais. O centro ótico tende a percorrer a área central de um formato. Verifique na figura abaixo. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I�� UNIMES VIRTUAL Também não podemos esquecer de que nós, ocidentais, temos um sentido de leitura determinado, como mostram as setas em verde na Figura 2. O ponto de atenção pode variar de acordo com a criação do artista! Verifique o exemplo abaixo: Observe que o ponto de atenção da ilustração acima lança o olhar para fora do formato. A ilustração do avião atua como uma seta que indica a direção que devemos observar. Acesse a Figura de Lasar Segal, Menino com lagartixas – Óleo sobre tela, 61 X 98, 1924, por meio do link abaixo: http://www.horizonte.unam.mx/brasil/plastica/segall1.html - último aces- so em 09/08/2007 http://www.horizonte.unam.mx/brasil/plastica/segall1.html FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I �� UNIMES VIRTUAL Note que, na obra do grande artista Lasar Segal, o menino conduz nosso olhar para lado direito inferior da tela. A pre- dominância dos tons verdes destaca mais a roupa vermelha do menino. Esse recurso de contraste determina o ponto de atenção. Outro aspecto relevante é a percepção visual, em que a tonalidade de tudo que enxergamos é uma resposta da incidência da luz sobre as coisas. Lembrete Percepção visual Os elementos visuais são revelados pela luz, portanto, linha, cor, forma, direção, textura, dimensão, movimento, entre outros, definirão aquilo que está sendo concebido. Basicamente, há dois tipos de luz: a luz natural (solar) e a luz artificial. As sombras podem ser próprias ou projetadas. Nas próximas aulas exploraremos mais esse tema. Exercícios 1) Materiais: Uma folha de papel canson, formato A4 (21,0 X 29,7 cm), lápis 2 B (da marca Faber Castel), Nanquim de cor preta (existem várias marcas de nanquim, por isso sugerimos a marca Acrilex) e pincel (núme- ros 2 e 8, pêlo de marta e da marca Tigre). Ainda trabalhando com formas em positivo e negativo, você deverá criar qualquer desenho figurativo, ou abstrato, e estabelecer diferentes pon- tos de atenção. Crie o mínimo de dois positivos e dois negativos. Veja os exemplos e crie o seu: FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I�� UNIMES VIRTUAL Lembrete Verificamos que, de um lado, tem-se uma nova geração de profissionais necessitando principalmente de um aprofundamento de conceitos funda- mentais na linguagem visual que trabalha com o verbal e o não-verbal, desmistificando o uso de determinados softwares como único recurso ca- paz de habilitar ao exercício pleno dessa atividade. De outro lado, verifica- se a necessidade de perceber a computação gráfica como uma ferramenta a mais no processo de criação, aliada às diferentes áreas. Nota-se que uma nova linguagem visual está, ao mesmo tempo, sendo criada a partir dos diversos softwares utilizados na área gráfica e virtual, e que os recur- sos tecnológicos podem enriquecer, ainda mais, os resultados aos quais se pretende chegar. Para tanto, é importante analisar os paradigmas das novas tecnologias e suas contribuições para comunicação e a arte. Boa sorte e até o próximo encontro! FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I �� UNIMES VIRTUAL Aula: 11 Temática: Equilíbrio Como já foi visto, a forma é um meio de comunicação e as representações gráficas elaboradas têm ponto de atenção, em que o observador ficará mais estimulado a ver. Ainda dentro desse objetivo, iremos estudar mais algumas particularida- des da informação visual. Equilíbrio O ser humano tem necessidade do equilíbrio. Essa influência é entendida tanto pela psicologia quanto pela física, ou seja, há a necessidade de ter- mos os pés firmes sobre o solo e permanecermos ereto. O equilíbrio na composição gráfica é uma referência presente na avaliação visual. O equilíbrio impõe a estabilidade pela anulação mútua de forças opostas. É um fator tão sensível que, quando existe, só o percebemos pela ênfase que dá harmonia, e por outro lado, se violado, experimentamos a sensação de desagrado, (discrepância). O equilíbrio pode ser simétrico ou assimétrico. Observe: FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I�0 UNIMES VIRTUAL Nas figuras acima, percebemos imediatamente que a composição visual é bem equilibrada. Basicamente, o que se tem de um lado encontra-se do outro, de maneira oposta. Os elementos apresentados mantêm o equilíbrio visual Equilíbrio simétrico Evidencia a massa simétrica distribuída em ambos os lados de um eixo fic- tício que a vista sempre fixa em composição como essa. Freqüentemente, falta-lhe ação, e, não sendo dinâmico, leva ao desinteresse em função da inércia e da monotonia. Equilíbrio assimétrico Recebe o nome de balanceamento, e é caracterizado pela distribuição dos vários elementos que se opõem com pesos desiguais de um e de outro lado, de modo que a vertical do centro de gravidade divide o todo em par- tes desiguais, porém equivalentes. O equilíbrio está garantido pela assimetria e equivalência. Oferece a exuberância da vitalização da ação. Traduz o princípio mecânico da balança romana, e constitui um dos reflexos marcantes da arte contem- porânea nas composições informais (assimétricas) ou matemáticas.FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I �1 UNIMES VIRTUAL Observe que este modelo arquitetônico é simétrico, e esteve presente em um determinado período histórico. A Villa Savoye, do franco-suíço Le Corbusier, é um dos edifícios mais paradigmáticos da arquitetura fun- cionalista, e já apresenta equilíbrio assimétrico. Lembrete Se os objetos são do mesmo tamanho e têm aspectos parecidos, devem situar-se as distâncias iguais do centro para dar a sensação de descanso. Princípio da balança: equilíbrio simétrico. No equilíbrio da composição assimétrica, se os objetos não são do mesmo tamanho, e não há semelhança, o maior se colocará mais perto do centro e o menor mais longe para dar impressão de equilíbrio. O equilíbrio simétrico é rígido e repousado. O equilíbrio assimétrico tem maior graça e oferece a idéia de ação. Com o equilíbrio conseguimos um objetivo fundamental: ordenarmos har- moniosamente as unidades da composição. O equilíbrio fundamenta-se na idéia de peso e movimento. O peso pode ser determinado pela extensão da massa, por vários valores tonais ou equilibrando ambos os fatores. O movimento é determinado pela sucessão ótica com que a vista é levada por todos os elementos. Equilibrar não é compensar pesos iguais à direita e à esquerda de uma linha vertical, como na simbologia da balança. O equilíbrio não tem de ser matemático, pode seguir outras possibilidades. Sugestão de leitura complementar Leia o capítulo I do livro: Arte e percepção visual de Rudolf Arnheim. GOMES FILHO, J. Gestalt do objeto: sistema de leitura visual da forma. São Paulo: Escrituras, 2000. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I�2 UNIMES VIRTUAL Exercícios 1) Material: Papel canson, formato A4 (21,0 X 29,7 cm), papel espelho (qualquer cor), cola e tesoura. Recorta-se no contorno, ou no interior do papel espelho, formas quaisquer. Esses recortes são colados rebatidos ao lado da mesma forma base. Pode- se chegar a trabalhos bem elaborados com muitas formas rebatidas. 2) Com o mesmo material, estabelecer uma composição visual de equilí- brio assimétrico. Veja os exemplos e crie o seu: Verificamos, então, que o equilíbrio impõe a estabilidade pela anulação mútua de forças opostas. Percebemos, ainda, novas possibilidades de estabelecer os critérios que deter- minam o equilíbrio. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I �3 UNIMES VIRTUAL Aula: 12 Temática: Desequilíbrio Como vimos na aula anterior, há critérios para equilíbrio visual. Mas será que existe desequilíbrio visual? Nesta aula, vamos verificar novas possibilidades para compor graficamente. Boa Aula! Desequilíbrio É uma formulação oposta ao equilíbrio, ou seja, é o estado no qual a força, agindo sobre o corpo, não consegue se equilibrar harmoniosamente. Os resultados conquistados a partir do desequilíbrio parecem ser aciden- tais e instáveis. Esta instabilidade pode ser utilizada como uma técnica compositiva para provocar a atenção do observador. Todo efeito de desequilíbrio é dado pela memória que temos da força de gravidade. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I�� UNIMES VIRTUAL Contraste O contraste é variedade, pois os elementos contrastados aumentam sua força expressiva. Mas é pela presença ou ausência da luz que o contraste é bastante utilizado. Para acessar a figura denominada “Baco Adolescente”, de Michelangelo Merisi da Caravaggio, 1597, óleo sobre tela, 37 3/8 x 33 1/2 in, Uffizi, Flo- rença acesse o link abaixo: http://www.historianet.com.br/imagens/barroco5.jpg - último acesso em 09/08/2007 O contraste é também um importante recurso para chamar a atenção do observador. http://www.historianet.com.br/imagens/barroco5.jpg FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I �� UNIMES VIRTUAL Um recurso vastamente utilizado é o alto contraste, em que não há o meio tom e todas as áreas de sombra são realçadas com o preto. Pesquisa Acesse o Google e pesquise sobre alto contraste. No ícone imagem veja como são utilizados em desenhos e fotografias. Boa pesquisa! Exercício 1) Material: Folha de papel canson A4 (21,0 X 29,7 cm), uma folha A4 de papel vegetal ou papel manteiga, lápis 2 B, pincel (número 2, pêlo de Mar- ta e de marca Tigre), nanquim e revista velha. Selecione uma imagem qualquer de revista, preferencialmente, uma ima- gem de rosto masculino ou feminino que já tenha alto contraste bastante definido. Após selecionar a imagem, sobreponha a folha de papel vegetal ou manteiga sobre a imagem. Copie a imagem marcando todas as áreas que deverão ficar preenchidas, ou seja, eliminando o meio tom. Definido o desenho no papel vegetal, ou manteiga, coloque a face dese- nhada junto com o papel canson. Exercendo certa pressão, decalque o de- senho para o papel canson. Para tanto, você deverá contornar novamente FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I�� UNIMES VIRTUAL o desenho pelo verso do papel vegetal, ou manteiga, e, assim, o desenho será decalcado para o papel canson. Estando o desenho pronto e transferido para o canson, você irá sobrepor com nanquim. Os contornos deverão ser feitos com o pincel, bem como o preenchimento de grandes áreas. O resultado será bastante satisfatório, e muitos desenhos poderão ser fei- tos com essa técnica. Boa criação! Lembrete Podemos estabelecer contraste por tamanhos. Observe: O contraste pode ser utilizado no nível básico de construção e decodifica- ção do objeto, com todos os elementos básicos: linhas, tonalidades, cores, direção, contornos, movimentos e, sobretudo, com a proporção e escala. Até a próxima aula! FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I �� UNIMES VIRTUAL Aula: 13 Temática: Cor Como vimos na aula anterior, podemos conquistar bons re- sultados a partir de técnicas de contraste e outros. Porém, nesta aula, estudaremos a cor. Esse importante recurso oferece a emoção, por assim dizer, no processo visual. Cor A cor é muito importante por reforçar a informação visual. É muito impor- tante do ponto de vista sensorial. As cores são responsáveis pela redefini- ção das características dos objetos e podem servir às diversas finalidades funcionais, como psicológicas, simbólicas, mercadológicas, cromoterápi- cas etc. Cores primárias: amarelo, vermelho e azul. Sendo a cor um apelo visual intenso, é capaz de influenciar vários setores da experiência humana. A cor é uma sensação, uma interpretação cerebral de todas as ondas lu- minosas que sensibilizam os bastões e cones de nossa retina. Algumas teorias apontam que o olho humano é sensível a três cores básicas que possibilitam a percepção de todas as demais. São as cores primárias: azul, vermelho e amarelo. O primeiro a estudar a cor foi Isaac Newton (1642 – 1727), quando analisou o espectro solar através de um prisma. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I�� UNIMES VIRTUAL Cores primárias: São cores percentualmente irredutíveis. Cores secundárias: laranja, roxo, verde. São formadas pela união de duas cores primárias. AMARELO + VERMELHO = LARANJA VERMELHO + AZUL = ROXO AZUL + AMARELO = VERDE Cores terciárias ou intermediárias Resultam da mistura de uma primária com outra secundária. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I �� UNIMES VIRTUAL Cores quentes e frias Consideramos quente a cor associada, por exemplo, à idéia do sol, fogo etc e frias aquelas associadas ao verde como o azul da água, que dá a sen- sação de frio. Por outro aspecto, o calor de um tom é relativo: o magenta parece frio junto a um alaranjado, mas parece quente ao lado das misturas verdes, azuis. São cores quentes: o amarelo, o amarelo alaranjado, o laranja, o vermelho alaranjado e o vermelho violeta. São cores frias: o amarelo – verde, o verde, o azul violeta, o azul e o violeta. O tom / matiz As cores de base e as cores compostas chamam-se tons. Com essa deno- minação, indica-se a sensação primordial dacor. Tom, tinta ou cor são sinônimos da variação qualitativa da cor. Este con- ceito é ligado diretamente ao comprimento da onda de cada radiação. Com base nas diferentes tonalidades, pode-se afirmar que uma cor é ver- melha, verde, amarela, azul etc. A saturação Ocorre quando uma cor está presente com sua força e pureza máxima, quando ela corresponde ao seu comprimento de onda determinado no es- pectro em que atingiu a sua máxima saturação. A saturação varia de acor- do com a quantidade de branco adicionado ao tom saturado. Na pintura, modifica-se a saturação de um pigmento adicionando branco. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I�0 UNIMES VIRTUAL Lembrete Cor / luz Newton acreditava na teoria corpuscular da luz. Por isso, teve grandes desavenças com Huygens, que acreditava na teoria ondulatória. Posterior- mente, provou-se que a teoria de Newton não explicava satisfatoriamente o fenômeno da cor. Apesar disso, Newton fez importantes experimentos sobre a decomposição da luz com prismas, e acreditou que as cores eram devidas ao tamanho da partícula de luz. Aristóteles concluiu que a luz se deslocava sob forma de ondas. Já os discípulos do filósofo e matemático Pitágoras sustentaram que objetos visíveis emitem correntes contínuas de partículas de luz. As teorias dividiram-se em duas: • a ondulatória, que entende a luz como um fenômeno energético que se propaga no espaço num movimento ondulatório de todo parecido com as ondas criadas pela queda de um objeto num espelho de água; • a corpuscular, que concebe a luz como nuvem de partículas capazes de se locomover no espaço. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I �1 UNIMES VIRTUAL Newton explicou que a luz considerada branca é, na verdade, uma luz composta por várias cores. Em primeiro lugar, decompôs a luz solar. Por volta de 1666, mediante um prisma triangular de cristal atravessado por um feixe luminoso, obteve o que hoje chamamos de espectro devido ao diferente índice de refração ou desvio de cada uma das cores que com- põem a luz branca. A divisão de um raio de luz em seus componentes, devido à sua diferente refração, denomina-se dispersão da luz. Falta, então, recompor a luz branca por meio da soma das cores. Isto se consegue por um aparelho chamado disco de Newton. Este disco, que é pintado com as mesmas cores que compõem o espectro de luz branca, adquire, quando girado velozmente e recebe uma iluminação intensa, uma cor uniformemente branca. À medida que aumenta a velocidade do disco, as cores vão-se somando, o matiz geral aparece acinzentado e, finalmen- te, só se observa um círculo uniforme esbranquiçado. Luminosidade / claridade Cada cor, ou pigmento, saturada, ou não, tem uma determinada capacida- de de refletir a luz branca que a atinge. Portanto, chamamos essa capaci- dade de luminosidade. Cores neutras O branco e preto realmente não são cores, pois não existem no espectro solar. O branco é a união de todas as cores e o preto é a ausência de cor. Comumente são chamadas de cores neutras, assim como os tons de cinza. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I�2 UNIMES VIRTUAL Cores pastéis São assim chamadas as cores claras de valores alvos. Normalmente são conseguidas quando acrescentamos o branco às cores. Exercício 1) Quais são as cores primárias? 2) Como conquistamos as cores terciárias? 3) Identifique as cores quentes e frias. �) Materiais: Guache (cores preto e branco), papel canson e pincel. Desenvolver uma escala de valor tonal. Traçar na folha de papel canson sete quadros de 2,0 X 2,0 cm. Veja o exemplo abaixo: Pesquisa Visite o site: http://www.musee-matisse-nice.org/ - último acesso em 09/08/2007 Não deixe de acessar o site para enriquecer seus estudos. Até logo! http://www.musee-matisse-nice.org/ FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I �3 UNIMES VIRTUAL Aula: 1� Temática: Harmonia das cores Na aula anterior, observamos a teoria das cores. Nesta aula, estudaremos contraste e harmonia das cores. Harmonia A harmonia propicia a relação das cores em uma composição visual. Por exemplo, os valores mais claros, freqüentemente, tendem a transmitir a idéia de que os objetos estão maiores, ao passo que os escuros, os dimi- nuem, assim como o branco e os valores mais claros refletem a cor, e pa- rece que intensificam os matizes que estão sobre elas. O preto e as cores escuras parecem absorver outros matizes reduzindo sua luminosidade. Harmonia monocromática Monocromático (mono = uma, cromática = cor) utiliza vários tons de uma cor adquirida facilmente com o acréscimo de branco, para clareá-las, e preto para escurecê-las. Esta harmonia transmite calma, porém, em determinadas situações ou em grandes áreas, pode se tornar monótono. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I�� UNIMES VIRTUAL Visite o site: http://www.cyberartes.com.br – último acesso em 09/08/2007 Harmonia de cores análogas São as cores que estão em seqüência no círculo. Temos as cores análogas quentes e frias. http://www.cyberartes.com.br FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I �� UNIMES VIRTUAL Análogas com uma cor complementar São as cores em seqüência de três cores mais a complementar a cor do meio. Lembramos de que a cor complementar é facilmente observada na roda das cores. Basta verificar a cor que está oposta. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I�� UNIMES VIRTUAL Complementares São as cores opostas no círculo. Trio harmônico São as cores que formam um triângulo eqüilátero no círculo das cores. Observe que as cores primárias se enquadram no trio harmônico. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I �� UNIMES VIRTUAL Harmonia �0 graus São as cores que formam ângulos de 90 graus entre si. Observe que essas cores formam um quadrado dentro do círculo das cores. Harmonia 120 graus São as cores que formam um hexágono dentro do círculo das cores: esco- lhe-se uma cor, pula-se a segunda e assim sucessivamente. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I�� UNIMES VIRTUAL Exercícios 1) Material: tinta guache (cores primárias, preto e branco – no mercado existem várias marcas de tinta guache, sugerimos as marcas DECO ou Talens), pincéis e papel canson A4. Desenhe quatro fileiras com três quadrados de 4,0 X 4,0 cm. A primeira fileira reserve para o preenchimento com a tinta guache e as cores primárias. A segunda, as cores secundárias, e, as outras, as terciá- rias, consecutivamente. 2) Em outra folha de papel canson, elabore uma ilustração, do seu gosto, figurativa ou abstrata. Em seguida, pinte-a com a harmonia de cores 90 graus. Espero que goste da experiência. Até a próxima aula! FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I �� UNIMES VIRTUAL Aula: 1� Temática: Forma Na aula anterior, estudamos alguns fundamentos sobre a teoria das cores. Agora iremos ver as inter-relações das formas. Boa aula! As formas podem interagir de inúmeras maneiras. Vamos verificar algu- mas delas: As duas formas, ainda que identificadas como quadrado e circulo, na rea- lidade se apresentam com outro formato. As formas, quadrados e círculos, fundiram-se, transformando-se em uma nova forma. A partir da subtração do círculo no quadrado, obtivemos nova possibilidade. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I�0 UNIMES VIRTUAL A interseção dos formatos possibilita um novo, ao mesmo tempo em que há a relação de positivo e negativo. Observe que o círculo apresenta-se perfeitamente, enquanto a outra forma envolve o círculo. Esta possibilidade apresenta sobreposição do círculo sobre o quadrado. Muitos exemplos poderiam ser demonstrados, e muitas criações surgiriam dessas inter-relações. Vale dizer que a mensagem visual é recebida em três níveis: o represen- tacional – aquilo que vemos e identificamos com base no meio ambiente e na experiência; o abstrato – a qualidadecinestésica de um fato visual reduzido a seus componentes visuais básicos e elementares, enfatizando os meios mais diretos, emocionais e mesmo primitivos da criação e de mensagens e o simbólico – vasto universo de sistemas de símbolos codifi- cados que o homem criou arbitrariamente e ao qual atribuiu significados. Até a próxima aula! FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I �1 UNIMES VIRTUAL Aula: 1� Temática: Textura A textura é a qualidade da superfície que pode ser reconhe- cida tanto pelo tato como pela visão. Há texturas, entretanto, que não têm nenhuma qualidade tátil: represen- tam no papel as texturas reais. A textura deveria servir como experiência sensitiva e enriquecedora. Des- graçadamente, os avisos para “não tocar” respondem, em parte, a uma postura social. Estamos fortemente condicionados a não tocar nas coisas ou nas pessoas, como uma atitude aproximadamente sensual. O resultado é uma experiência tátil mínima, o que quase constitui um temor ao contato tátil. A maior parte de nossa experiência de textura é ótica, não tátil. A textura visual é estritamente bidimensional. Como o termo implica, é o tipo de textura percebida pelo olhar, embora possa evocar, também, sen- sações visuais: A textura visual pode ser conquistada a partir de técnicas de desenho, pintura, impressão, transferência, fricção, colagem e outros. Padrões desenhados ou pintados podem ser construídos com unidades de formas minúsculas, densamente agrupadas em estruturas rígidas, ou não, para a decoração de uma forma. A textura espontânea pode ser obtida com linhas ou pinceladas feitas à mão livre. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I�2 UNIMES VIRTUAL A textura decora a superfície e permanece subordinada ao formato. A tex- tura em si é apenas um acréscimo que pode ser removido sem afetar, significativamente, os formatos e suas inter-relações no desenho. Pode ser feita à mão livre ou obtida com recursos especiais, e pode ser rigidamente regular ou irregular, mas, em geral, mantém certo grau de uniformidade. Um padrão entalhado ou uma superfície áspera podem ser tintados e im- pressos sobre outra superfície a fim de criar uma textura visual, a qual pode ser decorativa ou espontânea de acordo com sua técnica. A textura tátil não é apenas visual, mas pode ser sentida com a mão. A textura tátil se ergue acima da superfície de um desenho bidimensional e se aproxima do relevo tridimensional. Em termos gerais, a textura tátil existe em todos os tipos de superfícies, porque estas podem ser sentidas. Isto significa que todos os tipos de pa- péis, por mais lisos que sejam, e todos os tipos de pintura e tinta, por mais planos que sejam, têm características específicas de superfície que podem ser percebidas pelo tato. No desenho bidimensional, podemos dizer FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I �3 UNIMES VIRTUAL que uma área vazia, solidamente impressa ou pintada, não contém textura visual alguma, porém há sempre uma textura tátil do papel e da tinta ou da pintura. Verificamos que a textura é um elemento visual. Sua estru- tura é estritamente bidimensional, portanto é percebida pelo olhar, embora possa, também, evocar sensações táteis. Ba- sicamente, há dois tipos: a textura decorativa, que decora a superfície de um formato; a textura tátil, que pode ser tocada e visualizada. Até a próxima aula! FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I�� UNIMES VIRTUAL Aula: 1� Temática: Escala de medida Nesta aula, estudaremos escala. Todos os elementos visuais são capazes de modificar suas características. Uma das mudanças são suas dimensões, pois podem ser ampliadas ou reduzidas. A escala de medidas é útil, principalmente, para desenhos pertencentes a determinados projetos. Se pensarmos no desenho de uma engrenagem de um delicado relógio feminino Suíço, ou num desenho de um prédio, temos que imaginar que algumas considerações são feitas para que se possam representar grafi- camente os objetos. Portanto, temos alguns recursos para viabilizar tais desenhos: a escala gráfica. Escala gráfica A escala gráfica divide-se em três tipos: a escala de redução, ampliação e a escala natural. Nem sempre, o desenho poderá ser executado com as dimensões verda- deiras do objeto real. Se for um objeto grande, devemos reduzi-lo propor- cionalmente, isto é, desenhar menor que o real, mas sem modificar suas formas. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I �� UNIMES VIRTUAL Tratando-se de um objeto pequeno, o desenho deverá ser ampliado, pro- porcionalmente, para que os detalhes fiquem definidos de forma clara. Neste caso, temos a escala de ampliação. E ainda temos a escala natural, que é usada quando o desenho é igual ao objeto real. No exemplo acima, o desenho será elaborado duas vezes maior que o objeto. Para a escala de ampliação usamos: 2:1 - 5:1 – 10:1 – 50: 1 – etc. Escala natural: Escala 1: 1 Significa que o objeto será representado com suas medidas reais no desenho. Escala de redução: As escalas mais usadas são 1: 20 – 1: 25 – 1: 50 – 1: 100 – 1: 1000 – etc. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I�� UNIMES VIRTUAL Simulação: Se você estiver desenhando algum objeto e utilizando a escala de medida em centímetro, para a escala de redução, por exemplo, 1: 25, basta dividir todas as medidas reais do objeto por 25. Vale salientar que as medidas reais do objeto permanecem as mesmas, ou seja, nunca são ampliadas ou reduzidas. So- mente as medidas do desenho são alteradas para viabilizar um projeto. Portanto, na representação gráfica de um edifício, as medidas são reais, mas o desenho apresenta-se em escala de redução. O contrário se dá para escala de ampliação. Até a próxima aula! FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I �� UNIMES VIRTUAL Aula: 1� Temática: Dimensão Esta aula pretende abordar as dimensões. Você deve lembrar de que, na aula anterior, verificamos escala de medidas: Aprender a relacionar o tamanho do objeto e o significado é essencial para a estruturação da mensagem visual. Há outras formas de representar bidimensionalmente a realidade. A pro- porção fotográfica, por exemplo, é uma dessas formas. Porém, a dimensão só existe no mundo real, na realidade as representações bidimensionais, como o desenho, fotografia, pintura, televisão, cinema etc., são represen- tações específicas. O volume e a perspectiva nos dão a idéia do real. O volume e a perspectiva, somados às técnicas de claro e escuro, assu- mem características bem próximas do real. A extensão mensurável determina a porção de espaço ocupado por um corpo; um tamanho, ou uma proporção, determina a dimensão. Veja o exemplo: FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I�� UNIMES VIRTUAL Observamos que os exemplos “A” e “B” se apresentam salientes. Portanto, quando uma forma bidimensional é acrescida de espessura, esta adquire volume. Na figura “C”, pode-se mensurar sua altura, comprimento e largu- ra. Então, surgem as formas tridimensionais. O espaço ocupado por um sólido geométrico é o volume, como na imagem “C” da figura 2. No desenho, esse efeito é obtido com quantidades de luz, sombras ou com linhas na representação de massas, que dão a ilusão da tridimensionalidade a uma composição de duas dimensões. Verifique as imagens “B” e “C” da figura 2. Na imagem “A” da figura 2, novamente, per- cebe-se a idéia de espessura por causa do efeito do ondulado no vértice do quadrado. Esses recursos são freqüentes no cotidiano da comunicação. Veja: A tridimensionalidade apresenta elementos construtivos como: vértices que identificam vários planos se encontram, e podem projetar vértices in- ternos e externos. A aresta apresenta dois planos não paralelos unidos ao longo de uma reata conceitual. A face é quando um plano conceitual, que está fisicamente presente, torna-se uma superfície, portanto as faces são as superfíciesexternas que encerram um volume. Até o próximo encontro! FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I �� UNIMES VIRTUAL Aula: 1� Temática: Perspectiva Perspectiva é a maneira de representar objetos de acordo com sua posição, forma e tamanho. Existem vários tipos de perspectiva, perspectiva cavaleira, isométrica, mi- litar, linear, vista explodida, raios-X e outras. A perspectiva linear imita a representação fotográfica. Seus elementos são: a linha do horizonte e os pontos de fuga. A linha do horizonte representa o olhar do observador. Se um observador estiver sentado na praia, diante do mar, ele verá a linha do horizonte precisamente no encontro entre o céu e o mar. Quando o observador fica em pé, a linha do horizonte tende a se afastar, ou seja, ele conseguirá enxergar mais na profundidade do horizonte. O ponto de fuga se estabelece, exatamente, onde partem as linhas inclina- das para o vértice da figura que se está projetando. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I�0 UNIMES VIRTUAL Quando temos uma perspectiva com um ponto de fuga, todas as linhas que saem desse ponto são inclinadas, enquanto as demais ficam perpen- diculares e paralelas à linha do horizonte. Portanto, iremos ver a base ou face superior dos objetos que se apresen- tam abaixo da linha do horizonte, quando perspectivado, ao passo que, quando o objeto se localiza acima da linha do horizonte, torna-se possível verificar sua base ou face inferior. Evidentemente, dependerá do grau de inclinação determinado na perspectiva. Essa inclinação assemelha-se ao olhar humano segundo os diferentes ân- gulos de observação. É possível ter perspectiva linear com um, dois e até três pontos de fuga. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I �1 UNIMES VIRTUAL Estudamos a perspectiva linear. Esta perspectiva imita a fo- tografia. A linha do horizonte representa o olho do observa- dor e o ponto de fuga é o lugar de onde saem as linhas que irão formar a profundidade do formato. Até a próxima aula! FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I�2 UNIMES VIRTUAL Aula: 20 Temática: Processo de criação Quero iniciar esta aula fazendo algumas reflexões sobre o processo de criação. O brainstorming, ou tempestade de idéias, é uma técnica desenvolvida por Alex Osborne, fundador da Creative Education Foundation, em 1954, a qual prevê que um grupo de pessoas (o número ideal é até oito pessoas) elabore o maior número possível de idéias aplicadas a um problema ou desafio. As regras estipulam que todas as sugestões sejam aceitáveis. Seus parti- cipantes são solicitados a pensar em cinqüenta idéias em trinta minutos, e, quanto mais idéias, melhor. Mais tarde, as sugestões deverão ser ava- liadas e as melhores alternativas serão discutidas. Há várias definições sobre o tema, em meio a elas citamos a de Young: Criatividade é aquela atitude com a qual nós nos rea- lizamos... Criatividade é a realização do nosso poten- cial... É a integração do nosso lado lógico e o nosso lado intuitivo. Criatividade é mais que espontaneida- de: é também uma deliberação. É pensamento diver- gente, pois converge em alguma solução: não apenas gera possibilidades, mas também escolhe entre elas. É mais que originalidade, que só pode expressar o bizarro... Criatividade é um avanço e uma mudança, como também é uma expressão de continuidade com o passado1. Via de regra, os pesquisadores consideram que a criatividade existe, em algum grau, em cada um de nós e pode ser aprendida; portanto, as pessoas tornam-se criativas. Piaget, em sua teoria do desenvolvimento cognitivo, relaciona-a diretamente com o processo criativo. Denominou-a “imaginação criativa”, e explicou que durante o crescimento infantil haverá a evolução da imaginação criativa no decorrer das fases de seu desen- volvimento. Segundo Piaget, percebe-se que criatividade e a inteligência caminham juntas. 1 YOUNG, James Webb. Técnica para produção de idéias. São Paulo: Nobel, 1994. p 45. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I �3 UNIMES VIRTUAL Gardner2 apresentou modernas teorias, que desqualificavam os testes de QI quando usados para verificar os tipos de superdotação de indivíduos na sociedade ocidental e em suas escolas. A teoria das inteligências múltiplas sugere que a inteligência se assemelha a um elenco de, pelo menos, sete competências distintas: lingüística, lógico-matemática, espacial, corporal sinestésica, musical, interpessoal e intrapessoal. Ele acredita, apoiando- se em sua teoria, que uma pessoa pode ser superdotada em uma área, mas média, ou abaixo da média, em outras. A criatividade, segundo Fayga Ostrower3, é um potencial inerente ao ser humano, e realizar esse potencial é uma de suas necessidades. Essa potencialidade e os processos criativos não estão restritos, pura e tão somente, às artes e aos artistas, pois entende que “criar” é um processo que tem de ser visto no seu senti- do total, é algo que está integrado ao estilo de vida do ser humano: O homem elabora seu potencial criador por meio do trabalho. É uma experi- ência vital. Nela, o homem encontra sua humanidade ao realizar tarefas es- senciais à vida humana e essencialmente humanas. A criação se desdobra no trabalho porquanto este traz em si a necessidade que gera as possíveis soluções criativas. Nem na arte existiria criatividade, se não pudéssemos encarar o fazer artístico como trabalho, como um fazer intencional produ- tivo e necessário que amplia em nós a capacidade de viver. Retirando à arte o caráter de trabalho, ela é reduzida a algo de supérfluo, enfeite talvez, porém prescindível à existência humana. Em nossa época, é bastante di- fundido este pensamento: arte sim, arte como obra de circunstância e de gosto, mas não arte como engajamento de trabalho. Entretanto, a ativida- de é considerada uma atividade, sobretudo criativa, ou seja, a noção de criatividade é desligada da idéia do trabalho criativo, tornando-se criativo justamente por ser livre, solto e isento de compromissos de trabalho. Na lógica de tal pensamento, porém, o fazer que não fosse “livre” careceria de criatividade e passaria a ser um fazer não-criativo. O trabalho em si seria não-criador. Evidentemente, não é esse nosso critério. Assim, a criatividade não ocorre num determinado período de tempo, mas sua manifestação se dará com um exaustivo exercício de investigação dos fatores e elementos que articulam uma resposta diferenciada ou entendida socialmente como diferente. Algumas técnicas são utilizadas para que se possam obter resultados sa- tisfatórios e criativos. 2 GARDNER, Howard. Inteligência: múltiplas perspectivas. Porto Alegre: Artmed, 1998, p. 32. 3 OSTROWER , Fayga. Criatividade e processo de criação. 6. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 1987. p. 26. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL I�� UNIMES VIRTUAL A partir de estratégias que possam aumentar o interesse por determinados problemas, é sugerida, aos temas propostos, a “substituição, combinação ou a adaptação”. Exemplos O que você poderia fazer em vez disso? O que você poderia combinar? O que poderia ajustar para se adequar a uma finalidade ou condição? Fayga elucida que, no processo de formar algo ou alguma coisa (em que na elaboração e no desenvolvimento criativo esteja inserido o processo de transformação orientado pela ação criativa, ou melhor, quando se transfor- ma e adquire nova forma), o objeto da criação se reafirma ou se configura em um novo objeto criativo. Por intermédio da associação de idéias, pode-se ter um mundo de possibilidades e fantasias ao pensar ou imaginar. Esta imaginação propicia uma capacidade de perfazer uma série de atuações, associações de objetos, imagens, eventos etc., e de poder “manipulá-los” mentalmente. Nesse momento, a imaginação pode até ser motivada para a ação da criatividade, o fazer ou a elaboração de algo criativo. Ao sugerir ao aluno que crie um símbolo gráfico a partir de duas
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