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Urologia 
Cancro mole 
Etiologia, quadro clínico, diagnóstico e tratamento 
 
INTRODUÇÃO 
• É uma IST, com contágio exclusivo por essa via. Apresenta 
evolução aguda e é mais frequente nas regiões tropicais, com 
alta infectividade e baixa patogenicidade. 
• O risco de infecção em uma relação sexual é de 80%, mais 
frequente em homens (10 a 20:1). 
• A doença é denominada, ainda, cancroide, cancro venéreo 
e cancro de Ducrey e é conhecida, popularmente, por 
“cavalo”. 
• O período de incubação é, geralmente, de 3 a 5 dias e pode 
estender-se por até 2 semanas. 
 
ETIOLOGIA 
✓ Doença produzida por bacilo Gram negativo denominado 
Haemophilus ducreyi. 
QUADRO CLÍNICO 
 
↪ Apresenta período de incubação curto, que varia de 3 a 5 
dias, surgindo, posteriormente, lesão ulcerada de base mole, 
rasa, com bordas irregulares, envolta por halo eritematoso 
vivo e recoberta por exsudato necrótico e purulento. 
 
› As lesões são dolorosas, geralmente múltiplas, com 
apresentação em número, formas e tamanhos variados, 
devido à sua característica de autoinoculação. A borda é 
irregular, apresentando contornos eritematoedematosos e 
fundo irregular recoberto por exsudato necrótico, 
amarelado, com odor fétido que, removido, revela tecido de 
granulação com sangramento fácil. 
› A mulher pode ser portadora assintomática, representando 
um importante reservatório. A infecção acomete os homens 
em maiores proporções. 
› No homem, as localizações mais frequentes são no frênulo 
e sulco bálanoprepucial; na mulher, na fúrcula e face interna 
dos pequenos e grandes lábios. 
LINFONODOS 
› Em 30% a 50% dos pacientes, a bactéria atinge os 
linfonodos inguino-crurais (bubão), sendo unilaterais em 
2/3 dos casos, observados quase exclusivamente no sexo 
masculino pelas características anatômicas da drenagem 
linfática; 
› No início, ocorre tumefação sólida e dolorosa, evoluindo 
para liquefação e fistulização em 50% dos casos, tipicamente 
por orifício único. 
Raramente, apresenta-se sob a forma de lesão extragenital 
ou doença sistêmica. 
› As lesões não evoluem para cura espontânea e, geralmente, 
deixam pequena cicatriz após a cura. 
› A cicatrização pode ser desfigurante. 
DIAGNÓSTICO 
CLÍNICA + GRAM 
- Exame físico: É bem sugestivo. O achado de úlcera dolorosa 
com adenopatia inguinal dolorosa é bastante sugestivo e 
quando se associa à presença de supuração, é considerada 
patognomônica. 
- Microscopia de material corado pela técnica de coloração de 
Gram (Giemsa): Pode ser utilizado com material da punção 
do bubão ou raspado das bordas da lesão, com sensibilidade 
de 70%. Serão encontrados germes Gram-negativos 
(cocobacilos) intracelulares (interior de 
polimorfonucleares), com as extremidades mais coradas, 
dispostos em cadeias longas e paralelas (paliçada ou 
impressão digital), em disposição em “cardume de peixe” ou 
em cadeias isoladas. É grande a chance de falso-negativos. 
 
- Cultura: de difícil realização (pelas exigências de 
crescimento do bacilo que necessita do fator X), mas é o 
exame diagnóstico mais sensível. 
- Biópsia: não recomendada de rotina, pois a histologia não é 
conclusiva. 
Diagnóstico diferencial 
↪ O diagnóstico diferencial é feito com: 
- Cancro duro (sífilis primária) 
- Herpes genital 
Urologia 
- LGV 
- Donovanose 
- Erosões traumáticas infectadas 
OBS: O cancro misto de Rollet é a denominação da associação 
de cancro mole com cancro duro (12 a 15% dos casos). 
TRATAMENTO 
↪ A escolha de medicamento é a Azitromicina 1g (2 
comprimidos de 500mg) VO em dose única. 
↪ A segunda opção é Ceftriaxona 250 mg dose única IM, ou 
ainda Ciprofloxacina 500 mg, VO, 12/12 horas, por 3 dias 
(contra-indicado para gestantes, nutrizes e menores de 18 
anos). 
 
 
Recomendações gerais: 
- O tratamento sistêmico deve ser acompanhado de higiene 
local rigorosa para evitar a autoinoculação. 
- É mandatório o tratamento do parceiro, pelo fato de 
existirem portadores assintomáticos, principalmente entre 
as mulheres. 
- O paciente deve ser reexaminado de três a sete dias após o 
início da terapia, pois após este período deve ser constatada 
a melhora dos sintomas e da lesão. 
- A aspiração, com agulha de grosso calibre, dos gânglios 
linfáticos regionais comprometidos é indicada para alívio de 
linfonodos tensos e com flutuação. São contraindicadas a 
incisão com drenagem ou excisão dos linfonodos 
acometidos. 
 
- Por vezes, lesões maiores necessitam de maior tempo de 
tratamento com antibióticos. 
- É muito importante excluir a possibilidade de sífilis 
associada pela pesquisa de Treponema pallidum na lesão 
genital e/ou por reação sorológica para sífilis, no momento 
e trinta dias após o aparecimento da lesão. 
REFERÊNCIAS 
MINISTÉRIO DA SAÚDE (BR). SECRETARIA DE VIGILÂNCIA 
EM SAÚDE. DEPARTAMENTO DE DOENÇAS DE CONDIÇÕES 
CRÔNICAS E INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS. 
Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para atenção 
integral às pessoas com infecções sexualmente 
transmissíveis (IST). 2020.

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