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1 Lei 8.112/90 e suas alterações ão ão 3 Prefácio 4 Aula 1 - Dos provimentos 6 Aula 2 - Da Vacância, Remoção, Redistribuição e Substituição 10 Aula 3 - Dos Direitos e Vantagens 15 Aula 4 - Das férias e Das Licenças 20 Aula 5 - Dos Afastamentos 25 Aula 6 - Das concessões, do Tempos de Serviço, e do Direito de Petição 29 Aula 7 - Do Regime Disciplinar 32 Aula 8 - Do Processo Administrativo Disciplinar 39 Aula 9 - Da Seguridade Social do Servidor 45 Aula 10 - Da Assistência à Saúde 49 Sumário 4 Caro leitor, Esta é uma coletânea composta pelos materiais didáticos que compõem o curso on-line nomeado como “Lei nº 8.112/90 e suas alterações”, ofertado pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo – IFSP. Trata-se do material elaborado para o primeiro curso de um projeto idealizado em parceria entre a Diretoria de Educação a Distância (DED) e o Núcleo de Gestão de Pessoas (NGP), que, inicialmente com foco no público interno, buscou promover capacitação de forma inovadora na instituição. Inovadora por ter sua oferta totalmente a distân- cia e também por trazer reconhecimento aos seus servidores, possibilitando que disseminem os conhecimentos apropriados ao longo de suas vidas funcionais. O IFSP conta com mais de 30 campi, distribuídos por todo o Estado de São Paulo. Neste sen- tido, havia grande dificuldade em se promover capacitações presenciais, considerando o tempo de locomoção, o transporte, a hospedagem, a disponibilidade dos servidores para viagens e o inves- timento de recursos financeiros pelo Instituto. Pensando estrategicamente, a proposta do projeto foi viabilizar cursos na modalidade EaD (Educação a Distância) e sem limites de vagas, resultando em muitos servidores capacitados com a aplicação reduzida de orçamento. O formato escolhido foi o Massive Open Online Course (MOOC), ou seja, Curso On-line Aberto e Massivo, utilizando uma plataforma digital para disponibilizar os vídeos, questionários, materiais para download e ainda fórum de dúvidas, o que possibilitou a interação entre estudantes e coordenador. Para a oferta do curso “Lei nº 8.112/90 e suas alterações”, foi verificada grande adesão de servidores, não havendo a necessidade de deslocamentos e horários pré-determinados para os estudos. A produção de cursos com a participação de servidores do quadro de pessoal do IFSP está pautada na política institucional de valorização do conhecimento e experiência, incentivando suas difusões e evitando que informações importantes sejam perdidas ou desperdiçadas. A seleção de elaboradores e coordenador do curso “Lei nº 8.112/90 e suas alterações” foi realizada por meio de edital, e se transformou num grande desafio para todos os envolvidos. Principalmente, por terem sido selecionados apenas servidores administrativos que, na maioria dos casos, teriam sua primeira experiência com o ensino. Contudo, o desafio tornou-se moti- vação para todos, o que facilitou a preparação técnica realizada pelas equipes da DED e NGP e permitiu a execução do projeto, superando as expectativas. O curso on-line contou com a escrita de roteiros e gravação de videoaulas, além da pro- dução de questões para a avaliação da aprendizagem e materiais didáticos de apoio. Todos os materiais produzidos pelos cinco elaboradores foram validados pela revisora e coordenadora do curso, conferindo a eles boa qualidade. Para a organização desta coletânea, foram utilizados os guias de estudo de cada uma das dez aulas do curso “Lei nº 8.112/90 e suas alterações”, contendo as informações disponibilizadas em cada videoaula e dicas extras, como glossário, sugestões para aprofundamento de estudos e as referências utilizadas, para consulta. O objetivo do curso é, de forma descomplicada, clara e objetiva, dar ciência quanto aos direitos e deveres dos servidores regidos por esta legislação, dirimindo possíveis dúvidas e apresentando algumas peculiaridades sobre os temas. A primeira aula é composta pelo Título I - Das disposições preliminares e pelo Capítulo I, su- bitem do Título II – Do Provimento, Vacância, Remoção, Redistribuição e Substituição. Nesta aula, são abordados assuntos como provimento, concurso público, nomeação, posse e exercício, estabilida- de, readaptação, reversão reintegração, recondução, disponibilidade e aproveitamento. Já a segunda aula refere-se ao Capítulo II, também subitem do Título II. Neste caso, apre- sentam-se as definições e esclarecimentos para vacância, remoção, redistribuição e substituição. A aula três vem tratar do Capítulo I e II do Título III - Dos Direitos e Vantagens, detalhando itens como vencimento, remuneração, indenizações, gratificações e adicionais pagos aos servidores. Dentre as vantagens, é possível elencar ajuda de custo, diárias, indenização de transporte, retribui- ção por exercício de função e gratificações como a natalina e também por encargo de curso e con- curso. Além destas vantagens, constam ainda os adicionais como noturno, por tempo de serviço, serviço extraordinário, de férias, de insalubridade, periculosidade ou atividades penosas. Em seguida, a aula quatro traz explicações quanto ao Capítulo III e IV, que ainda remetem ao Título III. Sequencialmente, serão apresentadas explanações sobre férias e licenças como: por motivo de doença em pessoa da família, afastamento do cônjuge, serviço militar, atividade política, capacitação, para tratar de assuntos particulares e desempenho de mandato classista. 5 Priscila Cabreira de Freitas Na quinta aula, o assunto será “afastamentos”, ou seja, o Capítulo V do Título III. Pela lei, é permitido o afastamento do servidor para: servir outro órgão ou entidade, exercício de manda- to eletivo, estudos ou missão no exterior e participação em programa de pós-graduação stricto sensu no país. Os capítulos VI, VII e VIII serão abordados na sexta aula, na qual serão desenvolvidos os temas: concessões, tempo de serviço e direito de petição. Dentre as concessões aos servidores estão as ausências sem prejuízos e horário especial com ou sem compensação, seguidos os cri- térios dispostos na lei. A aula sete discorre sobre o Título IV – Do Regime Disciplinar, que trará informações como os deveres, proibições e responsabilidades do servidor regido pela lei, a acumulação de cargos públicos, as penalidades disciplinares e a demissão. Na sequência, a oitava aula se pautará no Título V – Do Processo Administrativo Disciplinar, tam- bém conhecido como PAD. Nela serão explicadas todas as possibilidades e procedimentos re- alizados em um PAD, detalhando informações importantes sobre o afastamento preventivo, o processo disciplinar, o inquérito, o julgamento e a revisão do processo. A nona e penúltima aula traz o Título VI – Da Seguridade Social do Servidor. Nela, serão descritos os benefícios assegurados ao servidor, como aposentadoria, salário-família, licença à gestante, à adotante e paternidade, para tratamento de saúde ou por acidente em serviço, pen- são e auxílios como natalidade, funeral e reclusão. Para finalizar, a aula 10 trata do Capítulo III do Título VI, sendo o tema a Assistência à Saú- de, que trata do atendimento gratuito, junta médica e também do ressarcimento parcial, com va- lor tabelado, aos servidores contratantes de planos ou seguros privados de assistência à saúde. Com este modelo de produção de cursos idealizado pelo IFSP, busca-se modernizar o processo de capacitação de servidores a partir de uma linha pedagógica coerente com os valores institucionais, levando em consideração a necessidade de ampliação do alcance e da disponi- bilidade de vagas, a otimização do tempo, o uso de recursos tecnológicos acessíveis e o maior aproveitamento e eficiência no emprego dos recursos públicos investidos. autor: Camilo Garcia Bogado 7 Seja bem-vindo ao curso sobre a Lei nº 8.112/90. Iniciare- mos nossos estudos com as unidades que tratam do Capítulo I da Lei. Aqui, aprenderemos sobre as Disposições Gerais, e também sobre asseções que tratam das formas de ingresso no serviço público especificamente: Nomeação, Concurso Público, Posse e Exercício, Estabilidade, Readaptação, Reversão, Reintegração, Re- condução, Disponibilidade e Aproveitamento. Introdução Nesta unidade, são apresentadas as disposições prelimina- res da Lei nº 8.112/90, como a conceituação de servidor e de cargo público, e a vedação da prestação de serviços gratuitos. Disposições Gerais As Disposições Gerais da Lei serão vistas nesta unidade. Os requisitos básicos para ingresso no serviço público serão apresen- tados aqui, bem como a definição das formas de realização desse ingresso, que serão vistos nas unidades subsequentes. Nomeação A nomeação é o ato formal de provimento de cargo público efetivo ou em comissão. No caso de cargo efetivo, é necessária a prévia aprovação em concurso público. Já no caso de cargo em co- missão, a nomeação é feita pela autoridade competente, indicando pessoa de sua confiança, observando os critérios para o provimento. Concurso Público O concurso público é requisito para ingresso nos car- gos efetivos. Os concursos podem ser de provas ou provas e títulos, e têm validade de até dois anos, com possibilidade de renovação por igual prazo. Para começo de conversa Fique por dentro 1 8 LINKOTECA O Sistema de Pessoal Civil da Administração Federal (SIPEC) possui um compilado de entendimentos acerca da Lei nº 8.112/90. Disponível em: https://www.servidor. gov.br/gestao-de-pessoas/ lei-8112-anotada. Acesso em: 15 nov. 2017. Outra fonte de consulta sobre a Lei, com anotações e interpretações de juizados, órgãos de controle e outras fontes. Disponível em: https:// conlegis.planejamento.gov. br/conlegis/lei8112anotada/ index.htm?perfilUsuario. Para mais informações, acesse a lista de videoaulas do Curso “Lei nº 8.112/90 e suas alterações”: Introdução: https://youtu.be/ e86a-niRXaA Disposições preliminares: ht- tps://youtu.be/I4RJs5ukJmE Da nomeação: https://youtu. be/xsUaB3sGXdg Do concurso público: https:// youtu.be/jQFA2UJMrk8 Da posse e exercício: https:// youtu.be/sd5X_uykhmg Da estabilidade: https://you- tu.be/rGat07NiOWY Da readaptação: https://you- tu.be/Y83m4X7u_QI Da reversão: https://youtu. be/VSDAxPVFRXc Da reintegração: https://you- tu.be/Ap6F8TL9l_k Da recondução: https://youtu. be/j7N1G5kmod8 Da disponibilidade e apro- veitamento: https://youtu. be/2Mzxk1OO2UE Posse e Exercício Esta unidade trata de dois temas complementares. A posse é o ato realizado por meio de termo específico, onde constam as atribuições, deveres, responsabilidades e direitos do cargo para o qual se está sendo nomeado. Já o exercício é o início do desempe- nho das atividades do cargo público, e também possui um termo próprio para marcar o início dessas atividades. Estabilidade Estabilidade é um dos direitos do servidor público. Por ela fica garantido o seu direito de permanência no cargo, cabendo a perda deste cargo apenas em situações específicas, como em de- corrência de processo administrativo. A estabilidade é adquirida após a homologação do estágio probatório do servidor, que avalia- rá suas aptidões e capacidades para o cargo. O período de avaliação do estágio probatório é de três anos após a entrada em exercício. Readaptação Caso o servidor sofra alguma incapacitação em suas habilida- des físicas ou mentais, ele possui o direito à readaptação, que é a investidura em cargo de atribuições compatíveis com essa limitação. Reversão A reversão é o retorno ao cargo de servidor que tenha aposentado. Em caso de servidor aposentado por invalidez, a reversão pode ocorrer caso a perícia médica confirme a capa- cidade de retorno às atividades. A reversão também pode ser solicitada por servidor que tenha se aposentado voluntaria- mente, cabendo, nesse caso, interesse da Administração, bem como outros critérios definidos na Lei. Reintegração A reintegração de cargo ocorre nos casos em que o servidor tiver sua demissão invalidada administrativamente ou judicialmente. Recondução Recondução é o retorno do servidor ao cargo anteriormente ocupado, nos casos de inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo ou havendo retorno do antigo ocupante do cargo. Disponibilidade e aproveitamento O servidor que não conseguir reintegração de cargo ou na situação de extinção ou reorganização de seu órgão, fica em disponibilidade. O retorno às atividades, nessa situação, ocorre por meio do reaproveitamento. 9 O Capítulo 1 define as formas de ingresso no serviço públi- co. Como se pode ver, a legislação busca o respeito às normas de impessoalidade, moralidade e eficiência, garantindo àqueles que buscam ingressar na carreira pública a transparência dos atos. BRASIL. Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8112cons.htm>. Aces- so em: 15 nov. 2017. BRASIL. Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão. Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, anotada. 3 ed. Brasília: MP, 2016-2017. Disponível em: <www.servidor.gov.br/gestao-de- -pessoas/lei-8112-anotada> Acesso em: 15 nov. 2017. Concluindo Referência autor: Raphael de Paiva Gonçalves 11 Para começo de conversa, vamos falar sobre os assuntos que serão abordados neste guia. Inicialmente, nesta aula, intitula- da Aula 2, serão apresentados os conteúdos do Título II, Capítulo II da Lei nº 8.112/90, isto é, a vacância. A vacância é um termo utili- zado para estabelecer as condições e situações que ocorrem com o servidor público e tornam o cargo público que ele ocupa vago. Em seguida, serão apresentados conhecimentos referentes ao termo exoneração, que é o ato de pedir dispensa ou ser dis- pensado de um cargo público. Em continuidade, serão apresentados, na Aula 2, conteú- dos referentes ao Título II, Capítulo III da Lei nº 8.112/90, isto é, a remoção, que é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede. Apresentaremos, ainda, referente ao Título II, Capítulo III da Lei nº 8.112/90, o conceito e as definições de redistribuição, que é o deslocamento de cargo de provimento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou enti- dade do mesmo Poder. Por fim, abordaremos o tema Substituição, previsto na reda- ção do Título II, Capítulo IV da Lei nº 8.112/90. Basicamente, a subs- tituição é o ato de um servidor substituir outro que ocupa um cargo em comissão, devido a algum impedimento que este último tenha. Vacância Primeiramente, é preciso entender o que significa o termo vacância. A vacância é um termo utilizado para estabelecer as con- dições e situações que ocorrem com o servidor público e tornam o cargo público que ele ocupa vago. A vacância do cargo público, ocorre em caso de: • Exoneração; • Demissão; • Promoção; • Readaptação; • Aposentadoria; • Posse em outro cargo inacumulável; • Falecimento do servidor. Para começo de conversa Fique por dentro GLOSSÁRIO Poderes da União: São pode- res da união, independentes e harmônicos entre si, o Legisla- tivo, o Executivo e o Judiciário. Titular: Ocupante efetivo de cargo ou função pública. Ex officio: Quando uma ação é realizada por obrigação legal ou em razão do cargo. 12 Exoneração O termo exoneração é citado pela primeira vez, na Lei nº 8.112, dentro dos casos de vacância, portanto, a redação da Lei traz conceitos definitivos sobre a exoneração. Nesta perspectiva, a exoneração é o ato de pedir dispensa ou ser dispensado de um cargo público. Sendo assim, a exonera- ção pode ocorrer a pedido do servidor ou de ofício. A exoneração de ofício ocorre: • Quando o servidor for reprovado no estágio probatório; ou • Quando o servidor não entrar em exercício, após a posse, den- tro do prazo estabelecido. A exoneração de cargo em comissãoe a dispensa de função de confiança também pode ocorrer a pedido do servidor ou a par- tir da decisão de autoridade competente. Remoção Primeiramente, é preciso entender o que significa o ter- mo remoção. A redação da Lei nº 8.112 traz a seguinte definição sobre remoção: “Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âm- bito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede. ” Existem três modalidades de remoção: • Remoção de ofício - ocorre no interesse da Administração; • Remoção a pedido - ocorre a critério da Administração; • Remoção a pedido, para outra localidade, independentemente do interesse da Administração. É importante salientar que o servidor só poderá solicitar a última modalidade de remoção, a remoção a pedido, independen- te da Administração, nos seguintes casos: • Para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que foi desloca- do no interesse da Administração; • Por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente; • A partir de edital interno de remoção promovido pelo órgão. Redistribuição Primeiramente, é preciso entender o que significa o ter- mo remoção. A redação da Lei nº 8.112 traz a seguinte definição sobre remoção: “Redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo, ocu- pado ou vago no âmbito do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou entidade do mesmo Poder, com prévia apreciação do órgão central do Sistema de Pessoal Civil, o SIPEC. ” Assim, para que a redistribuição ocorra, devem ser conside- rados os seguintes requisitos: LINKOTECA BRASIL. Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais. Disponível em: <http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/ leis/L8112cons.htm>. Acesso em: 15 nov. 2017. O Canal Saber Direito, uma iniciativa da TV Justiça e do Supremo Tribunal Federal - STF, tem uma série de video- aulas sobre a Lei 8112/90, as quais na Aula 2 aprofundam mais os temas apresentados neste guia. Lei do Servidor (8.112/90). Disponível em: <https://www.youtube.com/ watch?v=zfRK=--VVV8&llist- PL875AF80D&59A&&8B>. Acesso em 15 nov. 2017. Para mais informações, aces- se a lista de videoaulas do Curso “Lei nº 8112/90 e suas alterações”: Da vacância: https://youtu. be/tQnjMeHpr_4 Da remoção: https://youtu. be/cfvqNj0JIM8 Da redistribuição: https:// youtu.be/WaN5m-9QFn8 Da remoção: https://youtu. be/s3h5RUUjLNc 13 • O interesse da Administração; • A equivalência de vencimentos; • A manutenção da essência das atribuições do cargo; • A vinculação entre os graus de responsabilidade e complexida- de das atividades; • O mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação profissional; • A compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finalida- des institucionais do órgão ou entidade. Existem, ainda, algumas questões importantes a serem en- fatizadas. A primeira é que a redistribuição ocorrerá “ex officio”, ou seja, por obrigação legal ou em razão do cargo, com objetivo de promover um ajustamento de lotação e da força de trabalho às necessidades dos serviços, inclusive nos casos de reorganização, extinção ou criação de órgão ou entidade. Em caso de reorganização ou extinção de órgão ou entida- de, extinto o cargo ou declarada a falta de necessidade do cargo no órgão ou entidade, o servidor estável que não for redistribuído será colocado em disponibilidade, até seu aproveitamento. O servidor que não for redistribuído ou colocado em dis- ponibilidade poderá ser mantido sob responsabilidade do órgão central do SIPEC e ter exercício provisório, em outro órgão ou en- tidade, até seu adequado aproveitamento. Substituição Primeiramente, é preciso entender o que significa o ter- mo substituição. Quando um servidor que ocupa um cargo ou função de direção ou chefia, ou Cargo de Natureza Especial, por algum motivo, não puder exercer suas atribuições, ele deverá ser substituído e este processo é chamado de substituição. A redação da Lei nº 8.112 traz as seguintes determina- ções sobre a substituição: “Os servidores investidos em cargo ou função de direção ou chefia e os ocupantes de cargo de Natureza Especial terão substitutos in- dicados no regimento interno ou, no caso de omissão, serão desig- nados pelo dirigente máximo do órgão ou entidade. ” É importante entender que nos primeiros 30 dias de substituição, o substituto assumirá as atribuições de forma automática e cumulativa, sem prejuízo às demais atividades já exercidas, e deverá optar por uma das remunerações. O substituto assumirá em caso de: • Afastamentos do titular; • Em casos em que haja impedimentos legais ou regulamen- tares do titular; ou • Na vacância do cargo. Também é importante ressaltar que, após os 30 dias de substituição, o servidor deixa de acumular as atribuições, pas- sando a dedicar-se àquela em que é substituto, recebendo, sem opção de escolha, a retribuição por ela proporcionalmente aos dias que excederem a este período. 14 Nesta aula, você aprendeu sobre importantes temas contidos da redação da Lei nº 8.112/90. Foram apresentados temas como a vacância e suas possibilidades, definição de exoneração, conceitos regras e definições de remoção, redistribuição e de substituição. Espero que você tenha gostado e que tenha entendido com clareza todos estes conceitos, os quais são fundamentais para compreender algumas das regras às quais o servidor pú- blico federal está submetido. Concluindo BRASIL. Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Dispõe so- bre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8112cons.htm>. Acesso em: 15 nov. 2017. Referência autor: Ezequias dos Reis da Silva 16 Segundo o Título III da Lei nº 8.112/90, trataremos dos Direi- tos e Vantagens dos Servidores Públicos Civis. • Direitos dos Servidores Públicos Civis: Vencimento; Remuneração. • Vantagens dos Servidores Públicos Civis: Indenizações: Ajuda de custo; Diárias; Transporte; Auxílio-moradia. • Gratificações: Gratificação natalina; Retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e assessoria; Gratificação por encargo de curso ou concurso. • Adicionais: Adicional de periculosidade, insalubridade ou atividade penosa; Adicional por serviço extraordinário; Adicional noturno; Adicional de férias. Para começo de conversa Direitos dos Servidores Públicos Federais Vencimento É o valor pago em pecúnia, ou seja, em dinheiro, ao servidor para exercer as atribuições de seu cargo. Remuneração É o vencimento do cargo efetivo acrescido de algumas van- tagens permanentes pagas em dinheiro. Essas vantagens também são especificadas em lei. Fique por dentro LINKOTECA O Canal Saber Direito, uma iniciativa da TV Justiça e do Supremo Tribunal Fede- ral - STF, tem uma série de videoaulas sobre a Lei nº 8.112/90. Disponível em: <https://www.youtube. com/watch?v=zfRK--VV- V&8>. Acesso em: 15 nov. 2017. Para mais informações, acesse a lista de videoaulas do Curso “Lei nº 8112/90 e suas alterações”: Apresentação dos direitos e vantagens: https://youtu.be/ qk14Ac7ra5o Vantagens: https://youtu. be/3Z1MBNyRTLs Indenizações: https://youtu. be/-it7StejFUQ Gratificações: https://youtu. be/PtHyyQTT0pQ Adicionais: https://youtu.be/ cFVL2aQp7Zo 17 Vantagens dos Servidores Públicos Federais Além dos direitos pagos ao servidor, poderão ser pagas as seguintes vantagens: indenizações, gratificações, adicionais. Indenizações As indenizações são constituídas por: ajuda de custo, diá- rias, transporte e auxílio-moradia. Ajuda de custo A ajuda de custo é a compensação das despesas que o ser- vidor venha a ter para exercer o seu cargo em uma nova sede, quando essa mudançaseja de forma permanente. Diárias O servidor tem direito a receber esse tipo de indenização quando precisar se afastar do seu local de trabalho por um perío- do temporário, seja dentro ou até fora do país. Transporte É a indenização paga pelo uso de veículo próprio do servidor. Exemplo: Se, por acaso, o servidor utilizar o veículo próprio para realizar serviços fora do seu local de trabalho e se esses serviços estiverem relacionados às atribuições do seu cargo, então ele tem direito de re- ceber um valor para cobrir os gastos com seu veículo. Auxílio-moradia Esse auxílio é um valor pago ao servidor para custear os gastos com hospedagem e aluguéis, devendo ser considerados os requisitos dispostos na lei. Gratificações Gratificação natalina Essa gratificação é mais conhecida como 13º salário. Cor- responde a 1/12 (um doze avos) da remuneração, considerando os meses de exercício naquele ano. Esse valor é pago até o dia 20 do mês de dezembro de cada ano. Retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e assessoria. Os servidores que exercerem alguma dessas funções terão direito a receber uma retribuição pela execução das atividades. 18 Gratificação por encargo de curso ou concurso Essa gratificação é paga ao servidor que realizar atividades de forma eventual. Também conhecida como GECC, ela é discrimi- nada em legislações específicas, e os valores pagos são calculados de acordo com a especificidade da atividade. Exemplo: Atuação como instrutor em curso de formação de curso de desenvol- vimento, treinamento. Adicionais Adicional de periculosidade, insalubridade ou atividade penosa Este tipo de adicional é pago ao servidor caso ele trabalhe de forma frequente em locais que sejam insalubres ou que tenham contato permanente com substâncias tóxicas, radioativas ou que representam qualquer tipo de risco de vida para o servidor. É vedado ao servidor receber adicional de insalubridade e periculosidade ao mesmo tempo. Adicional por serviço extraordinário É o valor pago pelas horas em que o servidor trabalhar além de sua jornada. Ao valor habitual de sua hora de trabalho, será acrescido um percentual de 50%. O serviço extraordinário não pode ultrapassar o limite de duas horas por jornada. Adicional noturno Tem direito ao adicional noturno o servidor que trabalha entre as 22 horas até 5 horas do dia seguinte. As horas trabalhadas nesse período terão um acréscimo de 25% em relação ao valor da hora nor- mal, sendo computados 52 minutos e 30 segundos para cada hora. Adicional de férias Corresponde a um acréscimo de ¹/³ (um terço) da remune- ração do servidor, por motivo de férias. 19 Nesta aula, você aprendeu sobre os Direitos e Vantagens dos Servidores Públicos Civis, contidos no Título III da Lei nº 8.112/90. Concluindo BRASIL. Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autar- quias e das fundações públicas federais. Disponível em: <http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8112cons.htm>. Acesso em: 15 nov. 2017. BRASIL. Constituição (1988). &onstituição da República Federa- tiva do Brasil. Brasília, DF, Senado, 1998. Disponível em: <http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompila- do.htm>. Acesso em: 15 nov. 2017. Referência autor: Ezequias dos Reis da Silva 21 Para começo de conversa, vamos falar sobre os assuntos que serão abordados neste guia. Inicialmente, nesta aula, intitula- da Aula 4, serão apresentados os conteúdos do Título III, Capítulo III da Lei nº 8.112/90, isto é, as férias. Em seguida, serão apresentados conhecimentos referen- tes a licenças, as quais compõem o Título III, Capítulo IV da Lei nº 8.112/90. Falaremos sobre as disposições gerais, da licença por motivo de doença em pessoa da família, licença para o serviço mi- litar, licença para atividade política, licença para capacitação, licen- ça para tratar de interesses particulares e, por fim, licença para o desempenho de mandato classista. Para começo de conversa Férias O servidor tem direito a 30 dias de férias, que podem ser acumuladas até o máximo de dois períodos. Para ter direito ao primeiro período de férias, serão exigidos 12 meses de exercício. As férias poderão ser parceladas em até três etapas, desde que assim requeridas pelo servidor, e no interesse da Administração Pública. O pagamento da remuneração das férias será efetuado em até dois dias antes do início do respectivo período. As férias somente poderão ser interrompidas por motivo de calamidade pública, comoção interna, convocação para júri, serviço militar ou eleitoral, ou por necessidade do serviço declara- da pela autoridade máxima do órgão ou entidade. Licenças Licença corresponde ao período em que o servidor pode se ausentar do trabalho sem perder o vínculo com a Administração Pública definitivamente. O servidor pode pedir licença: • Por motivo de doença em pessoa da família; • Por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro; • Para o serviço militar; • Para atividade política; • Para capacitação; • Para tratar de interesses particulares; Para desempenho de mandato classista. Fique por dentro GLOSSÁRIO Quinquênio: Período de cinco anos. Pleito: Escolha, por vota- ção, de pessoa para ocupar um cargo, um posto ou desempenhar determinada função; eleição. 22 Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família Este tipo de licença é concedida ao servidor por motivo de doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do pa- drasto ou madrasta e enteado ou dependente que viva a suas ex- pensas e conste do seu assentamento funcional, mediante com- provação por perícia médica oficial. Esta licença poderá ser concedida por até 60 dias, con- secutivos ou não, mantida a remuneração do servidor, e por até 90 dias, consecutivos ou não, sem remuneração, a cada período de 12 meses. Licença por Motivo de Afastamento do &ônjuge Este tipo de licença poderá ser concedido ao servidor para que ele possa acompanhar cônjuge ou companheiro que foi des- locado para outro ponto do território nacional, para o exterior ou para o exercício de mandato eletivo dos Poderes Executivo e Le- gislativo. É importante compreender que este tipo de licença pode ser por prazo indeterminado, porém será sem remuneração. Na licença por motivo de afastamento do cônjuge, o ser- vidor poderá ter exercício provisório de seu cargo em outro ór- gão ou entidade, caso seu cônjuge ou companheiro também seja servidor público, civil ou militar, de qualquer âmbito. No entanto, este exercício provisório deverá ser em um cargo com atividades compatíveis com o cargo original do servidor. Licença para o Serviço Militar A redação da Lei nº 8.112/90 define que “Ao servidor con- vocado para o serviço militar será concedida licença, na forma e condições previstas na legislação específica.” É importante ressaltar que, após a conclusão do serviço mi- litar, o servidor terá até 30 dias, sem remuneração, para reassumir o exercício do cargo. Licença para Atividade Política O servidor terá direito a licença para atividade política, sem remuneração, durante: • O período de escolhas em convenção partidária; • Durante o período de candidatura ao cargo eletivo; • E à véspera do registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral. O servidor candidato a cargo eletivo na localidade onde de- sempenha suas funções e que também exerça cargo de direção, chefia, assessoramento, arrecadação ou fiscalização, dele será afastado, a partir do dia imediato ao do registro de sua candida- tura perante a Justiça Eleitoral, permanecendo até o décimo dia seguinte ao do pleito. É importante ressaltar que, durante esse período, o servidor fará jus à licença para atividade política, sendo mantidos os venci- mentos do cargo efetivo somente pelo período de três meses. LINKOTECA BRASIL. Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Dispõe sobre o regime jurídicodos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais. Disponível em: <http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/ leis/L8112cons.htm>. Acesso em: 15 nov. 2017. O Canal Saber Direito, uma iniciativa da TV Justiça e do Supremo Tribunal Federal - STF, tem uma série de video- aulas sobre a Lei nº 8.112/90. Na Aula 3, aprofundam mais os temas apresentados neste guia. Lei do Servidor (8.112/90). Disponível em: <https://www.youtube.com/ watch?v=zfRK=--VVV8&llist- PL875AF80D&59A&&8B>. Acesso em: 15 nov. 2017. Para mais informações, acesse a lista de videoaulas do Curso “Lei nº 8112/90 e suas alterações”: Das férias: https://youtu.be/ bqHcypqyh90 Da licença por motivo de doença em pessoa da fa- mília: https://youtu.be/ gML4KuuZU0c Da licença por motivo de afastamento do cônjuge: ht- tps://youtu.be/vKV7hIo27g4 Da licença para serviço militar: https://youtu.be/ SEb4VplZfPI Da licença para atividade política: https://youtu.be/ jVOHYo6sm3I 23 Licença para &apacitação A cada quinquênio de efetivo exercício, o servidor poderá, no interesse da Administração, afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, por até três meses, para participar de curso de capacitação profissional. Vale salientar que os períodos de licença para capacitação não são acumuláveis. Portanto, se o servidor não utilizar a licença dentro do período dos cinco anos subsequentes ao período aquisitivo, per- derá o direito de solicitar a licença relativa àquele quinquênio. Licença para Tratar de Interesses Particulares A critério da Administração, pode ser concedido ao servidor ocupante de cargo efetivo, desde que não esteja em estágio pro- batório, licenças para tratar de assuntos particulares, pelo prazo de até três anos consecutivos, sem remuneração. A licença pode ser interrompida, a qualquer tempo, a pedi- do do servidor ou por interesse do serviço público. É importante entender que essa licença suspende o vínculo com a Administração Pública Federal e, durante esse período, o disposto nos arts. 116 e 117 da Lei nº 8.112/90 (deveres e proibi- ções) não se aplicam ao servidor licenciado. Licença para o Desempenho de Mandato &lassista O servidor tem direito à licença não remunerada para o de- sempenho de mandato em: • Confederação; • Federação; • Associação de classe de âmbito nacional; • Sindicato representativo da categoria; • Entidade fiscalizadora da profissão; • Para participar de gerência ou administração em sociedade cooperativa constituída por servidores públicos, para prestar serviços a seus membros. Esta modalidade de licença mantém a contagem de tempo de serviço, exceto para efeito de promoção por merecimento. De acordo com o número de associados da entidade de re- presentação classista, podem ser licenciados para desempenho de mandato classista somente um número específico de servidores: • Com até 5.000 associados, dois servidores; • De 5.001 a 30.000 associados, quatro servidores; • Com mais de 30.000 associados, oito servidores. Somente poderão ser licenciados para desempenho de mandato classista os servidores eleitos para cargos de direção ou de representação nas referidas entidades, desde que cadastradas no órgão competente. Vale lembrar que esta licença terá duração igual à do mandato, podendo ser renovada, no caso de reeleição. LINKOTECA Da licença para capa- citação: https://youtu. be/0ML9xSzpALA Da licença para tratar de as- suntos particulares: https:// youtu.be/zIzKu3OGT9M Da licença para desempenho de mandato classista: ht- tps://youtu.be/AdWvXZDSfp4 24 Nesta aula, você aprendeu sobre importantes temas conti- dos na redação da Lei nº 8.112/90, como o direito de férias do servi- dor e a definição e modalidades de licenças. Espero que você tenha gostado e que tenha entendido com clareza todos esses conceitos, os quais são fundamentais para com- preender algumas das regras às quais o servidor público federal está submetido, assim como seus direitos e vantagens. Concluindo BRASIL. Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais. Disponível em: <http://www.pla- nalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8112cons.htm>. Acesso em: 15 nov. 2017. Referência autor: Ezequias dos Reis da Silva 26 Para começo de conversa, vamos falar sobre os assuntos que serão abordados neste guia. Inicialmente, nesta aula, intitula- da Aula 5, serão apresentados os conteúdos do Título II, Capítulo V da Lei nº 8.112/90, isto é, os afastamentos. Assim como uma licença, o afastamento é um direito que todo servidor tem para ficar um período pré-determinado sem exercer as funções de seu cargo. A Lei nº 8.112/90 apresenta quatro tipos de afastamento: • Afastamento para servir a outro órgão ou entidade; • Afastamento para exercício de mandato eletivo; • Afastamento para estudo ou missão no exterior; • Afastamento para participação em programa de pós-graduação stricto sensu no País. Para começo de conversa Afastamentos Assim como as licenças, os afastamentos são direitos que todo servidor possui para ficar um período pré-determinado sem exercer as funções de seu cargo. Afastamento para Servir a Outro Órgão ou Entidade A redação da Lei nº 8.112/90 diz que o servidor poderá ser cedido para ter exercício em outro órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e/ou dos Municípios. Porém, a concessão citada anteriormente só pode ocorrer em alguns casos: • Em caso de exercício de cargo em comissão ou função de confiança; • Em casos previstos em leis específicas. Lembrando que, quando o servidor é cedido para exercício de cargo de comissão ou função de confiança, o ônus da remune- ração será do órgão ou entidade cessionária, ou seja, quem paga o salário do servidor é o órgão ou entidade para o qual ele foi cedido. Fique por dentro GLOSSÁRIO Entidade cessionária: órgão ou entidade que recebe o servidor cedido por outrem. Pós-graduação stricto sensu: são cursos de mestrado acadêmico ou profissional, doutorado e pós-doutorado. 27 Afastamento para Exercício de Mandato Eletivo Este é o afastamento para servidores que são eleitos pelo voto popular para exercerem cargos políticos no Poder Executivo ou Legislativo. Em caso de mandato federal, estadual ou distrital, o servidor ficará afastado do cargo. No caso de mandato de prefeito, o servi- dor será afastado do cargo e terá que optar por uma das remunera- ções. No caso de mandato de vereador, se houver compatibilidade de horário, o servidor recebe as vantagens do seu cargo e as van- tagens de seu mandato eletivo. No caso de incompatibilidade, ele será afastado do cargo e poderá optar por uma das remunerações. É importante salientar duas questões neste tipo de afasta- mento. A primeira delas é que o servidor terá que contribuir para o INSS como se estivesse em exercício. A segunda questão é que o servidor não poderá ser removido ou redistribuído de ofício para localidade diferente daquela onde exerce um mandato eletivo. Afastamento para Estudo ou Missão no Exterior Neste tipo de afastamento, o servidor somente poderá sair do país para estudo ou missão oficial com autorização dos presi- dentes dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Essa ausên- cia não poderá exceder quatro anos. Ao final deste afastamento, será permitida nova ausên- cia somente após transcorrido um período igual ao do afas- tamento anterior. Por exemplo: O servidor irá desenvolver parte de uma pesquisa fora do país por dois anos. Após o seu retorno, o servidor deverá ficar no país por mais dois anos para que possa ser autorizado um novo afastamento para estudo ou missão no exterior. Há, também, dois pontos importantes a serem observados após o fim do período deste tipo de afastamento, que são: 1. O servidor não podepedir exoneração ou licença para tratar de interesse particular antes de decorrido período igual ao do afastamento, exceto se houver ressarcimento das despesas com o afastamento ao erário. 2. Os itens dispostos neste afastamento não se aplicam a servi- dores da carreira diplomática. Afastamento para Participação em Programa de Pós-Vraduação Stricto Sensu no País. Nesse tipo de afastamento, o servidor somente pode se afastar, no interesse da Administração, quando não houver ne- nhuma possibilidade de adequação ou compensação de horários. Nesta perspectiva, se não há essa possibilidade, então o servidor tem o direito de solicitar esse tipo afastamento, com a respectiva remuneração, para participar de programa de pós-gra- duação stricto sensu em instituição de ensino superior no País. É muito importante entender as condições para solicitar este tipo afastamento: 28 • Para mestrado, o servidor deve ter pelo menos três anos de pleno exercício, incluído o período de estágio probatório. • Para doutorado, o servidor deve ter pelo menos quatro anos de pleno exercício, incluído o período de estágio probatório. Nestes casos, o servidor solicitante não pode ter gozado de licença para tratar de assuntos particulares ou com funda- mento neste afastamento, nem licença para capacitação nos úl- timos dois anos. • Para pós-doutorado, o servidor titular de cargo efetivo deve ter pelo menos quatro anos de pleno exercício, incluído o período de estágio probatório. Neste caso, o servidor não pode ter solicitado licença para tratar de assuntos particulares, nem com fundamento neste afastamento, nos últimos quatro anos. Para todos os casos deste tipo de afastamento, os servi- dores beneficiados terão que permanecer no exercício de suas funções, após o seu retorno, por um período igual ao do afasta- mento concedido. Se o servidor retornar do afastamento sem o título pre- tendido e, após esse retorno, solicitar exoneração ou aposenta- doria, deverá ressarcir o órgão ou entidade de todos os gastos com seu afastamento. LINKOTECA BRASIL. Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais. Disponí- vel em: <http://www.pla- nalto.gov.br/ccivil_03/leis/ L8112cons.htm>. Acesso em: 15 nov. 2017. O Canal Saber Direito, uma iniciativa da TV Justi- ça e do Supremo Tribunal Federal - STF, tem uma série de videoaulas so- bre a Lei nº 8.112/90. Na Aula 4, aprofundam mais os temas apresentados neste guia. Lei do Servi- dor (Lei 8.112/90). Dispo- nível em: <https://www. youtube.com/watch?v=- zfRK--VVV&8llist=PL875A- F80D&59A&&8B>. Acesso em: 15 nov. 2017. Para mais informações, acesse a lista de videoaulas do Curso “Lei nº 8.112/90 e suas alterações”: Dos afastamentos: https:// youtu.be/Y0QmfmkqAA8 Do afastamento para servir outro órgão ou en- tidade: https://youtu.be/ HbN6wPJXoxM Do afastamento para exer- cício de mandato eletivo: https://youtu.be/gUxVh4h- VYgE Do afastamento para estudo ou missão no exterior: ht- tps://youtu.be/7x9zgH-SEdc Do afastamento para participação em programa de pós-graduação stricto sensu no país: https://you- tu.be/Uln4cIxipkg Nesta aula, você aprendeu sobre importantes temas contidos na redação da Lei nº 8.112/90. Foram apresentadas quatro modalida- des de afastamento que são direito do servidor público federal. Espero que você tenha gostado e que tenha entendido com clareza todos esses conceitos, que são fundamentais para compre- ender algumas das regras às quais o servidor público federal está submetido, assim como seus direitos e vantagens. Concluindo BRASIL. Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais. Disponível em: <http://www.pla- nalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8112cons.htm>. Acesso em: 15 nov. 2017. Referência autora: Pamela Jacob 30 Na aula 6, vamos conhecer as concessões previstas em lei ao servidor público, a forma de contagem de tempo de serviço e o direito de petição. Esperamos que, ao final do curso, você, estu- dante, saiba responder três perguntas fundamentais: Quais são as concessões estabelecidas pela Lei nº 8.112/90 aos servidores públicos federais? Quais afastamentos são considerados no mo- mento da contagem de tempo? O que é o direito de petição? Apro- veitem o material e bons estudos. Para começo de conversa Das &oncessões Esta unidade estabelece em quais situações o servidor pode se ausentar e a quantidade de dias previstos para cada situação. Dentre elas estão doação de sangue, alistamento, recadastramen- to eleitoral, casamento, falecimento de familiares (especificados), além de horário especial para servidor estudante, portador (ou com familiar portador) de deficiência e para desempenho de atividades gratificadas com GECC. Exceto nos casos de deficiência, o servidor estudante ou desempenhando as atividades gratificadas deverá re- alizar a compensação de horário, conforme previsto em lei. Do Tempo de Serviço O capítulo 7 da Lei nº 8.112/90 trata do tempo de serviço, sendo sua contagem realizada em dias e convertida em anos. São computados como efetivo exercício as concessões dispostas no art. 97, férias, exercício de cargo comissionado, exercício de cargo ou função por nomeação presidencial, participação em programa de pós-graduação stricto sensu no país, desempenho de mandato ele- tivo, júri, missão ou estudo no exterior, deslocamento para nova sede, participação em competição desportiva nacional, afastamen- to para servir em organismo internacional e no caso de algumas licenças, especificadas na lei. Fique por dentro GLOSSÁRIO &onvertido: Aquele que se converteu a algo. VE&&: Gratificação por En- cargo de Curso e Concurso LINKOTECA BRASIL. Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Dis- põe sobre o regime jurídi- co dos servidores públicos civis da União, das autar- quias e das fundações pú- blicas federais. Disponível em: <http://www.planal- to.gov.br/ccivil_03/leis/ L8112cons.htm>. Acesso em: 15 nov. 2017. BRASIL. &onstituição (1988). &onstituição da República Federativa do Brasil. Bra- sília, DF, Senado, 1998. Dis- ponível em: <http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/ constituicao/constituica- ocompilado.htm>. Acesso em: 15 nov. 2017. Para mais informações, acesse a lista de videoaulas do &urso “Lei nº 8.112/90 e suas alterações”: Das concessões: https://you- tu.be/azBHIvjgp_Y Do tempo de serviço: ht- tps://youtu.be/qUAD2qJ8TwI Do direito a petição: ht- tps://youtu.be/nmJh6ZRxHP0 31 Do Direito de Petição O direito de petição está previsto no artigo 5 da Constitui- ção Federal, inciso 34, e também está previsto no capítulo 8 da Lei nº 8.112/90. Este direito permite que o servidor se dirija à au- toridade competente para reivindicar algo, fazer uma queixa, de- fender seus direitos e interesses ou até mesmo opinar sobre um assunto. As regras e prazos para a tramitação do requerimento estão descritos do art. 104 a 115. Chegamos ao fim de mais uma aula. O direito de petição está previsto também na Constituição Federal de 1988, portanto, sugerimos que leiam o artigo 5 da Constituição para conhecer um pouco mais sobre o assunto. É importante estudar as con- cessões antes de iniciar a leitura do tempo de serviço, pois ficará mais fácil entender a contagem de tempo e os períodos que são considerados como efetivo exercício. Concluindo BRASIL. Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais. Disponível em: <http://www.pla- nalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8112cons.htm>. Acesso em: 15 nov. 2017. BRASIL, Constituição (1988). &onstituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, Senado, 1998. Disponível em: <http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. Acessoem: 15 nov. 2017. Referência autor: Raphael de Paiva Gonçalves 33 Para começo de conversa, vamos falar sobre os assuntos que serão abordados neste guia. Nesta aula, intitulada Aula 7, se- rão apresentados os conteúdos do Título IV da Lei nº 8.112/90, isto é, abordaremos o Regime Disciplinar. O regime disciplinar compõe uma parte importante da Lei nº 8.112/90, pois estabelece a forma de conduta de um servidor em exercício, suas responsabilidades, proibições e possíveis penalidades. Nesta perspectiva, o regime disciplinar é dividido em cinco partes: • Deveres; • Proibições; • Acumulação; • Responsabilidades; • Penalidades. Para começo de conversa Regime disciplinar O regime disciplinar estabelece a forma de conduta de um servidor em exercício, suas responsabilidades, proibições e possíveis penalidades. O regime disciplinar é dividido em cinco partes: • Deveres; • Proibições; • Acumulação; • Responsabilidades; • Penalidades. Dos Deveres Vamos iniciar pelo Art. 116, que trata dos deveres. São deveres do servidor: • Exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo; • Ser leal às instituições a que servir; • Observar as normas legais e regulamentares; • Cumprir as ordens superiores, exceto quando manifesta- mente ilegais; • Atender com presteza: 1. ao público em geral; 2. à expedição de certidões; 3. às requisições para a defesa da Fazenda Pública. Fique por dentro GLOSSÁRIO Usura: ato de obtenção de renda por meio de emprésti- mos com juros exorbitantes. Improbidade administra- tiva: designativo técnico para conceituar corrupção administrativa. 34 • Levar as irregularidades de que tiver ciência ao conhecimento da autoridade superior ou, em caso do envolvimento desta, ao conhecimento de outra autoridade competente para apuração; • Zelar pela economia do material e a conservação do patri- mônio público; • Guardar sigilo sobre assunto da repartição; • Manter conduta compatível com a moralidade administrativa; • Ser assíduo e pontual ao serviço; • Tratar com urbanidade as pessoas; • Representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder. • É importante salientar que a representação citada anterior- mente deve ser encaminhada pelas vias hierárquicas. Das Proibições É proibido ao servidor: Se ausentar do serviço, durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato. É proibido retirar qualquer documento ou objeto da re- partição, sem autorização de autoridade competente. É proibido recusar fé a documentos públicos, ou seja, ne- gar a autenticidade de um documento público devidamente ex- pedido por órgão ou entidade pública. Opor resistência injustificada ao andamento de: • Documentos; • Processos; e • Execução de serviços. É proibido promover manifestação de apreço ou desa- preço no recinto da repartição. É proibido delegar a pessoa estranha à repartição, exce- to em casos previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado. Coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a: • Associação profissional ou sindical; ou • Partido político. Também é proibido manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança: • Cônjuge; • Companheiro; ou • Parente até o segundo grau civil. É vedada a utilização do cargo para obter vantagem pes- soal ou de terceiros. É proibido participar de gerência ou administração de socie- dade privada, personificada ou não personificada, e exercer o co- mércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário. É importante evidenciar que o item anterior não se aplica caso o servidor esteja em licença para tratar de interesses particula- res ou em caso de participação em comitês e conselhos de empre- sas ou entidades das quais a União detenha participação no capital. Em continuidade às proibições, é vedado ao servidor atu- ar, como procurador ou intermediário, junto ao órgão ou à en- tidade pública em que estiver lotado ou em exercício, exceto quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau e de cônjuge ou companheiro. 35 É proibido receber propina, comissão, presente ou qualquer tipo de vantagem em razão de suas atribuições. É vedado aceitar comissão, emprego ou pensão de es- tado estrangeiro. É proibido praticar qualquer tipo de usura, ou seja, obter ren- da por meio de empréstimos com juros exorbitantes. É proibido proceder de forma indolente ou negligente. É proibido utilizar pessoal ou recursos materiais da reparti- ção em serviços ou atividades particulares. É proibido delegar a outro servidor atribuições estra- nhas ao cargo que ele ocupa, exceto em situações transitó- rias ou de emergência. Também é proibido exercer qualquer atividade que seja incompatível com o exercício do cargo, com a função ou com o horário de trabalho. Por fim, é proibido recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado. É proibido receber propina, comissão, presente ou qual- quer tipo de vantagem em razão de suas atribuições. É vedado aceitar comissão, emprego ou pensão de es- tado estrangeiro. É proibido praticar qualquer tipo de usura, ou seja, obter renda por meio de empréstimos com juros exorbitantes. É proibido proceder de forma indolente ou negligente. É proibido utilizar pessoal ou recursos materiais da re- partição em serviços ou atividades particulares. É proibido delegar a outro servidor atribuições estra- nhas ao cargo que ele ocupa, exceto em situações transitórias ou de emergência. Também é proibido exercer qualquer atividade que seja incompatível com o exercício do cargo, com a função ou com o horário de trabalho. Por fim, é proibido recusar-se a atualizar seus dados ca- dastrais quando solicitado. Acumulação de &argos Públicos A acumulação de cargos públicos remunerados é proibi- da, exceto em casos previstos no art. 37, inciso XVI, da Consti- tuição Federal que permite o acúmulo de: • Dois cargos de professor; • Um cargo de professor e outro técnico ou científico; ou • Dois cargos ou empregos privativos de profissionais de área da saúde. Esta acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condicio- nada à comprovação da compatibilidade de horários. Estes são os únicos casos de acumulação permitidos na Lei nº 8.112/90, sendo proibido, para todos os outros casos, acumular cargos públicos, empregos públicos e funções comis- sionadas desempenhadas em autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia mista, quando es- tas instituições estiverem vinculadas à União, ao Distrito Fede- ral, Estados, Territórios e Municípios. Em continuidade, falaremos do Art. 119, que diz que o servidor 36 exercer mais de um cargo em comissão, exceto quando for ocupar outro cargo em comissão de forma interina, onde terá de optar por uma das remunerações. Também não poderá ser remunerado o servidor que partici- par de órgão de deliberação coletiva, exceto quando participar em conselhos administrativos e fiscais de empresas públicas. É importante ressaltar que, conforme disposto no Art. 120 da Lei nº 8.112/90, o servidor que acumular licitamente dois cargos, quando investir em um cargo comissionado, fica- rá afastado de ambos os cargos efetivos que acumula, salvo quando houver compatibilidade de horários. Das Responsabilidades Em caso de exercício irregular de suas atribuições, o servidor responderá, civil, penal e administrativamente. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo (ser omisso) ou comissivo (de executar irregularidades), de forma dolosa ou cul- posa, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros. A responsabilidade penal se dá a partir de práticas de infra- ções funcionais definidas em lei, como crimes e contravenções. A responsabilidade administrativa se dá a partir de práti- cas de infrações funcionais definidas em leis administrativas. Caso comprovada a responsabilidade do servidor perante os atos praticados, este poderá ser obrigado a reparar os danos causa- dos ao erário e/ou a terceirospelos crimes e infrações cometidas. As sanções civis penais e administrativas poderão ser acumuladas e são independentes entre si. É importante salien- tar que nenhum servidor poderá ser responsabilizado civil, pe- nal ou administrativamente por dar ciência à autoridade supe- rior quanto a práticas de crimes de que tenha conhecimento, mesmo que essa infração ocorra em decorrência do exercício de seu cargo, emprego ou função pública. Das Penalidades As penalidades são punições que o servidor receberá caso pratique atos irregulares no exercício do seu cargo. As penalidades são divididas em seis tipos: • Advertência; • Suspensão; • Demissão; • Cassação de aposentadoria ou disponibilidade; • Destituição de cargo em comissão; • Destituição de função comissionada. Advertências A advertência será aplicada por escrito, nos casos de violação das proibições constantes do art. 117, incisos I a VIII e XIX. Também será aplicada advertência em caso de não cumprimento do dever funcional, de regulamentação ou de norma interna. O registro da advertência será apagado após três anos de efetivo exercício. 37 Suspensões A suspensão será aplicada em caso de reincidência de adver- tência e de violação das demais proibições que não estejam sujeitas a penalidade de demissão, não podendo exceder 90 dias. A penalidade de suspensão pode ser convertida em multa, no valor diário de 50% da remuneração diária do servidor, e seu registro será apagado após cinco anos de efetivo exercício. Demissão A demissão será aplicada nos seguintes casos: • Crime contra a Administração Pública; • Abandono de cargo (configurado pela ausência intencional por mais de 30 dias consecutivos); • Inassiduidade habitual (configurada por falta sem justa causa por mais de 60 dias interpolados em 12 meses); • Improbidade administrativa; • Incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição; • Insubordinação grave em serviço; • Ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa própria ou de outrem; • Aplicação irregular de dinheiro público; • Revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo; • Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional; • Corrupção; • Acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas; • Transgressão das proibições do Art. 117, dispostas nos in- cisos IX a XVI. &assação Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do inativo quando for comprovado que, quando estava em atividade, come- teu ato punível com a demissão. Destituição de cargo em comissão A destituição do cargo em comissão é aplicada aos não ocu- pantes de cargo efetivo nos casos de infrações que configurem pe- nalidades de suspensão e de demissão, ou também por infringên- cia das proibições de: • Uso do cargo para fins de proveitos pessoais; e • Atuação como procurador ou intermediário de terceiro na própria instituição em que trabalhar, salvo em exceções previstas em lei. Neste caso, o servidor será demitido ou destituído de cargo em comissão e impedido de nova investidura em cargo público fe- deral, pelo prazo de cinco anos. Não poderá retornar ao serviço público federal novamente o servidor que for demitido ou destituído do cargo em comissão por: • Crime contra a Administração Pública; • Improbidade administrativa; • Aplicação irregular de dinheiro público; LINKOTECA Para mais informações, acesse a Lei nº 8.112/90 na íntegra: BRASIL. Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais. Disponí- vel em: <http://www.pla- nalto.gov.br/ccivil_03/leis/ L8112cons.htm>. Acesso em: 15 nov. 2017. O Canal Saber Direito, uma iniciativa da TV Justiça e do Supremo Tribunal Fede- ral - STF, tem um série de videoaulas sobre a Lei nº 8.112/90. Na Aula 5, apro- fundam mais os temas apresentados neste guia. Disponível em: <https:// www.youtube.com/wat- ch?v=zfRK=--VVV8&llist- PL875AF80D&59A&&8B>. Acesso em 15 nov. 2017. Para mais informações, acesse a lista de videoaulas do Curso “Lei nº 8.112/90 e suas alterações”: Do regime disciplinar: https://youtu.be/HFm8Tun- N4kE Das proibições: https:// youtu.be/5HKOuVasMDw Da acumulação de cargos públicos: https://youtu.be/ jrLUTKWiOtc Das responsabilidades: ht- tps://youtu.be/PUzDZVEViIw Das penalidades: https:// youtu.be/xyTeZ4rxb_o Da demissão: https://you- tu.be/kcvsID0SPA0 38 • Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional; • Corrupção. Por fim, a penalidade disciplinar prescreverá, ou seja, ficará sem efeito: • Após cinco anos, no caso de demissão, cassação ou destituição; • Após dois anos, no caso de suspensão; e • Após 180 dias, no caso de advertência. Nesta aula, você aprendeu sobre importantes temas contidos na redação da Lei nº 8.112/90. Foi apresentado o Regime Disciplinar, que norteia toda a conduta do servidor público federal em exercício, assim como possíveis punições caso tal conduta não seja cumprida. Espero que você tenha gostado e que tenha entendido com clareza todos estes conceitos, os quais são fundamentais para com- preender algumas das regras às quais o servidor público federal está submetido, seu padrão de conduta e possíveis punições. Concluindo BRASIL. Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais. Disponível em: <http://www.pla- nalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8112cons.htm>. Acesso em: 15 nov. 2017. Referência autor: Raphael de Paiva Gonçalves 40 Nesta aula, intitulada Aula 8, serão apresentados os conteú- dos do Título V da Lei nº 8.112/90, isto é, abordaremos o Processo Administrativo Disciplinar. Em seguida, falaremos sobre o afastamento preventivo e sobre os ritos do Processo Administrativo Disciplinar. Por fim, trataremos sobre a revisão processual, que é um direito do servidor submetido a um Processo Administrativo Disciplinar. Para começo de conversa Processo Administrativo Disciplinar Iniciamos com a citação do Art.143: “A autoridade que tiver conhecimento de irregularidades no ser- viço público é obrigada a promover sua apuração imediatamente, mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar [...]”. É importante salientar que, nesta apuração, o acusado tem o direito à ampla defesa. Para que as denúncias sobre as irregularidades sejam ob- jeto de apuração, é necessário que elas sejam feitas por escrito e o denunciante seja identificado. Quando o fato denunciado não configurar evidente infração disciplinar ou ilícito penal, a denúncia será arquivada, por falta de objeto. Sindicância A sindicância é um processo de apuração de infrações mais leve. O prazo para conclusão da sindicância é de 30 dias, podendo ser prorrogado por igual período. Podemos ter como resultado três situações: • Arquivamento do processo; • Aplicação de advertência ou suspensão de até 30 dias; • Instauração de Processo Administrativo Disciplinar. É importante ressaltar que, sempre que a irregularidade cometida possibilitar a aplicação de penalidades como suspen- são por mais de 30 dias, demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou ainda, destituição de cargo em comissão, é obrigatória a instauração de processo disciplinar. Fique por dentro GLOSSÁRIO Ônus da prova: obriga- ção de um indivíduo, em um processo, de fornecer garantias suficientes para sustentar a sua posição. Inassiduidade habitual: falta ao serviço, sem causa justificada, por 60 dias, interpoladamente, durante o período de 12 meses. Revelia: falta de contesta- ção por parte do réu em relação à ação proposta em face dele. Defensor dativo: é o defen- sor designado quando a pes- soa não possui condições de contratar ou constituir um. Rito: forma de realização do processo; sequência de passos que devem ser respeitados; ritual. 41 Afastamento Preventivo A fim de evitar possíveis influênciasdo indiciado na apura- ção das irregularidades, a autoridade instauradora do Processo Administrativo Disciplinar pode determinar a medida cautelar de afastamento do exercício do cargo do servidor investigado, pelo prazo de até 60 dias, sendo prorrogáveis por igual período e mantendo a remuneração. Processo Disciplinar O Processo Administrativo Disciplinar é um instrumento de apuração de irregularidades mais complexo que a sindicância. É muito importante entender que o Processo Administrativo Disci- plinar, o PAD, pode ser dividido em dois ritos: • PAD Sumário; • PAD Ordinário. PAD Sumário Neste rito, todo o processo é mais célere. Veja, abaixo, como ocorre o Rito Sumário: Quando aplicar PAD de Rito Sumário? • Acumulação ilícita de cargos; • Abandono de cargo; • Inassiduidade habitual. Como se dá o rito? O Rito Sumário é composto por três fases, sendo elas: 1. Instauração: na instauração é publicado o ato que irá cons- tituir uma comissão com dois servidores estáveis e, também, ocorre a indicação da autoria e materialidade da transgressão. 2. Instrução: a instrução é subdividida em três etapas, sendo elas: 2.1 Indiciação: a comissão terá três dias para elaborar o termo de indiciação e a citação poderá ocorrer de forma pessoal, por meio da chefia ou por edital, caso o indiciado esteja em lugar incerto e não sabido. 2.2 Defesa: o indiciado terá o prazo de cinco dias para entrega da defesa, por escrito. No caso de revelia, será nomeado um defensor dativo. 2.3 Relatório: deve ser conclusivo. 3. Julgamento: prazo de cinco dias para a autoridade julgadora proferir a decisão. Qual é o prazo para cumprimento do Rito Sumário? O prazo geral para o procedimento sumário é de 30 dias, prorrogáveis por mais 15 dias. IMPORTANTE • Na instauração de pro- cedimento sumário por acumulação ilegal de car- gos, configurará boa-fé do servidor, caso ele opte por um dos cargos até o último dia de prazo para defesa. A opção feita pelo servidor se conver- terá automaticamente em pedido de exonera- ção do outro cargo. • Se o servidor não optar por um dos cargos, o julgamento seguirá. &omprovada a acumu- lação ilegal e má-fé, a penalidade aplicada poderá ser de demissão, destituição ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade. ! 42 PAD Ordinário O PAD ordinário é destinado a apurar responsabilidade do servidor por infração praticada no exercício de suas atri- buições ou que tenha relação com as atribuições do cargo em que se encontre investido. O PAD será conduzido por uma comissão composta por três servidores estáveis, designados por autoridade competente. Um dos membros será o presidente, que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escola- ridade igual ou superior ao do indiciado. Não poderá participar da comissão o cônjuge, companhei- ro ou parente do acusado, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau. A comissão deverá exercer as apurações com independência e imparcialidade, mantendo o sigilo necessário ou mantendo o sigi- lo por interesse da Administração, sendo as reuniões e audiências da comissão de caráter reservado. No caso das reuniões, será ne- cessário o registro de atas sobre todas as deliberações adotadas. Assim, o processo disciplinar é composto das seguintes fases: • Instauração: com publicação do ato que constitui a comissão; • Inquérito administrativo: que compreende a instrução, a defesa e o relatório; e • Julgamento. É importante ressaltar que, a partir da publicação do ato de constituição da comissão, no caso do PAD ordinário, o prazo para conclusão do processo é de até 60 dias, podendo ser pror- rogado por igual período, se necessário. Também é importante saber que, sempre que necessário, a comissão dedicará tempo integral aos seus trabalhos, sendo os seus membros dispensados do ponto até a entrega do relatório final. Vamos ao Inquérito Administrativo: Inquérito Administrativo Nesta etapa, será assegurado ao indiciado o contraditório e a ampla defesa. Também poderão ser utilizados, para auxiliar no processo de apuração, todos os documentos da sindicância. Na etapa de inquérito, a comissão promoverá a tomada de depoimentos, acareações, investigações, diligências para coleta de provas e análise de técnicos e peritos especializados, se necessário. É direito do indiciado: • Acompanhar o processo pessoalmente ou por intermédio de procurador; • Listar e reinquirir testemunhas; • Produzir provas e contraprovas; • Formular quesitos, em caso de provas periciais. Em caso de depoimento, as testemunhas serão intima- das mediante mandado expedido pelo presidente da comissão. A testemunha deve assinar a segunda via do mandado, a qual será anexada ao processo. 43 O depoimento será prestado oralmente e reduzido a ter- mo, ou seja, digitado por um escrivão. Após os depoimentos das testemunhas, o acusado será interrogado, mediante intimação, de forma oral, com o interro- gatório reduzido a termo. Após a verificação dos fatos e esclarecida a infração discipli- nar, o servidor será indiciado com a especificação dos fatos e das res- pectivas provas via mandado expedido pelo presidente da comissão, tendo o prazo de dez dias para apresentar sua defesa escrita. Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será comum e de 20 dias. O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo dobro do tempo, para diligências consideradas indispensáveis para a apuração dos fatos. Após a análise da defesa, a comissão elaborará um rela- tório minucioso e mencionará os fatos e as provas nos quais se baseou para formar a sua convicção. Esse relatório deve ser conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do indiciado em relação às irregularidades. Em caso de responsabilização do servidor, ou seja, caso ele seja culpado pelas irregularidades apuradas, a comissão deve indicar o dispositivo legal, ou seja, deve indicar o item da lei que foi transgre- dido e as possíveis circunstâncias agravantes ou atenuantes. Após a finalização da elaboração do relatório, ele deve ser enviado para a autoridade responsável pela instauração do pro- cesso disciplinar, para o proferimento do julgamento. Agora, vamos falar mais sobre a etapa de julgamento. Julgamento A partir do recebimento do processo finalizado pela comissão, a autoridade julgadora deve proferir o julgamento em até 20 dias. O julgamento deve acatar a posição conclusiva do relató- rio da comissão, exceto quando a autoridade perceber que o re- latório contraria as provas do processo. O servidor que responder a processo disciplinar só poderá pedir exoneração ou aposentadoria após a conclusão do proces- so e cumprimento da penalidade, caso seja aplicada. Revisão do Processo Disciplinar O processo disciplinar poderá ser revisto a qualquer tem- po, a pedido ou de ofício, quando forem encontrados novos fa- tos ou circunstâncias que possam justificar a inocência ou a ina- dequação da penalidade aplicada. No processo revisional, o ônus da prova cabe ao reque- rente, isto é, quem pede a revisão é o responsável por apresen- tar as provas que justificam a sua inocência. É importante saber que a simples alegação de penali- dade injusta não constitui fundamento para revisão. O pedido de revisão deve apontar novos elementos não apreciados no processo originário. O requerimento de revisão do processo será dirigido ao Ministro de Estado ou autoridade equivalente, que, se autorizar LINKOTECA BRASIL. Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Dis- põe sobre o regime jurídi- co dos servidores públicos civis da União, das autar- quias e das fundações pú- blicas federais. Disponível em: <http://www.planal- to.gov.br/ccivil_03/leis/ L8112cons.htm>. Acesso em: 15 nov. 2017. O Canal Saber Direito, uma iniciativa da TV Jus- tiça e do Supremo Tri- bunal Federal - STF, tem um série de videoaulas sobre a Lei nº 8112/90. Na Aula 5, aprofundam mais os temas apresen- tados neste guia. Dispo- nível em: <https://www.youtube.com/watch?v=z- fRK--GVGC8&list=PL875A- F80DC59ACC8B>. Acesso em 15/11/2017. Para mais informações, acesse a lista de videoaulas do Curso “Lei nº 8.112/90 e suas alterações”: Disposições gerais: ht- tps://youtu.be/klRSHffAlKA Do afastamento preven- tivo e do processo disci- plinar - https://youtu.be/ owZOje6hWoc Do inquérito e do julga- mento - https://youtu.be/ UxGudnPLJkM Da revisão do processo - https://youtu.be/OMnq- z9ykUPs 44 a revisão, encaminhará o pedido ao dirigente do órgão ou enti- dade onde se originou o processo disciplinar. Uma vez autorizada a revisão, serão feitas as mesmas eta- pas, trâmites e prazos do processo original, conforme seu rito, or- dinário ou sumário, porém, agora, apenso ao processo inicial. Cabe ressaltar que os prazos são os mesmos, porém não terão possibilidade de serem ampliados conforme no PAD inicial. Por fim, o julgamento deverá ser proferido pela mesma autoridade que aplicou as penalidades anteriores, sendo que a revisão não poderá resultar em agravamento da penalidade. Nesta aula, você aprendeu sobre importantes temas contidos na redação da Lei nº 8.112/90. Foi apresentado o processo disciplinar, seus ritos, etapas e prazos, assim como o afastamento preventivo e a revisão do processo disciplinar. Espero que você tenha gostado e que tenha entendido com clareza todos estes conceitos, os quais são fundamentais para com- preender algumas das regras às quais o servidor público federal está submetido, seu padrão de conduta e possíveis punições. Concluindo Referência BRASIL. Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais. Disponível em: <http://www.pla- nalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8112cons.htm>. Acesso em: 15 nov. 2017. autora: Pamela Jacob 46 A aula 9 trata da Seguridade Social do servidor. O estudante vai conhecer as regras de aposentadoria, as regras para a concessão das licenças à paternidade, à gestante, à adotante, para tratamento de saúde e a licença por acidente em serviço. Nesta aula, iremos abordar também as regras para fins de recebimento das pensões e alguns auxílios, como o auxílio-reclusão e auxílio-funeral. Ao final desta aula, espera-se que o estudante seja capaz de responder às questões propostas sem o auxílio de materiais complementares. Para começo de conversa Seguridade Social Esta unidade trata da seguridade, que é o conjunto de pro- gramas que visam à proteção social do servidor. Aposentadoria O servidor poderá se aposentar por invalidez, por tempo de contribuição, por tempo de serviço, por idade e compulsoriamente, com especificações para enquadramento em cada uma delas. Auxílio-natalidade O auxílio natalidade é devido à servidora por motivo de nas- cimento de filho, no valor equivalente ao menor vencimento do ser- viço público. O auxílio será pago ao cônjuge ou companheiro servi- dor público, quando a parturiente não for servidora. Salário-família Tem direito ao salário-família os servidores ativos e inativos, por cada dependente econômico, como o cônjuge ou companheiro e os filhos (inclusive os enteados) menores de 21 (vinte e um) anos que vivam às suas expensas, a mãe e o pai sem economia própria, equiparando-se madrasta, padrasto ou representante legal. Para tanto, deve-se considerar as descrições contidas na lei para enqua- dramento e efeito de recebimento do salário-família. Fique por dentro GLOSSÁRIO Aposentadoria compulsória: aposentadoria ou reforma imposta a todos os servido- res civis e militares quando atingido o limite de idade permitido para o exercício de função no serviço público. 47 Licença para Tratamento de Saúde Todo o servidor tem direito à licença para tratamento de saú- de, sem nenhum prejuízo a sua remuneração, com base em perícia médica. A licença pode ocorrer tanto a pedido do próprio servidor como a pedido da Administração. Os prazos e períodos são aborda- dos na Seção IV do Capítulo II. Licença à gestante, à adotante e licença-paternidade Esta unidade trata de três tipos de licenças. A licença à ges- tante, que concede 120 dias, a licença-paternidade que dá direito a cinco dias consecutivos, e à adotante, que será de 30 dias, no caso de criança maior de um ano, ou 90 dias, para criança de até um ano. Licença por acidente em serviço Todos os servidores acidentados em serviço serão licen- ciados com remuneração integral. Equipara-se ao acidente em serviço o dano decorrente de agressão sofrida e não provocada pelo servidor no exercício do cargo e sofrido no percurso da residência para o trabalho e vice-versa. Pensão A pensão é devida a partir da data do óbito do servidor, de acordo com as hipóteses legais estabelecidas pela Lei nº 8.112/90. Ocorrendo habilitação de vários titulares à pensão, o seu valor será distribuído em partes iguais entre os benefi- ciários habilitados. As regras para enquadramento e procedi- mentos estão especificados na Seção VII da lei. Auxílio-funeral O auxílio-funeral é devido à família do servidor ativo ou aposentado que venha a falecer, no valor equivalente a uma remuneração ou provento. Auxílio-reclusão O auxílio-reclusão é pago para a família do servidor enquan- to este estiver preso, com valor de dois terços da remuneração, quando afastado por motivo de prisão, em flagrante ou preventi- va, determinada pela autoridade competente, enquanto perdurar a prisão; ou metade da remuneração, durante o afastamento, em virtude de condenação, por sentença definitiva, a pena que não determine a perda de cargo. LINKOTECA Previdência do Servidor. Disponível em: <http://www. previdenciadoservidor.com. br/view_artigo.php?cod=69>. Acesso em: 15 nov. 2017. Seguridade Social na Lei 8.112: benefícios e aposen- tadoria. Disponível em: <http://www.admincon- cursos.com.br/2014/10/ seguridade-social-para- -servidores.html>. Acesso em: 15 nov. 2017. Para mais informações, acesse a lista de videoaulas do Curso “Lei nº 8.112/90 e suas alterações”: Da seguridade social do servidor: https://youtu. be/&ei746TvQnk Da aposentadoria: https:// youtu.be/LmOBvBz2HGE Do auxílio-natalidade: https://youtu.be/-Waj- dWmY31w Do salário-família: https:// youtu.be/xnXeKuETMds Da licença para tratamen- to de saúde: https://youtu. be/eLXvAH4_k2o Da licença à gestante, à adotante e da licença-pa- ternidade: https://youtu. be/V2lkScfgxdM Da licença por acidente em serviço: https://youtu. be/bDeD2zyAcEo Da pensão: https://youtu. be/_rSDrJUpF40 Do auxílio-funeral: https:// youtu.be/Rs80bT7yOcc Do auxílio-reclusão: ht- tps://youtu.be/Eh-acs-m-rc 48 A Seguridade Social visa dar cobertura em situações adver- sas às quais estamos sujeitos. Ela é custeada por contribuições que fazemos ao longo da vida trabalhista. Nesta aula, nós conhe- cemos os benefícios aos quais os servidores públicos regidos pela Lei nº 8.112/90 têm direito. Concluindo Referência PRATES, Wlademir Ribeiro. Seguridade Social na Lei 8.112: bene- fícios e aposentadoria. Disponível em: <http://www.admincon- cursos.com.br/2014/10/seguridade-social-para-servidores.html>. Acesso em: 15 nov. 2017. autor: Camilo Garcia Bogado 50 Finalizando o curso, a Aula 10 apresenta a Assistência à Saú- de, prevista no Capítulo III da Lei nº 8.112/90. Você irá aprender, aqui, sobre os benefícios que o servidor tem direito e, também, in- formações sobre a Junta Médica Oficial. Para começo de conversa Assistência à Saúde Todo servidor tem direito à assistência à saúde por meio do SUS. Além disso, o órgão poderá realizar convênios para prestação de serviço médico. Caso o órgão não possua esse convênio, o servi- dor poderá solicitar o ressarcimento de parte de suas despesas, de acordo com o estabelecido na lei e conforme valores estabelecidos pelo Ministério do Planejamento. A Junta Médica Oficial realiza as inspeções médicas previstas na lei e poderá ser parte integrante do órgão ou,