Buscar

Fundamentos da temática ambiental ava01

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Fundamentos da temática ambiental 
Olá!
Você está na unidade Fundamentos da temática ambiental. Conheça aqui os antecedentes e as principais conferências internacionais ambientais, os conceitos, os princípios e o histórico da educação ambiental, além das relações estabelecidas entre os recursos naturais e a ecologia e como se dá a utilização de recursos naturais para diversas finalidades. 
A Gestão de Recursos Ambientais é considerada uma temática inovadora, sendo pautada nas concepções de valorização de meio ambiente e da sustentabilidade. Em concordância com os conceitos e os princípios da educação ambiental, requer a aplicabilidade dessas convicções de maneira prática na contemporaneidade.
1 Conceitos de temática ambiental 
A temática ambiental está em destaque no cenário mundial, por isso, há uso indiscriminado dos termos relacionados a ela. Antes de discutir sobre tais questões, você precisa conhecer e aprofundar seus conhecimentos sobre esses conceitos da área no intuito de evitar possíveis discordâncias ou equívocos. 
1.1 Conceitos de natureza e meio ambiente
O termo natureza, de maneira geral, é entendido como algo do mundo natural ou do meio físico que não depende do homem para nascer ou desenvolver-se. Dulley (2004) confirma essa definição enquanto termo genérico, que designa os organismos e o ambiente onde eles vivem: o mundo natural. Souza (1997) destaca o seguinte conceito: “a natureza, vista em dimensão histórica, inclui o homem, seus atos, objetos, conhecimentos, crenças, potencialidades e limites”. Nele, destaca-se o fato de que o homem faz parte da natureza, ainda que essa ideia seja rejeitada por grande parte da população.
Ainda, Capra (1996) apresenta um conceito mais complexo, confira: “a natureza é vista como uma teia interconexa de relações na qual a identificação de padrões específicos como sendo ‘objetos’ depende do observador humano e do processo do conhecimento”. Veja que o autor defende a ideia de que a natureza está conectada com absolutamente todas as formas de vida por meio de uma teia de inter-relações em que se encontram os seres humanos. Mas, ainda assim, devido ao seu ponto de vista ou de observação, visualiza enquanto “objetos”, ou seja, aquilo que ele pretende extrair. A percepção da natureza, enquanto conjunto de objetos a serem extraídos e utilizados pelo homem, integra uma visão de mundo capitalista.
Quanto ao termo meio ambiente, Dulley (2004) destaca que a expressão é constituída por relações dinâmicas entre os seres vivos e os não vivos, ou seja, de todos os seus componentes. Os seres e as coisas, isoladas, não formariam meio ambiente porque não se relacionariam. Assim, nesse conceito, há destaque para as “relações” estabelecidas entre os seres. E é relevante você perceber que tal definição inclui o homem no ambiente.
PrCegoVer: a ilustração mostra o planeta Terra e, na sua superfície, rodeando o globo, ícones de pessoas, casas, árvores, animais, carros e o símbolo de reciclagem com três setas cíclicas para indicar que o meio ambiente é formado por um conjunto de seres vivos e não vivos.
Conforme a Organização das Nações Unidas (ONU), em 1972, durante a Conferência de Estocolmo, o meio ambiente foi definido como "o conjunto de componentes físicos, químicos, biológicos e sociais capazes de causar efeitos diretos ou indiretos em um prazo curto ou longo, sobre os seres vivos e as atividades humanas". A partir desse conceito, o meio ambiente foi subdividido em quatro esferas: atmosfera, hidrosfera, litosfera e biosfera. Essa conferência também foi uma das primeiras iniciativas em busca da preservação e do melhoramento do meio ambiente.
1.2 Conceitos de recursos, recursos naturais e recursos ambientais
Os recursos, de acordo com Dulley (2004), referem-se à obtenção de algo, estão distribuídos na Terra, nos vários lugares em porções fixas e, apesar de possuírem potencial para renovação, tais processos demoram centenas de milhões de anos. Nessa definição é importante destacar dois pontos: 
Em relação à distribuição em porções fixas na Terra por vários lugares, isso representa o fato de os recursos estarem distribuídos de maneira desigual pelo planeta. Como exemplo, você pode considerar o petróleo, cuja maior parte das reservas encontram-se na área do Oriente Médio.  
Em relação à renovação, eles levam muito tempo, isso ressalta o fato de os recursos, uma vez utilizados, não serem facilmente repostos na natureza. 
Conforme a Constituição Brasileira de 1988, recurso pode ser “componente do ambiente relacionado com frequência à energia que é utilizada por um organismo e qualquer coisa obtida do ambiente vivo e não-vivo para preencher as necessidades e os desejos humanos”. Essa definição colabora com a ideia de que os recursos estão à disposição das vontades humanas. Como você pode perceber, esse entendimento favorece a exploração inconsequente dos recursos e é contrário à lógica da sustentabilidade.
Já recursos naturais são um conceito antigo que vem da união dos significados das palavras recurso e natureza, descritos anteriormente. Sendo, portanto, aquilo que está na natureza, necessário aos seres humanos. Esses recursos são divididos em duas categorias: renováveis e não renováveis.
O que diz respeito a recursos ambientais, conforme Dulley (2004), corresponderiam aos recursos naturais renováveis que possuem valor econômico. Na legislação brasileira, tal termo tem sido mais frequentemente empregado, pois vincula-se à ideia de sustentabilidade, para qual objetiva-se aproveitar dos recursos econômicos de forma racional para que os renováveis não se esgotem por mau uso e para retardar a finitude dos não renováveis. A legislação brasileira mais recente admite, preferencialmente, a nomenclatura recursos ambientais, porém, nos textos mais antigos, ainda existe o termo recursos naturais.
1.3 Recursos naturais renováveis e não renováveis
São classificações criadas a partir do conceito de recursos naturais. Para Dulley (2004), os recursos naturais renováveis são aqueles que, mesmo posteriormente à sua utilização, podem ser renovados, ou seja, retornam e, novamente, tornam-se disponíveis. Como exemplos de recursos renováveis você pode considerar as energias solar, eólica e hidrelétrica. Agora, os recursos naturais não renováveis são aqueles que, uma vez utilizados, não retornam à natureza, ou seja, não podem ser substituídos ou produzidos novamente. São exemplos de recursos não renováveis minerais como ferro, ouro etc.
#PraCegoVer: a imagem mostra placas na cor cinza expostas ao Sol para captação de luz e posterior transformação dessa luz em energia. As placas estão em uma área aberta, sobre grama, e o Sol está incidindo sobre elas.
 
Conforme virtuoso (2004), ainda que o conceito de recursos naturais renováveis enfatize a capacidade de esses recursos serem renovados, eles possuem uma capacidade de renovação limitada, pois, ao poluir o ar, a água, destruir os biomas entre outros, há uma enorme dificuldade em repor tais recursos ao meio ambiente.
2 Utilização de recursos naturais 
Os recursos naturais são fundamentais para a existência humana visto que eles auxiliam no equilíbrio da Terra e são a principal fonte de matéria-prima para a maioria dos produtos dos que o homem usufrui em forma primária ou original. Além disso, há a possibilidade de modificá-los para obtenção de subprodutos que são empregados para as mais diversas finalidades. Saiba que a relação de exploração dos recursos naturais por todos os seres vivos realiza-se continuamente ao longo dos anos, pois recursos como a água e a luz solar são fundamentais para a sobrevivência de qualquer organismo, por isso, é importante zelar pela preservação de tais recursos. 
#PraCegoVer: a imagem mostra uma criança de perfil bebendo água em uma garrafa. A criança tem pele branca, cabelos loiros e veste uma camisa branca. Ao fundo, copas de árvores. 
        
De acordo com Pádua e Lago (2004), a troca de matéria e energia entre a natureza e os seres vivos constitui um meio ambiente harmônico. O conjunto de relaçõesestabelecidas entre comunidades que vivem em um determinado local e interagem entre si é denominado como ecossistema. Porém, é preciso ressaltar que esse convívio entre esses grupos anteriormente acontecia em equilíbrio.
As objeções que se fazem hoje no âmbito da área ambiental não são, em si, contrárias ao aproveitamento e ao beneficiamento de recursos. Em sua essência, os ambientalistas questionam o uso indiscriminado desses recursos. Veja um exemplo: no Brasil, foi exorbitante a extração de recursos naturais com a exploração de ouro e diamantes pelo garimpo em Minas Gerais, nos séculos XVII e XVIII. Diamantes e outras pedras preciosas revelaram-se em diferentes locais da Serra do Espinhaço Meridional, principalmente, nas regiões de Ouro Preto e Diamantina. Eles foram descobertos pela administração portuguesa em 1729, o que promoveu uma expressiva movimentação de bandeirantes e aventureiros para a área.
No século XVIII, a descoberta das minas de ouro e pedras preciosas pelos bandeirantes gerou uma verdadeira corrida pelo ouro, dando início aos primeiros povoamentos em Minas Gerais, o que fez com que a população da região cresce disparadamente (TORRES et al., 2012). A falta das devidas precauções na retirada dos minérios dos garimpos resultou no esgotamento desses minérios, causando esgotamento também das próprias minas. Isso levou à decadência do ciclo de mineração, visto que os minerais são recursos naturais não renováveis.  
Atualmente, sabe-se que a extração sem as devidas ponderações ambientais e sem o conhecimento dos mineradores conduziu a um grande desperdício desses minerais. 
2.1 Uso dos recursos naturais para finalidades comerciais e empresariais
Atualmente, as empresas são cobradas tanto pela sociedade quanto pelos órgãos ambientais a realizar medidas e providências compatíveis de gerenciamento com relação ao meio ambiente. Devido a isso, os estabelecimentos devem dispor de uma política que se empenhe em preservar o meio ambiente. Portanto, note que uma correta gestão dos recursos ambientais pelas instituições é primordial. Além disso, as empresas que possuem políticas justas e conscientes em relação às práticas ambientais possuem um diferencial no mercado e, diante de uma negociação, tornam-se vantajosas perante os concorrentes.
Existe uma tendência de utilização e consumo de bens produzidos de acordo com as normas de preservação do meio ambiente (NETO LIMA, 2008). Há uma exigência de que as organizações produzam e comercializem produtos e serviços que estão de acordo com padrões ecologicamente adequados aos seus clientes e consumidores.
Certamente, você já deve ter lido ou ouvido falar que, durante longos anos, a humanidade obstinou-se em realizar sua própria evolução econômica e industrial, sem se preocupar com a preservação de seu ambiente de sobrevivência, não é mesmo? Bom, tal mentalidade está, hoje, em transformação, porém, esta não se tornou uma escolha, mas sim uma forma de sobrevivência futura para que o homem continue habitando e usufruindo dos recursos naturais presentes na Terra, visto que esses se encontram em ameaça de escassez (COSTA, 2004).
Diante dessa lógica, a preservação do meio ambiente consiste no maior desafio humano para colocar em prática suas ações de modo sustentável, que gerem também a consciência da necessidade dessa preservação, tornando-se um objetivo comum não somente a cada indivíduo, mas, em especial, aos principais agentes poluidores atuais, como as indústrias.
	
Saiba que é imprescindível realizar uma reformulação dos padrões de produção para que as empresas estejam equilibradas com o meio ambiente, pois o industrial consciente, com inteligência, opta pela aplicação de estratégias tecnológicas em benefício do uso racional das matérias-primas e da redução de resíduos gerados na produção” (PINTO, 2004).
Para Dias e Moraes Filho (2006), as indústrias têm o desafio contemporâneo de dar exemplos sobre os demais setores empresariais. Essa importante missão vem em contraponto ao desenvolvimento desenfreado e despreocupado que essas instituições mantiveram por diversos anos 
Além de reconstituir politicamente seus processos a fim de reduzir os excessos de poluição e resíduos finais, é preciso incentivar a necessidade de ser ambientalmente correto, fato que é vantagem para as empresas, pois uma boa gestão dos recursos ambientais gera uma economia no sistema de produção, refletindo em menores custos e, portanto, maior lucro (PINTO, 2004). A sustentabilidade e o desenvolvimento sustentável são os principais conceitos que norteiam os sistemas de gerenciamento ambiental das empresas. 
2.2 Conceitos de desenvolvimento sustentável e sustentabilidade
Os conceitos desenvolvimento sustentável e sustentabilidade são coerentes aos princípios adotados pelas empresas por considerarem um progresso econômico contínuo ao longo do tempo, mas que aconteça de maneira equilibrada ao meio ambiente e leve também em consideração aspectos sociais e culturais.
Passos (2009) defende que o termo sustentabilidade foi estabelecido pela Conferência de Estocolmo, em 1972, e surgiu em decorrência dos debates realizados pelo Clube de Roma, instituído em 1968, formado por intelectuais e empresários. Essa reunião citou quatro tópicos que deveriam ser solucionados para que o mundo conseguisse atingir a sustentabilidade, são eles: o controle do crescimento populacional, o controle do crescimento industrial, a insuficiência da produção de alimentos e o esgotamento de recursos naturais.
Conforme Sachs (1990), o termo vem do latim sustentare, que significa suster, sustentar, suportar, conservar em bom estado. Porém, saiba que esse conceito vai além da preservação do meio ambiente, pois engloba algumas dimensões, como: geográfica, cultural social, econômica e ecológica. Dentre os valores vinculados a essas esferas, estão incluídas uma espacialização rural-urbana mais equilibrada, desenvolver-se em harmonia com o cultural, diminuição das diferenças sociais, melhor distribuição de renda, destinação certa de recursos naturais e mínima degradação ambiental.
No entanto, o conceito mais difundido refere-se à responsabilização e à conscientização quanto ao futuro das gerações, explicitado por Barbosa (2019)
refere-se à satisfação das necessidades humanas (físicas, econômicas e sociais) sem comprometer o futuro das novas gerações, com o objetivo de oferecer recursos e oportunidades iguais a todos. Ou seja, ele diz respeito a uma utilização consciente dos recursos naturais do planeta e de uma equidade social.
Ainda na análise de Barbosa (2019), a expressão desenvolvimento sustentável foi citada em 1980, no documento Estratégia de Conservação Global (World Conservation Strategy), publicado pela World Conservation Union. Porém, a difusão do termo ocorreu a partir 1987, quando se popularizou internacionalmente devido à publicação do Relatório Brundtland, também chamado de Nosso Futuro Comum, para o qual o desenvolvimento sustentável é aquele que “atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de gerações futuras atenderem às suas próprias necessidades”, ou seja, ele representa uma consolidação dos ideais da sustentabilidade.
A partir da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, ocorrida no Rio de Janeiro, em 1992, também conhecida como Rio 92, foi originado o documento denominado de Agenda 21, em que desenvolvimento sustentável se reformula como “um desenvolvimento com vistas a uma ordem econômica internacional mais justa, incorporando as mais recentes preocupações ambientais, sociais, culturais e econômicas.
2.3 Conceitos de recursos naturais e ecologia
O termo ecologia, derivado de biologia, foi criado por Ernest Haeckel, em 1866, a partir da união das palavras gregas oikos (casa) e logos (estudo). Sendo assim, note que a ecologia seria o “estudo da casa” ou então o “estudo do habitat dos seres vivos” (PÁDUA; LAGO, 2004). 
#PraCegoVer: a imagem mostra uma mão voltada para cima segurando um pedaço do planeta. Sobre a Terra, há gramado, árvores, casas,animais e hélices de captação de vento para geração de energia eólica. Um avião sobrevoa pelo cenário da imagem que, ao fundo, mostra o céu com nuvens e o Sol. 
 
Como você pode notar, a ecologia está diretamente interligada às preocupações referentes à conservação do meio ambiente, visto que este estuda a “casa” dos seres humanos, ou seja, a Terra. Sendo que a ecologia se preocupa com as esferas em um mesmo meio ambiente, tais como os biomas. Há também uma inquietação quanto ao manejo dos recursos ambientais, buscando uma utilização mais consciente para melhorar as relações de convívio dentro de um ecossistema. Outro aspecto importante que interliga a ecologia e os recursos ambientais é a biodiversidade, que corresponde à quantidade de espécies diferentes que um bioma pode ter, ou seja, à sua variedade.
De acordo com Nascimento (2012), o próprio termo sustentabilidade está ligado à ecologia, pois esse conceito também representa “a capacidade de recuperação e reprodução dos ecossistemas (resiliência) em face de agressões antrópicas (uso abusivo dos recursos naturais, desflorestamento, fogo etc.) ou naturais (terremoto, tsunami, fogo entre outros)”.
Já no entendimento de Neto Lima (2008), a ecologia se relaciona aos recursos naturais e aos seus fins comerciais e econômicos. Isso porque os consumidores cobram um posicionamento das empresas quanto à ecologia e ao meio ambiente, caso esse equilíbrio não ocorra, há um posicionamento contrário às gestões de suas produções que podem resultar em uma desaprovação dos produtos, ocasionando queda nos lucros.
Assim, tenha em mente que, para que a ecologia e os recursos naturais sejam preservados, é preciso que ocorra uma harmonia entre os seres humanos, os demais seres vivos e o meio ambiente, de modo a gerar um equilíbrio no ecossistema. Para isso, note que é preciso uma conscientização coletiva dos atores sociais, resultando, assim, em um planejamento que favoreça a todos e também ao meio ambiente, pois as iniciativas em prol da manutenção dos sistemas ecológicos somente possuem futuro quando levarem em consideração a importância de se manter o ambiente natural, aproximando os objetivos sociais dos objetivos ambientais.
3 Progresso histórico de exploração dos recursos ambientais 
As relações entre o homem e a natureza são remotas. Desde a vinculação ocorrida entre ambos, o homem usufruía dos recursos naturais para sua sobrevivência. No entanto, com o crescimento das sociedades, o consumo desses recursos tornou-se mais frequente e demasiado. Essa exploração foi justificada e incentivada historicamente pelos modelos econômicos vigentes. Confira, a seguir, detalhes sobre algumas fases.
3.1 Antecedentes ao capitalismo
O feudalismo foi um modelo econômico que perdurou durante toda a Idade Média, em meados os séculos V e XVI, era amparado pela realização da agricultura e pela troca de mercadorias. Devido às diversas mudanças na sociedade, esse sistema se tornou obsoleto e foi substituído pelo capitalismo. Esse novo sistema é organizado com o objetivo de obtenção máxima de lucros, em que os recursos ambientais são aproveitados para o aumento de riquezas.
Tal processo é melhor explicitado por Moreira (2006, p. 90), que diz que
o nascimento do capitalismo se dá a partir das entranhas do pré-capitalismo. A desagregação que subverte as relações pré-capitalistas para convertê-las em relações capitalistas chama-se acumulação primitiva do capital. Com a acumulação primitiva se estabelecem: (1) a forma de propriedade privada capitalista e (2) a hegemonização do capital sobre o trabalho. Na base dessa sucessão, iniciando-a e determinando seu rumo, está a separação que se estabelece no nível das propriedades das forças produtivas em conjunto dos meios de produção e a força de trabalho.
Veja que o capitalismo é, portanto, pautado na propriedade privada e no domínio do capital através do desenvolvimento dos meios de produção e exploração do trabalho. Sua vigência compreende o período do século XV até os dias atuais. Devido à longa perpetuação do sistema, ele é subdividido em três diferentes fases: Capitalismo Comercial (século XV – XVIII), Capitalismo Industrial (século XVIII – XIX) e Capitalismo Financeiro (a partir do século XX). Conheça as principais características dessas fases a seguir.
3.2 Capitalismo Comercial (séculos XV – XVIII) 
A primeira fase do capitalismo, denominada como comercial, tinha sua economia pautada no mercantilismo, unida ao absolutismo, que atuava no âmbito político. Tinha como principais características a intervenção do Estado nas relações comerciais, a busca incessante pelo lucro e o acúmulo de riquezas. Essa doutrina incentivou as nações europeias a expandir seus territórios para aumentar o comércio de mercadorias. Durante esse processo, ocorreram as colonizações nos continentes americano e africano, decorreram em caráter exploratório, com interesse inicial na extração de recursos minerais e, posteriormente, na dominação dos territórios e no desenvolvimento da agricultura, em estruturas estruturadas pelo latifúndio e trabalho escravo de outros povos, principalmente indígenas e grupos étnicos negros de origem africana.
Tenha em mente que a reprodução ampliada das estruturas de dominação era sustentada pelos pilares da escravização e pela cobrança de tributos pagos ao rei. Foram formados verdadeiros impérios com duas nítidas divisões de classe: a elite dominadora e os escravizados, que podem ser conhecidos com os termos dominados e dominantes ou colonizadores e colonizados. A queda do mercantilismo advém das revoltas populacionais aos abusos do poder do monárquico e ao surgimento da classe burguesa – nova camada social criada a partir do enriquecimento por meio do comércio e que desejava libertar os mercados da intervenção estatal e o fim da escravidão, que era um dos alicerces dessa fase econômica do capitalismo.
3.3 Capitalismo industrial e suas duas fases (séculos XVIII – XIX) 
O capitalismo industrial é dividido em duas fases. A primeira deu-se como resultado da evolução na sociedade a partir da substituição da produção manufatureira para a industrial, iniciada pelo processo de Revolução Industrial, em 1760, na Inglaterra com emprego de aparelhagem mecânica simples e também pelas transformações tecnológicas e políticas ocorridas no período. 
Quanto à tecnologia, você pode considerar que as fábricas iniciaram seu funcionamento tendo como força motriz a máquina a vapor, que era abastecida com recursos minerais, tais como ferro e carvão. O processo despontou, inicialmente, na área têxtil e, depois, expandiu-se para outros setores, o que propiciou uma grande alteração na estrutura da sociedade, pois um grande contingente de pessoas migrou para as cidades à procura de uma posição no mercado de emprego.
Como resultado, você pode entender que houve um inchaço demográfico nas cidades, que se tornaram imundas e superlotadas. Em decorrência da grande procura por empregos e da ausência de legislação trabalhista, os operários das fábricas vivenciaram situações insalubres, com jornadas de trabalho avançadas e precárias condições de trabalho 
Nas questões políticas, destacaram-se as revoluções derivadas das camadas sociais menos favorecidas, a exemplo da Revolução Francesa, em 1789. A população desfavorecida revoltou-se diante dos privilégios concedidos apenas à parcela dominante na sociedade ao passo que poucos direitos eram concedidos a eles (desfavorecidos) 
A segunda fase ocorreu devido à evolução tecnológica como resultado dos avanços científicos, refletido pelas indústrias que modernizaram suas produções e passaram a empregar, principalmente, o aço como gerador de força motriz, além dele, produtos químicos diversos, energia elétrica, petróleo e seus derivados.
Durante o capitalismo industrial, a economia esteve fundamentada no liberalismo, tal sistema baseia-se na livre concorrência, com pequena ou nenhuma intervenção do Governo na economia. Ele defende a democracia, mas continua negando a real participação social e protege as grandes organizações;a economia era voltada exclusivamente para o mercado com um grande conservadorismo social.
3.4 Capitalismo financeiro (a partir do século XX)
Essa é a fase mais recente do capitalismo, que iniciou-se após o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Segundo Moreira (2006), nesse período, mudanças históricas importantes ocasionaram transformações significativas na sociedade, dentre elas, houve um grande avanço dos recursos tecnológicos e uma valorização, em esfera internacional, das técnicas voltadas à quantificação e precisão dos dados. Também marcado pela chamada globalização, apresenta evoluções em diversas áreas, como informática, telecomunicações e meios de transporte.
Durante o capitalismo financeiro, a economia está fundamentada no chamado neoliberalismo, considerado como a volta do liberalismo. Com isso, veja que crescem os processos de transnacionalização e uma dependência maior das empresas, o que gerou o aumento das privatizações. Assim, os países tiveram as soberanias nacionais ameaçadas devido à dependência ao capital estrangeiro. Nesse contexto, a maioria dos países subdesenvolvidos venderam seus recursos naturais a preços baixos e privatizaram empresas, estradas etc. O discurso do poder expressa as ideias e as realizações de apenas alguns setores e classes.
Porém, o capitalismo tem apresentado sinais de decadência. Note que esse cenário ocorreu em grande medida devido à junção de vários fatores, como dívidas externas, arrocho salarial, desemprego, atividades informais, narcopoder, estagflação, fome etc. Os países latinos passaram uma década produzindo apenas para tentar pagar as dívidas e exportar produtos.
O capitalismo tem demonstrado sinais de exaustão, pois ocorreram sucessivas crises nesse sistema. A exemplo disso, você pode considerar a chamada década perdida no Brasil, em 1980, marcada pelo fim da ditadura, forte crise social e estagnação econômica. Outra crise bastante conhecida foi a quebra da Bolsa de Nova York, em 1929. 
4 Educação ambiental 
Um dos caminhos mais eficazes de difundir o senso de criticidade e quebrar os paradigmas anteriores é por meio do ensino. Assim, a educação ambiental é um dos métodos difusores desses conceitos, portanto, é um processo que visa ensinar e modificar as convicções do público em geral. A seguir, você vai conhecer definições de educação ambiental, algumas de suas características e formas de disseminação e antecedentes da questão ambiental. 
4.1 Definições de educação ambiental
Conforme o Congresso de Belgrado, promovido pela UNESCO (1975), a educação ambiental é um procedimento que visa ao ensino ou à formação da população, em geral, que possua os conhecimentos, o estado de espírito, as motivações, as competências, a vontade de integrar-se para a criação de uma consciência com relação aos problemas do meio ambiente que sejam de sua responsabilidade com um envolvimento que permita que esses problemas realizem ações individual e coletivamente para impedir problemas futuros e resolver os atuais.
Durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, também chamada de ECO-92, foi conceituada a Educação Ambiental, no capítulo 36, do documento da Agenda 21 como
o processo que busca desenvolver uma população que seja consciente e preocupada com o meio ambiente e com os problemas que lhes são associados. Uma população que tenha conhecimentos, habilidades, atitudes, motivações e compromissos para trabalhar, individual e coletivamente, na busca de soluções para os problemas existentes e para a prevenção dos novos ONU (2020). 
Para que a educação ambiental funcione, saiba que é preciso a formação de uma percepção ambiental. Oliveira (1996) revela que a percepção do meio ambiente é uma ferramenta para a educação ambiental. Esta resulta do fato 
de o processo de aprendizagem exigir uma participação do sujeito no meio externo, mediante experiência. Estas experiências podem ser diretamente sobre os objetos – experiência física –, o que implica uma ação do sujeito no sentido de descobrir as propriedades de tais objetos. A abstração, aqui, está presa às propriedades do objeto. As experiências podem ser também, indiretamente sobre os objetos – experiência matemática –, o que implica agir sobre as ações exercidas pelos sujeitos (OLIVEIRA, 1996, p.199-200).
A partir de uma percepção ambiental, note que podem ocorrer as mudanças sociais e econômicas de utilização adequada dos recursos naturais, conforme vêm ocorrendo lentamente ao longo dos anos. Porém, ainda há muito o que se fazer. Uma das primeiras iniciativas em prol da realização de mudanças na sociedade são as consolidações de novos conceitos que surgiram principalmente após debates promovidos em âmbito internacional, tais como sustentabilidade, desenvolvimento sustentável, ecologia dentre outros. 
4.2 Características e formas de disseminação da educação ambiental
A concepção de educação ambiental e de termos tais como sustentabilidade e desenvolvimentos sustentável têm como objetivo sinalizar e demonstrar as novas visões do mundo de hoje, no qual você pode identificar uma preocupação em modificar-se a lógica do uso indiscriminado dos recursos para uma mentalidade mais voltada para a realização de ações sustentáveis dos elementos naturais. Porém, para que aconteça essa transformação, é preciso introduzir novos conhecimentos à comunidade para que as pessoas se conscientizem das demandas contemporâneas e superem a ideologia anterior, que ainda está enraizada na sociedade como um todo.
As diretrizes da educação ambiental foram fundamentadas na Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental aos Países Membros, ocorrida entre 14 e 26 de outubro de 1977, na ex-União Soviética. Nela, foram definidos os pontos em que a educação ambiental deve ser baseada.
O Ministério da Educação (MEC, 1998) enumerou os sete pontos levantados na Conferência que devem compor a educação ambiental no Brasil. Confira quais são.
			Dinâmico integrativo
É um processo permanente por meio do qual os indivíduos e a comunidade tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem o conhecimento, os valores, as habilidades, as experiências e a determinação que os tornam aptos a agir, individual e coletivamente, e resolver problemas ambientais.
	Transformador 
Possibilita a aquisição de conhecimentos e habilidades capazes de induzir mudanças de atitudes. Objetiva a construção de uma nova visão das relações do ser humano com o seu meio e a adoção de novas posturas individuais e coletivas em relação ao meio ambiente. A consolidação de novos valores, conhecimentos, competências, habilidades e atitudes refletirá na implantação de uma nova ordem ambientalmente sustentável. 
	Participativo 
Atua na sensibilização e na conscientização do cidadão, estimulando-o a participar dos processos coletivos.
	Abrangente 
Extrapola as atividades internas da escola tradicional, deve ser oferecida continuamente em todas as fases do ensino formal, envolvendo a família e toda a coletividade. A eficácia virá na medida em que sua abrangência atingir a totalidade dos grupos sociais. 
	Globalizador 
Considera o ambiente em seus múltiplos aspectos: natural, tecnológico, social, econômico, político, histórico, cultural, moral, ético e estético. Deve atuar com visão ampla de alcance local, regional e global. 
	Permanente 
Tem um caráter permanente, pois a evolução do senso crítico e a compreensão da complexidade dos aspectos que envolvem as questões ambientais se dão de um modo crescente e contínuo, não se justificando sua interrupção. Despertada a consciência, ganha-se um aliado para a melhoria das condições de vida do planeta. 
	Contextualizador 
Atua diretamente na realidade de cada comunidade, sem perder de vista a sua dimensão planetária.
Além desses sete pontos que você acabou de conhecer, o MEC criou a oitava premissa, recentemente acrescentada nas características da educação ambiental no Brasil: 
				Transversal
A educação ambiental também é pautada por princípios, ou seja, aquilo que deve basear os ensinamentosda educação ambiental. Esses princípios e suas características, que você conhecerá a seguir, devem ajudar a formar cidadãos a se tornarem mais conscientes com relação às suas ações no meio ambiente (MEC, 1998).
Considerar o ambiente em sua totalidade, ou seja, em seus aspectos naturais e artificiais, tecnológicos e sociais (econômico, político, técnico, histórico-cultural e estético).
	Construir-se em um processo contínuo e permanente, iniciando na educação infantil e continuando por meio de todas as fases do ensino formal e não formal.
	Empregar o enfoque interdisciplinar, aproveitando o conteúdo específico de cada disciplina, para que se adquira uma perspectiva global e equilibrada.
	Examinar as principais questões ambientais em escala pessoal, local, regional, nacional, internacional, de modo que os educandos tomem conhecimento das condições ambientais de outras regiões geográficas.
	Concentrar-se nas situações ambientais atuais e futuras, tendo em conta também a perspectiva histórica.
	Insistir no valor e na necessidade de cooperação local, nacional e internacional para prevenir e resolver os problemas ambientais.
	Considerar, de maneira clara, os aspectos ambientais nos planos de desenvolvimento e crescimento.
	Fazer com que os alunos participem da organização de suas experiências de aprendizagem, proporcionando-lhes oportunidade de tomar decisões e de acatar suas consequências.
	Estabelecer uma relação para os alunos de todas as idades, entre a sensibilização pelo ambiente, a aquisição de conhecimentos, a capacidade de resolver problemas e o esclarecimento dos valores, insistindo especialmente em sensibilizar os mais jovens sobre os problemas ambientais existentes em sua própria comunidade.
	Contribuir para que os alunos descubram os efeitos e as causas reais dos problemas ambientais.
	Salientar a complexidade dos problemas ambientais e, consequentemente, a necessidade de desenvolver o sentido crítico e as aptidões necessárias para resolvê-los.
	Utilizar diferentes ambientes educativos e uma ampla gama de métodos para comunicar e adquirir conhecimentos sobre o meio ambiente, privilegiando as atividades práticas e as experiências pessoais.
Tenha em mente que, para você se destacar na carreira e se tornar um bom profissional no futuro, é preciso aprimorar seus conhecimentos quanto aos conceitos e a história da educação ambiental para colocá-los em prática na sua carreira. É importante também refletir sobre a as questões ambientais para se posicionar diante de situações ambientais reais atuais e futuras, com o objetivo de aplicar a sustentabilidade na prática. Esse é um dos maiores desafios da sociedade sobre o assunto, mas ainda é insuficiente o número de iniciativas concretas para a preservação dos recursos naturais no planeta.  
4.3 Antecedentes da questão ambiental
Durante o capitalismo industrial, já havia indícios dos futuros problemas ambientais do planeta. A exemplo disso, entre as décadas de 50 e 60, os níveis de poluição atmosférica geraram muitas mortes da cidade de Londres (Inglaterra), a origem do problema eram os poluentes no ar lançados pelas indústrias. Em Nova York (Estados Unidos) e Minamata (Japão), situações semelhantes ocorreram nesse mesmo período.
Conforme a autora Passos (2009), as preocupações quanto aos problemas ambientais do planeta tiveram início a partir do livro “Primavera Silenciosa” (Silent Spring), publicado em 1962 pela norte-americana Raquel Garsons. A publicação era instigante, pois apresentava o perigo do uso de dicloro-difenil-tricloroetano (DDT), inseticida de baixo custo largamente utilizado pelo mundo, e protestava sobre as crenças da sociedade quanto ao progresso tecnológico 
Assim, ela afirmava que a natureza está vulnerável às intervenções humanas. Tais indagações levariam à proibição do uso do DDT na Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente Humano, realizada 10 anos após a divulgação do livro. 
Outro antecedente crucial para que tenham sido realizadas as primeiras Conferências Internacionais de Meio Ambiente foi a criação do Clube de Roma, fundado em 1968 por industriais e cientistas para conversarem sobre meio ambiente, sustentabilidade, política e economia em âmbito mundial. A principal publicação desse grupo ocorreu em 1971, com o relatório “Limites do crescimento”, que apresentava os problemas que a Terra enfrentaria no futuro devido à exploração dos recursos naturais pelas pessoas. Esse texto foi o principal documento que fundamentou os acordos desenvolvidos durante a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente Humano, em 1972.
5 Histórico da educação ambiental e conferências internacionais 
É recente, na sociedade, a demanda de questionamentos sobre a área ambiental. Tal processo emerge, principalmente, nos séculos XX e XXI, pois foi necessário repensar, em caráter individual e coletivo, as possíveis soluções para resolver ou minimizar os problemas ambientais atuais bem como evitar a repetição desses problemas no futuro. A cerca disso, confira como se deu o histórico da educação ambiental por meio de conferências internacionais. 
5.1 A primeira Conferência Mundial Ambiental: Estocolmo, 1972
A partir da publicação do relatório “Limites do crescimento”, elaborado pelo Clube de Roma, houve a percepção de que seria necessário reunir as nações para discutir sobre o futuro do meio ambiente. Essa primeira reunião mundial viria a ocorrer em 1972, porém, primeiramente, foram realizadas reuniões preparatórias para essa Conferência, a exemplo do Painel de Especialistas em Desenvolvimento e Meio Ambiente, ocorrido em Founex (Suíça), em junho de 1971.
De acordo com a ONU (1972), a primeira Conferência Mundial com a temática ambiental foi a Conferência Mundial das Nações Unidas para o Meio Ambiente Humano (ou Conferência de Estocolmo) que começou seus debates de 5 a 16 de junho de 1972, contando com representantes de 113 países. Após muitas discussões entre os países participantes, a conferência gerou um documento denominado Declaração de Estocolmo, que, pela primeira vez, admitia que, nos países em desenvolvimento, a maioria dos problemas ambientais é motivada pelo subdesenvolvimento. Foram criados 26 princípios derivados do Princípio nº 1 que você conhecerá a seguir.
Deliberações da ONU no Princípio nº 1
No seu Princípio nº 1, a ONU (1972) deliberou que o homem tem o direito fundamental à liberdade, à igualdade e a adequadas condições de vida em ambiente que lhe permita viver com dignidade e bem-estar, e tem a solene obrigação de proteger e melhorar o meio ambiente para as gerações atuais e futuras.
Para a ONU (1972), além do documento, originou-se o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) que teria sua sede internacional instalada em Nairobi (Quênia) para disseminar e coordenar as ações de proteção ambiental das Nações Unidas. Também foi criado um Fundo Voluntário para o Meio Ambiente administrado pelo PNUMA. Em consideração à importância dessa Conferência, o dia 5 de junho foi instituído como o Dia Mundial do Meio Ambiente.
5.2 Conferências mundiais ambientais realizadas posteriormente: Eco-92, Rio +10, Rio +20
Mesmo com o passado histórico marcado pela exploração dos recursos naturais, o Brasil possui uma liderança nas Conferências Mundiais Ambientais. Saiba que isso pode ser comprovado pelo fato de terem sido realizadas duas dessas conferências com sede no Rio de Janeiro: a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (ECO-92) e a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20).
Em 1992, aconteceram, no Rio de Janeiro a ECO-92 e o Fórum Global - Fórum Internacional de Organizações Não Governamentais e Movimentos Sociais, também chamada de Cúpula da Terra,  que teve como um dos principais resultados a adoção da Agenda 21 (ONU, 2020). Confira quais foram os resultados desse encontro:
Carta da Terra Compunha a declaração dos princípios da ECO-92.
Convenção das Mudanças Climáticas  Estabeleceu a necessidade do aumento de estudos sobre osefeitos de liberação de poluentes na atmosfera e defende a colaboração entre as nações para a socialização das tecnologias limpas de produção.
Convenção da Biodiversidade Que atesta a soberania dos países na exploração dos recursos biológicos que estejam presentes em seus territórios e recomenda que sejam criados apoios financeiros para que os países que possuem maior biodiversidade possam gerir as suas conservações. 
No entanto, o grande marco dessa conferência foi a Agenda 21, pois ela determinou que cada país elabore a sua própria Agenda 21 nacional, com metas a serem cumpridas pelo país. Também foi instituído o conceito de Educação Ambiental e incentivada a sua realização pelo mundo. O documento possui uma série de outras recomendações, sendo considerado um documento extenso, que possui mais de 600 páginas, subdividido em 40 capítulos. 
Dando um salto para agosto e setembro de 2002, foi realizado, em Johannesburgo (África do Sul), o Encontro da Terra, chamado também de Rio +10, para retomar as decisões tomadas na conferência Eco-92 e reavaliar as mudanças ocorridas nos últimos 10 anos (ONU, 2020). Para isso, foi criado um plano de ação com 153 artigos e 615 pontos sobre diversos assuntos ligados ao meio ambiente e à sustentabilidade. Alguns desses pontos estão descritos pela ONU (2020) como: “pobreza e miséria, consumo, gestão de recursos naturais, globalização, direitos humanos, assistência oficial ao desenvolvimento, contribuição do setor privado ao meio ambiente, entre outros”.
 
#PraCegoVer: a imagem em preto e branco mostra três crianças próximas umas das outras. Uma de perfil, veste uma camisa; as outras duas, só de calção, uma delas sentada em uma bicicleta. Ao fundo, homens de pé encostados em um balcão e uma casa com estrutura de madeira.
 
Além disso, foram estabelecidas as Metas do Milênio. O evento desapontou a comunidade internacional pelo fato de que obtiveram como resultado poucas sugestões práticas a serem realizadas, devido aos conflitos entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. Foram debatidos, principalmente, temas relacionados aos problemas sociais, como a erradicação da pobreza, aos problemas de saneamento e à saúde.
Por fim, foi consentido pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em sua 64ª sessão, o retorno da Conferência Mundial ao Rio de Janeiro, 20 anos após a Eco-92. A Rio+20 foi realizada entre 13 e 22 de junho de 2012. A base da conferência referia-se à renovação dos acordos políticos para o desenvolvimento sustentável e, conforme a ONU (2020), teve como temas principais a economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza e a estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável.
é isso Aí!
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
	Conhecer conceitos de natureza, meio ambiente, recursos, recursos naturais e recursos ambientais além de diferenciar os recursos naturais renováveis e não renováveis e conhecer exemplos desses tipos de recursos. 
	Aprender sobre os diversos tipos de utilização dos recursos naturais para fins comerciais e empresariais, conhecer o conceito de ecossistema, desenvolvimento sustentável e sustentabilidade e verificar as relações estabelecidas entre recursos naturais e ecologia. 
	Aprender sobre o progresso histórico de exploração dos recursos ambientais que avança a partir do feudalismo e perpassa por diferentes fases do capitalismo até chegar aos dias atuais. 
	Saber sobre educação ambiental, suas definições, características e princípios. Também, os antecedentes que despertaram no mundo a necessidade de se preocupar com os problemas ambientais. 
	Conhecer sobre o histórico da educação ambiental e conferências internacionais: Estocolmo, 1972; Eco-92, Rio +10, Rio +20. 
Referências
ALBUQUERQUE, B. P. As relações entre o homem e a natureza e a crise socioambiental. Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz): Rio de Janeiro, 2007.
BARBOSA, L. D. A ideologia do desenvolvimento sustentável e a nova economia: um olhar sobre o desastre ambiental ocorrido em Mariana – MG. In: Cadernos do Leste, jan.-dez., vol. 19, n. 19, Belo Horizonte, 2019.
BRASIL – MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. A implantação da educação ambiental no Brasil.
Brasília: MEC, 1998. Disponível em: <http://www.mec.gov.br/se/educacaoambiental/eabra001.shtm>. Acesso em: 1 fev. 2020.
CAPRA, F. A teia da vida: uma nova compreensão científica dos sistemas vivos. São Paulo: Cultrix, 1996.
COSTA, W. D. Depósitos de resíduos sólidos e seus riscos para a coletividade. In: Geologia na Gestão do Município. Belo Horizonte: ABGE, 2004.
DIAS, R. Gestão Ambiental: responsabilidade social e sustentabilidade. São Paulo: Atlas, 2006.
DIAS, J. A.; MORAES FILHO, A. M. Resíduos sólidos e a responsabilidade ambiental pós-consumo. São Paulo, 2006. Disponível em: <www.prsp.mpf.gov.br/marilia>. Acesso em 1 fev. 2020.
DEL RIO, V.; OLIVEIRA, L. Percepção ambiental: a perspectiva brasileira. São Carlos: UFSCar – Studio Nobel, 1999.
DULLEY, R. D. Noção de natureza, ambiente, meio ambiente, recursos ambientais e recursos naturais. In: Agric. São Paulo, São Paulo, v. 51, n. 2, p.15-26, jul.-dez., 2004.
MOREIRA, R. Para onde vai o pensamento geográfico. São Paulo: Contexto, 2006.
NASCIMENTO, E. P. Trajetória da sustentabilidade: do ambiental ao social, do social ao econômico.  Estudos Avançados, v. 26, n. 74, 2012.
NETO LIMA, C. A importância do marketing ambiental para as empresas exportadoras brasileiras. 2008. Curso de Comércio Exterior, Centro de Ciências Sociais Aplicadas – Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí, 2008.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS – ONU. Declaração de Estocolmo sobre o Meio Ambiente Humano. In: Anais Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente Humano. Estocolmo, 1972.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS – ONU. A ONU e o meio ambiente. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/acao/meio-ambiente/>. Acesso em: 1 fev. 2020.
OLIVEIRA, L. Percepção e Representação do Espaço Geográfico. In: DEL RIO, V.; OLIVEIRA, L. (org.). Percepção ambiental: a experiência brasileira. São Paulo: UFSCar, 1996, p. 187-212.
PÁDUA, J. A.; LAGO, A. O que é ecologia. Editora Brasiliense: Coleção Primeiros Passos. São Paulo, 2004.
PASSOS, P. N. C. A Conferência de Estocolmo como ponto de partida para a proteção internacional do meio ambiente. In: Revista Direitos Fundamentais & Democracia. Faculdades Integradas do Brasil. Curso de Mestrado em Direito da UniBrasil, v. 6, n. 6. Curitiba: UniBrasil, 2009.
PINTO, F. A. R. Resíduos sólidos industriais: Caracterização e Gestão. O caso do Estado do Ceará. 2004. 205 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2004.
SANTOS, M. A natureza do espaço. Técnica e tempo. Razão e emoção. 4. ed. São Paulo: Edusp, 2008.
SACHS, I. Caminhos para o desenvolvimento sustentável. 2. ed. Rio de Janeiro: Garamond, 2002.
SENADO FEDERAL. Constituição Federal do Brasil de 1988. Capítulo VI, n. 225. Disponível em: <http://www. senado.gov.br/bdtextual/const88/Con1988br.pdf>. Acesso em: 31 jan. 2020.
SOUZA, M. A. A. (org). Natureza e sociedade de hoje: uma leitura geográfica. 3. ed. São Paulo: Editora Hucitec, 1997.
TORRES, B. L. M.; RAPOSO, D. A.T.; SIQUEIRA, L. C. A relação entre o desenvolvimento da culinária mineira e o desenvolvimento de Minas Gerais no século XVIII. In: I Encontro de Pesquisa em História da UFMG – I Ephis, 2012, Belo Horizonte. I Encontro de Pesquisa em História da UFMG – I Ephis. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2012.
UNICEF. Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Disponível em: <https://www.unicef.org/brazil/pt/overview_33687.html Acesso em 26/11/2018>. Acesso em 1 fev. 2020.
VIEIRA, D. D.; SILVA, A. S. J.; Empreendedorismo Social e Hortas Comunitárias: Geração de Emprego e Renda. In: Revista Conhecimento on-line, a. 7, v. 2, 2015, Novo Hamburgo.

Continue navegando