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O IMPORTANTE PAPEL DO PROFESSOR COMO FORMADOR DE LEITORES

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O IMPORTANTE PAPEL DO PROFESSOR COMO FORMADOR DE LEITORES: 
PRÁTICA OU DESAFIO? 
Simone dos Santos França1 
RESUMO: O presente artigo tem como objetivo geral elencar elementos que auxiliem o 
professor na formação de leitores, e como objetivos específicos definir leitura e seus 
diferentes níveis e apresentar informações acerca do desafio que é a formação de 
leitores para que se torne uma prática docente. O Ler é uma atividade bem mais 
complexa do que a simples interpretação de símbolos gráficos e de códigos, e o 
professor já não é mais um mero transmissor de conhecimentos, se não, a figura de um 
sujeito que lê criticamente o mundo. São várias as discussões referentes a estratégias 
para a efetiva prática de leitura. Nesta pesquisa apontaremos somente alguns 
direcionamentos, sendo assim, este trabalho constitui uma pesquisa bibliográfica 
explicando o problema em questão a partir de referências teóricas. Tem como aporte 
teórico obras de João Wandeley Geraldi, Marisa Philbert Lajolo e Ana Mariza Ribeiro 
Filipouski. O enfoque é dado a importância de conquistar o aluno para que se torne um 
bom leitor, procurando evidenciar as inúmeras possibilidades que a leitura traz para o 
indivíduo, e o importante papel não apenas dos professores, mas das instituições de 
ensino e também da família na formação de leitores. 
 
Palavras-Chave: Professor. Leitura. Formação de leitores. 
 
INTRODUÇÃO 
 
Este artigo nasceu das inquietações referentes à leitura e os aspectos que a 
cercam, tendo em vista, as diversas discussões e previsões de que os jovens 
principalmente, não leem, gerando assim, uma imensurável preocupação por parte dos 
professores em geral e principalmente de Língua Portuguesas que muitas vezes se 
sentem responsáveis por despertar o chamado “gosto pela leitura”. Discutir acerca do 
 
1 Mestre em Letras pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul. Especialista em Comunicação: 
Linguagens e Construção Textual e Literatura, pela Associação Educacional do Vale do ItajaíMirim 
Faculdade do Vale do ItajaíMirim (FAVIM);Especialista em Língua Espanhola e Literaturas Espanhola e 
Hispanoamericana, pelo Centro Universitário Leonardo da Vinci. Graduada em Letras com habilitação em 
Espanhol, pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). 
 
tema leitura é sempre um risco dada as inúmeras possibilidades e divergências de 
opiniões, risco este que assumimos ao elaborar este artigo. Trataremos neste trabalho 
especificamente a leitura e a formação do leitor em relação ao professor, buscando 
sermos criteriosos quanto as informações e afirmações. Pretendemos ainda, alcançar 
nossos objetivos elencar elementos que auxiliem o docente na formação de leitores; 
definir leitura e seus diferentes níveis e apresentar informações acerca da formação de 
leitores. 
Para a elaboração deste artigo utilizamos o tipo de pesquisa bibliográfico. 
Pensando na escolhas dos materiais a serem utilizados fizemos uma busca por 
diversas literaturas que tratassem dos temas leitura, formação de leitor e o papel do 
professor na formação de leitores, em bibliotecas virtuais sites relacionados a educação 
e nas biblioteacas Pe. Félix Zavattaro -Universidade Católica Dom Bosco e na biblioteca 
Ivone Coelho de Souza - Uniderp . Após a escolha dos materiais adequados a nossa 
linha de pesquisa, passamos a leitura flutuante2 dos livros e artigos. Depois fizemos 
uma segunda leitura com a finalidade de selecionar as teorias que nos servisse como 
aporte teórico e justificasse a problemática proposta inicialmente. E passamos então a 
considerar como referencial as teorias de João Wanderlei Geraldi – os livros O texto na 
sala de aula e A leitura na sala de aula as muitas faces de um leitor; Marisa Philbert 
Lajolo – com os escritos Do mundo da leitura para o leitor do mundo e A formação da 
leitura no Brasil e ainda, Ana Mariza Ribeiro Filipouski – os artigos Professor: leitor e 
formador de leitores e disseminação do conhecimento e o papel formador do professor 
da escola pública. 
Este artigo está estruturado de forma que contem o título, um resumo em língua 
portuguesa, considerações iniciais, os tópicos: o que é leitura – no qual fazemos uma 
esclarecimento do de leitura e apresentamos os três níveis de leitura existentes; 
formação de leitor- breve relato de como se da a formação do leitor a fim de conhecer 
melhor quem é o leitor; o professor e a formação de leitor em que encontra-se 
considerações e formas como o professor pode trabalhar de maneira a contribuir com a 
formação de leitores, e para finalizar as considerações finais e referências. 
 
2 Considere ”leitura flutuante” conforme conceito de Laurence Bardin (1977). 
 
1 O QUE É LEITURA? 
 
Existem diferentes conceitos de leitura, no entanto, vamos apresentá-la neste 
artigo não apenas como decifração de códigos letras e sim como produção de sentido, 
sentido este que existe a partir das experiências pessoais de cada indivíduo. Vamos 
pensá-la aqui não somente como um passar de olhos pela escrita, ou transmitir por 
meio da oralidade o que está escrito. Como nos descreve Foucambert (1994) o ato de 
ler remete ao questionamento de si mesmo e do mundo, de forma que ao ler se pode 
encontrar respostas, construir respostas. 
Conforme Martins (1982) a leitura apresenta três níveis que não aparecem 
separadamente mas simultaneamente, são eles: a leitura sensorial, emocional e 
racional: a sensorial está ligada aos sentidos, a emocional a emoções e racional com a 
parte da intelectualidade, reflexão, dinâmica e questionamentos. São estas três 
responsáveis pelo entendimento de textos como eles se apresentam. Os níveis de 
leitura se inter-relacionam, e são imprescindíveis nas diversas situações do cotidiano 
dos alunos, seja no âmbito familiar ou escolar. 
Para evidenciarmos a importância da leitura para a sociedade, e a sociedade 
inclui a comunidade escolar, temos que lembrar que a leitura é uma forma de refúgio, ir 
para diversos lugares, viajar pelo espaço e pelo tempo, realizar todos os sonhos e 
permanecer fisicamente no mesmo ambiente. Na sociedade que vivemos atualmente 
para que o ser humano tenha um bom convívio com os demais membros da sociedade 
é preciso que ele faça uso dos códigos de comunicação entre eles a escrita que nos 
leva a leitura - suporte para entender o mundo. E conforme analisa Geraldi3: 
Ao ler, o leitor trabalha produzindo significações e é nesse trabalho que ele se 
constrói como leitor. Suas leituras prévias, sua história de leitor, estão presentes 
como condição de seu trabalho de leitura e esse trabalho o constitui leitor e 
assim sucessivamente. (GERALDI, 1988 p. 80). 
 E na relação do individuo com o mundo nos parece que a leitura é a principal 
ferramenta para o exercício da cidadania para que sejam compreendidos, cumpridos e 
 
3 Livre-docência em Análise do Discurso e Professor Titular pela Universidade Estadual de Campinas. Professor 
Aposentado, colaborador visitante da Univ. do Porto (Portugal). 
 
exigidos os direitos e deveres ou ainda como ferramenta capaz de possibilitar a atuação 
crítica do cidadão frente ao ambiente e os elementos que o cercam, como sugere o 
PCN de Língua Portuguesa (1997), em seus objetivos para o aprendizado do aluno do 
ensino fundamental nesta disciplina. 
 
2 FORMAÇÃO DE LEITOR 
 
Ao escrevermos sobre a formação de leitores temos que questionarmos antes, 
quem é o leitor? Não com a pretensão de fazer uma biografia, mas de relatar 
brevemente o seu surgimento. Em conformidade com as relevantes ideias de Lajolo4 e 
Ziberman (1996), essa trajetória se desenvolve com o crescimento e ampliação da 
comercialização de livros, a propagação da escola e alfabetização em massa da 
sociedade urbana. O papel exercido pelo leitor é uma funçãosocial. A história do leitor 
propriamente dita começa na Europa por volta do século XVIII, quando a imprensa de 
trabalhos escritos deixa de ser artesanal e passa a ser atividade empresarial. Surge 
então, de fato o chamado leitor, quando os livros impressos passam a ser consumidos, 
e as pessoas a desenvolverem a habilidade de leitura. Mas certamente, até que a 
leitura se tornasse uma prática social muitos fatores influenciaram. Ao longo dos 
séculos a leitura se fortalece e se institucionaliza. 
Segundo dados históricos, no século XIX, a leitura preferivelmente em voz alta 
formava estudantes para uso da língua principalmente a expressão oral, desenvolvendo 
a arte da retórica ainda hoje vista como muito importante na vida estudantil. Foi depois 
deste momento que surge a literatura, o ensino de língua que só contribuíram para a 
consolidação da leitura na escola. Após tanto progresso percebemos que atualmente a 
trajetória da leitura tem feito um retrocesso, de tal maneira que tenhamos de buscar 
formas de estimular a prática da leitura e evidenciar sua potencialidade. Como 
menciona Lajolo: 
 
4 Doutorado em (Letras Teoria Literária e Literatura Comparada). Atualmente professora da Universidade 
Presbiteriana Mackenzie. 
 
O ato de ler foi de tal forma afastado da prática individual que a tarefa que hoje 
se solicita de profissionais da leitura como professores, bibliotecários e 
animadores culturais, é exorcizarem o risco da alienação, muito embora eles 
possam acabar constituindo elo a mais na longa e agora inevitável cadeia de 
mediadores que se impõem entre o leitor e o significado do texto. (LAJOLO, 
1993, p.105) 
 
Consideramos que a família e a escolas desempenham um papel fundamental 
no processo de formação de leitores, no entanto não temos a pretensão de instituir o 
papel de um ou de outro neste artigo. A idéia é justamente relacionar as consequências 
desta junção para a formação de pessoas leitoras, mesmo que inicialmente a 
conscientização de professores e familiares no que se refere a leitura pareça um tanto 
utópico. E como afirma Silva: 
É preciso que haja “modelos de leitura” no lar (visto aqui como instancia 
primeira ou microssistema de socialização) para que a criança possa perceber e 
assimilar o valor e a função do ato de ler e, movida por mecanismos como a 
observação, curiosidade, identificação, etc., passe a executar esse ato em sua 
vida. (SILVA, 1983, p.88) 
 
A citação acima nos lembra o que a psicologia tem afirmada por meio de 
diversas teorias que muito da aprendizagem humana se da por meio dá observação de 
comportamentos de outros humanos, como Albert Bandura (1986) defendeu em sua 
teoria cognitivo – social. Dessa forma, a escola juntamente com o professor podem 
propiciar um ambiente de leitura adequado para que por meio da observação, os alunos 
possam desenvolver o hábito da leitura e tornarem-se leitores maduros, ou seja, 
indivíduos capazes de usar suas experiências de leitura para atuarem positivamente em 
diversas situações. O melhor é que adquirissem o gosto pela leitura com sua família, 
mas como temos crianças cada vez mais cedo nas escolas e diversos outros fatores 
sociais que impendem isto, a escola caba por ter como função tal ação. 
Bourdieu apud Geraldi (1987:133), ressalta a ideia que não se pode debater 
sobre a leitura sem perguntar sobre as condições de possibilidade dela. Para perguntar-
se sobre as condições de possibilidade é “se referir as condições sociais de 
possibilidades de situações nas quais se lê e também sobre as condições sociais de 
produção de leitores”. Condições de trabalho e salários, assim como, de leitura para os 
 
que formam os leitores? A escola deve ser o local melhor estruturado para a leitura, no 
entanto, ironicamente aquele que devia estar bem capacitado para orientar o aluno e 
direcioná-lo, na maior parte das vezes também não lê. Como esperar mudanças 
significativas se a escola estimula a formação do leitor que apenas repete as leituras do 
professor e não estimula a leitura crítica? Infelizmente para muitos a leitura assim com a 
escola e o professor se tornou sinônimo de desprazer, obrigação e 
cobrança.Precisamos levar em consideração o que enfatiza Geraldi: 
Ao ler, o leitor trabalha produzindo significações e é nesse trabalho que ele se 
constrói como leitor. Suas leituras prévias, sua história de leitor, estão presentes 
como condição de seu trabalho de leitura e esse trabalho o constitui leitor e 
assim sucessivamente. (GERALDI, 1988, p.80) 
Não temos como distanciarmos a leitura do aspecto social, o leitor é um ser 
social, que possui uma história individual, e a sua leitura de mundo é feita sob a ótica 
de suas experiências. 
 
3 O PROFESSOR E A FORMAÇÃO DE LEITOR - CONSIDERACÕES 
 
 Acompanhando as idéias de Filipouski apud Carvalho e Mendonça (2006) 5as 
investigações desenvolvidas no século XX, relacionadas ao ler e escrever indicam 
mudanças do papel da escola e por consequência da ação do professor frente ao ler e 
escrever. A sociologia da leitura as teorias referentes ao efeito da leitura e da 
emancipação do leitor e sua obrigação na edificação de seu conhecimento que 
estendem, inicialmente, o significado de ler. 
Com as mudanças na sociedade, o professor acaba por necessitar de novas 
ferramentas que o auxilie em suas aulas. E quando falamos de leitura precisamos estar 
munidos de muita criatividade e persistência para estimular o aluno a ler, já que a 
tecnologia torna as informações de fácil acesso, sem que o discente faça esforço pode 
obter o resumo de um livro uma versão simplificada de forma a acreditar que o livro em 
 
5 Filipouski - Pós- doutorado na Universidade de Coimbra, onde estudou a obra de Eça de Queirós. Professora da 
equipe do Núcleo de Integração Universidade Escola, da Pró-Reitoria da Extensão da UFRGS-NIUE/UFRGS. 
 
si não precisa fazer parte de seu cotidiano, pois por meio da internet por exemplo, pode 
fazer leituras rápidas e superficiais e não criticamente analisando os possíveis 
significados e contextos. Por outro lado existem aqueles que por condições financeiras 
não tem acesso nem as tecnologias e nem ao livro, se distanciam assim também do 
mundo da leitura. 
É importante ressaltar ainda, que como declara Filipouski em seu artigo 
Professor: leitor e formador de leitores: 
Ler e escrever, como práticas sociais, estão condicionados ao repertório dos 
leitores/escritores, e lê melhor quem lê entre leitores, pois este possui mais 
intimidade com os diferentes tipos de texto, uma vez que já ouviu ler mais 
vezes; sobre a maneira de ler, pois entre as historias que ouviu, muitas foram 
lidas; já aprendeu o valor da palavra escrita. (FILIPOUSKI apud CARVALHO e 
MENDONÇA. 2006. p. 162) 
A assertiva acima em toda sua significação mostra que é imprescindível a 
atuação docente comprometida e responsável, e assim a comunicação e o 
conhecimento da mesma forma que o hábito de ler passa a ser motivo de colaboração 
entre alunos e com o professor. De acordo com registros históricos entre as funções do 
docente está o seu papel de formador e mediador. Ele possibilita o acesso ao 
conhecimento, é um indispensável atuante no sistema educacional. E mesmo 
atualmente apesar das tecnologias presentes na vida social e escolar o professor 
continua sendo o mediador indispensável, no entanto deve adquirir novas 
competências, como por exemplo, saber selecionar obras, imagens e conceitos que 
devem ser utilizados nas aulas de leitura, coerentes aos novos paradigmas de ensino. 
Precisa fazer relações com diversos grupos sociais existentes partindo das experiências 
de seus alunos, procurando transformar o educando em um indivíduo capaz de ler e 
compreender o mundo que o cerca. Por isto, o educador precisara de conhecimento 
para fazer relações com cotidianode seus alunos e buscar materiais adequados as 
aulas buscando desta forma motivação para seus alunos. A prática descrita exige do 
professor uma educação continuada, uma combinação de teoria e prática. Filipouski in 
Carvalho e Mendonça (2006). 
O professor precisa se tornar também um indivíduo do universo da leitura que 
esteja acompanhando o processo do conhecimento, busque leituras se envolva em 
 
práticas sociais de leitura, que seja praticante das teorias que prega, é também desta 
forma que o professor poderá aumentar o repertório de amantes da leitura, “dando 
exemplo”. Como menciona Geraldi (2006, p.92)”. Na leitura, o diálogo do aluno é com o 
texto. O professor, mera testemunha desse diálogo, é também leitor, e sua leitura, é 
uma das leituras possíveis”. 
Pensamos ser a leitura um veículo de formação e transformação, de forma a 
possibilitar ao aprendiz ser inserido em seu próprio contexto de forma coerente, seja 
qual for sua história ou conjunto de valores. Referimo-nos a um leitor que lê e interpreta 
os dados de forma crítica, não apenas decodifica palavras ou termos. Entendemos ser 
o professor de Língua Portuguesa um dos principais responsáveis por fazer isto 
possível, pois, pode durante suas aulas destinar atividades específicas de leitura, ainda 
que a leitura seja uma atividade significativa para todas as disciplinas. 
 O educador é chamado nos dias atuais a buscar práticas de ensino inovadoras e 
por diversas vezes ele não está preparado, pois, seus estudos se deram por meio do 
ensino tradicional. E conforme nosso entendimento das palavras de Geraldi (1988), 
mais uma vez o professor se encontra entre a parede e a espada, entre o peso de sua 
real vida que entre outras coisas o afastam da leitura tendo que estimular e despertar o 
prazer de ler em deus alunos, no entanto continuam remando, pois é necessário viver. 
O autor Geraldi (1988:2006), nos aponta em seus escritos, reflexões pertinentes que 
nos leva a pensar no papel do professor principalmente o de Língua Portuguesa que 
tem como obrigação formar leitores, despertar o aluno para o mundo da leitura, e 
muitas vezes não existem condições sociais de leitura nem para o professor e nem para 
o aluno, o que ocorre principalmente nas escolas públicas. Neste trabalho buscamos 
tornar possível e até mais fácil a atuação do professor ao elencar elementos e dicas 
que o auxilie no cotidiano em sala de aula. 
Em perspicaz e pertinente observação Geraldi (2006) sustenta que uma das 
formas do professor de Língua Portuguesa estimular a prática de leitura, é criar um 
circuito entre os alunos, permitindo que leiam livremente, pela curiosidade, pela 
aparência da capa de um livro ou por indicação de alguém. Ressalta ainda a 
importância da indicação, já que normalmente lemos os livros que nos sãos indicados, 
 
um circuito que passa por diferentes relações, sendo que a indicação não precisa ser 
apenas do professor, pode ser dos demais colegas da sala de aula. Enfatiza que isso 
possibilita criar um rodízio de leitura, e o local perfeito para iniciar um círculo de leitura, 
é durante as aulas de língua Portuguesa. É como Silva afirma: 
O professor guia o aluno através do mundo do saber elaborado, sistematizado 
historicamente e sempre aberto à recriação e novas contribuições. O aluno guia 
o professor através de necessidades e desafios revelados no contexto da sala 
de aula. (SILVA, 2004, p.89) 
 
Realmente a leitura é um exercício essencial na vida de um individuo no século 
atual, o que nos remete à finalidade da leitura contemporânea. E surgem 
questionamentos como: qual o melhor método para ensinar leitura? Como devemos 
ensinar a ler? Mas será que estas são as perguntas certas? Será que a pergunta não é: 
o que devemos saber sobre leitura para ensinar leitura? Em relação a isto, defende 
Fregonezi (2003) que o professor deve estar munido de conhecimentos teóricos e estes 
fundamentos devem vir de reflexões como: é possível ensinar a leitura? O que ensinar? 
Como ensinar? Quais os materiais utilizo? As estratégias de leitura cada professor vai 
delimitar a sua para que seu aluno seja um bom leitor. Acreditamos ser sugestões 
como esta de Fregonezi (2003), direcionamentos que auxiliam o professor na formação 
de leitores. 
Em nosso entendimento, o papel do docente como mediador que desempenha, é 
indispensável no despertar para a leitura, no entanto, para este despertar acontecer 
não existe receita pronta, o que encontramos são apontamentos, cada professor 
precisa buscar sua metodologia. 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
Nesse artigo, consta de forma sucinta a definição de leitura, como produção de 
sentido formada a partir de um contexto e experiências pessoais de cada indivíduo 
leitor, assim como, um breve relato histórico da formação do leitor e outros aspectos. 
Fizemos estas considerações a fim de nortear o leitor desta pesquisa acerca do tema 
proposto. Além disso, buscamos por meio de relatos e teorias presentes neste artigo 
alcançar nossos objetivos de elencar elementos que auxiliem o professor na formação 
de leitores; definir leitura e seus diferentes níveis e apresentar informações acerca da 
formação de leitores. 
Existem tantas divergentes teorias que giram em torno do tema leitura, 
começando pela definição de leitura que nos apresenta com diferentes enfoques, no 
entanto os autores que buscamos como aporte teórico tem suas idéias em 
concordância com as nossas quanto a leitura ser indispensável a sociedade, pois ela é 
a principal ferramenta do individuo para exercer sua cidadania, possibilita a atuação 
critica do cidadão frente ao mundo ao qual pertence, e pode sim ser vista como desafio, 
no entanto para o professor e também para o educando deve ser uma prática, ou seja, 
que faça parte de suas vidas. 
Por meio de nossas pesquisas e observações, podemos afirmar que ao 
discutirmos sobre leitura precisamos ter claramente em mente quem é o leitor, como 
surgiu e que ele exerce um papel social. Então abrimos para as seguintes perguntas: 
podemos precisar em qual contexto está inserido este leitor? Pois, o ambiente 
determina de que forma se dará a formação de um leitor. E será que somente a escola 
juntamente com o professor desempenha papel de formador de leitores? Terá a família 
e a comunidade na qual o indivíduo está imerso sua parcela de contribuição? São 
questões explicitadas apenas com o propósito de reflexão, as respostas podem ser 
infinitas. 
Sabemos que o mundo atual está em processo de mudança, seja pela chegada 
das novas tecnologias, seja pela aquisição e inversão de novos valores, e o professor 
como um ser social precisa buscar ferramentas para exercer seu papel de mediador e 
formador , independente de ser o professor de leitura ou o professor leitor, já que o 
 
professor de leitura precisa ser um leitor e o professor leitor tem embasamento que o 
auxilia como professor de leitura, pois é um individuo da leitura, possibilita a 
concretização do círculo da leitura e é capaz de incentivar seus alunos a lerem” dando 
o exemplo” 
Em suma, os elementos elencados, no entanto, por si só, não têm o poder de 
transformar o aluno em um leitor (crítico, capaz de refletir e questionar), pois, muitos 
outros fatores influenciam o processo de formação de leitores, como por exemplo, o 
incentivo e influência da família, e sabemos que o professor de Língua Portuguesa não 
é o único responsável pela transformação, mas com certeza, um dos mais importantes 
para esta formação. E esperamos que estes apontamentos/sugestões da prática de 
leitura em sala cumpram os objetivos previstos de forma a contribuir para interação do 
professor com os futuros leitores e destes dois com os textos escritos. 
 
REFERÊNCIAS 
 
BANDURA, A. (1986). Fundações Sociais do Pensamento e da Ação: Uma Teoria 
Cognitive Social. Penhascos de Englewood, NJ: Prentice-Salão. ISBN 013815614X 
BARDIN, Laurence.Análise de Conteúdo. 3ª. ed. Lisboa: Edições 70, 2004. 
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa /Secretaria de 
Educação Fundamental. – Brasília: 144 p.1997. 
FILIPOUSKI, Ana Mariza R. Disseminação do Conhecimento e o Papel Formador 
do Professor da Escola Pública. 
www.artenaescola.org.br/pesquisa_artigos_texto.php?id-m=14 . Em 25/11/2010 às 
10:05. 
FOUCAMBERT, J. A Leitura em Questão. Porto Alegre; artes médicas 1994. 
FREGONEZI, Durvali Emilio. O Professor, a Escola e a Aeitura. Londrina: Ed. 
Humanidade, 2003. 
FREIRE, Paulo. A Importância do Ato de Ler: em três artigos que se completam. 
 22 ed. São Paulo: Cortez, 1988. 
GERALDI, J. Wanderley. A leitura da Sala de Aula as Muitas Faces de um Leitor. 
Série idéias n 5 São Paulo: FDE, 1988,79-84. 
 
_____________________. O texto na sua sala de aula. 4ª ed., São Paulo: Ática. 
2006. 
LAJOLO, M. Do Mundo da Leitura para o Leitor do Mundo. São Paulo: Ática, 1993. 
LAJOLO, M; ZIRBERMAN, R. A Formação da Leitura no Brasil. 3ª ed. São Paulo: 
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SILVA, Ezequiel T. da. A Produção de Leitura na Escola, Pesquisas e Propostas. 
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___________________. Leitura da Realidade Brasileira. Porto Alegre: Mercado 
Aberto, 1997. 
ZILBERMAN, Regina. Fim do Livro, Fim dos Leitores? São Paulo: a editora SENAC, 
2001.

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