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Acidente Vascular Cerebral Amb 9 e 12 AVC HEMORRÁGICO Definição - Sangramento espontâneo agudo no parênquima encefálico - Também chamada de hemorragia intracerebral - HIC primária - HIC secundária - Emergência neurológica Epidemiologia - Incidência geral anual de HIC é de 12 a 15 casos por 100.000 habitantes - Responsável por 10 a 30% das internações por AVE - 40 a 80% morrem no decorrer dos primeiros 30 dias - Apenas 20% recuperam independência funcional - Mais frequente em asiáticos e afrodescendentes - Idade avançada Etiologia HIC primária - Hipertensão arterial sistêmica - Angiopatia amiloide HIC secundária - Infarto encefálico - Lesões vasculares preexistentes (MAV, angioma cavernoso) - Neoplasias - Inflamatórios (vasculite, endocardite) - Hematológicos (coagulopatia, trombocitopenia) - Iatrogênicos (anticoagulantes, fibrinólise) - Tóxicos (cocaína e anfetaminas) Etiologia Hipertensão arterial sistêmica - Vasculopatia de pequenos vasos perfurantes encefálicos - Necrose fibrinoide do vaso (lipo-hialinose) - Fragmentação, degeneração, aneurismas e rupturas - Aneurismas de Charcot-Bouchard - NTPC Angiopatia amiloide - Deposição de beta-amiloide na parede dos vasos (fragilidade) - Hemorragia lobar Fisiopatologia Ruptura abrupta de pequenas artérias Formação de hematoma Fisiopatologia Alterações causadas pelo hematoma: - Morte neuronal e de células da glia (apoptose e inflamação) - Edema vasogênico (mediadores inflamatórios locais e sistêmicos) - Ruptura da barreira hematoencefálica Expansão do hematoma - Sangramento persistente - Recidiva do sangramento Apresentação clínica Gerais: - Náuseas e vômitos - Cefaleia (36%) - Hipertensão arterial - Crise convulsiva generalizada - Meningismo Apresentação clínica Localizado: Supratentorial Infratentorial Déficit de sensibilidade contralateral Disfunção de nervo craniano Afasia Paralisia do olhar Negligência, Hemianopsia Sinais cerebelares Déficit motor contralateral Apresentação clínica Sinais deficitários focais: - Putâmen: - Local mais afetado - Hemiparesia contralateral - Hemianestesia - Afasia de condução - Desvio ocular horizontal conjugado - Tálamo: - Hemianestesia precede a hemiparesia - Comprometimento do olhar para cima Abordagem diagnóstica ● Diagnóstico rápido ● Tomografia Computadorizada ● Ressonância Magnética ● Arteriografia Abordagem diagnóstica Tomografia Computadorizada ● Alta acurácia para detecção de sangramento intracraniano ● Ampla disponibilidade ● Rapidez ● Baixo custo Abordagem diagnóstica Abordagem diagnóstica Ressonância Magnética ● Malformações vasculares ● Cavernomas ● Tumores cerebrais ● Trombose venosa cerebral ● Micro-hemorragias assintomáticas – microbleeds Abordagem diagnóstica Abordagem diagnóstica Arteriografia ● Está reservada para a suspeita de anomalias vasculares não visualizadas nos métodos não invasivos, como fístulas durais ou pequenos aneurismas. ● A realização de RM e/ou arteriografia aumenta o diagnóstico de causas secundárias, principalmente em pacientes jovens e nos casos de HIC em pacientes não hipertensos Tratamento - Cuidados gerais - Controle da pressão arterial - Cirúrgico Cuidados gerais Triagem rápida Oferecer acesso rápido a recursos médicos ABC Tomografia computadorizada Observação na UTI ou ambiente semelhante por pelo menos 24h Lista de verificação, inserida em protocolo Lista de verificação Pressão arterial - manter PAM < 140 (labetalol ou nicardipino) Reversão da anticoagulação Hipertensão intracraniana - manitol e elevação da cabeceira (30º) Líquidos e nutrição - SF 0,9% e nutrição enteral por tubo nasoduodenal Profilaxia de convulsão - (fosfenitoína ou levetiracetam) Homeostase fisiológica Reversão de emergência da anticoagulação Pacientes de risco - Anticoagulantes orais - Agentes antiplaquetários - Antagonistas da vitamina K - Novos anticoagulantes orais Reversão: - Complexo protrombínico (para varfarina) - Desmopressina DDAVP (para antiplaquetários) - Protamina (para heparina) Controle da pressão arterial Desequilíbrio da PA - maior risco de deterioração, morte ou sequelas PAM<140 mmHg Controle de PIC em pct com grande hematoma e redução da consciência Uso de agentes de infusão contínua de ação rápida com monitoramento intra-arterial Estabilização - conversão para agentes orais entre 24-72h Labetalol - betabloqueador Nicardipino e Clevidipino - bloqueadores dos canais de cálcio Controle do edema e hipertensão IC HIC volumosa => Edema => elevação da PIC ! hemorragia intraventricular -> hidrocefalia obstrutiva Deterioração neurológica em 72h quando HIC >30ml Drenagem ventricular externa ou monitor parenquimatoso PIC <20 mmHg PPC>70 mmHg Manitol Sedação, otimização da PA, osmoterapia, hiperventilação controlada, hipotermia leve e hemicraniectomia de resgate* Profilaxia de convulsão Localização lobar -> maior risco Diagnóstico e tratamento precoce - 12% Monitoramento por EEG em comatosos Controvérsia sobre uso de FAE de forma profilática Coma+hipertensão intracraniana ou convulsões agudas Fosfenitoína ou levetiracetam Apoio clínico Suporte ventilatório Temperatura, oxigenação e infecções! Avaliação da fala e deglutição Hidratação e Nutrição enteral - 24h Normoglicemia (120-180mg/dL) Profilaxia de TVP - 48h Tratamento cirúrgico ● Craniotomia HIC supratentorial x Hemorragia cerebelar Diâmetro maior que 3 cm Hidrocefalia ou obliteração da cisterna quadrigêmea Deterioração clínica Tratamento Clínico ● Drenagem ventricular AVC ISQUÊMICO Introdução - Diminuição do suprimento sanguíneo para determinada área do encéfalo - OBSTRUÇÃO AO FLUXO SANGUÍNEO ISQUEMIA EPIDEMIOLOGIA - Primeira causa de morte no Brasil - Maior causa de incapacidade no adulto - 2/3 ocorrem em maiores de 65 anos - Discreto predomínio em homens - 80 % são isquêmicos Fatores de Risco MODIFICÁVEIS NÃO MODIFICÁVEIS - Hipertensão arterial - Idade - Diabetes - Sexo - Dislipidemia - Raça - Tabagismo - Etilismo - Doenças cardíacas - Sedentarismo - Obesidade Patogênese - Oclusão de uma artéria Embólica ou Trombótica - Isquemia gera uma área de Infarto e outra denominada Zona de penumbra isquêmica - Nas primeiras 48 horas se inicia fagocitose pelas células inflamatórias necrose de liquefação cicatriz cística e retraída Etiologias → Por quê investigar? -Tratar causa subjacente -Estimar prognóstico -Prevenção → Classificação de TOAST Doença Aterosclerótica de Grandes Vasos → Pode acometer artérias extracranianas e intracranianas →Critérios: Presença de oclusão ou estenose com ↓ do diâmetro vascular >50% → O processo da ateromatose intracranianas e cervicais é idêntico ao que acontece na aorta e aa. coronárias →Locais + comuns: Bifurcações arteriais, A. carótida interna, aa. vertebrais, ACM →Lesões se desenvolvem de forma lenta, e normalmente tornam-se sintomáticas na presença de um processo trombótico associado → Oclusão → Etiologia com maior risco de recorrência Cardioembólico → Migração de um trombo de origem cardíaca ou de aorta ascendente para a circulação cerebral → Oclusão arterial → Imagem: Acometimento de múltiplos territórios vasculares encefálicos ao mesmo momento → Maior propensão à ocorrência de transformação hemorrágica Infarto de Pequenos Vasos (Lacunar) → Lesões decorrentes da oclusão de pequenas aa. e arteríolas perfurantes originárias das ACM, vertebrais, basilares e polígono de Willis → Causa: Lipo-hialinose → Locais + Comuns → Fatores de Risco: HAS e DM Núcleos da base Tálamo Cápsula interna Coroa radiada Ponte Etiologia Indeterminada● Investigação completa → nenhuma causa identificada; ● Duas causas prováveis. Outras causas ● Condições que não podem ser incluídas em um grupo homogêneo de doenças: ○ dissecção arterial; ○ doenças infecciosas ou inflamatórias de vasos; ○ displasia fibromuscular; ○ uso de drogas. Etiologias Quadro Clínico Déficit neurológico súbito; Depende da topografia anatômica; Avaliação Clínica - AVCI => emergência médica curta janela terapêutica → rapidez e objetividade na história diagnóstico diferencial - Objetivos: identificar o paciente com AVCI excluir situações de mimetização estabilização do paciente recanalização do vaso comprometido - Itens a serem questionados Avaliação Clínica - Exame Físico Geral → sinais vitais, oximetria de pulso e temperatura mordedura de língua sinais cutâneos de coagulopatia sinais de arritmia cardíaca trauma craniano ou cervical - Exame Neurológico → breve e detalhado Escala do NIH Exames Complementares - Glicemia: único indispensável a todos os pacientes - Coagulograma - Outros também importantes - Eletrocardiograma - Radiografia de Tórax - Casos particulares: Função hepática, exames toxicológicos e LCR Exames de Imagem -> TC sem contraste - Mais usado - Exclusão de hemorragia intracraniana Descartar causas não vasculares - Desvantagem - 24h - Busca de sinais precoces -> RM - custo e disponibilidade - Maior sensibilidade Lesões no tronco encefálico - Difusão, perfusão, gradiente eco e Flair -> Doppler Transcraniano - Terapia Trombolítica -> Angiografia Digital Tratamento ● Condutas na fase aguda: → Cuidados clínicos: -monitorizar as funções vitais; -corrigir deficiências circulatórias e de oxigenação tecidual; -evitar a hipotensão, hiperglicemia e hipertermia (regra dos 3 H no AVC agudo) Tratamento → Cuidados clínicos: -utilização cautelosa de drogas anti-hipertensivas por via parenteral indicada em pacientes com HAS severa (PA sistólica> 220 mmHg ou diastólica> 120 mmHg)- betabloqueadores por via EV, enalaprilate e nitroprussiato de sódio; -pacientes sem indicação de tratamento parenteral, introduzir por VO- após 24 a 48 hrs- IECA, bloqueadores do de receptor da angiotensina II e betabloqueadores; -bloqueadores de canais de cálcio e diuréticos de alça devem ser evitados; Tratamento → Cuidados clínicos: -hiperglicemia favorece a glicólise anaeróbica produção de lactato acidose tecidual -evitar soluções parenterais de glicose; -deve utilizar soluções cristaloides para a reposição volêmica; -glicemia deve ser monitorizada; Tratamento → Cuidados clínicos: -hipertemia favorece o desenvolvimento de acidose lática; -controle de temperatura; -utilização de antipiréticos e compressas frias; Tratamento → Tratamento trombolítico: Quando vou trombolizar? Quando o paciente chegar <4,5 horas Trombólise endovenosa (alteplase- ativador do plasminogênio tecidual- rt-PA) Tratamento → Tratamento trombolítico: -Critérios de inclusão Tratamento → Tratamento trombolítico: -Critérios de exclusão Tratamento → Tratamento trombolítico: -o rt-PA deve ser administrado a 0.9 mg/Kg- 10% em bolus e o restante em 60 minutos mediante bomba de infusão; -drogas anticoagulantes e antiagregantes plaquetárias não devem ser prescritas nas 24 horas que se seguem à trombólise; -benefícios da trombectomia mecânica com stent (<6 horas); Tratamento ● Terapia antitrombótica -Indicada para pacientes com dissecção arterial cervicocefálica e trombofilias; -Deve ser realizada uma TC antes -principais drogas utilizadas são a heparina e a varfarina Tratamento ● Medidas profiláticas para evitar a deterioração clínica -Fisioterapia e mobilização precoce -Fonoterapia -Medicações protetoras gástrica -Uso de meias elástica e heparina de baixo peso molecular para prevenção de trombose venosa profunda e tromboembolia pulmonar Tratamento ● Cirurgia descompressiva Indicada nas primeiras 48 horas em pacientes com Infarto maligno da ACM Mortalidade de 70 a 80% A extensão da lesão pode cursar com compressão do IV ventrículo e hidrocefalia obstrutiva Tratamento profilático 1-Combate a fatores de risco vascular 2-Antiagregantes plaquetários ● Primeira linha- Aspirina ● Ticlodipina ● Clopidogrel 3-Anticoagulantes Tratamento profilático 4-Endarterectomia de carótida Indicações em casos de estenose severa 70 e 99%, na prevenção de AVC severo ou fatal, em pacientes com evento isquêmico carotídeo recente. 5-Angioplastia com stent Doença arterial aterosclerótica Complicações - Edema Cerebral - Hemorragia Intracraniana - Crises Epilépticas Prognóstico - A etiologia, o tamanho, o local da lesão e a progressão da recuperação influenciam no prognóstico. •INDICADORES DE PIOR PROGNÓSTICO: - Doenças preexistentes como: Diabetes ou distúrbios cardíaco e vascular periférico. - Ocorrência prévia de AVC - Severidade dos déficits motores iniciais Prognóstico •INDICADORES DE PROGNÓSTICO FAVORÁVEL: - Idade jovem, - Suporte social adequado - Acesso a serviços de reabilitação
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