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Atuação da Psicopedagogia em Instituições de Saúde

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Prévia do material em texto

MS. WALKIRIA DE ASSIS
Professor autor/conteudista
É vedada, terminantemente, a cópia do material didático sob qualquer 
forma, o seu fornecimento para fotocópia ou gravação, para alunos ou 
terceiros, bem como o seu fornecimento para divulgação em locais 
públicos, telessalas ou qualquer outra forma de divulgação pública, 
sob pena de responsabilização civil e criminal.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1. Como Atuar no Contexto Hospitalar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.1 Sobre a psicopedagogia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.2 O que é Pedagogia Hospitalar? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.3 Registros Históricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2. Atendimentos à Pessoa em Tratamento de Saúde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.1 Conceituação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.2 Objetivos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.3 Características . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2.4 Atendimento no leito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2.5 Atendimento em pequenos grupos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
2.6 Outros atendimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.7 Papel do Psicopedagogo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
3. Aspectos Legais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
4. Considerações Finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
Glossário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
Referências Bibliográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
Pág. 4 de 42
INTRODUÇÃO
Alguns alunos podem ser vítimas de acidentes ou violência, de doenças crônicas ou outras 
moléstias que vão exigir internação para intervenções cirúrgicas, procedimentos médicos intensivos 
ou períodos de repouso com duração variável. Essas situações acarretam a ruptura do processo 
escolar formal ocasionando, muitas vezes, a evasão escolar. O que pode ser feito?
Pág. 5 de 42
1. COMO ATUAR NO CONTEXTO HOSPITALAR
Esta aula trata da especificidade e relevância do atendimento pedagógico-educacional em 
instituições hospitalares e congêneres. Apresenta um breve histórico, a legislação federal, os conceitos, 
os objetivos e finalidades do atendimento educacional em instituições de saúde e do atendimento 
domiciliar, enfocando o papel do psicopedagogo.
Pimentas são frutinhas coloridas que têm o poder para provocar incêndios na boca. 
Pois há ideias que se assemelham às pimentas: elas podem provocar incêndios nos 
pensamentos. Mas, para se provocar um incêndio, não é preciso fogo. Basta uma 
única brasa. Um único pensamento-pimenta... (RUBEM ALVES, 2012).
 Figura 1 – A importância da educação escolar
Fonte: Freepik/Freepik
1.1 Sobre a psicopedagogia
Segundo a Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPP), 
a Psicopedagogia é um campo de atuação em Saúde e Educação que lida com o 
processo de aprendizagem humana, seus padrões normais e patológicos, considerando 
a influência do meio - família, escola e sociedade - no seu desenvolvimento, utilizando 
procedimentos próprios da Psicopedagogia.
Pág. 6 de 42
Ela é ainda uma práxis, ou seja, uma prática fundamentada em referenciais teóricos.
A psicopedagogia possui dois campos de atuação: o clínico e o institucional.
SAIBA MAIS!
Com o intuito de esclarecimento a respeito desse campo de atuação, assista aos vídeos com a Dra. 
Nádia Bossa:
A Psicopedagogia - http://www.youtube.com/watch?v=WiLUKGDXy0A&feature=endscreen&NR=1 
Diagnóstico psicopedagógico - http://www.youtube.com/watch?v=bz_emtEnXb0&playnext=1&list=PL302CE15B
Contexto familiar - http://www.youtube.com/watch?v=TR6spkrqROs&list=PL302CE15BB32EC77F
No campo clínico (terapêutico), o psicopedagogo tem a incumbência de trabalhar com as pessoas 
no sentido de sanar as condições inadequadas de aprendizagem e de promover sentimentos de 
autoestima. Dessa forma, auxilia a pessoa na percepção e no desenvolvimento de suas potencialidades, 
recupera seus processos internos de apreensão de uma realidade, nos diversos aspectos: cognitivo, 
afetivo-emocional e de conteúdos acadêmicos. 
Quando o trabalho é realizado dentro de um espaço físico fixo para tratar problemas já instalados, 
costumamos denominá-lo “trabalho clínico”. O trabalho clínico é realizado em Centros de Atendimento 
Especializados ou de Reabilitação, Clínicas Multidisciplinares ou Psicopedagógicas, e as atividades 
ocorrem, geralmente, de forma individualizada.
No campo institucional, ele pode atuar em três áreas: empresarial, escolar e hospitalar.
Na área empresarial, o psicopedagogo poderá contribuir com a melhoria da qualidade das 
relações inter e intrapessoais dos indivíduos que trabalham na empresa e participar do processo de 
contratação de funcionários.
O psicopedagogo institucional que atua na área escolar pode ajudar no trabalho do gestor, 
do psicólogo escolar ou do coordenador pedagógico, bem como no dos docentes em relação ao 
planejamento e às estratégias para desenvolvimento das aulas, de maneira a obter melhores resultados. 
Nesse caso, a sua função é preventiva, responsável por orientar e esclarecer os outros profissionais 
sobre assuntos ligados aos processos de ensino e/ou de aprendizagem, de forma a evitar ou detectar 
precocemente possíveis dificuldades de aprendizagem. Pode também atuar com grupo de alunos 
(não necessariamente da mesma série) com o objetivo de desenvolver habilidades e competências 
Pág. 7 de 42
para facilitar a apreensão de conteúdos, além de ajudar com os alunos que apresentam problemas 
de aprendizagem.
Na área hospitalar, ele pode colaborar no trabalho da equipe multidisciplinar dessa instituição, 
tal como psicólogos, assistentes sociais, terapeutas, enfermeiros e médicos, além dos professores, 
necessariamente profissionais com formação em pedagogia. Também pode auxiliar no apoio às 
famílias e atuar com crianças, jovens e adultos, ajudando-os a minimizar possíveis dificuldades que 
possam surgir no desenvolvimento de seu processo de aprendizagem, com o intuito de diminuir 
as defasagens escolares. Além disso, trabalhar junto aos professores das classes hospitalares (na 
função preventiva e na função de intervenção nos problemas já instalados) ou atuar organizando e/
ou desenvolvendo as atividades recreativas nas brinquedotecas hospitalares. 
Figura 2 - Brinquedoteca hospitalar
Fonte: ASSIS, 2009, p. 27
1.2 O que é Pedagogia Hospitalar?
No 4º Congresso do Estado de São Paulo no Apoio ao Escolar em Tratamento de Saúde, 1º 
Simpósio Internacional de Pedagogia Hospitalar (10, 11 e 12 de abril de 2019) a Profa. Dra. Maria Cruz 
Molina Garuz (Universidade de Barcelona- Espanha),em sua conferência - “Perspectivas Conceptuales 
i Metodológicas para la Práctica Professional y la Investigación em Pedagogia Hospitalaria”- apresentou 
um importante e recente (de 2017) conceito sobre Pedagogia Hospitalar.
Pedagogia Hospitalar: disciplina de natureza científica, acadêmica, profissional que estuda e 
integra ações educativas e psicoeducacionais dirigidas a pessoas com doença e suas famílias, a 
Pág. 8 de 42
fim de assegurar o cumprimento de seus direitos, responder às necessidades biopsicossociais, 
desenvolver seu potencial e melhorar a qualidade de vida.
Diante desse conceito, torna-se fundamental a capacitação constante de professores e de outros 
profissionais da educação para enfrentar os desafios impostos por essa área de conhecimento.
1.3 Registros Históricos
Você sabe quando começou o atendimento educacional em hospitais?
A classe hospitalar na Europa tem seu início em 1935, quando Henri Sellier (Ministro da Saúde da 
França) inaugura a primeira escola para crianças inadaptadas nos arredores da cidade de Paris. Em 
seguida, na Alemanha, por toda a Europa e nos Estados Unidos, são criados espaços educacionais para 
diminuir as dificuldades escolares de crianças com tuberculose, uma moléstia fatal e grandemente 
contagiosa naquela época. Ainda na França, em 1939, instala-se o CNEFEI (Centro Nacional de 
Estudos e de Formação para a Infância Inadaptada de Suresnes), com o intuito de formar professores 
para exercer a Pedagogia Hospitalar. Nesse mesmo ano, é criado o cargo de professor hospitalar 
junto ao Ministério de Educação (VASCONCELOS, 2005). Até hoje, esse centro promove estágios, 
em regime de internato, dirigidos aos professores e diretores (gestores) de escolas, aos médicos de 
saúde escolar e às assistentes sociais.
Na sequência, devido aos problemas decorrentes da Segunda Guerra Mundial, ainda na Europa, 
são criadas as escolas nos hospitais. O grande número de crianças e adolescentes atingidos pela 
guerra, mutilados e impossibilitados de ir à escola propicia um engajamento especialmente dos 
médicos, que hoje são defensores do trabalho escolar dentro dos hospitais e outras instituições de 
saúde.
Aqui no Brasil, segundo Marcos Mazzotta (1996, p. 38-39) há registros – nos relatórios anuais 
da Santa Casa de Misericórdia da cidade de São Paulo – que indicam o atendimento pedagógico 
especializado a deficientes físicos, desde 1931, no Pavilhão Fernandinho, na gestão do Secretário de 
Educação Professor Lourenço Filho. As crianças atendidas estavam internadas por apresentarem 
problemas ortopédicos, por isso essas classes eram criadas como atendimento a deficientes físicos. 
As criações de classes que se seguiram (1932, 1948, 1950 e 1969) também foram denominadas 
classes hospitalares ou configuravam-se como ensino hospitalar.
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Atualmente, ainda há classes hospitalares, vinculadas à rede estadual de ensino de São Paulo, 
funcionando no Pavilhão Fernandinho para os problemas de ortopedia e traumatologia, como: hérnia, 
malformação congênita, fratura, osteocondrose e no pavilhão denominado Condessa Penteado para 
diversas moléstias, como: lúpus, leucemia, cardiopatias, desenvolvendo atendimento pedagógico-
educacional a crianças e jovens.
Figura 3 – Criança acamada lendo ao lado da professora
Fonte: http://www.inclusive.org.br/wp-content/uploads/2010/12/educacao-hospitalar.jpg
Entretanto, algumas pessoas consideram que o primeiro atendimento educacional em hospitais 
é o da classe hospitalar no Hospital Municipal Jesus (hospital público infantil no Rio de Janeiro), 
ainda em funcionamento, que iniciou oficialmente suas atividades em agosto de 1950 para atender 
crianças internadas com poliomielite (comumente chamada de Paralisia Infantil).
Pág. 10 de 42
Figura 4 – Professora faz atendimento pedagógico 
a uma menina que está acamada
Fonte: http://www.hgb.rj.saude.gov.br/cac/classe_hospitalar.jpg
Figura 5 - Profa. Dra. Eneida Simões da Fonseca. 
Fonte: http://profdf.blogspot.com/2011/02/fotos-do-evento.html 
SAIBA MAIS! 
Agora, assista ao vídeo denominado Pedagogia Hospitalar, acessando: <http://www.youtube.com/watch?v=EHKRa
PlQIP0&list=PLE7BD0FE828916262&NR=1&feature=endscreen>
No primeiro estudo sobre o atendimento pedagógico-educacional para crianças e jovens 
hospitalizados na realidade brasileira (1999), a Profa. Dra. Eneida Simões da Fonseca (2003) revela 
que, dentre as classes hospitalares que responderam ao questionário, as duas com maior tempo de 
Pág. 11 de 42
funcionamento situam-se na região Sudeste, nas cidades de São Paulo (Santa Casa de Misericórdia de 
São Paulo) e do Rio de Janeiro (Hospital Municipal Jesus). Naquela época, alguns Estados brasileiros 
ainda não possuíam esse tipo de atendimento dentro dos hospitais.
No Brasil, apesar de já existirem várias classes hospitalares e de alguns dispositivos legais, a 
preocupação maior com esse atendimento é notada a partir do ano 2000.
A hospitalização infanto-juvenil tem sido tema de constante interesse entre profissionais 
da saúde e da educação, ambos preocupados com os possíveis efeitos da mesma sobre 
os processos de desenvolvimento e de aprendizagem da criança e do adolescente. 
Isso porque o ingresso no hospital pode se tornar uma experiência extremamente 
complicada e difícil, já que pode ser visto como um lugar gerador de medo, dor e 
sofrimento. (LEITÃO, 1990, apud NASCIMENTO, 2004, p.48).
No ano de 2015, por meio do recurso de telefonia móvel denominado “WhatsApp”, um grupo 
liderado pelas professoras Tyara Carvalho Oliveira (RJ), Mirta Cristina Pereira Pacheco (PR) e Fabiana 
Oliveira (SC), dentre outras ações, elaborou um levantamento do atendimento pedagógico ao escolar 
hospitalizado. A quantidade de locais que possuíam atendimento pedagógico ao escolar em tratamento 
de saúde foi publicada na dissertação de Mestrado defendida na Pontifícia Universidade Católica do 
Paraná pela Profa. Mirta Cristina Pereira Pacheco em 2017:
Tabela 1: Hospitais, Casas de Apoio e ONGs do Brasil com Atendimento Pedagógico
Região Estado Nº Quantidade
Centro-Oeste Distrito Federal
Goiás
Mato Grosso
Mato Grosso do Sul
12
10
3
7
Total Parcial- 32
Norte Acre
Amapá
Pará
Roraima
Tocantins
8
1
10
1
1
Total parcial 21
Pág. 12 de 42
Nordeste Bahia
Ceará
Maranhão
Pernambuco
Rio Grande do Norte
Sergipe
22
4
2
1
9
3
Total parcial: 41
Sul Paraná
São Catarina
Rio Grande do Sul
22
15
4
Total parcial 41
Sudeste Espírito Santo
Minas Gerais
Rio de Janeiro
São Paulo
1
4
22
46
Total parcial 73
Total Geral – 208
Fonte: Quadro 1, p. 33 da Dissertação de Mestrado: Escolarização hospitalar e a formação de professores 
na Secretaria Municipal da Educação de Curitiba no período de 1988 a 2015, Curitiba, 2017.
Ao observarmos esse quadro, notamos que até o ano de 2016 (quando terminou o levantamento) os 
Estados Alagoas, Paraíba, Rondônia, Amazonas e Piauí não possuíam esse atendimento pedagógico.
Então, que tal estudarmos mais sobre esse instigante tema?
Pág. 13 de 42
2. ATENDIMENTOS À PESSOA EM TRATAMENTO DE SAÚDE
Neste capítulo abordaremos os tópicos Conceituação, Objetivos e Características da Classe 
Hospitalar.
2.1 Conceituação
Você sabe o que é classe hospitalar?
Figura 6 – Criança estudando em um leito hospitalar. 
Fonte: https://novaescola.org.br/conteudo/2847/ensino-nas-horas-dificeis
A classe hospitalar, de acordo com o documento elaborado com o intuito de estruturar ações 
políticas de organização do sistema educacional em ambientes hospitalares e também domiciliares, 
está assim definida:
Denomina-se classe hospitalar o atendimento pedagógico-educacional que ocorre 
em ambientes de tratamento de saúde, seja na circunstância de internação, como 
tradicionalmente conhecida, seja na circunstância do atendimento em hospital-dia 
e hospital-semana ou em serviços de atenção integral à saúde mental (MEC/SEESP, 
2002a, p. 13).
SAIBA MAIS! 
Assista ao vídeo Aprendizagem noHospital, acessando <http://www.youtube.com/watch?v=8QxcMfMnhOA>
Esse atendimento pedagógico-educacional é destinado a crianças e jovens hospitalizados por 
serem vítimas de acidentes ou violência ou por motivo de doenças crônicas e outras moléstias que 
exigem internação para intervenções cirúrgicas ou outros procedimentos médicos.
Pág. 14 de 42
Nesse ponto, é importante lembrar que os alunos internados, além da enfermidade, podem 
apresentar necessidades educacionais especiais decorrentes de:
a) Deficiência: auditiva/surdez, física, intelectual, visual, múltipla e surdocegueira.
b) Transtornos globais do desenvolvimento: psicose infantil, autismo e síndromes do espectro 
do autismo.
c) Síndromes.
d) Altas habilidades/superdotação.
e) Problemas emocionais.
f) Transtornos funcionais específicos: dislexia, disortografia, disgrafia, discalculia, transtorno 
de atenção e hiperatividade, dentre outros.
Figura 7 - Necessidades especiais
Fonte: Freepik/Freepik
A classe hospitalar “[...] como modalidade de ensino da Educação Especial, enquadra-se no 
referencial da escola inclusiva por comportar um vasto leque de diferenças entre seus alunos-
pacientes” (SILVA apud MATOS; TORRES, 2010, p. 155). Além do mais, ela se preocupa com a prática 
educativa desses alunos internados ou que estão em tratamento intensivo, visando à reinserção na 
escola após a alta hospitalar.
Pág. 15 de 42
Algumas doenças, crônicas ou não, levam a condições que limitam a capacidade física das 
pessoas e supõem períodos de internação hospitalar ou de repouso, com duração variável. Essa 
situação acarreta a interrupção do processo escolar formal, ocasionando, muitas vezes, a evasão 
escolar pela dificuldade que os alunos possam apresentar quando do retorno para a sala de aula ou 
mesmo pela estigmatização resultante de sequelas de acidentes e/ou enfermidades que possam 
levar à deficiência.
Vale a pena destacar que, por consequência da própria moléstia, em muitos casos, o processo 
educacional formal inicia-se no ambiente hospitalar ou na residência.
[...] a continuidade de um atendimento educacional em âmbito hospitalar certamente 
dependerá do empenho com que os diferentes profissionais e pesquisadores encarem 
a qualidade de vida da criança enferma. E principalmente do pedagogo que deve ter 
a sensibilidade de respeitar o sofrimento, o medo, o anseio, a dor, a agressividade, 
a alegria, a depressão, enfim, todos os sentimentos da criança doente durante as 
atividades pedagógicas, além de lhe dar a oportunidade de expressar-se, que dá a 
certeza da continuidade da vida! (FONTES, 2004, p. 277).
2.2 Objetivos
E quais são os principais objetivos desse atendimento?
• Dar início ou continuidade aos estudos regulares, considerando as necessidades especiais de 
cada aluno/paciente.
• Diminuir traumas psicológicos resultantes da enfermidade, da internação ou da reinternação, 
possibilitando o desenvolvimento integral do educando hospitalizado.
• Manter o nível de vida tão normal quanto possível enquanto o aluno permanecer no hospital, 
respeitando sua fase evolutiva e seu grau de compreensão.
• Facilitar a (re)inclusão no ambiente familiar, escolar e social quando do processo da alta hospitalar, 
atentando para os obstáculos de ordem física e de relacionamento (ASSIS, 2009, p. 92).
SAIBA MAIS! 
Para conhecer o atendimento em um Hospital de Curitiba (PR), assista ao vídeo Escolarização Hospitalar. 
Acesse: <http://www.youtube.com/watch?v=CVu5G40H4MA&feature=related>
Pág. 16 de 42
Figura 8 - Sala de Apoio Pedagógico no Centro 
Infantil Boldrini, na cidade de Campinas (SP). 
Fonte: http://www.boldrini.org.br/site2013/sala-de-apoio-pedagogico.php
Sabemos que a escolarização desempenha um papel fundamental no desenvolvimento, na formação 
acadêmica do indivíduo que vive numa sociedade letrada como a nossa. Portanto, considerando a 
importância da educação escolar, você sabe quais são os elementos que representam uma grave 
ameaça ao processo de escolarização?
A resposta é bem conhecida de todos nós que trabalhamos no campo da educação: a exclusão, 
o fracasso escolar e o abandono da escola, porque impedem a apropriação do saber ordenado, 
dos instrumentos que permitem a atuação e a transformação da sociedade e das condições para a 
elaboração de novos conhecimentos. Não é verdade?
Fica claro, então, que a classe hospitalar ou o ensino em hospitais é um serviço educacional 
de grande valor, principalmente por reconhecer e garantir o direito de acesso, de manutenção e de 
continuidade da escolarização aos alunos que estão hospitalizados, evitando a evasão e o fracasso 
escolar.
A Profa. Rejane Fontes (2004) ressalta que a “atuação do pedagogo em hospital deve ultrapassar 
a experiência escolar e atingir níveis diferenciados de educação.” A mesma autora também diz:
Começamos a perceber nesse contexto inter-subjetivo do hospital, em que se 
interpenetram os conceitos de educação e saúde, uma nova perspectiva de educação 
que fertiliza a vida, pois sabemos que o desejo de aprender/conhecer engendra o 
desejo de viver no ser humano (FONTES, 2004, p. 276).
Pág. 17 de 42
2.3 Características
Como acontece o atendimento pedagógico-educacional em instituições hospitalares?
Em primeiro lugar, precisamos considerar esse atendimento como um serviço especializado que 
nasce da inter-relação de duas importantes áreas – educação e saúde –, que devem atuar de forma 
cooperativa com a finalidade de promover o desenvolvimento integral do aluno/paciente.
Para que isso aconteça, a instituição de saúde deve oferecer espaço físico adequado para o 
funcionamento de uma sala de aula com as devidas adaptações, e o órgão da educação, disponibilizar 
o(s) docente(s).
Essa sala deve ser instalada perto da enfermaria ou dos quartos para atendimento de pequenos 
grupos, ser regida por professor devidamente capacitado, e, quando o aluno não puder se locomover, 
deve ser atendido no próprio leito. Essas são as considerações mínimas para o funcionamento.
Ortiz e Freitas (2005, p. 60) alertam: “Infelizmente, poucos hospitais possuem um local exclusivo 
para a escolarização, longe do barulho e interrupções da enfermaria, com estimulação para a livre 
circulação do ensino”.
Veja, abaixo, fotos ilustrativas de atendimento pedagógico - educacional em hospitais.
2.4 Atendimento no leito
Figura 9 – Aluno desenhando no leito
Fonte: ASSIS, 2009, p. 91
Pág. 18 de 42
Figura 10 – Criança lendo com ajuda da professora
Fonte: didaticafundamental.blogspot.com.
O atendimento pedagógico educacional no leito também pode ocorrer se o aluno estiver internado 
na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) ou no isolamento, desde que autorizado pela equipe médica.
2.5 Atendimento em pequenos grupos
Figura 11 - Hospital Infantil Cândido Fontoura (SP) 
Fonte: Acervo pessoal da autora.
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Figura 12 - Classe no Hospital do Seridó, em Caicó (RN), fundada em 2004.
Fonte: classesulivanmedeiros.blogspot.com
No contexto da classe hospitalar, devemos ressaltar a importância do professor como elo 
com o mundo externo, despojado da ideia de doença. Esse professor deve ser mediador não só de 
conhecimentos acadêmicos, pois está diante de um processo que pode levar à desestruturação do 
ser humano, portanto, deve respeitar todos os sentimentos emergentes e resgatar o lado saudável 
do aluno que está internado, auxiliando-o na construção de sua singularidade.
Esse é um ponto que merece destaque: a necessidade da atuação do professor como 
mediador (possibilitador, favorecedor) no processo das interações interpessoais e 
com os objetos de conhecimento, sempre respeitando o ambiente sociocultural de 
seu aluno (ASSIS, 2009, p. 17).
Nesse contexto hospitalar, o psicopedagogo deve ajudar na orientação de crianças e adolescentes 
que estejam internados com o propósito de evitar ou reduzir o déficit na aprendizagem causado 
pelo afastamento (involuntário) da escola. Esse profissional pode também auxiliaro paciente e sua 
família a encararem a internação da forma menos traumática possível.
Nós sabemos que: 
não é qualquer ensino que promove o desenvolvimento da pessoa enferma, é preciso 
uma mediação profícua para suscitar-lhe o desejo de superação e de participação no 
seu processo educativo dentro do contexto hospitalar (ASSIS, 2009, p. 17).
Esse contexto possui diferenças significativas em relação à escola regular.
Pág. 20 de 42
A respeito de algumas diferenças entre a classe que funciona em escola regular e a que funciona 
em hospital, observe o quadro a seguir, apresentado pelas psicopedagogas Neide de Aquino Noffs 
e Vivian C. B. Rachman (2007).
Quadro 1 - Diferenças entre as classes regulares e as classes hospitalares
Classe Regular Classe Hospitalar
Alunos na mesma série Alunos em séries diferentes
Alunos moram no mesmo município ou 
em local próximo
Alunos moram em municípios e/ou 
estados diferentes
Configuração normal de sala de aula 
com lousa, carteiras, murais, etc
Configuração diferenciada: duas 
salas, com poucas mesas, cadeiras e 
armários
Aproximadamente trinta alunos por 
classe
Número de alunos varia de acordo com 
a demanda do setor
Alunos matriculados pelo período de 
um ano
Não há constância e frequência precisa 
dos alunos
Professores vão às salas de aula Alunos se dirigem à sala, exceto 
quando impossibilitados. No caso, a 
aula é realizada no leito
Conteúdos organizados em uma 
sequência
Temática planejada tem de ser iniciada 
e finalizada no mesmo período
Atividades que envolvem exercícios 
físicos podem ser realizadas sem 
restrições
Deve-se atentar às limitações 
apresentadas pelos alunos-pacientes
Existe a possibilidade de propor e de 
“cobrar” atividades extraclasse
Pode-se deixar como sugestão 
algumas atividades extraclasse, sem 
“cobrar” sua execução
Fonte: Neide de Aquino Noffs e Vivian C. B. Rachman (2007). 
Revista Psicopedagogia, v. 24, jun 2007. São Paulo (SP). p. 160-168.
Ao analisarmos as diferenças apontadas no quadro acima, podemos perceber que a dinâmica 
do ensino no hospital é distinta de uma escola regular. Dessa maneira, é preciso registrar que o 
processo de avaliação dos alunos no contexto hospitalar requer tempo e meios também diferentes.
Pág. 21 de 42
Sendo assim, é indispensável que o professor esteja preparado para atuar num ambiente muito 
diferente da sala de aula de uma escola regular e tornar-se um educador capaz de concretizar uma 
prática educacional sociointerativa que realmente responda às necessidades dos alunos/pacientes.
Sobre isso, Ortiz e Freitas (2005, p. 64-5) pronunciam-se:
O que-fazer docente atenta para a singularidade do aluno, acenando para um processo 
de ensino permeado de afetividade e alegria de viver, fazendo do hospital um espaço 
de teoria em movimento permanente de construção-desconstrução-reconstrução. 
2.6 Outros atendimentos
E como acontece a educação lúdica?
SAIBA MAIS! 
Você pode assistir a uma das formas lúdicas, acessando o vídeo: Contação de História e Recursos 
Didáticos para Ambiente Hospitalar <https://www.youtube.com/watch?v=4NP9A_fST5M. >
Muitas pessoas confundem brinquedoteca hospitalar com classe hospitalar. E você, sabe a 
diferença?
No Brasil, a Lei nº 11.104 de 21 de março de 2005 - que dispõe sobre a obrigatoriedade de 
instalação de brinquedotecas nas unidades de saúde que ofereçam atendimento pediátrico em 
regime de internação - representa uma contribuição valiosa para a concretização de um trabalho 
mais humano nos hospitais de todo o território nacional.
De acordo com a Lei Nº 11.104, De 21 De Março De 2005:
A Diretoria e o Conselho da Associação Brasileira de Brinquedotecas consideram 
sua função contribuir para que o processo de implantação de brinquedotecas em 
ambiente de saúde crie raízes e se expanda, com crescente qualidade, de acordo com 
os compromissos assumidos pela nação em relação aos direitos das crianças e dos 
adolescentes, em particular ao direito de brincar, em função da promoção da saúde 
física e psicológica e da melhor adesão aos tratamentos médicos. 
Drauzio Viegas (2007, p. 11) explicita melhor o que é a brinquedoteca hospitalar:
[...] um espaço no hospital, provido de brinquedos e jogos educativos, destinado a 
estimular as crianças, os adolescentes e seus acompanhantes a brincar no sentido 
mais amplo possível e conseguir sua recuperação com uma melhor qualidade de vida.
Pág. 22 de 42
O pediatra Viegas considera a brinquedoteca hospitalar um dos recursos mais importantes para 
a efetiva humanização nos hospitais, proporcionando uma interação saudável entre os pacientes, 
seus familiares e os profissionais de várias áreas de atuação, inclusive o psicopedagogo.
Figura 13 - Brinquedoteca de Viçosa (MG).
Fonte: brinquedotecahss.blogspot.com.
As atividades lúdicas fazem parte da vida do ser humano, especialmente da criança. Entretanto:
Infelizmente, a criança quando passa para o ambiente hospitalar, muitas vezes, fica 
impossibilitada de brincar. Isto porque o processo de hospitalização rompe com 
sua rotina, com seus brinquedos, com seus amigos, com sua alegria e a expõe a 
procedimentos hospitalares que são invasivos e dolorosos (HAUSER, 2009, p. 5).
Nesse sentido reside a importância da brinquedoteca hospitalar, pois ela simboliza “[...] o direito 
da criança, do adolescente ou do adulto ao reconhecimento de suas necessidades lúdicas e afetivas” 
(CUNHA, 2007 apud VIEGAS, 2007, p. 74). Logo, a proposta é que cada pessoa, a despeito de quaisquer 
características e/ou de suas condições de saúde, possa ser protagonista no contexto da brincadeira.
SAIBA MAIS! 
Aproveite este momento para conhecer um vídeo sobre a Brinquedoteca do Hospital Universitário de 
Maringá (PR), acessando: <https://www.youtube.com/watch?v=U2CdWi4Qqlo> 
SAIBA MAIS! 
Na capital paulista, o Hospital Infantil Darcy Vargas, em parceria com o Instituto Maurício de Sousa, dá 
uma atenção mais humanizada às crianças em tratamento. Quer conhecer?
Acesse ao vídeo em: <https://www.youtube.com/watch?v=4VrjZJdMK3k.> e conheça como esse hospital procura 
oferecer tratamento lúdico para o combate ao câncer infantil.
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A seguir, fotos de brinquedotecas hospitalares.
Figura 14 - Hospital A. C. Camargo (SP capital)
Fonte: Acervo pessoal da autora. 
 
 
Figura 15 - Hospital do Servidor Público Estadual (SP capital)
Fonte: Acervo pessoal da autora.
Pág. 24 de 42
Figura 16 - Projeto Brilhar- Ponta Grossa (PR).
Fonte: http://brinquedotecahospitalar.blogspot.com.br/.
SAIBA MAIS! 
Assista também ao vídeo Brinquedoteca Servas (Serviço Voluntário de Assistência Social - MG): <http://
www.youtube.com/watch?v=ViDVWaGaMbY>
Aprendemos com Heymeyer e Ganem (2004) que é durante as brincadeiras que a criança adquire 
a consciência de si e do outro; o brincar dá a ela a oportunidade de interagir com outras pessoas 
e de desenvolver sentimentos de autoconfiança e competência. É por isso que o brincar deve ser 
divertido, espontâneo, voluntário e feito pelo prazer de fazer. Essas autoras alertam-nos: “Um fator 
importantíssimo é possibilitar a interação da criança com o meio ambiente de maneira que ela 
provoque transformações no ambiente e nas suas estruturas mentais, motoras e sensoriais” (2004, 
p. 20).
Tanto a classe hospitalar como a brinquedoteca preocupam-se com o atendimento mais humano 
à pessoa hospitalizada e a seus familiares, fortalecem interações pessoais e minimizam os impactos 
causados pelo contexto da enfermidade. Entretanto, é preciso saber que a classe hospitalar objetiva
[...] atender pedagógico-educacionalmente às necessidades do desenvolvimento 
psíquico e cognitivo de crianças e jovens que, dadas as suas condições especiais de 
saúde, se encontram impossibilitados de partilhar as experiências sócio-intelectivas 
de sua família, de sua escola e de seu grupo social (FONSECA, 2003, p. 12).
Dessa maneira, visa assegurar, principalmente, a conservação dos vínculos escolares, 
proporcionando a continuidadeou mesmo o início dos estudos, além de oferecer as condições 
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necessárias de participação nas atividades para crianças e jovens que estejam com problemas de 
saúde, que poderão ser temporários ou permanentes.
As atividades lúdicas, as comemorações de datas festivas, a atuação dos “Doutores da Alegria” 
e outros importantes projetos recreativos são procedimentos decisivos para a pessoa enfrentar o 
adoecimento, o isolamento do seu convívio social, o sofrimento físico, as sequelas das doenças, a 
aceitação dos tratamentos médicos e do período de internação.
SAIBA MAIS! 
Para ter maior conhecimento sobre a importância de um trabalho que proporciona divertimento, assista 
ao vídeo Doutores da Alegria - Um Resumo, acessando: <http://www.youtube.com/watch?v=UKdukF8CGyc&NR=1&featur
e=endscreen> 
Equipe composta por palhaços (atores profissionais) que atuam em hospitais públicos de quatro 
cidades: São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Belo Horizonte. Desde 1991, o grupo interage com os 
doentes e os profissionais das instituições hospitalares, por meio de um método que adapta técnicas 
teatrais para o cenário hospitalar.
Figura 17 - Hospital Unimed Sul Capixaba, de Cachoeiro de Itapemirim (ES), 2009.
Fonte: www.ojornalonline.com.br
Foto 5 - Doutores da Alegria
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Por um lado, é necessário deixar claro que:
A educação lúdica ou o brincar como promoção de saúde não substituíram a necessidade 
de as classes hospitalares se ocuparem com as questões didático-pedagógicas da 
produção de conhecimento e da produção de relações de aprendizagem. (FONSECA, 
1999, p. 122).
Por outro lado, não podemos nos esquecer de que a classe hospitalar pode e deve se valer de 
projetos lúdicos e atividades recreativas como ferramentas para provocar o desenvolvimento e a 
aprendizagem; no entanto, seu ponto central é a prática educativa. Ela está vinculada ao sistema de 
ensino como um atendimento educacional especializado e ao sistema de saúde como um programa 
de atenção integral aos educandos em tratamento nas instituições hospitalares e congêneres.
O professor é o responsável pela prática educativa, pelo desenvolvimento dos conteúdos 
acadêmicos na classe hospitalar, mas o psicopedagogo pode prestar contribuições efetivas para o 
trabalho pedagógico.
A classe hospitalar constitui-se num serviço que é direito das pessoas com enfermidades:
Este é um lócus social e político, onde muitas crianças poderão usufruir de seu direito 
à saúde à educação, em igual condição. Nesse local há espaço tanto para professores 
como psicopedagogos [grifo meu], ambos com papéis distintos, porém complementares. 
(NASCIMENTO; FREITAS apud MATOS; TORRES, 2010, p. 155).
SAIBA MAIS! 
Para você entender melhor as contribuições da Psicopedagogia para o Atendimento Pedagógico 
Hospitalar, leia o artigo A psicopedagogia e o atendimento pedagógico hospitalar das psicopedagogas 
Michelle Cristina Carioca de Lima e Maria Cristina Natel, publicado na Revista Psicopedagogia vol. 27, nº 
82, São Paulo, 2010, disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84862010000100013.> 
E o que você sabe sobre o atendimento pedagógico domiciliar?
Figura 18 - Atendimento pedagógico domiciliar
Fonte: www.araucaria.pr.gov.br.
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Há situações em que o aluno oriundo da classe hospitalar, mesmo em condição de pós-alta, 
ainda não se encontra apto a frequentar a escola regular. Para atender às necessidades de alunos 
em convalescença, como também de outros educandos acometidos por doenças e impossibilitados 
de ir à escola, existe a possibilidade de atendimento pedagógico a ser realizado em domicílio.
No documento da Secretaria de Educação Especial do MEC (BRASIL, 2002a), temos a seguinte 
definição:
Atendimento pedagógico domiciliar é o atendimento educacional que ocorre em 
ambiente domiciliar, decorrente de problema de saúde que impossibilite o educando 
de frequentar a escola ou esteja ele em casas de passagem, casas de apoio, casas-
lar e/ou outras estruturas de apoio da sociedade. 
Figura 19 - Atendimento pedagógico Domiciliar
Fonte: smedaraucaria.blogspot.com.
SAIBA MAIS! 
Para conhecer um pouco do atendimento domiciliar realizado na cidade de Sorocaba (SP), assista ao 
vídeo, acessando: <https://www.youtube.com/watch?v=FtrjjKt3U9M>
 
O atendimento pedagógico deverá ser orientado pelo processo de desenvolvimento e 
construção do conhecimento correspondente à educação básica, exercido numa ação 
integrada com os serviços de saúde. A oferta curricular ou didático-pedagógica deverá 
ser flexibilizada, de forma que contribua com a promoção de saúde e ao melhor retorno 
e/ou continuidade dos estudos pelos educandos envolvidos. (BRASIL, 2002A, p. 17).
Esse atendimento também é utilizado para beneficiar crianças e jovens que apresentam dificuldades 
de comportamento e/ou orgânicas persistentes e de elevada gravidade que possam tornar inviável 
o desenvolvimento da escolaridade no contexto da escola regular.
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SAIBA MAIS! 
Para conhecer um caso desses, assista ao vídeo Ensino Especial - Atendimento pedagógico domiciliar 
feito no Estado do Acre, acessando: <https://www.youtube.com/watch?v=rfMjpN-7nVk>
2.7 Papel do Psicopedagogo
E como é o atendimento psicopedagógico no contexto hospitalar? Qual o papel do psicopedagogo?
Primeiramente, o psicopedagogo que vai atuar no hospital precisa estar ciente de que:
A doença e a hospitalização desenvolvem no enfermo sentimentos de insegurança, 
medo de morte, aflição, entre outras emoções negativas. O próprio ambiente hospitalar 
acentua estes sentimentos, por suas características e pelo padrão hospitalar que não 
valoriza os aspectos relacionados aos sentimentos, não percebem que os hospitalizados 
são mais que corpos doentes. (JESUS, 2009 apud MATOS, 2009, p. 89).
Outras questões importantes são apontadas na seguinte citação:
(...) pode-se observar o quanto o processo de hospitalização desencadeia efeitos, desde 
o nascimento da criança, até ao início da sua puberdade. A sensação de abandono, os 
ressentimentos, as frustrações, o medo da morte são sequelas emocionais, a anorexia, 
a regressão da mastigação, a limitação motora são efeitos físicos, a diminuição de 
habilidades cognitivas e a capacitação de concentração são as sequelas cognitivas 
e as faltas escolares, o retardo do ingresso escolar são as consequências sociais, 
sendo muitas vezes, prejudiciais ao processo de aprendizagem da criança. Além 
desses aspectos, podemos perceber sequelas comportamentais nas crianças tais 
como: passividade, dependência, agitação e dificuldades de adaptação. (Camon et.al., 
2001 apud LIRA, 2015, p. 26)
Depois, vamos considerar o que a psicopedagoga Cláudia Terra do Nascimento afirma:
Muitas são as modalidades de inserção do psicopedagogo no contexto hospitalar. É 
possível encontrarmos psicopedagogos atuando em serviços hospitalares tradicionais, 
tais como pediatria, psiquiatria e neurologia, compondo a equipe multiprofissional 
desses setores. Também é possível a atuação do psicopedagogo na equipe das 
classes hospitalares e das brinquedotecas hospitalares. Em todos esses casos, o 
psicopedagogo atua inserido nas equipes, atuando com os problemas de aprendizagem 
de crianças que estão em processo de hospitalização (NASCIMENTO; FREITAS apud 
MATOS; TORRES, 2010, p. 33).
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Figura 20 - Classe Hospitalar na Casa Durval Paiva de Apoio à Criança 
com Câncer, fundada em 1995 em Natal (RN).
Fonte: www.caccdurvalpaiva.org.br.
Agora, vamos aos pontos essenciais para uma eficiente atuação do psicopedagogo:
• Implementar, em parceria com as equipes, programações lúdicas para promover a alegria e 
bem-estar dos internados e seus familiares.
• Saber diferenciar o trabalho da brinquedoteca hospitalar e de outras atividades lúdicas do 
trabalho da classe hospitalar.
• Reconhecer a classe hospitalar como um atendimento educacional especializado que favorece 
o desenvolvimento do aluno enfermo ea sua reinclusão social/escolar.
• Compreender que a escolarização do aluno enfermo, durante seu afastamento da escola, deve 
ser realizada pelo professor da classe hospitalar, vinculado à escola regular, para dar continuidade 
e validade ao seu histórico escolar.
• Dar apoio ao professor para ajudá-lo a atuar num ambiente muito diferente da sala de aula de 
uma escola regular.
• Realizar avaliação psicopedagógica quando do ingresso dos alunos na instituição hospitalar, 
para auxiliar na programação das atividades pedagógicas.
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• Observar que avaliação psicopedagógica do aluno com enfermidade, deve ser realizada com 
muita cautela, tendo em vista que esse aluno apresenta oscilações de sentimentos, está sofrendo 
dor e mal-estar e sendo privado de diversos aspectos sociais e familiares.
• Contribuir com estratégias diversificadas para o trabalho do professor da classe hospitalar, 
assumindo seu papel de participante na formação integral dos alunos enfermos.
• Ajudar na busca de diferentes formas de expressão do conhecimento para o desenvolvimento 
das ações pedagógicas e da avaliação do processo de ensino e de aprendizagem.
• Cooperar no processo de reintegração do aluno/paciente no ambiente familiar, escolar e social 
quando do processo da alta hospitalar.
Assim, cabe ao psicopedagogo, conforme nos apontam Matos e Mugiatti, (2006, 
p.56), o auxílio no desenvolvimento de atitudes favoráveis ao tratamento e às 
atividades educativas, mantendo a convalescença de modo adequado, alcançando 
a “autoacomodação”. Por isso, apesar de considerarem importante o trabalho 
aos problemas de aprendizagem, colocam também a importância do trabalho 
psicopedagógico a nível psicossocial, desenvolvido através de atividades que auxiliem 
na adaptação ao hospital, bem como a minimizar problemas psicossociais. (Nascimento 
e Freitas, apud MATOS & TORRES, 2010, p. 35).
E para reforçar as funções do psicopedagogo, Anazélia Franca Lira, em sua dissertação de 
mestrado (2015), aponta que esse profissional:
 - Intervém nas instituições da saúde, integrando equipes multidisciplinares, orientando seu 
procedimento no trato com o paciente e sua família;
 - Adapta os recursos psicopedagógicos para o contexto da saúde, utilizando recursos 
psicopedagógicos para elaborar programas terapêuticos de ensino-aprendizagem nas 
situações em que as pessoas estejam com as suas capacidades adaptativas diminuídas por 
razões de saúde;
 - Elabora e aplica programas comunitários de prevenção de comportamentos de risco e de 
promoção de comportamentos saudáveis;
 - Cria e desenvolve métodos e programas psicopedagógicos em contextos de reabilitação 
psicossocial, para pessoas em recuperação de doença;
 - Elabora relatórios de condições terapêuticas de ensino-aprendizagem e outras comunicações 
(pp. 55, 56)
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3. ASPECTOS LEGAIS
Figura 21 – Menina sorrindo diante de sua atividade escrita 
Fonte: deficienciatransitoria.blogspot.com
Em relação ao atendimento pedagógico educacional para as pessoas com enfermidades, você 
conhece as leis que estão em vigência no nosso país?
É importante salientar que a política educacional brasileira, com base em preceitos constitucionais, 
assegura a todas as pessoas o direito de acesso e permanência na escola (artigo 3º, inciso I da Lei 
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394/96), promovendo uma sociedade com 
escolas abertas a todos. Também no inciso XIII desse mesmo artigo assegura a garantia do direito 
à educação e à aprendizagem ao longo da vida.
Ainda na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional:
Art. 4º-A. É assegurado atendimento educacional, durante o período de internação, ao 
aluno da educação básica internado para tratamento de saúde em regime hospitalar ou 
domiciliar por tempo prolongado, conforme dispuser o Poder Público em regulamento, 
na esfera de sua competência federativa. (Incluído pela Lei nº 13.716, de 2018).
• Atribui-se “ao poder público a responsabilidade de garantir a obrigatoriedade de ensino e 
criar formas alternativas de acesso aos diferentes níveis de ensino, independentemente da 
escolarização anterior” (art. 5º, § 5º).
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• Expressa-se no art. 23, que a educação básica poderá organizar-se de diferentes formas, “sempre 
que o interesse do processo do processo de aprendizagem assim o recomendar”.
• Define-se que o atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, 
sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração 
nas classes comuns de ensino regular. (capítulo V, § 2º art. 58).
Assim sendo, nos casos em que o processo educacional em escolas regulares deva ser interrompido 
por problemas de saúde, há possibilidade de atendimento educacional em instituições hospitalares 
ou congêneres e, também, em domicílio, nas situações em que se justifiquem tais providências.
Além dos dispositivos já expressos na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 
9394/96), para assegurar o direito à educação escolar para crianças e adolescentes enfermos, 
a legislação federal garante o atendimento educacional especializado, que deve responder às 
peculiaridades e interesses dessa população, em parceria com a área da saúde. São elas:
• Decreto-Lei nº 1.044, de 24/10/1969, que dispõe sobre tratamento excepcional para alunos 
portadores de afecções.
• Lei nº 7.853 de 24/10/1989, artigo 2º, inciso I, alínea d, que trata da obrigatoriedade de programas 
de Educação Especial em unidades hospitalares.
• Lei nº 8.069, de 13/07/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), que trata dos direitos das 
crianças e dos adolescentes.
• Resolução nº 41 de 13/10/1995, que expressa os direitos da criança e do adolescente hospitalizados.
• Decreto nº 3.298 de 20/12/1999, art. 24, inciso V, que dispõe sobre a obrigatoriedade de serviços 
de educação especial em unidades hospitalares e congêneres.
• Resolução CNE/CEB nº 2, de 11/09/2001 - que institui Diretrizes Nacionais para a Educação 
Especial -, em seu artigo 13, §§ 1º e 2º, assegura, em ação conjunta com os sistemas de saúde, a 
organização do atendimento educacional especializado a alunos impossibilitados de frequentar 
aulas nas escolas em razão de tratamento de saúde.
• Resolução CNE/CNB nº 4, de 2/10/2009 – que institui Diretrizes Operacionais para o Atendimento 
Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial –, em seu 
artigo 6º, resolve que, em casos de AEE em ambiente hospitalar ou domiciliar, será ofertada 
aos alunos, pelo respectivo sistema de ensino, a educação especial de forma complementar 
ou suplementar.
Após o conhecimento da legislação em âmbito federal, podemos observar que desde a década 
de 1960 há dispositivos legais que norteiam o atendimento educacional em ambientes hospitalares, 
porém a intensificação desse atendimento é observada a partir da década de 1990.
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As unidades federadas (os Estados brasileiros) possuem legislação própria para a criação 
e manutenção do atendimento pedagógico às pessoas com enfermidades, por meio de classes 
hospitalares, escola hospitalar e atendimento domiciliar. O conhecimento dessa legislação, vocês 
poderão obter por intermédio do Conselho Estadual de Educação de cada Estado ou mesmo pelas 
Secretarias de Educação.
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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Figura 22 - Classe hospitalar do Rio de Janeiro.
Fonte: www.rio.rj.gov.br.
Pense na situação da pessoa internada no hospital: ela se vê num ambiente estranho, ressente-se 
da falta de familiares e amigos, sente-se fragilizada ou mesmo culpada pela doença, muitas vezes 
sentindo dores e com medo de morrer, o que a deixa confusa e desamparada. Então, no atendimento 
hospitalar, além dos cuidados que a ciência médica oferece para controlar ou sanar os problemas 
de saúde, é de suma importância diminuir os sofrimentos e traumas psicológicos resultantes da 
internação, das cirurgias oudos tratamentos prolongados e invasivos.
Diante dessa realidade, é necessário implementar uma atitude de humanização nos hospitais, 
começando por ter um real interesse e respeito pela pessoa enferma e seus familiares e culminando 
com procedimentos mais solidários que propiciem conforto e qualidade de vida.
Não há dúvida de que a educação hospitalar é parte integrante de um programa de humanização. 
Nós podemos afirmar que a classe hospitalar, visando responder às necessidades educacionais 
especiais da pessoa com enfermidade, é uma forma diferenciada de atendimento que leva à inclusão 
de direitos e evita a exclusão social/escolar. Porém é preciso tomar alguns cuidados:
 - As propostas pedagógicas meramente recreativas ou assistencialistas não atendem aos 
reais propósitos do ensino em classes hospitalares, isto é, além de não serem apropriadas, 
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não favorecem a inclusão social/escolar dos alunos/pacientes.
 - O professor sem apoio e uma adequada preparação pode não atender às necessidades tanto 
dos familiares como dos alunos enfermos e gerar relações conflituosas com as pessoas que 
compõem a equipe da saúde.
 - Os profissionais da saúde não podem tratar a enfermidade como um processo objetivo e 
estático, desprovido de seu caráter pessoal e histórico, sem levar em conta o ser humano 
que está vivenciando esse processo (ASSIS, 2009, p. 164).
É fundamental ressaltar que estamos diante de um atendimento pedagógico-educacional 
direcionado às pessoas que apresentam necessidades educacionais especiais, decorrentes de sua 
condição de saúde. Portanto, é importante recomendar:
 - O currículo deve ser flexível e multicultural, para possibilitar o atendimento aos percursos 
individuais dos alunos/pacientes e eles se sentirem agentes do processo educacional e do 
seu tratamento, podendo transformar a realidade.
 - A avaliação do aluno durante seu afastamento da escola, seja na internação hospitalar ou na 
permanência em domicílio, deverá ser realizada pelo professor que o atende.
 - A escola vinculadora da classe hospitalar deve supervisionar e estar atenta ao trabalho 
desenvolvido pelo professor, pois este faz parte de sua equipe pedagógica.
 - Os professores não podem ficar solitários em seu trabalho docente; precisam encontrar 
mais tempo, espaço e disponibilidade interna para compartilharem suas experiências e 
dúvidas, refletirem sobre suas práticas pedagógicas e procurarem, conjuntamente, melhores 
respostas para agir e produzir mudanças.
 - O professor como mediador das relações interpessoais e dos objetos de conhecimento é 
quem busca motivar o aluno/paciente a superar suas dificuldades, fomentando o despertar 
do desejo de interagir e construir, de maneira participativa, valores, atitudes e saberes.
 - Os pais precisam ser esclarecidos sobre a doença e suas consequências, as necessidades 
específicas, os cuidados necessários e as possibilidades de cura e/ou tratamento para que 
possam dirimir suas dúvidas, acabar com preconceitos e, assim, terem condições de lutar e 
apoiar seus filhos.
 - As escolas precisam reconhecer o direito ao atendimento educacional em domicílio, em 
hospitais e instituições congêneres, assim como sua responsabilidade em contribuir e 
assumir seu papel de participante da formação integral dos alunos enfermos (ASSIS, 2009, 
p. 162-163).
Neste momento, vale a pena refletir sobre:
A preocupação com a formação mais consistente dos profissionais, direcionada 
às demandas das pessoas enfermas e às contingências do ambiente hospitalar – 
ressaltando a importância do olhar diferenciado e da escuta sensível, os conhecimentos 
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sobre os diferentes tipos de doença, os cuidados, os medicamentos, enfim, o contexto 
da rotina hospitalar – e, primordialmente, orientada para a construção de um trabalho de 
parcerias (trabalho conjunto, colaborativo) mais humanizado, que possibilite encontrar 
caminhos para a reconstrução, dando sentido à vida das pessoas que adoeceram 
(ASSIS, 2009, p. 161).
E, para finalizar, é fundamental a obrigatoriedade - a exemplo do que já ocorre com a implantação 
de brinquedotecas - de criação do atendimento pedagógico-educacional (classe hospitalar) em 
todos os hospitais, com profissionais da educação devidamente formados para o desempenho de 
sua função docente em instituições de saúde e aumentar o número de atendimento pedagógico 
domiciliar (APD).
SAIBA MAIS! 
Se você quiser ampliar seus conhecimentos sobre este tema, acesse:
http://www.classehospitalarhicf.blogspot.com.
http://www.escolahospitalar.uerj.br.
http://www.accamargo.org.br/centrodeensino.
www.boldrini.org.br. 
https://www.facebook.com/tuccainstitucional/photos/a.../2106963399395739/?type=3
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GLOSSÁRIO
 Lúpus - é uma doença autoimune rara, mais frequente nas mulheres do que nos homens, provocada 
por um desequilíbrio do sistema imunológico. Fonte: Dr. Drauzio Varella <http://drauziovarella.com.
br/wiki-saude/lupus/> acesso em 6.mar.2013).
Osteocondrose - é um grupo de doenças que afeta o centro de crescimento de um osso durante 
a infância, ocasionando crescimento anormal e deformidade óssea. A causa é desconhecida. 
Diferentes doenças afetam diferentes ossos. Fonte: Manual da Merck <http://www.manualmerck.
net/?id=295&cn=1563>, acesso em 19.mar.2013
Biopsicossociais - Que está relacionado com variantes biológicas, psicológicas e sociais. Fonte: 
<https://www.dicio.com.br/biopsicossocial/>
Convalescença - Período de recuperação em que, após uma doença ou enfermidade, há um processo 
gradual de restabelecimento de saúde, sendo as forças restauradas progressivamente. Fonte: <https://
www.dicio.com.br/convalescenca/>
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALONSO GARCÍA, M.A. et al. Unidades escolares de apoyo en instituciones hospitalarias de la 
comunidad de Madrid. Madrid: Comunidad de Madrid/Consejeria de Educación, [2000]. 62 p. (El 
botiquín de plástica, v. 1).
ASSIS, Walkíria. Classe hospitalar: um olhar pedagógico singular. São Paulo: Phorte, 2009. 184 p.
BAUMEL, R. C. R. C.; RIBEIRO, M. L. S. (org.) Educação especial: do querer ao fazer. São Paulo: 
AVERCAMP, 2003.
BOMTEMPO, E.; ANTUNHA, E. G.; OLIVEIRA, V. B. (org.). Brincando na escola, no hospital, na rua... 
Rio de Janeiro: Wak, 2006.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Imprensa 
Oficial, 1988.
BRASIL. Decreto-Lei nº 1.044, de 21 de outubro de 1969. Dispõe sobre tratamento excepcional para 
alunos portadores das afecções que indica. Diário Oficial da União, 22.out.1969.
BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Brasília, DF: 
Imprensa Oficial, 1995.
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