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Tumores Pancreáticos

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Tumores Pancreáticos:
· Caso Clínico:
· Paciente masculino, 65 anos, natural de Barra Velha, procura o atendimento com gastroenterologista por dispepsia, episódios de diarreia com gordura nas fezes, emagrecimento de 10kg (80 para 70kg) em 4 meses. Foi tabagista por 30 anos, parou há 6 anos. Hipertenso, faz uso de hidroclorotiazida 25mg, lozartana 50mg, AAS 100mg, metformina XR 500mg, pantoprazol 40mg. Traz uma EDA com esofagite erosiva grau A (LA), pangastrite enantematosa antral elve. USG com fígado com esteatose leve, vesícula distendida e sem cálculos, leve dilatação das vias biliares intra e extra-hepáticas. Wirsung com 7mm a partir da cabeça
· Exame físico: icterícia leve (+/4), cabeça pescoço e tórax sem outras anormalidades. Abdômen globoso, RHA +, flácido com palpação de massa lisa e móvel indolor em HD (essa massa provavelmente é a vesícula biliar distendida), com fígado coincidido em rebordo costal
· Hipóteses diagnósticas sindrômicas: neoplásica, obstrutiva, inflamatória, funcional, hemorrágica, metabólica, perfurativa, isquêmico
· Hipóteses diagnósticas etiológicas: tumores periampulares (pâncreas, vias biliares distais, papila), pancreatite crônica, papilite, coledocolitíase, parasitoses, compressão extrínsecas do colédoco
· Anatomia do pâncreas e da região periampular:
· 
· Ampola comprimida gera dilatação de todas as estruturas acima (explicando o porquê de na USG se ter observado dilatação de vias biliares intra e extra-hepáticas)
· Exames complementares laboratoriais:
· TGO 151, TGP 170, GGT 228, FA 700, BT 8 (normal: 1-2) (direta 7, indireta 1) -> icterícia colestática (posto que há um aumento da bilirrubina direta)
· Amilase 127
· Hemograma: VG 38, HB 12, Leucócitos: 7 mil, Plaquetas: 156.000
· Glicemia: 178
· Albumina: 3,2
· Exames complementares – marcadores tumorais:
· CEA = 1,3, CA 125 = 17, CA 19-9 = 637 (é o marcador mais sugestivo de alteração pancreática ou de vias biliares)
· Radiologia:
· TAC (fígado com dilatações intra e extra-hepáticas e densificações por esteatose hepática leve, vesícula biliar hidrópica. Lesão nodular em cabeça pancreática de 3x2, 8x2,5 cm com afilamento do colédoco e pâncreas com dilatação de Wirsung 7mm)
· Tumor de cabeça de pâncreas
· 
· Dilatação das vias biliares
· 
· Os demais exames de imagem são facultativos, mas não apresentam melhores prognósticos do que a TAC: RNM, PET CT, ecoendoscopia (que permitiria biopsiar juntamente do exame), CPRE
· Raramente se faz biópsia de tumor pancreático (posto que independentemente do tipo, o tratamento é cirúrgico), quase que só se fazendo biópsia nos casos inoperáveis
· Achados clínicos são fortemente preditivos para massas neoplásica, epidemiologicamente teremos 90% de adenocarcinomas, 10% pancreatite focal e outros tumores
· Estadiamento do tumor pancreático: mesmo ser determinação etiológica, deve-se determinar o estadiamento do tumor
· Tumor primário (T)
· TX: tumor primário que não pode ser acessado
· T0: sem evidência de tumor primário
· Tis: tumor in situ
· T1: tumor limitado ao pâncreas com menos de 2cm de diâmetro
· T2: tumor que se estende além do pâncreas com mais de 2cm de diâmetro
· T3: tumor que se estende além do pâncreas, mas sem envolvimento do plexo celíaco ou da artéria mesentérica superior (irressecável)
· T4: tumor que invade plexo celíaco ou artéria mesentérica superior (irressecável)
· Linfonodos regionais (N)
· NX: linfonodos regionais que não podem ser acessados
· N0: ausência de metástases em linfonodos regionais
· N1: metástases em linfonodos regionais
· Metástases à distância (M)
· MX: metástases à distância que não podem ser acessadas
· M0: ausência de metástases à distância
· M1: metástases a distância
· 
· Costumeiramente só se opera até estadio IIb 
· Sobrevida conforme o estadio:
· 1 – 20% de sobrevida (T1/N0 ou T2/N0)
· 2 – 8% de sobrevida (T3/N0 ou qualquer N1)
· 3 – 8% de sobrevida (T4 com qualquer N)
· 4 – 2% de sobrevida (M1 – tem metástases)
· O caso clínico é um estadio T2 N0 M0, estadio Ib
· A conduta é a ressecção da cabeça do pâncreas e duodeno
· 90% de chance de ser adenocarcinoma (motivo pelo qual muitas vezes não há necessidade de biópsia), sendo que a cirurgia é a única chance de cura
· Biópsia é imprecisa e, se negativa, não afasta o tumor e atrasará o tratamento (única biópsia aceitável, para o caso, é por ecoendoscopia transduodenal, mas não mudará a conduta)
· A maioria dos tumores pancreáticos são em cabeça do pâncreas
· Tratamento de Tumores Pancreáticos:
· Quando na cabeça pancreática:
· Cirurgia de Wipple (gastroduodenopancreatectomia)
· 
· Adjuvância
· Quimioterapia:
· Gentamicina
· 5-fluoruracil/ácido folínico
· Folfirinox
· Radioterapia + quimioterapia
· Gentamicina e radioterapia + 5-fluoruracil e gentamicina
· Paliativa
· A cirurgia paliativa acaba visando a desobstrução das vias biliares e desobstrução intestinal. A perda da função pancreática não costuma demandar cirurgia, podendo manejar só com a reposição de enzimas pancreáticas. 
· Normalmente se faz a retirada pancreática com reconstrução em Y-de-Roux ou outra forma de desvio do trânsito intestinal do estômago para porção mais terminal do intestino
· Eventualmente, se a invasão é pequena, pode-se só colocar próteses pancreáticas e duodenais (para garantir a perviedade dessas vias) enquanto faz quimioterapia ou outro tratamento para reduzir a progressão do tumor 
· Corpo pancreática
· Cauda pancreática
· Tratamento adjuvante
· Tratamento endoscópico
· Cerca de 20-25% dos casos dos tumores são ressecáveis, nos demais casos não se é operável de forma curativa, só de forma paliativa
· Caso Clínica 2:
· Paciente feminina, 64 anos, chega ao consultório para avaliação de cisto de pâncreas achado incidentalmente durante ultrassonografia abdominal de rotina solicitada para check-up por sua empresa. A paciente nega comorbidades, assim como quaisquer sintomas abdominais
· HMP: colecistectomia há 6 meses, microcálculos
· Exame físico: BEG, corada, hidratada, anictérica e acianótica. FC = 76bpm, PA 160/90mmHg. Abdômen flácido, depressível e indolor, cicatriz da videolaparoscopia. RHA+, sem visceromegalias ou massas
· USG: imagem hipoecoica localizada em causa do pâncreas, de limites precisos, medindo 5cm de diâmetro
· Melhor conduta inicial é tomografia de abdômen
· 
· Analisando a localização da lesão, a história clínica e a epidemiologia das neoplasias císticas pancreáticas, o diagnóstico mais provável é cisto mucinoso (em que os tumores sólidos de pâncreas são mais raros
· Neoplasias císticas NÃO costumam ser biopsiadas pelo risco de fistulização do cisto 
· Neoplasias Císticas do Pâncreas:
· 5% dos tumores pancreáticos são císticos
· Podem ser benignos, pré-malignos, malignos ou borderline
· Diagnóstico:
· TC
· Ecoendoscopia
· Punção com biópsia
· Punção aspirativa (com análise de CA 19-9, CEA, amilase, mucina, citologia
· Doppler com fluxometria
· Neoplasias Císticas Pancreáticas Serosos:
· Representam ¼ das neoplasias císticas pancreáticas
· 99% dos casos são cistoadenomas e 1% dos casos são cistoadenocarcinomas
· Revestimento de células cuboides ricas em glicogênio
· 93% são microcísticas, 7% são macrocísticas, sendo que NÃO tem risco de malignização.
· Centro estrelado, substância hialina, muito raro ser sólido
· 
· Associada a síndrome de Hippel-Lindau (hemangioblastomas em cérebro e retina e tumor de suprarrenal)
· Mais localizada em corpo e cauda pancreática
· Predominantemente no sexo feminino
· Maioria assintomáticos
· Os sintomas só aparecem quando são grandes, podendo gerar dor, vômitos, icterícia, hemoperiônio, HDA
· Tomografia, multiloculado, cicatriz central e calcificação, hipervascular
· Líquido aspirado por USG, baixa viscosidade, CA 19-9, CEA e amilase baixo, células cuboides
· Ressecção se > 4cm e sintomática OU se difícil de afastar malignidade (NCM, NMP)
· Se for em cabeça se faz DPT, se corpo e causa, ou central (as duas últimas por vídeo)
· TC anual se < 4 cm
· Neoplasia Cística Pancreática Mucinosa
· 20-40% das neoplasias císticas pancreáticas
· Epitélio colunar, produtorde mucina, permeado por estroma parecido com o estroma do ovário 
· Ocorre mais em mulheres
· 70% ocorrem em corpo ou cauda, macrocística
· Material mucoide, paredes densas e fibrosas, às vezes calcificadas, podendo ter presenta de finos septos
· Malignas (USG com septos espessos, aspecto microcísticos com múltiplos septos, nódulos murais), benignas e borderline
· 
· Aspirado com CEA > 100 (se for >20.000 confirma malignidade), densidade > 1,8 do soro
· CA 19-9 se eleva também em pancreatite, então não é muito específico para determinar neoplasia ou atividade tumoral
· Sintomático em 70% dos casos, com dor, emagrecimento, distensão, náuseas e vômitos
· SEMPRE cirúrgicas (posto que há risco de malignização), seguindo os princípios da localização
· Neoplasia Intraductal Mucinosa Papilífera:
· 50% das neoplasias císticas pancreáticas, 7% das neoplasias pancreáticas
· Crescimento papilares no ducto pancreático
· 
· Quando uma parte se manifesta: pancreatite de repetição, esteatorreia, diabetes e emagrecimento
· Classificada de acordo com o grau de displasia: adenoma, borderline, carcinoma in situ, invasivo
· Então é um tumor com risco de malignização
· Morfológico: em ducto principal (maioria é maligno), em ducto secundário (menor malignidade) e misto
· Classificação tecidual:
· Gástrico, ducto secundário
· Intestinal, ducto principal
· Nas de ducto secundário, há maior risco de malignidade (e, portanto, demandam cirurgia) quando:
· Sintomas
· Nódulos murais
· Superiores a 3cm
· Se forem menores do que 3cm, deve-se fazer acompanhamento em:
· 2-3cm – a cada 3 meses
· 1-2 cm – a cada 6 meses
· Até 1cm – a cada 1 ano
· Nas neoplasias de ducto principal, tem-se recomendação de cirurgia quando:
· Imagens, ducto >1cm, comunicação de cisto com ducto
· Pode-se acompanhar com TC, CPRE (permitindo fazer análise citológica), RNM, US endoscópica (análise de aspirado – CEA e mucina)
· Padrão morfológico da dilatação ductal:
· Difusa do principal -> ressecção alargada ou total (sempre tem de fazer congelação)
· Segmentar do principal -> pancreatectomia distal (sempre demanda congelação)
· Secundário -> difícil de operar, na cabeça, assintomático. DPC
· Multifocal -> DPT (retirada total do tumor)
· Acompanhamento pós-ressecção
· A cada ano para doença não invasiva
· A cada 6 meses para doença invasiva
· Tumor Sólido Pseudopapilífero:
· Raro, sendo mais comum em mulheres jovens
· Baixa malignidade, raramente gera metástases
· Lesões grandes, encapsulado, com conteúdos sólidos, císticos e hemorrágicos
· TC com tumor bem encapsulado, sólido cístico, calcificação periférica e captação periférica
· Tratamento é sempre cirúrgico, seguem os princípios de ressecção pancreática
· Tumores raros, <1% dos casos
· Insulinomas:
· Tumor de células beta, de comportamento benignos
· Tratamento é a enucleação (ou seja, só se retira a massa tumoral)
· Os demais possuem um comportamento mais maligno, mas de crescimento lento, sempre demandado ressecção total
· Gastrinomas (cursando geralmente com úlceras gástricas)
· Tumor carcinoide (que é um tumor neuroendócrino)
· VIPoma (tumor produtor de molécula intestinal vasoativa)
· Glucagonoma
· Somatostatinoma
· Tumor produtor de hormônio adrenocorticotrófico
· Tumor produtor de peptídeo relacionado ao hormônio paratireoidiano
· Tumor endócrino do pâncreas não funcionante
Tumores Pancreáticos – Rotinas em Cirurgia Digestiva
· Carcinoma Pancreático:
· O adenocarcinoma ductal pancreático (ADP) é a neoplasia maligna mais frequente do pâncreas -> ou seja, uma neoplasia que deriva do endotélio dos ductos pancreáticos
· Possui um prognóstico sombrio, com uma sobrevida de 5 anos só sendo atingida por 8,2% dos pacientes
· A cabeça do pâncreas é o local mais comumente afetado (70% dos carcinomas pancreáticos), seguido pelo corpo (20%) e cauda do pâncreas (10%)
· Fatores de Risco:
· Idade avançada
· Tabagismo
· História familiar de câncer de pâncreas 
· Pancreatite crônica
· Obesidade
· Diabetes mellitus
· Apesar de não entrarem necessariamente entre os principais fatores de risco para carcinoma pancreático, as neoplasias císticas do pâncreas (em especial a neoplasia cística mucinosa e a neoplasia papilar mucinosa intraductal) podem se malignizar, de modo que também são fatores de risco para carcinoma de pâncreas.
· Diagnóstico:
· Quadro Clínico:
· Emagrecimento, dor abdominal, icterícia (por uma questão anatômica, a icterícia aparece mais precocemente nos casos de carcinoma de cabeça de pâncreas do que nos carcinomas de corpo e cauda. Essa icterícia é às custas de bilirrubina direta, sendo uma icterícia COLESTÁTICA por compressão das vias biliares pelo tumor) e anorexia são manifestações frequentes de tumores cefálicos pancreáticos (ou seja, de tumores que afetam a cabeça do pâncreas)
· Alguns casos apresentam vesícula biliar palpável
· Dor abdominal persistente com irradiação posterior indica doença avançada
· Diabetes mellitus pode estar presente no momento do diagnóstico em 50% dos pacientes, a maioria dos casos é uma diabetes de início recente (nos últimos 2 anos)
· Exames Laboratoriais:
· Alterações indicativas de icterícia obstrutiva -> elevação de bilirrubina (principalmente às custas de bilirrubina direta), de fosfatase alcalina, de GGT, discreta elevação de transaminases (TGO e TGP)
· Hipoalbuminemia, anemia e transferrina baixa denotam doença avançada
· Marcador tumoral CA 19-9 -> é específico para pâncreas, mas sua sensibilidade é baixa, de modo que pode estar alterado em condições outras que não o carcinoma pancreático
· Exames de Imagem:
· Ultrassonografia do abdômen é o exame de imagem inicial, sendo útil para visualizar o tumor e os sinais de doença avançada, além de permitir fazer o diagnóstico diferencial com coledocolitíase obstrutiva 
· A tomografia computadorizada é o exame fundamental para o diagnóstico e estadiamento do adenocarcinoma ductal pancreático (ADP).
· A RNM não mostrou superioridade em relação a TC no diagnóstico de tumores pancreáticos, sendo o seu uso reservado para os casos em que a tomografia não foi conclusiva.
· A colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE) só indicada para os casos em que os exames de imagem não mostraram tumor, para pacientes com alta suspeita de carcinoma de papila ou quando há dúvida diagnóstica de coledocolitíase ou pancreatite crônica
· A ecoendoscopia possui alta sensibilidade para tumores pancreáticos, sendo útil nos casos em que o exame de imagem inicial não mostra tumor. Além disso, a ecoendoscopia permite realização de biópsia transluminal, o que é fundamental quando se opta por tratamento neoadjuvante.
· Punção Aspirativa Percutânea:
· É reservada para casos com indicativos de doença incurável e deve ser evitada nos casos potencialmente ressecáveis, devido ao risco de disseminação de células neoplásicas.
· Diagnóstico Diferencial:
· Pancreatite crônica com formação de massa focal (pseudotumor), pancreatite autoimune, linfoma pancreático e sequelas de pancreatite aguda grave podem produzir icterícia e imagens semelhantes às do adenocarcinoma ductal pancreático (ADP)
· Processo Investigativo e Condutas:
· Aqueles com tumor de cabeça de pâncreas, evidenciado por exames de imagem, a prioridade é distinguir os casos incuráveis dos “potencialmente curáveis”
· 
· Incuráveis:
· Sinais de incurabilidade (presença de invasão vascular grosseira, linfadenomegalias difusas, ascite, nódulos hepáticos e peritoneais) contraindicam o tratamento cirúrgico
· Pacientes incuráveis devem receber descompressão biliar por meio de prótese endoscópica (stent). O diagnóstico definitivo desses pacientes pode ser feito por meio de punção aspirativa do tumor, por via transcutânea ou transluminal 
· Potencialmente curáveis:
· Pacientes com tumores cefálicos considerados potencialmente curáveis são submetidos a laparotomia exploradora, sendo realizada a duodenopancreatectomia se confirmada a ressecabilidade (isso no caso de tumores de cabeça de pâncreas. Caso o tumor seja em corpo ou cauda, o procedimento é de pancreatectomia distal com esplenectomia),ou procedimentos de paliação cirúrgica (biópsia, derivação biliar e gástrica, bloqueio analgésico com alcoolização do plexo celíaco) se constatado critérios de incurabilidade
· Pacientes de ressecção limítrofe (“borderline”):
· São os casos de tumores localmente avançados, mas com restrito envolvimento vascular local e sem sinais de disseminação.
· Não se tem consenso quanto qual é o melhor tratamento para esses pacientes, mas na maioria dos casos acaba-se fazendo tratamento neoadjuvante (quimioterapia e/ou radioterapia) na tentativa de conversão do paciente de irressecável para potencialmente ressecável. Conforme a resposta ao tratamento neoadjuvante, faz-se terapia curativa ou paliativa.
· Tratamento Com Intenção Curativa:
· Tratamento Cirúrgico:
· É o único tratamento potencialmente curativo no carcinoma de pâncreas
· A pancreatectomia distal com esplenectomia é indicada para tumores do corpo e da cauda do pâncreas. Tumores da cabeça do pâncreas são ressecados por meio da duodenopancreatectomia cefálica (conhecida como cirurgia de Whipple)
· Na cirurgia de Whipple, remove-se cabeça do pâncreas, colédoco com vesícula biliar, antro gástrico, duodeno e uma pequena parte do jejuno proximal
· Infelizmente, a cirurgia com intenção curativa é indicada somente em 15-20% dos casos
· A reconstrução digestiva geralmente adotada utiliza alça jejunal única e a anastomose pancreatojejunal deve ser preferencialmente terminolateral (com sutura ducto-mucosa)
· Tratamento Adjuvante e Neoadjuvante:
· Costuma-se usar o quimioterápico gencitabina
· Tratamento Paliativo:
· Tratamento Cirúrgico:
· O tratamento cirúrgico paliativo permite a realização, em um só tempo, de biópsias, derivações (biliar e gástrica) e bloqueio analgésico (alcoolização do plexo celíaco). Contudo, a disponibilidade crescente de meios não cirúrgicos de paliação restringiu sua indicação aos casos em que a incurabilidade é constatada durante a tentativa de ressecção cirúrgica.
· É comum se fazer “profilaticamente” a anastomose gastrojejunal, evitando-se que ocorra obstrução duodenal pelo tumor.
· Tratamento não cirúrgico:
· Colocação endoscópica de prótese biliar (endoprótese ou stent) é o método preferencial no tratamento de icterícia obstrutiva
· Tratamento de dor com ablação do plexo celíaco
· Quimioterapia:
· Pacientes mais debilitados -> monoterapia de gencitabina
· Pacientes com melhor estado geral -> esquema mais agressivo de quimioterapia (ácido folínico, fluoruracila, irinotecano e oxaliplatina)
· Prognóstico:
· A sobrevida média é de 3-6 meses para pacientes com doença metastática; 6-10 meses para doença localmente avançada. Nos pacientes submetidos à ressecção com intenção curativa, a sobrevida mediana é em torno de 20 meses, e a sobrevida em 5 anos é de aproximadamente 20%
· Neoplasias Císticas do Pâncreas:
· Com o envelhecimento da população e com a melhora dos métodos de imagem, tem-se tornado mais comum o diagnóstico de massas císticas pancreáticas.
· 70% dos pacientes são assintomáticos (de modo que o diagnóstico acaba sendo acidental em um exame de imagem). 
· 75% dos casos são lesões benignas, de modo que o potencial de malignização depende do tipo de tumor.
· As lesões císticas mais frequentes são:
· Neoplasia papilar mucinosa intraductal (38%)
· Neoplasia cística mucinosa (23%)
· Cistoadenoma seroso (16%)
· Neoplasia cística neuroendócrina (7%)
· Diagnóstico:
· O diagnóstico de imagem inicial das lesões é feito com ultrassonografia abdominal e tomografia abdominal com contraste (ou na disponibilidade de ressonância magnética contrastada, pode-se fazer a RNM ao invés de TC).
· A ecoendoscopia associada à aspiração/biópsia está indicada na investigação das lesões suspeitas com diagnóstico radiológico indefinido.
· A citologia tem pouca sensibilidade para o diagnóstico de lesões malignas devido à baixa celularidade, porém a análise do líquido aspirado tem papel importante na diferenciação entre lesões mucinosas e não-mucinosas
· O antígeno carcinoembriônico (CEA) no líquido aspirado apresenta acurácia diagnóstica para lesões mucinosas em 80% dos casos
· “Estigmas de Alto Risco” -> cirurgia deve ser considerada como tratamento
· Dilatação do ducto de Wirsung a partir de 1cm
· Componente sólido intralesional com realce pelo contraste
· Icterícia associada à lesão cística na cabeça pancreática
· “Características Preocupantes” -> requerem investigação mais aprofundada (endoscopia com biópsia) e provavelmente cirurgia
· Cistos de 3cm ou maiores
· Paredes císticas espessadas e com realce pelo contraste
· Ducto principal com tamanho entre 5-9mm
· Nódulo mural sem realce pelo contraste
· Mudança abrupta no calibre do ducto pancreático com atrofia distal 
· Linfadenopatia
· Tratamento:
· Lesão com risco de malignização -> a cirurgia de escolha é a duodenopancreatectomia ou pancreatectomia corpocaudal com esplenectomia, ambas associadas a linfadenectomia dependendo da localização da lesão
· Lesão com baixo risco de malignização -> pode-se considerar a realização de ressecções anatômicas ou com a preservação esplênica
· O prognóstico, mesmo nos casos de doença invasiva, é melhor do que no adenocarcinoma de pâncreas ductal sólido
· Neoplasia Papilar Mucinosa Intraductal:
· É uma lesão potencialmente maligna composta por células colunares produtoras de mucina, que apresentam arranjo papilar intraductal
· Frequentemente são diagnosticadas na 6ª ou 7ª década de vida, apresentando ligeira predominância no sexo masculino
· São classificados de acordo com a anatomia, podendo acometer o ducto pancreático principal (DP), os ductos secundários (DS) ou ambos (tipo misto)
· Ducto Principal (DP) -> caracterizado pela dilatação do ducto de Wirsung > 5mm de diâmetro de forma segmentar ou difusa e sem causa obstrutiva identificada. Apresentam um risco de malignização de 70%. A maioria dos casos são sintomáticos (dor abdominal, perda de peso, icterícia, pancreatite).
· SEMPRE deve ser ressecado
· Ducto Secundário (DS) -> é definido como lesão cística com diâmetro > 5mm que se comunica com o ducto principal, porém sem dilatação concomitante deste. Geralmente é assintomático, e apresenta um risco de malignização de 25%
· Deve ser ressecado nos casos que apresentarem estigmas de alto risco (caso contrário pode-se acompanhar a evolução)
· Classificação quanto o subtipo histológico: intestinal, pancreatobiliar, oncocítico, gástrico e tubular
· Podem se apresentar como lesões únicas ou como lesões císticas múltiplas
· Neoplasia Cística Mucinosa:
· É uma lesão sem comunicação com o sistema ductal e que obrigatoriamente apresenta estroma do tipo ovariano
· Cerca de 95% dos casos ocorrem em mulheres, e a média de idade é entre 40-50 anos
· São lesões maiores, em média com 4cm, únicas e que se localizam no corpo e cauda pacreáticos na maioria dos casos.
· Na TC abdominal costuma se observar cistos volumosos, com septos em seu interior, calcificações parietais e/ou componente sólido na periferia
· É uma forma de lesão que apresenta risco de malignazação, embora seja mais baixo do que o risco da neoplasia papilar mucinosa intraductal. Os indicadores de malignização são: tamanho > 4cm; nódulo mural; efeito de massa; calcificação periférica em casca de ovo
· Mesmo quando maligniza, o prognóstico é bom
· Cistoadenoma Seroso:
· É uma lesão de paredes finas que apresenta conteúdo seroso, com baixa concentração ou ausência de marcadores tumorais e enzimas pancreáticas.
· Cerca de 75% dos casos afetam mulheres, geralmente entre 50-60 anos
· O tamanho da lesão varia entre 3-5cm de média, podendo ocorrer em qualquer porção do pâncreas
· Padrões Morfológicos:
· Microcísticos (45%) – caracterizado por múltiplos cistos menores que 2cm separados por finos septos formando estrutura semelhante a favo de mel, muitas vezes exibindo calcificação ou cicatriz central
· Macrocístico (32%) – apresentando cistos com mais de 2cm
· Misto (18%) – combinação dos padrões macro e microcísticos
· Sólido (5%) – os cistos são tão pequenos que a imagem não chega a identificar estrutura cística.
·O risco de malignização é muito baixo (ao ponto de se dizer que essas lesões NÃO malignizam), de modo que a ressecção só é recomendada nesses indivíduos quando não se consegue ter certeza da benignidade da lesão.

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