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UNINASSAU - CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURÍCIO DE NASSAU ***************** RESPONSABILIDADE CIVIL DOS SÓCIOS NAS SOCIEDADES EMPRESARIAS Orientador: 88888888888 PALMAS 2021 1 INTRODUÇÃO Assim como todas as relações jurídicas, as relações empresariais com seus sócios possuem direitos, deveres e responsabilidade pelos atos praticados pela empresa, e, mais importante, eles possuem responsabilidade pelos atos praticados pela empresa. Uma das grandes preocupações de quem entra ou pretende ingressar em uma sociedade empresarial, é saber qual é a sua responsabilidade em um caso de ação judicial. No Direito Empresarial Brasileiro existem diversas formas de sociedade, mas independente da forma da sociedade, como regra geral, a sociedade empresarial pode ser classificada como a reunião de pessoas exercendo profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços com o objetivo de lucro. Ao tratarmos da responsabilidade dos sócios, as sociedades empresarias são divididas de algumas formas, são elas: sociedade limitada, sociedade anônima, sociedade simples, sociedade em nome coletivo, sociedade em comandita simples e sociedade em comandita por ações. E quando se trata da personificação, há outros dois tipos, sendo eles: a sociedade em comum e a sociedade em conta de participação. Porem para que se possa entender qual a responsabilidade de um sócio dentro da empresa, é necessário previamente conhecer a qual tipo de empresa e referida, se tratando das mais comuns, abordando a uma Sociedade Limitada (LTDA) ou uma Sociedade Simples, visto que o Código Civil prevê responsabilidades diferentes para cada tipo. A sociedade empresarial é um contrato plurilateral que visa organizar a pessoa jurídica de direito privado e é tutelada por diversas formas no direito pátrio, como a conservação da empresa, defesa da minoria societária, autonomia de vontade, liberdade de contratar, responsabilidade societária, entre outros. De acordo com a advogada, jurista e professora doutora, Maria Helena Diniz, a empresa trata-se de uma instituição jurídica despersonalizada, caracterizada pela atividade econômica organizada, focada na produção ou circulação de bens ou de serviços para o mercado ou à intermediação deles em âmbito econômico, pondo em funcionamento companhias em que se vinculam através do empresário individual ou societário. Independentemente do tipo societário adotado, seja sociedade LTDA ou Sociedade Simples, as obrigações dos sócios começam imediatamente após a assinatura do contrato, caso este não fixe outra data, e terminam quando liquidada a sociedade, se extinguirem as responsabilidades sociais. A limitação da responsabilidade, está diretamente relacionada ao patrimônio social da sociedade, que é representada pelo capital social, devendo este ser integralizado pelo sócio até o limite da quota a qual subscreveu no contrato social que constituiu a sociedade limitada. O Código Civil diz que a responsabilidade dos sócios em relação aos direitos e obrigações entre si e terceiros devem ser cumpridas durante todo tempo em que a relação jurídica existir. 2 SOCIEDADE EMPRESÁRIA O Direito Empresarial é um dos ramos do Direito Privado que disciplina o exercício de atividade econômica organizada. A livre iniciativa é um dos valores básicos do capitalismo, sendo considerada como princípio fundamental do Direito Empresarial, já que a atividade econômica organizada geralmente surge da iniciativa de um particular. A Constituição Federal de 1988 elege a livre iniciativa como um dos fundamentos da ordem econômica brasileira, que é imprescindível para que a sociedade tenha acesso aos bens e serviços dos quais necessita. 2.1 SOCIEDADE LIMITADA - LTDA Quando o assunto e uma Sociedade Limitada (LTDA), o Código Civil diz que a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social. Isso significa que a obrigação indispensável de um sócio é subscrever suas cotas, ou seja, entrar com recursos na sociedade referente a sua cota parte, este o fazendo, só possuirá responsabilidade limitada ao valor das quotas. De acordo com o artigo 1.052 do Código Civil, a responsabilidade de cada sócio, na LTDA, é restrita ao valor de suas cotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social, por ser a modalidade mais difundida justamente pela limitação da responsabilidade dos sócios, existem situações que merecem destaque, pois trazem para os sócios a possibilidade de responder por obrigações da sociedade com seus patrimônios pessoais. Dessa forma, se o capital social da empresa estiver totalmente integralizado, os sócios não sofrerão responsabilidade perante terceiros, respondendo somente até o valor das suas cotas, já integralizadas, porém, por outro lado, se o capital não estiver integralizado, total ou parcialmente, todos os sócios responderão solidariamente pela sua integralização. Quando o capital social está totalmente integralizado, o patrimônio pessoal dos sócios não responde por dívidas da sociedade, porém, se uma parte do capital não estiver devidamente integralizada, os sócios respondem solidariamente pela quantia que falta para a completa integralização, podendo estes entrar com uma ação de regresso contra o sócio que efetivamente não integralizou sua parte. Assim, mesmo que nas empresas do tipo LTDA a responsabilidade em regra seja limitada, existem algumas situações em que os sócios respondem de forma subsidiária e ilimitada com seu patrimônio pessoal, como no caso das deliberações infringentes do contrato ou da lei, que tornam ilimitada a responsabilidade dos que expressamente as aprovaram. No caso de existirem débitos trabalhistas ou na ocorrência de fraude contra credores da sociedade, a responsabilidade social também é ilimitada. 2.2 SOCIEDADE SIMPLES Quando nos referimos às Sociedades Simples, a responsabilidade dos sócios irá depender do tipo societário adotado e declarado no contrato social, que poderá ser limitada ou ilimitada. A regra é que cada sócio possua responsabilidade subsidiária, ou seja, de acordo com o Código Civil, no caso de insuficiência do patrimônio social da empresa, eles responderão pela dívida com seu patrimônio pessoal. Ainda, porém, na sociedade simples a responsabilidade dos sócios é ilimitada e, quando um sócio deixa a sociedade, transferindo sua participação para um ou mais sócios ou a terceiros, o sócio retirante, pelo prazo de dois anos, permanece responsável pelas obrigações da sociedade existentes quando da sua saída. Por outro lado, a responsabilidade do sócio da sociedade limitada é restrita à integralização do capital e, quando deixa a sociedade, essa responsabilidade é transferida aos adquirentes da sua participação. Sua responsabilidade termina aí, a menos que acordado diferentemente entre cedente e cessionário. Deste modo, o sócio ingressante deve se atentar aos pontos específicos da sociedade em que vai figurar, para que tenha conhecimento de quais são seus direitos, suas obrigações e, principalmente, qual a sua responsabilidade dentro desta. 3 LEIS E NORMAS Pode-se dizer que as normas civis são fontes subsidiárias do Direito Empresarial, pois o Direito Civil é ramo residual por excelência no Direito Privado, e por isso, na falta de norma especificamente aplicável à atividade empresarial, tenta-se encontrar solução nas normas civis, principalmente nos campos das obrigações e dos contratos. As principais normas que regem a atividade empresarial estão no Código Civil, no art. 966 ao art. 1.195, além do Código Civil, ainda existem algumas importantes leis que regulamentam a matéria empresarial, como a Lei n° 11.101/2005 (Lei de Falências e Recuperação de Empresas), Lei Complementar n° 123/2006 (sobre microempresas e empresasde pequeno porte), Lei n° 6.404/1976 (Lei das Sociedades por Ações) e Lei n° 8.934/1996 (Lei do Registro de Empresa), também há tratados internacionais que tratam de matéria empresarial, bem como alguns usos e costumes mercantis. A Lei n. 12.441/2011, criou no Brasil a figura da Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI), que goza da distinção patrimonial conferida à sociedade empresária e ao mesmo tempo possui apenas uma pessoa como sócio. Assim como toda pauta envolta na área de direito, existem exceções dispostas a discussão, como o artigo 1.080 do Código Civil, que diz respeito a deliberações infringentes do contrato ou da lei. Assim, os sócios que contribuírem com seu voto, para uma deliberação que implique em infração legal ou em desrespeito ao Contrato Social, responderão de forma ilimitada. Ainda nesse sentido, a disposição do artigo 1.059 do Código Civil, também obriga o sócio a repor os lucros e as quantias retiradas, quando distribuídas nos exercícios em resultados negativos. Outra exceção bem comum de ser usada, com previsão no artigo 50 do Código Civil, trata-se da desconsideração da personalidade jurídica. Neste caso, com o abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, poderá os sócios serem responsabilizados ilimitadamente. Ocorre desconsideração da personalidade jurídica, de tal modo, que poderá ser aplicada com base no artigo 28 do Código de Defesa do Consumidor, que autoriza a desconsideração quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social e, bem assim, em caso de falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica, provocados por má administração. 4 CONCLUSÃO Entende-se que cada socio tenha seus direitos e deveres, mas os mesmos são diferentes dependendo do tipo de sociedade ao qual o mesmo se encontra, dessa forma, e historicamente compreensível que, a sociedade por quotas de responsabilidade limitada foi criada para permitir ao empresário limitar a parte do seu patrimônio que pretendia arriscar no seu negócio. E assim continua até os dias atuais, pois, caso contrário, não haveria distinção entre sociedade simples e sociedade limitada. Definido tal situação na qual se encontra o socio, sendo as duas mais comuns a Sociedade Limitada (LTDA) e a Sociedade Simples, ocorre então a distinção de responsabilidades, onde o sócio que deixa uma sociedade limitada responda ilimitadamente pelas obrigações da sociedade existentes antes da sua saída, é igualá-lo ao sócio da sociedade simples. A sociedade simples e a sociedade limitada são institutos diferentes, tanto que previstos em capítulos diferentes do Código Civil, e as responsabilidades dos sócios numa e noutra forma de sociedade são diferentes.
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