Buscar

204_marx-karl-o-capital-2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

os meios de subsistência cujo valor ele lhes adiantou. Então, o novo
capital de 2 mil libras esterlinas funciona na fiação e proporciona, por
seu lado, uma mais-valia de 400 libras esterlinas.
O valor do capital foi originalmente adiantado sob a forma de
dinheiro; a mais-valia, ao contrário, existe, desde o princípio, como
valor de determinada parte do produto bruto. Se este é vendido, trans-
formado em dinheiro, o valor do capital readquire sua forma primitiva,
mas a mais-valia muda seu modo de existência original. A partir desse
momento, no entanto, valor do capital e mais-valia são ambos somas
de dinheiro e sua retransformação em capital executa-se de modo in-
teiramente idêntico. O capitalista aplica tanto um como a outra na
compra de mercadorias, que o capacitam a recomeçar a fabricação de
seu artigo, e na verdade desta vez em escala ampliada. Mas, para
comprar essas mercadorias, precisa encontrá-las prontas no mercado.
Seus próprios fios só circulam porque ele leva ao mercado seu
produto anual, como todos os demais capitalistas também fazem com
suas mercadorias. Mas, antes de essas mercadorias chegarem ao mer-
cado, já faziam parte do fundo de produção anual, isto é, da massa
global de objetos de toda a espécie em que se transforma, no decorrer
do ano, a soma total dos capitais individuais ou o capital social global,
do qual cada capitalista tem nas mãos apenas uma parte alíquota. As
operações no mercado efetivam apenas a venda das partes componentes
individuais da produção anual, enviam-nas de uma mão à outra, mas
não podem aumentar a produção anual conjunta nem modificar a na-
tureza dos objetos produzidos. Qual o uso que poderá ser feito do pro-
duto anual total, isso depende de sua própria composição, de nenhum
modo, porém, da circulação.
Primeiramente, a produção anual tem de fornecer todos os objetos
(valores de uso) com os quais têm de ser repostos os componentes
materiais do capital consumidos no decorrer do ano. Deduzidos estes,
resta o produto líquido ou o mais-produto, no qual se encontra a mais-
valia. E de que se compõe esse mais-produto? Talvez de coisas desti-
nadas a satisfazer às necessidades e aos apetites da classe capitalista,
entrando, portanto, em seu fundo de consumo? Se isso fosse tudo, a
mais-valia seria dissipada até a última migalha e teria lugar mera-
mente reprodução simples.
Para acumular, precisa-se transformar parte do mais-produto em
capital. Mas, sem fazer milagres, só se podem transformar em capital
coisas que são utilizáveis no processo de trabalho, isto é, meios de produção
e, além destas, coisas com as quais o trabalhador pode manter-se, isto é,
meios de subsistência. Por conseguinte, parte do mais-trabalho anual tem
de ser empregada na fabricação de meios adicionais de produção e de
subsistência, em excesso sobre o quantum que foi necessário para a re-
posição do capital adiantado. Em uma palavra: a mais-valia só é trans-
OS ECONOMISTAS
214

Continue navegando