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Sistema Genital Feminino O sistema genital feminino é divido em genitália externa e interna. • A genitália externa ou vulva pode ser estudada junto com o períneo, constituindo a região vulvoperineal. Os órgãos genitais femininos diferem dos órgãos genitais masculinos de várias maneiras: • Além de produzirem gametas (óvulos), os órgãos genitais femininos se preparam para dar suporte ao embrião em desenvolvimento durante a gravidez. • órgãos femininos sofrem mudanças de acordo com o ciclo reprodutivo, o ciclo menstrual, que dura em média 28 dias. • O ciclo menstrual é o ciclo mensal feminino, já que afeta todos os órgãos genitais da mulher. ÓRGÃOS GENITAIS FEMININOS PRIMÁRIOS • Ovários > produtores de óvulos. • Os ductos acessórios: incluem as tubas uterinas, onde normalmente ocorre a fertilização; • O útero > onde o embrião se desenvolve; • Vagina > que age como canal de parto e recebe o pênis durante o incurso sexual. GENITÁLIA EXTERNA FEMININA • Pudendo (ou vulva) • Glândulas mamarias = produtoras de leite, que fazem parte na realidade do sistema tegumentar, mas que são consideradas devido á sua função reprodutora de nutrir o bebê. A vulva vai incluir as seguintes estruturas: º Monte de vênus º Pregas tegumentárias ou Formações labiais > grandes e pequenos lábios. º Fenda vulvar ou espaço interlabial > vestíbulo, meato uretral, introito vaginal e hímen º Ogãos eréteis > clitóris e bulbovestibulares º Glândulas acessórias > parauretrais ( Skene) e vulvovaginais ( Bartholin) º A vulva representa a entrada da vagina e, em condições normais = cobre e protege o meato uretral. º A porção externa da vulva está coberta por um tipo especial de pele, rica em folículos pilosos, glândulas sebáceas e sudoríparas. º Internamente, a partir dos pequenos lábios = a pele se modifica, tem umidade acentuada e não há mais presença de pelos. Os grandes lábios = se continuam em direção ao períneo para formarem, na linha média, a comissura posterior (fúrcula) > limite inferior da vulva. Os pequenos lábios (ninfas) = se separam anteriormente para englobar o clitóris, formando freio e o seu prepúcio. Posteriormente fundem-se com os grandes lábios na porção média, ou muito raramente, vão mais abaixo até a fúrcula. Vestíbulo > espaço elíptico situado internamente em relação aos pequenos lábios, e se estende do clitóris até a borda posterior do hímen. º Os orifícios da uretra, vagina, glândulas parauretrais e de bartholin tem suas aberturas no vestíbulo. Hímen > nas mulheres virgens, oclui parcialmente o orifício vaginal, em geral após o primeiro coito, e sempre depois do parto, a estrutura do hímen se rompe, permanecendo vestígios (carúnculas mitiformes). Clitóris > consta de dois corpos carvenosos que se inserem no ramo isqueopúbico e de porção distal, glande, a única visível. º Órgão erétil, homólogo do pênis masculino, que funciona para a mulhercomo “ centro nervoso do coito” º Os bulbovestibulares correspondem ao corpo esponjoso masculino. Consistem em duas estruturas eréteis, colocadas de cada lado do orifício vaginal, entre a fáscia inferior do diafragma urogenital e os músculos bulbocarvenosos. As glândulas parauretrais de Skene > homólogas da próstata masculina, tem seus orifícios externos localizados lateroposteriormente ao meato uretral. As glândulas vulvovaginais de Bartholin > se localizam de cada lado do introito vaginal, apresentando orifícios na parte posterior do vestíbulo, entre os pequenos lábios e o hímen. º Correspondem às glândulas bulbouretrais no sexo masculino e secretam muco, especialmente durante o ato sexual. PERÍNEO Conjunto de partes moles (músculos e aponeuroses) que fecha inferiormente a cavidade pélvica, é atravessado pelo reto posteriormente. Pela vagina e pela uretra, anteriormente. É dividido em anterior (genital) e posterior (retal), pelo traçado da linha bi-isquiática Os músculos do períneo: º Músculos do diafragma ou assoalho pélvico > levantador do ânus e coccígeo. Além desses outros dois cobrem as paredes da pelve verdadeira > obturador interno e o piriforme. º Músculos do períneo anterior: Superficiais = transverso superficial, isquiocarvenoso e bulbocarvenoso; Profundos = transverso profundo e esfíncter externo da uretra; º Músculo do períneo posterior: esfíncter e o ânus. O sistema aponeurótico é complexo, pode ser separado em três planos. º Aponeurose perineal superficial > cobre os músculos superficiais º Aponeurose perineal média ou diafragma urogenital > dois folhetos aponeuróticos que englobam os músculos profundos do períneo anterior, atravessados pela vagina e pela uretra. º Aponeurosa perineal profunda ou endopélvica > recobre, internamente o assoalho pélvico, a bexiga, o útero, a vagina e o reto. Vascularização e inervação da região vulvoperineal > pela artéria pudenda interna, ramo da hipogástrica, que imerge, na região, juntamente com o nervo pelo canal de alcock. O retorno venoso acompanha as artérias. Os nervos provêm do pudendo interno, ramos genitais do grande e do pequeno abdomino genital e do genitocrural., além da porção perineal do pequeno ciático. GENITÁLIA INTERNA A genitália interna feminina se compõe > º Um longo canal que se estende da superfície externa do corpo até a cavidade peritoneal > vagina, útero e tubas uterinas. º Um par de gônadas: os ovários. A vagina é o órgão da cúpula destinado a receber o pênis e o sêmen ejaculado durante o coito. O útero retém o óvulo fecundado (ovo) possibilitando-lhe desenvolvimento e crescimento, e o expulsa, quando maduro (parto), ou antes disso (abortamento e parto pré-termo); é o órgão da gestação. As tubas uterinas recolhem o óvulo na superfície do ovário, após a postura, e o conduzem ao útero; são os ovidutos, Os ovários produzem os óvulos; são as gônadas. Anatomia macroscópica O par de ovários em forma de amêndoa, localizados lateralmente ao útero, mede em torno de 3cm por 1,5cm por 1cm. Cada ovário localiza-se contra a parede lateral óssea da pelve verdadeira, próximo á bifurcação dos vasos ilíacos comuns. As superfícies dos ovários são lisas nas meninas, mas após a puberdade elas adquirem cicatrizes e depressões decorrentes da liberação mensal dos óvulos. Os ovários, apesar de sua posição retroperitoneal, são circundados pela cavidade peritoneal e fixados por mesos e ligamentos derivados do peritônio. O meso do ovário, o horizontal mesovário, faz parte do ligamento largo, uma grande dobra de peritônio que cobre o útero e as tubas uterinas como uma tenda. O ligamento suspensor do ovário, uma continuação lateral do ligamento largo, conecta o ovário á parede lateral da pelve. O ovário é preso ao útero medialmente pelo ligamento útero-ováricp (próprio do ovário), uma faixa fibrosa distinta envolvida pelo ligamento largo. Vasos e nervos > os ovários são supridos pelas artérias ováricas, que são ramos da parte abdominal da aorta, e pelos ramos ováricos das artérias uterinas, que surgem da artéria ilíaca interna. As artérias, as veias e os nervos chegam aos ovários percorrendo o interior do ligamento suspensor e depois passando pelo mesovário. Os ovários são inervados pelas duas partes da divisão autônoma do sistema nervoso. Anatomia microscópica O ovário é circundado por uma cápsula fibrosa chamada túnica albugínea, que é muito mais fina que a túnica albugínea do testículo. A túnica albugínea é coberta por um epitélio cubóide simples chamado epitélio germinativo. Apesar do nome esse medotélio não germina óvulos. O parênquima do ovário é dividido em um córtex externo e uma medula interna. O córtex do ovário abriga os gametas em desenvolvimento, que são chamados ovócitos enquanto estão no ovário. Todos os ovócitos ocorrem dentro de estruturas multicelulares parecidascom bolsas chamadas folículos (“pequenos sacos”), que aumentam substancialmente quando amadurecem. Nas mulheres, em geral um -ás vezes, dois- folículo amadurece todo mês; assim, apenas um ou dois ovócitos se desenvolvem por mês. A parte do córtex entre os folículos é um tecido conjuntivo rico em células. A profunda medula do ovário é um tecido conjuntivo frouxo contendo os maiores vasos sanguíneos, nervos e vasos linfáticos do ovário; esses vasos entram através do hilo, uma fenda horizontal a superfície ovariana anterior onde se insere o mesovário. Tubas uterinas Também chamadas de ovidutos, recebem o ovócito, sendo o local da fertilização. Cada tuba uterina inicia-se lateralmente perto de um ovário e termina medialmente, onde se abre na parte superior do útero. A região lateral ampla e aberta da tuba uterina é chamada de infundíbulo (funil) e abre-se para a cavidade peritoneal. A margem do infundíbulo é circundada por projeções ciliadas chamadas = fímbrias (franja), que se dobram sobre o ovário. Medial ao infundíbulo encontra-se uma expansão que recebe o nome de ampola (frasco), que representa a metade do comprimento da tuba uterina e é o local onde costuma ocorrer fertilização. Por fim o terço medial da tuba uterina é o istmo (passagem estreita). Ao contrário dos ductos reprodutores masculinos, que são diretamente contínuos com os túbulos dos testículos, as tubas uterinas têm pouco ou nenhum contato direto com os ovários. Em vez disso, o ovócito, assim que interrompe na superfície do ovário (ovulação), é liberado na cavidade peritoneal da pelve (onde muitos óvulos são perdidos), e a tuba uterina realiza uma série de movimentos complexos para capturá-lo: o infundíbulo curva-se para cobrir o ovário, enquanto as fímbrias endurecem e varrem a sua superfície; depois, os cílios que vibram nas fímbrias geram correntes no fluido peritoneal que transportam o ovócito para a tuba uterina, onde ele começa sua jornada rumo ao útero. A jornada do ovócito é facilitada por ondas peristálticas geradas por lâminas de musculo liso na parede da tuba uterina e pelo batimento dos cílios do epitélio colunar simples ciliado da tuba uterina. Alternando-se com as células ciliadas nesse epitélio de revestimento, encontram células não ciliadas altas, que secretam substâncias que nutrem o ovócito (ou embrião) e facilitam a fertilização. º Externamente a tuba uterina é coberta por peritônio e sustentada por um meso curto chamado mesossalpinge, uma parte do ligamento largo. A tuba uterina é o local onde ocorre 90% das gravidezes ectópicas. A gravidez ectópica é a implantação de um embrião fora do útero. As implantações na tuba uterina costumam resultar me rompimento e hemorragia que ameaça a vida da mulher. Útero Localiza-se na cavidade pélvica, em posição anterior ao reto e posterossuperior á bexiga urinária. Trata-se de um órgão oco e com paredes espessas, cujas funções são receber, reter e nutrir o óvulo fertilizado (ovo) durante a gravidez. Em uma mulher que nunca ficou grávida, o útero é inclinado na direção anterior, ou antevertido na parte superior da vagina. No entanto, nas mulheres mais velhas ele costuma inclinar posteriormente, ou seja, é retrovertido. A parte principal do útero é o corpo. A região arredondada superior próxima á entrada das tubas uterinas é o fundo. E a região ligeiramente estreita inferior ao corpo é o istmo. Abaixo dessa região, a parte cuja extremidade inferior se projeta a vagina é o colo do útero. A luz central do útero é bem pequena (exceto na gravidez), sendo dividida na cavidade do útero ( no corpo) e no canal do colo, que se comunica com a vagina inferiormente via óstio externo e com a cavidade do corpo superiormente via óstio interno. O revestimento mucoso do canal do colo contem glândulas cervicais que secretam um muco que preenche o canal e cobre o óstio externo, presumivelmente para bloquear a disseminação de bactérias da vagina para o útero. O muco cervical também bloqueia a entrada de espermatozoides – exceto no meio do ciclo, quando ele se torna menos viscoso e permite a sua passagem. Sustentação do útero Vários ligamentos e mesos peritoneais ajudam a manter o útero em posição, que é fixo ás paredes pélvicas laterais pelo mesométrio que é a maior divisão di ligamento largo. Inferiormente os ligamentos transversos do colo (cardinais laterais) seguem horizontalmente a partir do colo uterino e superiormente a vagina até as paredes da pelve laterais. Esses “ligamentos” são espessamentos da fáscia da pelve. O útero fixa-se á parede corporal anterior por ligamentos redondos do útero direito e esquerdo, cada um deles começando na face superolateral do útero, descendo pelo mesométrio e pelo canal inguinal e inserindo-se em cada um dos lábios maiores dos genitais externos. Apesar da presença desses ligamentos, o útero é principalmente sustentado pelos músculos do assoalho da pelve- os músculos do diafragma da pelve. Se esses músculos rasgarem durante o parto, o útero sem sustentação pode afundar inferiormente até a extremidade do colo se projetar para o exterior da vagina—condição chamada como prolapso do útero. O curso ondulado do peritônio em volta e sobre os órgãos pélvicos produz vários fundos de saco, ou escavações peritoneais em fundo cego. A escavação retouterina = localiza- se entre o útero e o reto, ela forma a parte mais inferior da cavidade peritoneal, o pus de infecções intraperitoneais e o sangue de ferimentos internos podem se acumular nesse ponto. Parede uterina a parede do útero é composta por três camadas básicas. º Perimétrio (em volta do útero), a membrana serosa externa, é peritoneal. º O miométrio (músculo do útero), a camada intermediária volumosa, consiste em feixes entrelaçados de músculo liso que se contraem para expelir o bebê durante o parto. º Endométrio (detro do útero) é o revestimento mucoso da cavidade uterina e consiste em um epiélio colunar simples contendo células secretórias e ciliadas sustentadas por uma lâmina própria de tecido conjuntivo.se ocorrer fertilização, o embrião abriga-se no endométrio e ali permanece até o seu nascimento. o endométrio possui duas camadas principais: a camada funcional e a camada basal. A camada funcional > espessa e interna sofre alterações cíclicas em resposta ás variações nos níveis dos hormônios ovarianos e é eliminada em cada menstruação (aproximadamente a cada 28 dias). A fina camada basal não é descamada, sendo responsável pela formação de uma nova camada funcional após o término da menstruação. O endométrio contém glândulas uterinas tubulares retas que mudam de tamanho á medida que o endométrio se espessa ou se adelgaça. As artérias uterinas, ramos das artérias ilíacas internas da pelve, descem pelos lados do corpo uterino, emitem ramos na parede uterina e dividem-se nas artérias arqueadas que seguem pelo miométrio. As artérias radiais chegam ao endométrio, onde emitem artérias retas até a camada basal e artérias espirais até a camada funcional. As artérias espirais sofrem degeneração e regeneração durante cada ciclo menstrual sucessivo ao serem contraídas fazem que a camada funcional seja descamada durante a menstruação. As veias no endométrio têm paredes finas e formam uma ampla rede, com dilatações sinusoidais ocasionais. SISTEMA HIPOTÁLAMO-HIPOFISÁRIO No controle neuroendócrino da ovulação é determinante o papel desempenhado pelo eixo central –Sistema Hipotálamo-hipofisário- que se conecta por feedback com as gônadas, enquanto se liga ao sistema sensorial, recebendo estímulos do meio ambiente e conexões do próprio cérebro. Células do hormônio liberador de gonadotrofinas as células do hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH) têm, no adulto, seu número estimado em menos de 10.000, distribuídas bilateralmente na parte anterior do hipotálamo, mais especificamente= no núcleo arqueado. As células GnRH direcionam os seus maiores axônios para a eminência média quando estão em frente aos vasos porta- hipofisários. Embora não haja conexão nervosa direta entre o hipotálamo e a hipófise anterior (adeno-hipófise), a comunicação vascular (sistema porta-hipofisário) liga essas duas estruturas. Os vasos sanguíneos do sistema porta-hipofisário carreiam neurotransmissores – fatores de liberação (releasing factors)— segregados pelas células nervosas dos centros hipotalâmicos para a adeno-hipófise. O neurotransmissor que regula as gonadotrofinas é denominado fator ou hormônio liberador de gonadotrofina. O GnRH é um peptídio pequeno, constituído por apenas 10 aminoácidos. O GnRH é transportado como pré-hormônio através dos axônios, por via rápida em direção á eminência média. As células GnRH secretam o hormônio de modo pulsátil sob a influência de sinapses estimuladoras ou inibidoras. Os ciclos pulsáteis duram entre 30 e 90 min na fase folicular e mais tempo na fase luteínica. O GnRH se liga aos gonadotrofos hipofisários, células situadas na hipófise anterior ( pars distalis) e que produzem as gonadotrofinas –hormônio luteinizante (LH) e hormônio foliculoestimulante (FSH). Família glicoproteica As gonadotrofinas são glicoproteínas que fazem parte da família que inclui o hormônio luteinizante (LH), o hormônio folículo estimulante (FSH), o hormônio tireoide estimulante (TSH) e a gonadotrofina coriônica humana (hCG). Todas essas glicoproteínas são constituídas por duas subunidades – uma comum, denominada subunidade α, e a outra hormônio-específica, chamada de subunidade β, que determina a ação biológica e imunorreativa do hormônio. Controle neuroendócrino A ligação do GnRH aos receptores das células da pars distalis induz a liberação do FSH armazenado na adeno-hipófise e estimula a sua síntese. A ligação subsequente do FSH a receptores específicos das células da granulosa dos folículos primários estimula o seu desenvolvimento a folículos secundários. O FSH também induz as células da teca interna dos folículos em desenvolvimento a iniciar a sua produção de androgênios, que são convertidos em estrogênios pelas células da granulosa. De fato, o ponto de partida da esteroidogênese ovariana são os esteroides C19 ( androstenodiona e testosterona) produzidos pela teca interna, que funcionam como precursores na granulosa, onde se originam os esteroides C18 (estrona e estradiol). As células da granulosa dos folículos secundários também produzem inibina e ativina, que ajudam a regular a liberação do FSH. O estrogênio desempenha papel relevante no controle das gonadotrofinas hipofisárias. A amplitude dos pulsos do GnRH (e das gonadotrofinas) é regulada pelo estrogênio, que torna sensíveis os gonadotrofos hipofisários, enquanto inibe a secreção do GnRH. Durante 90% do tempo de duração do ciclo ovariano, o controle das gonadotrofinas se faz por meio do feedback negativo, com o estrogênio e a inibina sendo os principais agentes. Assim, a queda na amplitude e no pulso da secreção do GnRH, induzida pelos estrogênios, leva á diminuição do FSH, a despeito de sensibilizarem a hipófise. A queda do FSH é também parcialmente decorrente da inibina produzida pela célula granulosa. Precedendo o pico do LH (fase pré-ovulatória), o folículo maduro secreta quantidades maciças de estrogênio no sangue, que excede cinco vezes os níveis basais desse hormônio. Os níveis elevados do estrogênio liberam as sinapses inibidoras da secreção do GnRH, determinando o aumento do pulso desse hormônio, que aciona as gonadotrofinas hipofisárias altamente sensibilizadas, acabando por determinar o pico do LH (feedback positivo). Na fase luteínica, volta a predominar o feedback negativo. Assim, os níveis de gonadotrofina alcançam durante essa fase, os valores mais baixos durante todo o ciclo ovariano, na dependência da ação inibitória do estrogênio e da progesterona no hipotálamo. Ovogênese Os óvulos são produzidos em um processo chamado ovogênese (geração de ovos), que assim como a espermatogênese, inclui as divisões da meiose com redução dos cromossomos; No entanto, existem diferenças nítidas na temporização e no resultado desses dois processos. º A ovogênese leva muitos anos para ser concluída. No período fetal, células-tronco chamadas ovogônias originam o suprimento vitalício de ovócitos da mulher, que são detidos em um estagio inicial da meiose I aproximadamente na hora do parto. Esses ovócitos primários permanecem “parados” na meiose I por décadas, até serem ovulados de seus folículos. Somente em resposta á influencia do aumento repentino de LH, que sinaliza a ovulação, o ovócito primário termina a meiose I e entra na meiose II como um ovócito secundário --- mas depois ele é detido novamente e não conclui a meiose II até um espermatozoide penetrar sua membrana plasmática. Só após a conclusão da meiose II o ovócito é chamado tecnicamente de ovo. º A ovogênese produz um único óvulo. A ovogênese produz normalmente quatro células-filhas > o grande óvulo e três células menores chamadas corpos polares. Isso acontece porque durante a divisão celular a maior parte do citoplasma permanece com uma única célula-filha, a que será o óvulo definitivo. As outras três células, os corpos polares, contêm o DNA primário. Os corpos polares degeneram rapidamente, sem serem fertilizados ou contribuírem para o embrião em desenvolvimento. O ciclo menstrual mensal das mulheres se deve ao ciclo hormonal induzido no ovário e no útero. O ciclo ovariano estimula o desenvolvimento dos folículos ovarianos e a produção dos ovócitos. O ciclo uterino prepara a parede uterina para a implantação e nutrição de um óvulo fertilizado. CICLO OVARIANO O ciclo ovariano mensal = é o ciclo menstrual no que diz respeito à sua relação com o ovário e consiste em três fases sucessivas: º A fase folicular º A ovulação º Fase lútea Fase folicular (primeira metade do ciclo ovariano) Desde antes do nascimento até o final dos anos reprodutivos da mulher, o córtex ovariano contém muitos milhares de folículos, a maioria dos quais constituído em folículos primordiais. Cada um desses folículos primordiais é formado por um ovócito circundado por uma única camada de células de sustentação planas chamadas células foliculares. No início de cada ciclo ovariano, 6-12 folículos primordiais começam a crescer, iniciando a fase folicular, que dura duas semanas. Além dos estágios menores, o crescimento é estimulado pelo hormônio folículo-estimulante (FSH) secretado pela adeno-hipófise. Quando um folículo primordial começa a crescer, suas células foliculares planas tornam-se cuboides e o ovócito fica maior. Agora o folículo se chama folículo primário. Em seguida, as células foliculares se multiplicam e formam um epitélio estratificado em volta do ovócito, desse ponto em diante as células foliculares chamam-se células granulosas. O ovócito desenvolve uma camada glicoproteica chamada zona pelúcida (cinturão transparente), uma concha protetora que o espermatozoide precisa penetrar para fertilizar o ovócito, Á medida que as células granulosas continuam a se dividir, uma camada de tecido conjuntivo chamada teca do folículo (caixa em volta do folículo) condensa-se em volta da parte externa do folículo (folículo 4). As células externas da teca são fusiformes e assemelham- se a células musculares lisas; as células internas da teca têm forma de lágrima e secretam hormônios. são estimuladas pelo hormônio luteinizante a secretar androgênios (hormônios sexuais masculinos). As células granulosas vizinhas, sob a influência do hormônio folículo-estimulante, convertem os androgênios em hormônios sexuais femininos, os estrogênios (estrógenos) Depois de secretados na corrente sanguínea, os estrogênios estimulam o crescimento e a atividade de todosos órgãos sexuais femininos. Os estrogênios também sinalizam a mucosa uterina a se refazer após cada período menstrual. No próximo estágio do desenvolvimento folicular, um liquido transparente acumula-se entre as células granulosas e coalesce, formando uma cavidade cheia de fluido chamada antro (caverna); Agora o folículo é um folículo antral. O antro expande-se com fluido até isolar o ovócito, junto com uma capa circundante de células granulosas chamada coroa radiada. Por fim o folículo atinge o tamanho pleno, alcançando um diâmetro de 2cm. Esse folículo ovariano maduro está pronto para ser ovulado. Dos muitos folículos que crescem na fase folicular, a maioria morre e degenera ao longo do caminho, de modo que apenas um folículo por mês completa o processo de maturação e expele seu ovócito de um ovário para a potencial fertilização. Essa expulsão, chamada ovulação, ocorre logo após o término da fase folicular, aproximadamente no 14 dia do ciclo ovariano. Ovulação (metade do ciclo ovariano) A ovulação ocorre aproximadamente na metade de cada ciclo ovariano. Nesse processo um ovócito sai de um dos ovários femininos e entra na cavidade peritoneal, sendo varrido para uma tuba uterina. O sinal para a ovulação é a liberação repentina de uma grande quantidade de hormônio LH pela adeno-hipófise , um pouco antes do 14 dia. No processo de ovulação, a parede ovariana sobre o folículo incha, afina e destila fluido; Depois ela se rompe e o ovócito sai, circundado por sua coroa radiada. Uma decomposição enzimática da parede do folículo, seguida por uma contração de células similares ás células musculares da camada externa da teca que retrai o folículo, seguida por uma contração de células similares ás células musculares da camada externa de teca que retrai o folículo e deixa o ovócito fora do ovário. Fase lútea (segunda metade do ciclo ovariano) Após a ovulação, a parte do folículo que fica no ovário desmorona e sua parede é lançada em dobras onduladas. Essa estrutura, agora chamada corpo lúteo (corpo amarelo), consiste nas camadas restantes de granulosa e teca. O corpo lúteo não é uma estrutura degenerativa, mas uma glândula endócrina que persiste na segunda metade, ou fase lútea, do ciclo ovariano. Ele secreta estrogênios e outro hormônio chamado progesterona que age na mucosa do útero, sinalizando-o para se preparar para a implantação de um embrião. No entanto, se isso não ocorrer , o corpo lúteo morre após duas semanas e se transforma em uma cicatriz chamada corpo albicans (corpo branco). O corpo albicans permanece no ovário durante meses, encolhendo-se até ser finalmente fagocitado por macrófagos. Ciclo uterino É o ciclo menstrual, já que envolve o endométrio. Especificamente ele é uma série de fases cíclicas pelas quais o endométrio passa mensalmente enquanto responde ás variações de nível dos hormônios ovarianos no sangue. Essas fases endometriais são bem coordenadas com as fases do ciclo ovariano, que por sua vez são ditadas pelos hormônios hipofisários FSH e LH. O ciclo uterino possui 3 fases: 1. Fase menstrual (1 ao 5 dia), na qual a camada funcional é eliminada para o meio externo; 2. Fase proliferativa (6 ao 14 dia), na qual a camada funcional é reconstituída; 3. Fase secretória (15 ao 28 dia), na qual o endométrio se prepara para a implantação de um embrião. VAGINA A vagina (bainha) é um tubo de paredes finas situado inferiormente ao útero, anteriormente ao reto e posteriormente á uretra e á bexiga. Chamada frequentemente de canal do parto, pois proporciona uma passagem para o nascimento do bebê. Ela também recebe o pênis e o sêmen durante o intercurso sexual. A parede altamente distensível da vagina é composta por 3 camadas> adventícia externa de tecido conjuntivo fibroso, uma muscular de músculo liso e uma mucosa interna, marcada por pregas transversais, as rugas vaginais. Essas pregas estimulam o pênis durante o seu intercurso e achatam-se a medida que a vagina se expande durante o parto. A mucosa consiste em uma lâmina própria, que contém fibras elásticas que ajudam a vagina a retomar sua forma normal após se expandir, e um epitélio escamoso estratificado que consegue suportar o atrito do intercurso e resiste á infecção bacteriana. Além disso o glicogênio das células epiteliais liberado na luz é fermentado por bactérias residentes benéficas, sendo transformado em ácido lático; A acidez resultante desestimula o crescimento das bactérias nocivas, mas também é hostil ao espermatozoide Próximo a abertura da externa da vagina chamada de óstio da vagina, a mucosa forma um diafragma incompleto chamado hímen (membrana) O hímen é vascularizado e tende a sangrar quando se rompe durante o primeiro intercurso sexual. No entanto, sua consistência varia: em algumas mulheres, ele é delicado e pode se romper durante a atividade esportiva, na inserção de um absorvente interno ou em um exame pélvico; ás vezes o hímen é tao rígido que precisa ser rompido cirurgicamente para que seja possível a ocorrência de intercurso. Mamas As mamas são glândulas sudoríferas modificadas presente em ambos os sexos, mas que funcionam apenas nas mulheres lactantes, quando produzem leite para nutrir o beb~e em resposta á estimulação hormonal. Em termos embrionários, as mamas formam-se como parte da pele, surgindo ao longo das linhas bilaterais que passam entre a axila e a virilha, lateralmente no tronco do embrião. Essas cristas mamárias embrionárias persistem apenas na parte média do tórax, onde se formam as mamas definitivas. Aproximadamente uma pessoa em 500 desenvolve mamilos ou mamas adicionais 9acessórios), que podem ocorrer em qualquer lugar ao longo da crista mamária. A base cônica das mamas nas mulheres estende-se da segunda costela superiormente até a sexta costela inferiormente. Sua margem medial coincide com o esterno e seu limite lateral é a linha medioaxilar, que é reta e se estende inferiormente a partir do meio da axila. Os músculos profundos ás mamas são a cada lado, o peitoral maior e menor e partes do serrátil anterior e oblíquo externo. As artérias principais para a mama são a artéria torácica lateral e os ramos cutâneos da torácica interna e das intercostais posteriores Os vasos linfáticos que drenam as mamas se dirigem aos linfonodos paraesternais (nódulos ao longo das artérias torácicas internas) e para os linfonodos axilares na axila. O mamilo (papila mamária), a área central saliete da qual o bebê suga o leite, é circundado por um anel de pele pigmentada, a aréola (pequena área aberta). Durante a amamentação, grandes glândulas sebáceas na aréola produzem uma secreção oleosa que minimiza cortes e rachaduras na pele do mamilo. Internamente, a glândula mamária consiste em 15 a 25 lobos, sendo cada um deles uma glândula alveolar composta (glândulas mamárias) que se abre no mamilo. Os lobos são separados um dos outros por uma grande quantidade de tecido adiposo e por faixas de tecido conjuntivo interlobar que formam os ligamentos suspensores das mamas. Esses ligamentos vão dos músculos esqueléticos subjacentes e fornecem, como o nome sugere, suporte para as mamas. Os lobos da mama consistem em unidades menores> lóbulos, compostas de minúsculos alvéolos, ou ácinos, agrupados como um cacho de uva. A parede dos alvéolos consiste em um epitélio cuboide simples de células secretoras de leite. Partindo dos alvéolos, o leite passa por ductos cada vez maiores até chegar aos ductos maiores > ductos lactíferos, situados profundamente no mamilo. Profundo á aréola, cada ducto lactífero possui uma região dilatada chamado seio lactífero, onde o leite se acumula durante a amamentação. A estrutura glandular da mama é pouco desenvolvida nas mulheres não grávidas. Durante a infância a mama das meninas consistem apenas em ductos rudimentares, como as mamasdos homens durante toda a vida. Quando uma menina chega á puberdade, esses ductos crescem e ramificam-se, mas os lóbulos e alvéolos ainda não existem. (aumento da mama na puberdade se deve á deposição de gordura) os alvéolos glandulares finalmente se formam – a partir dos ductos menores – mais ou menos no meio da gravidez, e a produção de leite começa alguns dias após o parto. O câncer de mama que geralmente surge nos ductos, é uma causa importante de morte por câncer nas mulheres. O desenvolvimento da glândula mamária inicia-se com a puberdade. PUBERDADE º • Puberdade normal: • Em meninas: • Entre 8 e 12 anos – Telarca • Em meninos: • Entre 9 e 14 anos – Aumento do volume testicular (4mL) º As oogônias são formadas exclusivamente durante a vida intrauterina; no feto, os oócitos I iniciam a divisão de maturação antes do nascimento, mas não se completa a prófase, que ocorrerá somente após a puberdade, precedendo imediatamente a ovulação, que é singular, em cada ciclo. Assim, o óvulo de uma adolescente de 14 anos tem essa idade ou um pouco mais, uma vez que, ao nascer, as células germinativas contavam já alguns meses; pela mesma razão, o óvulo de uma mulher de 40 anos tem 40 anos ou ligeiramente mais. º As glândulas sudoríferas écrinas começam a funcionar logo após o nascimento, já as glândulas sudoríferas apócrinas começam a funcionar apenas na puberdade. Assim também são as glândulas sebáceas. Na puberdade, a secreção de hormônios conhecidos como hormônios sexuais causa um efeito profundo sobre o crescimento ósseo. Os hormônios sexuais englobam os estrogênios (produzidos pelos ovários) e androgênios como a testosterona (produzidos pelos testículos). Embora as mulheres apresentem níveis muito mais elevados de estrogênios e os homens níveis mais altos de androgênios. As mulheres também apresentam baixos níveis de androgênios e os homens baixos níveis de estrogênio. As glândulas suprarrenais de ambos os sexos produzem androgênios Outros tecidos como o do tecido adiposo, conseguem converter androgênios em estrogênios. Esses hormônios são responsáveis pela intensificação da atividade dos osteoblastos, pela síntese de matriz extracelular óssea e pelo “estirão de crescimento” que ocorre durante a adolescência. Os estrogênios promovem também alterações no esqueleto típica das mulheres, como alargamento da pelve. sobretudo o estrogênio nos dois sexos, cessam o crescimento nas lâminas epifisiais (de crescimento), interrompendo o alongamento dos ossos Em geral o crescimento em comprimento dos ossos termina mais cedo nas mulheres do que nos homens, pelos altos níveis de estrogênio. Nas meninas, os estrogênios promovem o acúmulo de tecido adiposo nas mamas e nos quadris, modelando a forma feminina e ajudam a manter as características sexuais femininas secundárias A puberdade é o período em que as características sexuais secundárias começam a se desenvolver e o potencial para a reprodução sexual é alcançado. O início da puberdade é marcado por pulsos ou picos de secreção de Lh e FSH, cada um desencadeado por um impulso de GnRH, a maior parte dos pulsos ocorre durante à noite TABELA DE TANNER Estadiamento de Tanner ou estadiamento puberal: criada em 1962, por um médico inglês: J.M. Tanner. • Método visual. • Ferramenta utilizada diariamente durante a descrição do exame físico de crianças e adolescentes. • Descreve a MATURAÇÃO SEXUAL em meninos e meninas. • Padroniza e simplifica a descrição do exame físico. • Pode permitir diagnósticos de patologias como: • puberdade precoce, rapidamente progressiva ou retardada. CLASSIFICAÇÃO Meninas: • Mamas - M1 a M5 • Pêlos - P1 a P5 • Exemplo: M2P3 • Meninos • Genitais - G1 a G5 • Pêlos - P1 a P5 • Exemplo: G1P2
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