Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
@nutribyancacarneiro Estudos Epidemiológicos Tipos de estudos epidemiológicos - São utilizados com o intuito de melhor conhecer a saúde da população, os fatores que a determinam, a evolução do processo da doença e o impacto das ações propostas para alterar o seu curso. E com isso, são classificados da seguinte forma. 1. Quanto ao propósito geral do estudo (descritivos ou analíticos) 2. Quanto a unidade em estudo (um indivíduo ou grupos). 3. Quanto a intervenção do investigador (estudos de observação ou de intervenção) 4. Quanto a direção temporal das observações (prospectivos, retrospectivos, transversais e longitudinais). Estudos descritivos x Analíticos Descritivos Analíticos Tem o objetivo de informar sobre a distribuição de um evento, na população, em termos quantitativos. Ex.: Os padrões de crescimento e desenvolvimento de crianças normais ou daquelas acometidas por uma determinada doença. São aqueles delineados para examinar a existência de associação entre uma exposição e uma doença ou condição relacionada à saúde. Seu foco é estudar a relação entre “Causa” e o “Efeito” e vice- versa. Ex.: Causa – obesidade; Efeito – diabetes mellitus. Estudos ecológicos - São estudos que abordam áreas geográficas ou blocos de população bem delimitados, analisando comparativamente variáveis globais, quase sempre por meio da correlação entre indicadores de condições de vida e indicadores de situação de saúde. Ex.: uma pesquisa comparativa da situação de saúde em uma amostra de fábricas; ou um estudo que avalia o perfil epidemiológico das prisões em uma região. Estudos de intervenção - Estudos de intervenção ou ensaios comunitários fazem parte do grande grupo de estudos experimentais, que incluem ensaios clínicos e experimentos laboratoriais. → Destaque para os Ensaios Comunitários Controlados Randomizados (ECCR) que, cada vez mais, têm sido aplicados em pesquisas de avaliação tecnológica de intervenção orientadas à promoção e proteção da saúde das populações e são considerados "padrão-ouro" para a avaliação de tratamentos. - Uma intervenção deve ser objeto de estudos preliminares que forneçam fortes evidências de que haverá efeitos positivos sobre a saúde: • A intervenção possa reduzir a chance de adoecimento pela causa que é capaz de prevenir (tenha alta eficácia ou efetividade) e que não gere efeitos adversos importantes ou que, quando estes ocorram, sejam bastante inferiores aos benefícios (tenha segurança). • No campo da Saúde Coletiva, esse desenho tem sido amplamente usado para avaliar eficácia/efetividade de vacinas e outras intervenções antes que venham a ser recomendadas para ampla utilização em populações. @nutribyancacarneiro Ensaio clínico controlado - O ensaio clínico controlado é randomizado quando a intervenção é alocada de maneira aleatória entre os sujeitos da pesquisa. - Os pacientes que serão estudados são selecionados de uma população com a mesma condição de interesse, aplicando critérios de inclusão e exclusão para entrarem no estudo. - Os pacientes selecionados são, então, divididos em dois grupos (ou mais), usando o processo de randomização. - Assim, cada paciente apresenta chance igual de receber ou não a intervenção, possibilitando que fatores relacionados com o prognóstico da doença, conhecidos ou não conhecidos, se distribuam mais igualmente entre os grupos de comparação. - Um grupo, chamado grupo experimental, é exposto à intervenção; o outro grupo, chamado grupo de controle (ou de comparação), não recebe a intervenção em estudo, mas pode receber um tratamento placebo ou um tratamento já padronizado para a doença. Estudos de coorte - Em epidemiologia, uma coorte se refere a um grupo de indivíduos, pertencentes a uma mesma população, que é acompanhado durante certo período com vistas a estudar a ocorrência de um ou mais desfechos. - É justamente esse período de acompanhamento que diferencia esse desenho dos estudos transversais e de caso- controle, caracterizando-o como um estudo longitudinal. - É justamente esse período de acompanhamento que diferencia esse desenho dos estudos transversais e de caso- controle, caracterizando-o como um estudo longitudinal. - Desse modo, estudos de coorte apresentam e se baseiam na análise de dados de incidência. Dois tipos básicos de estudos de coorte podem ser levados a cabo: prospectivos e retrospectivos. Coortes prospectivas seguem o sentido temporal usual, ou seja, iniciam o acompanhamento dos sujeitos no presente e os seguem para a avaliação do desfecho no futuro. Estudos caso-controle - Estudos de caso-controle se baseiam na comparação de um grupo que apresenta o desfecho (caso) de interesse com outro grupo que não o apresenta (controle). - Como a constituição dos grupos é fundamentada na ocorrência do desfecho, diz-se que estudos de caso-controle são retrospectivos, pois, a partir dessa caracterização, busca-se identificar diferenças existentes entre esses grupos, as quais possam explicar tal ocorrência. - Esse tipo de estudo pode ser utilizado quando o fenômeno de interesse é raro ou de longa duração (crônico). Em geral, o tamanho amostral tende a ser menor e, consequentemente, exige menos tempo e apresenta baixo custo. Assim, como os estudos transversais, os estudos de caso- controle são bons para gerar hipóteses para serem verificadas com desenhos mais complexos. - Em resumo, a estrutura do estudo de caso- controle baseia-se na extração de duas amostras de duas populações distintas em relação à ocorrência do desfecho e na análise retrospectiva da ocorrência de supostos fatores de risco. Estudos descritivos - Estudos descritivos - do tipo populacional, individual (relato de caso e série de casos) ou transversal. - O relato de caso é o tipo mais básico de estudo descritivo individual, consistindo numa descrição detalhada de aspectos novos relacionados com uma doença num único paciente. - O relato de caso pode ser expandido em uma série de casos, quando características @nutribyancacarneiro de uma doença são descritas em mais de um paciente. - O estudo transversal (cross-sectional) coleta informações acerca do fator de estudo (exposição e não exposição) e do desfecho/doença (doença e não doença) num grupo de indivíduos no mesmo ponto do tempo. Esse momento de tempo pode ser um ponto fixo durante o curso de eventos (por exemplo, momento da entrada do indivíduo no primeiro emprego) ou um período especificado do estudo (1 mês, 1 ano). - Assim, os estudos transversais produzem informações acerca da frequência (prevalência) tanto de uma doença na população e dos fatores de risco em determinado tempo como também podem encontrar associações. Revisão sistemática - Uma revisão sistemática (RS), assim como outros tipos de estudo de revisão, é uma forma de pesquisa que utiliza como fonte de dados a literatura sobre determinado tema. - Esse tipo de investigação disponibiliza um resumo das evidências relacionadas com uma estratégia de intervenção específica, mediante a aplicação de métodos explícitos e sistematizados de busca, apreciação crítica e síntese da informação selecionada. As revisões sistemáticas são particularmente úteis para integrar as informações de estudos primários sobre tratamento, bem como identificar temas que ainda necessitam de investigaçõesfuturas (por falta de evidências). - Embora as RS sejam realizadas, principalmente, para questões sobre intervenção e utilizando-se dos ensaios clínicos randomizados, os mesmos princípios metodológicos são usados para se fazer RS sobre questões de risco, diagnóstico ou prognóstico.
Compartilhar