Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Bioquímica Metabólica Gabriele Babel | MED FURB LII Metabolismo do colesterol e lipoproteínas • O colesterol modula a fluidez das membranas nos eucariontes e também é precursor de hormônios esteroides, como a progesterona, testosterona e cortisol. • O problema do colesterol está relacionado com os hábitos alimentares, estilo de vida e questão genética; • Soro lipênico → com excesso de lipídeos no sangue Lipoproteínas Possuem parte lipídica (apolar) + parte proteica (polar e em contato com o sangue) • São aglomerados não celulares (sem núcleo, sem citoplasma, sem mitocôndrias), mas são aglomerados de lipídeos e proteinas; • Insolúvel em água e formam micela (anfípática → parte polar e parte apolar) • Plasma e linfa • Função de transporte de lipídeos • Esterificação do colesterol (HDL): 70% do colesterol do plasma está esterificado com um ácido graxo; Converte o colesterol em uma forma ainda mais hidrofóbica/apolar; Esterificar (síntese de éster) ajuda no armazenamento e no transporte Reações de esterificação 1. TECIDOS- Acil-coA-colesterol aciltransferase (ACAT) → faz a esterificação para armazenar nos tecidos 2. PLASMA (HDL) – LCAT (Lecitina- colesterol) → faz a esterificação para o transporte ACAT esterifica a hidroxila do colesterol, formando o ester de colesterol ESTRUTURA • Centro: lipídeos (hidrofóbico/ apolar) • Superfície: lipídeos mais polares (colesterol livre, não esterificado) e proteínas (apoproteínas: são proteínas, têm como função a SINALIZAÇÃO). Se não há sinalização, ele fica circulante e então se acumula no sangue, obstrui. ➔ Quando há uma obstrução de um vaso, pode ser um excesso de lipídeos mas também um erro nas apoproteínas • Constante renovação • Transportam: TG (triglicerídeos), colesterol e fosfolipídeos • HDL está associada à parte proteica e as apoproteinas, por isso são importantes, ajudam na sinalização. CLASSIFICAÇÃO • Quilomicrons (maior e mais leve) • VLDL (lipoproteína de muito baixa densidade) • LDL (lipoproteína de baixa densidade) • HDL (lipoproteína de alta densidade) * Quilomicrons = quilomicra. Todos tem proteínas porque precisam da sinalização. As lipoproteínas existem para resolver a questão do transporte de gorduras em um ambiente aquoso como o sangue Triglicerídeos aumentado. Devido ao excesso de colesterol, não é possível realizar exames de sangue Lipídeo é leve, mas ocupa muito espaço → baixa densidade Proteína é pesada, mas ocupa pouco espaço → alta densidade Bioquímica Metabólica Gabriele Babel | MED FURB LII APOPROTEÍNAS A maior parte das apoproteínas estão relacionada a HDL, já que o HDL doa apoproteínas; É o LDL que inicia a placa de arterosclerose, por isso a grande importância de ter níveis controlados deste. *Lipoproteína lipase é sinônimo de lipase lipoproteica • São sintetizados no RE das células epiteliais que recobrem o intestino delgado • Transporta triglicerídeos da dieta para os tecidos onde são consumidos ou armazenados como combustível • Moléculas sinalizadoras: Apo B-48, Apo-E e ApoC-II • A maior parte quilomicron é composto por TG A gordura (composta por TG) ingerida pela dieta vai em direção ao estômago, e são emulcificados pelos sais biliares e depois vão para o intestino delgado; O triglicerídeo (quilomicrom) é uma molécula grande, ou seja, não consegue passar pela mucosa intestinal (não passa por membrana), por isso é importante a presença de enzimas para a quebrar a molécula de triglicerídeos→ a lipase intestinal, quebrando a molécula de TG em ácido graxo e colesterol; O ácido graxo consegue atravessar membrana, assim, ele atravessa a mucosa intestinal, é incorporado pelo quilomícron (para circular livremente no sangue) e volta a ser TG; O quilomicron é sinalizado pela ApoC-II (ativa a lipoproteina lipase) e encontra essa enzima nos capilares, para ativá-la; O TG é quebrado e atravessa a membrana das células, sai dos capilares e vai em direção ao tecido, onde fica armazenado (tecido adiposo, coração, músculo esquelético e glândula mamária) QUILIMICRON REMANESCENTE: e enzima lipoproteina lipase está na membrana das células e reconhece a ApoC-II do quilomicron, que tem como função ativar essa enzima. Essa enzima quebra o TG em colesterol e ácidos graxos (que entram nos tecidos). O quilomicron devolve a ApoC-II ao HDL e se torna quilomicron remanescente (quando o quilomicron perde o TG e a ApoC-II), volta ao fígado, sendo reconhecido pelo receptor pela Apo-E (reconhece os remanscentes –“sobras”) QUILOMICRONS Bioquímica Metabólica Gabriele Babel | MED FURB LII Depois de quebrado em ácido graxo e glicerol, ele pode ser convertido em TG novamente ou em ATP. O principal problema do colesterol é ele circulante • Transporta TG do fígado para os tecidos onde serão consumidos ou armazenados como combustível • Excesso de carboidratos da dieta também pode ser convertido em TG no fígado e exportado pelo VLDL • Colesterol e ésteres de colesterila • Perda do TG transforma em VLDL remancescente ou IDL • Quando há muito TG do tipo VLDL, não é por causa da dieta, mas por conta do metabolismo Moléculas sinalizadoras: ApoB-100, ApoC-II, apoC-III e apoE VLDL vai originar a LDL O VLDL nasce no fígado, pode ganhar Apo do HDL, e se tona VLDL madura, que vai para os tecidos extra-hepáticos. Quando há aumento de ácido graxo, há baixa de VLDL e síntese de Apos → ESTEATOSE HEPÁTICA. É gordura no fígado, pode ter causa alcoólica ou não. A esteatose é relacionada ao excesso de triglicerídeos. Com o tempo do alcoolismo, há uma diminuição de VLDL (transporta a gordura do fígado para os tecidos) e, por consequência, o triglicerídeos não sai do fígado, se acumulando e não indo para os tecidos. Se tem pouca Apo, pode ter pouca VLDL → alcoolico tem os dois. No caso da esteatose não alcoolica, ocorrem em decorrencia de um jejum prolongado e diabetes; *As moléculas de VLDL tem muito triglicerídeos. Insulina → aumenta a enzima lipoproteica lipase (LPL), diminuindo a quantidade de TG, já que vai quebrá-lo em ácido graxo e glicerol. Reduz assim a taxa de glicose no sangue. Heparina → anticoagulante de emergência. Dado pra pacientes que infartaram pra evitar coagulação do sangue. A heparina solta a lipase lipoproteica da membrana do tecido extra-hepático, fazendo com que essa enzima perca sua atividade. Por consequencia, há aumento de TG, já que não é possível quebra- lo por falta da enzima LPL. Do fígado sai o VLDL (contém a ApoC-II). Depois nos tecidos extra-hepáticos há a quebra dos TG. A lipoproteina lipase reconhece a Apo-C II pra quebra do TG • ApoC-II → ativa a Lipase lipoproteica • Apo E → reconhece os remanescentes • Apo B-100 → ligação da LDL com o receptor de membrana. Diabético → tem VLDL, tem Apo, mas não tem a enzima LPL. Terá o VLDL circulante, já que o TG não vai conseguir ser quebrado para entrar nos tecidos. Drogas, por exemplo o clorofórmio, causa baixa de VLDL Espécies reativas de oxigênio → aumentam a formação da esteatose hepática. A vitamina E age como antioxidante. Remanescente de VLDL → ISL • Triglicerídeo sai do fígado através da VLDL; • VLDL nascente: tem TG, colesterol, ApoB-100, ApoE e ApoC. • A quantidade de ApoE e ApoC são insuficientes, então a HDL doa uma quantidade pro VLDL. VLDL Bioquímica Metabólica Gabriele Babel | MED FURB LII • Aí ela se torna a VLDL madura (vai pra um tecido extra- hepático). • Vai encontrar na membranas das células do tecido extra- hepático a LPL, que vai quebrar o TG em ácido graxo e glicerol. • Ácido graxo entra na célula, pode ser armazenado ou pode ser usado energeticamente (ATP). • Sobraum pouco de IDL (VLDL remanescente), que tem a ApoE, ApoB-100 e TG. • Quando há quebra do TG, ela devolve a Apo C pro HDL. • O IDL se transforma em LDL na liberação do TG; • Por causa da ApoE, a IDL encosta no receptor de LDL, e libera o TG do IDL, transformando-se em LDL • O fígado (recebe 70% do LDL) e os tecidos extra-hepáticos (recebe 30% do LDL)possuem receptores de LDL • É o colesterol ruim // é produzido pelo VLDL • A remoção de TG transforma a IDL em LDL, por conta da ApoE do IDL. Quando o IDL encosta no receptor de LDL, há a liberação do TG • Possui colesterol e ésteres de colesterila • Possui a ApoB-100 (→ sinaliza o receptor da LDL na membrana). • Vai ser direcionada para o fígado (maioria- 70%) ou para os tecidos extra-hepáticos (minoria 30%), já que ambos possuem receptores de LDL. • Contém receptores específicos para reconhecimento dessa Apoproteína • Molécula de LDL, com colesterol e ApoB-100, está circulante. • O LDL vai então pro fígado ou tecido extra-hepático. Para entrar na célula ela precisa de receptor, que reconhece a ApoB-100, se ligam e então a molécula de LDL vai ser internalizada. • Dentro da célula ela atua como fagossomo, recebe a ação dos lisossomos (é digerido) e no fim, ocorre a quebra e sobra colesterol (na forma de gotículas de gordura) • O colesterol é esterificado através ACAT, isso ajuda no armazenamento. • Conforme vai entrando colesterol, há a sintese de novos receptores de LDL (no RER). Esses novos receptores movem-se para a membrana plasmática via o Complexo de Golgi. O colesterol que sobrou, pode se esterificado através da ACAT para ser armazenado (através do éster de colesterila) ou pode ser usado para produzir hormônios, sais biliares, vitamina D... Se há alta concentração de colesterol, inibe-se a síntese de receptores de LDL (não precisa mais receber colesterol pois já tem bastante). Inibe a HMG-CoA-redutase (enzima sinalizadora da síntese de colesterol). LDL Bioquímica Metabólica Gabriele Babel | MED FURB LII Na falta de colesterol, ativamos essa enzima e se tiver demais, a inibimos →É uma enzima reguladora. Como neste caso há muito colesterol, inibimos a HMG-CoA-redutase, para não produzir mais colesterol. Quando o paciente tem muito colesterol, podem ser dados estatinas, que vão inibir a ação da HMG-CoA-redutase, impedindo que a célula receba mais colesterol. Se eu diminuir a síntese do receptor, diminui a síntese do colesterol (pois ambos são regulados da mesma forma) A LDL circulante sofre facilmente ação dos radicais livres (produto do nosso metabolismo) → forma a LDL oxidada. Ela é quem da início a formação da placa de aterosclerose. Colesterol é importante para a produção de hormônios, fluidez de membrana, sais biliares, lubrificação de vasos. O problema do colesterol é ele CIRCULANTE, precisa estar no fígado ou nos tecidos extra-hepáticos. Já que é no sangue que ele forma a placa de aterosclerose. PLACA DE ATEROSCLEROSE A aterosclerose é uma inflamação, por conta do acúmulo de placas de gordura, cálcio e outros elementos nas paredes das artérias. Se caracteriza pelo enrijecimento e estreitamento das artérias devido ao acúmulo de gordura em suas paredes, conhecido como ATEROMA; Com o passar dos anos, há o estreitamento do vaso, podendo chegar à obstrução completa, restringindo o fluxo sanguíneo na região. Com isso, a região recebe menos oxigênio e tem suas atividades afetadas. A aterosclerose pode formar coágulos. Pode causar embolia pulmonar (bloqueio de uma ou mais artérias dos pulmões causada por gordura, ar, coágulo de sangue ou células cancerosas). FORMAÇÃO DA PLACA DE ATEROSCLEROSE A placa de aterosclerose se inicia com o colesterol (LDL, VLDL, quilomícrons), proteínas fibrosas, depósitos de cálcio (cálcio deixa as placas mais rígidas), plaquetas sanguíneas e restos celulares. • A LDL circulante é oxidada pela ação dos radicais livres, formando LDL oxidado. • A LDL oxidada é reconhecida pelos monócitos, e estes depois vão ser convertidos em macrófagos; • O macrófago consome o LDL oxidado, formando as células espumosas (o macrófago incorpora várias LDL oxidada, que vão se aderindo ao endotélio das células → formação das placas). • As células espumosas acumulam-se, liberando fatores de crescimento e citocinas, que se acumulam. Podem produzir colágeno também. • Enquanto a LDL deposita colesterol, a HDL tenta retirar o colesterol das nossas artérias, por isso a importância de ter bastante HDL. PCR → encontra-se em alta concentração caso há uma inflamação. Quando tem PCR elevado junto com o colesterol e TG elevados, pode haver a possibilidade de formação das placas. Origina-se no fígado e no intestino delgado Ela retira as lipoproteínas circulantes no sangue, ela doa Apo para lipoproteínas também (ação de faxina). Retira o colesterol dos tecidos Rica em apoproteínas (ApoA-I, ApoC-II, ApoE) Possui a enzima LCAT (usada para transporte) que catalisa a formação de ésteres de colesterila a partir da lecitina e colesterol. HDL Bioquímica Metabólica Gabriele Babel | MED FURB LII A LCAT na superfície das partículas HDL nascente convertem o colesterol e a fosfatidilcolina dos remanescentes do quilomícrons e da VLDL em ésteres de colesterila, dando formação ao HDL Faz transporte reverso → Capta colesterol dos tecidos extra- hepáticos e as transporta para o fígado, onde a gordura é degradada. A classificação de Fredrickson explica a forma fenotípica da dislipidemia → alterações no metabolismo dos lipídeos decorrentes de distúrbios em qualquer fase do metabolismo lipídico, que ocasionem repercussão nos níveis séricos -de soro- das lipoproteínas. Quando há triglicerídeos, a amostra fica com um aspecto branco leitoso. A tipo II é a mais comum entre todas as classificações, pois está relacionada com a Hipercolesterolemia Familiar. A diferença entre a classificação de II-a e II-b é que a II-a tem triglicerídeos normal, enquanto a II-b tem triglicerídeos aumentado. VLDL ou quilomícrons elevados, terá triglicerídeos elevado também • Uma flecha: valor entre 400 mg/dL • Duas flechas: valor entre 600 mg/dL HIPERCOLESTEROLEMIA FAMILIAR Doença genética; Aumento de colesterol e TG. Há tanto no sangue, que o colesterol acaba extravasando para os tecidos; É relacionada com número reduzido de receptor de LDL; Causa ataques cardíacos precoce; pode progredir para uma aterosclerose Tratamento com estatinas, um remédio para baixar o colesterol. A estatina inibe a enzima responsável pela formação do LDL. O remédio ajuda, por consequência, a evitar DAC Quando é heterozigótico, é mais fácil de ser tratado. Estes desenvolvem DAC antes dos 55 e 60 anos. Quando é homozigótico, a DAC é desenvolvida antes dos 20 anos e leva a morte se não for tratado. Xantelasma= aumento de colesterol Xantoma= aumento de TG CLASSIFICAÇÃO DE FREDRICKSON Bioquímica Metabólica Gabriele Babel | MED FURB LII A dieta pode desempenhar um importante papel na redução do colesterol; Substituir ácidos graxos saturados por poli-insaturados e monoinsaturados ➢ Óleo de milho e girassol = poli-insaturados ➢ Azeite de oliva = monoinsaturados ➢ Manteiga e gordura da carne = saturados ➢ Vinho tinto = antioxidante O estilo de vida afeta os níveis de colesterol: o hipertensão arterial o estresse o tabagismo o menopausa o obesidade o falta de exercícios físicos Estrutura e composição do colesterol: • Maior parte da síntese de colesterol ocorre no fígado • Exportados: colesterol, sais biliares e ésteres de colesterila • Síntese de membranas celulares, produção de hormônios sexuais e vitamina D Diretriz antiga:Diretriz atualizada: Sempre perguntar para o paciente se ele está em jejum ou não. Fórmula de Friedewald Colesterol LDL= [colesterol total] – [colesterol HDL] – [triglicerídeos] /5 VLDL= TG/5 COLESTEROL
Compartilhar