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métodos etc. tem efeito, aqui, portanto, quase simultâneo sobre o capital
adicional e sobre o capital que já se encontra em funcionamento. Cada
progresso da Química multiplica o número das matérias úteis e as
aplicações úteis das já conhecidas, e amplia assim, com o crescimento
do capital, sua esfera de aplicação. Ele ensina, ao mesmo tempo, como
lançar os excrementos dos processos de produção e de consumo de
volta ao ciclo do processo de reprodução e cria, portanto, sem prévio
dispêndio de capital, nova matéria para o capital. Assim como a ex-
ploração aumentada das riquezas naturais mediante mera tensão mais
alta da força de trabalho, ciência e técnica constituem uma potência
independente da grandeza dada do capital em funcionamento para sua
expansão. Ela reage, ao mesmo tempo, sobre a parte do capital original
que entrou em seu estágio de renovação. Em sua nova forma o capital
incorpora gratuitamente o progresso social realizado atrás do pano de
sua forma antiga. É certo que esse desenvolvimento da força produtiva
é, ao mesmo tempo, acompanhado por uma depreciação parcial de ca-
pitais em funcionamento. Na medida em que essa depreciação se faz
sentir agudamente por meio da concorrência, o peso principal recai
sobre o trabalhador, com cuja exploração mais elevada o capitalista
procura se indenizar.
O trabalho transfere ao produto o valor dos meios de produção
por ele consumidos. Por outro lado, o valor e a massa dos meios de
produção postos em movimento por dada quantidade de trabalho cres-
cem na proporção em que o trabalho torna-se mais produtivo. Assim,
ainda que a mesma quantidade de trabalho agregue sempre a seus
produtos a mesma soma de valor novo, cresce todavia o antigo valor-
capital, que ela ao mesmo tempo lhes transfere, com produtividade
crescente do trabalho.
Um fiandeiro inglês e um chinês, por exemplo, podem trabalhar
o mesmo número de horas com a mesma intensidade, de modo que
ambos, em uma semana, produzem valores iguais. Apesar dessa igual-
dade, há enorme diferença entre o valor do produto semanal do inglês,
que trabalha com uma poderosa máquina automática, e o do chinês,
que possui apenas uma roca de fiar. No mesmo tempo em que o chinês
fia 1 libra de algodão, o inglês fia várias centenas de libras. Uma soma
várias centenas de vezes maior de valores antigos incha o valor de
seu produto, no qual são conservados sob nova forma mais útil e assim
podem funcionar de novo como capital.
“Em 1782", nos ensina F. Engels, ”toda a safra de lã dos três
anos precedentes permanecia ainda não processada, por falta de
trabalhadores, e teria permanecido assim se a maquinaria re-
cém-inventada não viesse em seu auxílio e não a tivesse fiado."485
OS ECONOMISTAS
238
485 ENGELS, Friedrich. Lage der arbeitenden Klasse in England. p. 20.

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