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Wendy Laila – MED FTC Semiologia nasossinusal As principais queixas relacionadas ao nariz e aos seios paranasais são: obstrução nasal, rinorreia/coriza, sangramentos, dor, espirros, coceira e alterações do olfato. Anatomia: duas cavidades nasais divididas entre si pelo septo nasal e várias cavidades paranasais que se comunicam, direta ou indiretamente através de seus óstios de ventilação e drenagem, com as fossas nasais, há necessidade da utilização de instrumental adequado, principalmente iluminação e espéculos nasais. Todas essas estruturas são revestidas com a mesma mucosa respiratória, tornando processos patológicos dessa região raramente restritos ao nariz ou somente aos seus paranasais. Exame: Wendy Laila – MED FTC Inicia-se pela inspeção e palpação da pirâmide nasal, na busca de desvios de linha média, sinais inflamatórios externos, pontos dolorosos, tumorações, e das narinas, tentando determinar a permeabilidade e outras alterações (desvios, tumores, pólipos, corpos estranhos). Para proceder à rinoscopia anterior, é utilizado o espéculo nasal com tamanho adequado de acordo com a narina do paciente. O médico não especialista pode utilizar o otoscópio com o otocone maior para a rinoscopia anterior, tentando visualizar o interior das fossas nasais. No exame objetivo do nariz, procura-se descrever desvios da parte anterior do septo, a cabeça dos cornetos inferiores e a cor da mucosa nasal (rósea nos normais, vermelha com secreção nas rinites agudas, azulada nos alérgicos e até a presença de algum corpo estranho). Rinossinusite: secreção purulenta saído pelo meato médio. Processo expansivo ou corpo estranho: secreção unilateral purulenta acompanhada por forte mau cheiro. O exame da parede lateral do nariz, permite verificar se há a saída de secreção purulenta dos meatos, o que auxilia no diagnóstico de rinossinusite. Endoscopia: acopladas ou não a dispositivo de captura de imagem para visualizar e documentar (videoendoscopia) são importantes. Esse exame usa-se fibras flexíveis e rígidas. • As flexíveis: tem uma imagem de menor qualidade do que os endoscópios rígidos, mas são mais aceitas tanto em adultos quanto em crianças, servindo para ver as cavidades nasais, rinofaringe, orofaringe, hipofaringe e laringe. • As rígidas: Tem a ponta passível de modificações de angulação até 90 graus Exames complementares: radiografia, tomografia, ressonância magnética. Principais queixas: - Rinorreia: chamada e coriza, corrimento e secreção nasal. As características do fluido têm relação direta com a sua origem. A características do fluido têm relação direta com a sua origem. • Coriza: ao usar esse termo, quer dizer que o paciente apresenta um quadro de natureza mais inflamatória e/ou infecciosa (rinites não infecciosas, rinites infecciosas) • Secreção ou “ranho” acredita-se que seja portador de infecções. • A característica da coriza/secreção tem como cor, transparência e espessura. • As características da coriza/secreções somente auxiliaram no diagnostico quando associada a questões de tempo, exame físico e exame complementares. Mucosa respiratória: composta por células produtoras de muco (caliciformes) em sua superfície e, na região submucosa, um número significativo de glândulas serosas e mucosas. Fazem parte da proteção das vias aéreas com características coelásticas e inflamatórias. Questionamentos: há quanto tempo? As suas características variam ou não durante o dia? Tem sintomas associados (prurido, espirros, lacrimejamento, dor de garganta) é anterior ou posterior (gota pós nasal)? Unilateral ou bilateral? Algum odor específico? Wendy Laila – MED FTC Principais diagnósticos diferenciais: Rinite alérgica, rinite não alérgica, resfriado comum/gripe, rinossinusite aguda ou crônica, corpos estranhos e fistula liquórica. • Sangramento Nasal • Idade do paciente e as características do sangramento a partir da anamnese (volume, uni ou bilateralidade, anterior e/ou posterior, vivo, associado a outros sinais e sintomas, obstrução nasal, pressão na face, febre) permitem uma dicotomização daqueles que apresentam sangramento tipicamente anteriores, e que apesar de causadores de transtornos sociais , não oferecem risco ao paciente, e aqueles que tem sangramento posterior com potencial para morbidade e mortalidade, originários de vasos mais calibrosos. • Obstrução nasal/ respirador oral • Queixa mais comum e de maior impacto na qualidade de vida dos pacientes. • Nariz congestionando, fechado. • O tempo de duração do problema, se uni ou bilateral, se há variância entre os lados, se há relação com a posição (decúbito dorsal ou ortastismo), época do ano, uso de medicações, exposição a alimentos, odores ou substancias químicas, cirurgia ou trauma prévio, presença de outros sintomas associados (coriza/rinorreia, espirros, prurido, sangramento, dor, alterações da pirâmide nasal ou faciais) • Em RNs, a obstrução nasal bilateral pode determinar uma emergência médica pela incapacidade de assumirem uma respiração oral de suplência. O exame físico: - Ectoscopia; palpação nasal; rinoscopia anterior; oroscopia; complementado com videoendoscopia rígida ou flexível, e se necessário diagnóstico diferencial e exames de imagens como TC e RM. • Tem 2 exames que mensura quantitativamente e de forma sistematizada a resistência e a área nasal (rinomanometria computadorizada e rinometria acústica) - só utilizados para pesquisa ou comparação no Pré e pós-operatório. • Dor de cabeça • Tem que investigar de forma cautelosa, pois muitas vezes é compreendida como sinônimo de sinusite por conta da presença de algum tipo de dor de cabeça em especial na região frontal, entre as órbitas ou na região temporal associada a presença de algum sintoma nasal (coriza, congestão, etc.) e/ou piora por exposição a variações de temperatura. • Apesar de ser um sintoma comum nas rinossinusites a maior parte dos pacientes com essa queixa não tem sinusopatia ou as alterações presentes não tem relação com a cefaleia. • A anamnese é essencial para o diagnostico diferencial complementada pelos exames de imagem como TC. Wendy Laila – MED FTC • Edema na face/ órbita • Aumento de volume na face com outras características inflamatórias (calor, rubor, dor), em geral na região orbitária e periorbitária, mas também em qualquer área. • O médico deve conduzir seu diagnóstico a partir da anamnese no sentido de afastar complicações infecciosas de processos nasossinusais, traumas e reações inflamatórias de caráter alérgico. • Distúrbios do olfato • O motivo mais frequente é a ausência completa e aguda desse sentido (anosmia) • Na prática esse sintoma surge quando o médico indaga o paciente em conjunto com outros sinais e sintomas nassosinusais (congestão, rinorreia/coriza, etc) em pacientes com diminuição (hiposmia) ou percepção de um odor ruim (parosmia). Semiologia Otológica A orelha humana cumpre duas funções fundamentais à vida: - É o órgão isoladamente responsável pelo elaborado sentido da audição - Representa um pilar fundamental na manutenção do equilíbrio As principais queixas otológicas dos pacientes se concentram em relação à audição e ao equilíbrio. Parte da via área superior, características anatômicas e fisiológicas: palco de diversos processos inflamatórios, infecciosos ou não, geradores de um grande e variado número de sinais e sintomas, como dor, zumbido, supuração, prurido, paralisia fácil. Principais queixas do paciente: dor, prurido/coceira, corrimento (supuração, otorreia, liquorreia, otorragia), surdez (hipoacusia), zumbudo, tontura/vertigem e paralisia fácil. Sintomas de acordo com o seu local de origem: 1. Orelha externa Otalgia/ otadinia: características da dor – unilateral ou bilateral, espontâneaou provocada, pontual ou difusa, com irradiação para a vizinhança, piornaod durante a mastigação- e se há história de cirurgia otológica ou fácil, natação, viagem aérea, traumatismo, otorreia, surgimento de linfonodos retro ou infra-auriculares, quadro de vidas aéreas superiores associados. Wendy Laila – MED FTC Otorreia – supuração ou corrimento: saber se a história da otorreia é: recente ou antiga; sua cor; se é sanguinolenta; se tem cheiro; se é abundante ou escassa. A otoscopia dá condições de verificar a origem do problema: orelha externa ou média. Hipoacusia condutiva Prurido 2. Orelha média Otalgia Otorreia Hipoacusia condutiva Autofonia 3. Orelha interna – labirinto - Anterior (cóclea) Hioiacusia sensório-neural Zumbidos- muitas vezes queixa relacionada a exposições temporárias a sons de intensidade elevada em eventos musicais, ambientes de dança ou no próprio trabalho. Representa algum tipo de dano à orelha interna. Classificação: Subjetivos (quando detectados pelo paciente), Objetivos (raros, detectados também pelo médico). Chiado, apito, motor, cigarras. Caráter (intermitente ou constante), uni ou bilateralidade, o momento do dia em que ocorrem, sintomas associados (otológicos ou não), e se há doenças sistêmicas presentes. Diplacusia Algiacusia Pressão - Posterior (canais semicirculares) Vertigem/ tontura – estabelecer um diagnóstico diferencial entre uma vertigem (labiríntica), uma vertigem periférica central (SNC) ou um evento cardiovascular (síncope). A perda de consciência não é uma característica da vertigem (labirintítica). Agorafobia – tende a arrastar os pés e aumentar o polígono de sustentação do corpo, além de se deslocar próximo das paredes evitando atravessar espaços amplos. A vertigem pode se apresentar em formas de crises acompanhadas de zumbido, palpitações, sinais neurovegetativos (suor/palidez/náuseas e/ou vômitos/palpitações/ mas nunca perda de consciência. O sinal característico da crise vertiginosa periférica é a presença de nistagmo- movimento dos olhos, rítmico, sincrônico, com dois componentes, um rápido e um lento, de fácil comprovação. O deslocamento dos olhos é no plano horizontal. Wendy Laila – MED FTC Desequilíbrio 4. Nervo fácil Paralisia facial: neuropatia periférica. Caracterizada pela diminuição ou ausência dos movimentos da musculatura de uma hemiface, decorrente de uma lesão no nervo facial, que pode ocorrer desde o seu núcleo no tronco encefálico, até suas fibras mais distais, que inervam os músculos da mímica facial. Ferramentas essenciais para o exame físico: - Otoscopia: Características da membrana timpânica: 1. Integridade 2. Transparência – semitransparente 3. Coloração – âmbar – neutra 4. Posição (levemente côncava com ponto de depressão máximo no umbigo do materlo) 5. Mobilidade (pode ser aferida pela otoscopia pneumática) Em uma OMA: a membrana exibe hiperemia, com aumento da vascularização radial e diminuição da sua transparência, não associada a espessamento ou a outras alterações. Abaulamento. O exame padrão-ouro para determinar o tipo de perda auditiva é a audiometria. Acumetria com diapasão: comparação das vias aéreas, teste de Weber e teste de Rinne. A combinação dos três testes direciona o diagnóstico do tipo de perda auditiva (neurossensorial ou condutiva). Wendy Laila – MED FTC Observações: Identificação de uma membrana timpânica alterada com sinais flogísticos agudos, principalmente hiperemia e abaulamento, indicada a origem do processo na orelha média (otite média). Secreção escassa, fétida, com evolução arrastada acompanhada de hipoacusia > vertigem súbita e/ou paralisia fácil ipsilateral. Causas de dor extra-auricular: linfadenites, problemas na articulação temporomandibular, aumento de volume na glândula parótida com irradiação da dor para a orelha, levanta a possibilidade de tumor se houver paralisia fácil associada. A perfuração timpânica central caracteriza a chamada otite média crônica simples, enquanto a perfuração marginal ou artical (epitimpânica). A presença de secreção aquosa saindo pelo meato acústico externo após trauma cranioencefálico ou cirurgia otológica alerta para a perda de líquido cerebrospinal. Wendy Laila – MED FTC Classificação das perdas auditivas: - Condução - Sensório- neural - Mista Avaliação audiológica: composta pela audiometria tonal e vocal e imitanciometria, que podem revelar perdas auditivas sensoriais unilaterais. Semiologia Otorrinolaringológica A propedêutica otorrinolaringológica deve ser realizada por partes: a das fossas nasais e seios paranasais, a da faringe, a da laringe e a dos ouvidos. 1 - FOSSAS NASAIS E SEIOS PARANASAIS Os exames mais simples e, comumente, utilizados para a inspeção das fossas nasais são as rinoscopias anterior e posterior, auxiliados pelo sistema de iluminação indireta, o espelho frontal ou iluminação direta, o fotóforo. 1.1 - Rinoscopia anterior Inicialmente é feita uma inspeção simples da pirâmide nasal, narinas e vestíbulo, cuja finalidade é a procura de desvios da linha média, sinais inflamatórios externos, luxações do subsepto, deformidades da porção do septo nasal. A palpação, em seguida, pode detectar pontos dolorosos. Com o espéculo nasal, o examinador afasta a asa do nariz para ter visão do interior da fossa nasal, e as válvulas do espéculo são introduzidas no vestíbulo (Figura 1). Esse exame deve ser feito em duas posições. Primeira posição: A primeira posição, onde a cabeça do paciente está em ortostática, permite observar: - para baixo, o soalho da fossa nasal; para dentro, o septo nasal; para fora, a cabeça do corneto nasal inferior e a entrada, no meato inferior. O examinador deve estar atento quanto à presença de congestão, hipertrofia ou mesmo degenerações polipóides no corneto inferior, deformidades no septo nasal, e, principalmente, sua relação com o corneto inferior, para se ter uma idéia da permeabilidade nasal. A mucosa que reveste os cornetos pode se apresentar rósea pálida, em processos alérgicos, ou vermelho vivo, em processos infecciosos, agudos. É fundamental o uso de vasoconstrictores nos casos de congestão do corneto inferior. Para tanto uma mecha de algodão, embebida em solução de efedrina (0,25% para crianças e 1% para adultos) é deixada na fossa nasal por 10 minutos. Com isso, a retração do corneto permitirá um exame mais correto e minucioso. Wendy Laila – MED FTC No meato inferior, procuramos exsudatos e corpos estranhos que aí se localizam com freqüência. Segunda posição: A segunda posição, onde a cabeça do paciente está em extensão permite observar: - para fora, a cabeça do corneto médio; para dentro, a porção alta do septo nasal. Entre as duas, há uma pequena fenda, a fenda olfativa que conduz à abóboda da fossa nasal, onde está a lâmina crivosa, que dá passagem aos filetes do nervo olfativo. Os desvios do septo, ou mesmo a hipertrofia dos cornetos podem exigir, também, a vasoconstricção para melhorar a visualização do corneto médio, ou meato médio, cuja inspeção tem grande importância na identificação de exsudatos ou formações poliposas, vindas das cavidades paranasais anteriores. Pode se fazer necessário o uso de estiletes para determinar a consistência, o volume e a origem dos pólipos ou outras lesões. 1.2 - Rinoscopia Posterior Esse é o exame da rinofaringe, através de um espelho introduzido pela cavidade bucal (Figura 2) Quase sempre é necessária anestesia tópica, no palato mole e parede posterior da faringe, para impedir que reflexos nauseosos dificultem o exame. Com o abaixador de língua, o examinador afasta a língua do palato e instrui o paciente para respirar, pausadamente, pelo nariz, provocando assim, um afastamento do palato mole da parede posteriorda rinofaringe. Um pequeno espelho, previamente, aquecido é introduzido na orofaringe de um lado e de outro da úvula, refletindo a imagem do cavum e da coana. Observamos então, cuidadosamente, a cauda dos cornetos, a borda posterior do septo nasal, o teto do cavum com o tecido linfóide adenoideano, a tuba auditiva na parede lateral, a presença de pólipo, exsudatos ou degeneração da cauda dos cornetos, massas ou outras lesões. Rinoscopia posterior, mostrando a imagem refletida no espelho das coanas com a borda posterior do septo nasal e cauda do corneto nasal inferior. 1.3 – Microrrinoscopia O uso do microscópio cirúrgico com lente de 200 mm de distância focal é muito útil no exame mais minucioso do meato médio. Durante o exame, o corneto médio é luxado em direção ao septo nasal com um instrumento rombo, e o meato médio é exposto permitindo uma melhor visualização de pólipos, exsudatos e degenerações da sua mucosa. A grande vantagem do microscópio, além do aumento proporcionado, é uma qualidade superior de iluminação. 1.4 - Endoscopia nasal 1.5 O uso de endoscópios, tanto os flexíveis como os rígidos, praticamente, revolucionou o diagnóstico e o tratamento das patologias inflamatórias do nariz e cavidades paranasais. Trata-se de um equipamento que oferece excelente definição de imagem e grande profundidade de campo. Através dos endoscópios rígidos, com diferentes graus de inclinação e diferentes calibres, pode-se examinar regiões anteriormente inacessíveis mesmo com o microscópio. A sua indicação se faz necessária, quando o exame rinoscópio simples não é suficiente para firmar uma suspeita diagnóstica. O exame Wendy Laila – MED FTC endoscópico nasal poderá revelar degeneração de cauda dos cornetos nasais, imperfuração coanal, presença de vegetações adenóides na criança e no adulto, individualizar fístula liquórica, pontos hemorragíparos, pólipos nasais ou mesmo carcinoma na coana ou teto do cavum. 1.5 - Sinusoscopia O exame endoscópico dos seios paranasais permite avaliar, diretamente, o conteúdo dos seios, o estado da mucosa que os reveste, bem como o estado dos seus respectivos óstios de drenagem. Na maioria das vezes, esse exame requer hospitalização e ambiente cirúrgico. A rinosinusoscopia é de grande valor no controle pós-operatório ou pós- radioterápico; é um método propedêutico em permanente aperfeiçoamento técnico que, quando acoplado ao sistema de vídeo e TV, facilita, também, o ensino médico. 2 - CAVIDADE BUCAL Apesar de muitos pacientes permitirem um exame da cavidade bucal de forma simples e completa, para a maioria deles, entretanto, necessitamos do auxílio de um, abaixador de língua. Para um exame mais demorado e completo da orofaringe colocamos uma das extremidades do abaixador no terço anterior ou médio da língua do paciente, a qual será recalcada para baixo, de maneira suave e contínua, recomendando ao paciente para que relaxe os músculos e respire, compassadamente. É importante não se tocar o terço posterior, para que o reflexo nauseoso não seja estimulado. A principal finalidade da orofaringoscopia é o exame das amigdalas palatinas, constituídas do polo superior, equador e polo inferior, cujas superfícies apresentam os orifícios mais ou menos dilatados das criptas amigdalianas. Na inspeção, verificamos o tipo anatômico da amígdala, suas possíveis e diversas reações inflamatórias, a presença ou não de exsudatos, ulcerações, pseudo-membranas, placas mucosas, formações tumorosas, etc. A expressão amigdaliana complementa o exame, principalmente nos casos de pesquisa de infecção crônica, para a comprovação de possível presença de exsudatos purulentos ou massas caseosas que se acumulam no interior das criptas, e que drenam para a cavidade faríngea. A inspeção da parede posterior da orofaringe, também, é importante. Sua mucosa normal contém algumas arborizações vasculares visíveis e granulações linfóides. No estado patológico, essas granulações aumentam em volume e número, ao mesmo tempo, que provocam hipersecreção mucosa. Outras alterações que poderiam ocorrer seriam reações inflamatórias agudas da mucosa de revestimento, ulcerações de etiologia variada, formações flegmonosas, etc. Perturbações da motilidade do véu mole, dos músculos constritores da faringe, bem como a sensibilidade da mucosa faríngea, pesquisa dos campos linfonodais cervicais complementam a exploração semiológica da cavidade faríngea. Nos casos de indicação, é importante lembrar o toque digital ou o uso do estilete, a colheita de material para exame bacteriológico e a biópsia. 3 - LARINGE Hoje, o laringologista dispõe de importantes meios para um bom exame da laringe: exame externo, laringoscopia indireta e fibroscopia. 3.1 - Exame externo A inspeção da região laríngea já deve ser feita com a anamnese. Enquanto o paciente conta a história de uma moléstia, o examinador está atento no timbre da voz, na existência de ruídos dispnéicos, nos movimentos da saliências e reentrâncias da laringe, formadas às custas das cartilagens tireóideas e cricóideas, na presença de linfonodos hipertrofiados, na região carotídea, na mobilidade da laringe que desce, ligeiramente, na inspiração e sobe na expiração. Em seguida, faz-se a inspeção das regiões vizinhas, observando-se a presença de tiragens nas regiões supra e infraclaviculares ou external, diferenciando as dispnéias das estenoses laringotraqueobrônquicas, das pulmonares ou medicamentosas. O próximo passo é a palpação tanto na laringe como nas regiões vizinhas. Os edemas externos, abalamentos e pontos dolorosos na superfície da laringe auxiliam o diagnóstico de um câncer avançado, de uma pericondrite, de um hematoma Wendy Laila – MED FTC ou mesmo de um abscesso laríngeo. Processos inflamatórios e dolorosos, na região aritenóidea podem ser pesquisados comprimindo-se a laringe de encontro à coluna cervical. Imediatamente, o paciente refere dor na região correspondente. No caso de edema nas cartilagens tireóideas, ou infiltração, a sensação de crepitação laríngea desaparece quando é pesquisada ao se mobilizar a laringe, lateralmente, de encontro ao esqueleto vertebral. 3.2 - Laringoscopia indireta É um exame realizado com espelho que fornece uma imagem estática e dinâmica da laringe; é o método mais simples e o primeiro a ser utilizado em qualquer caso suspeito. O paciente deve estar sentado, numa posição bastante ereta, confortável, mas com o corpo e membros verticais. O foco luminoso situado à direita do paciente, e na altura de sua orelha, permite uma luz refletida pelo espelho frontal. O tamanho ótimo do espelho a ser usado é aquele que permite uma boa mobilidade na orofaringe e que reflete todas as partes da hipofaringe e da laringe do doente. Prendese à ponta da língua, protegida por um fragmento de gaze, com o polegar e o dedo médio da mão esquerda, procurando enrolá-la no próprio dedo médio, através de uma pequena torção da mão. O dedo indicador apóia-se na arcada dentária superior, e o anular e o mínimo no queixo do paciente. Depois de proteger o freio lingual com gaze, traciona-se, gentilmente, a língua através de um bloco só, formado pela mão esquerda do médico, pelo rosto e língua do paciente. Pede-se ao paciente que não retire a língua, nem faça movimentos de deglutição ou contrações faríngeas. A boa colaboração do paciente e uma pequena nebulização com solução de lidocaina de 10% na parede posterior da orofaringe e base da língua, permitem um perfeito relaxamento da musculatura faríngea e constituem os elementos básicos para uma boa laringoscopia indireta. O espelho laríngeo de tamanho próprio, introduzido na faringe do paciente, é seguro com os dedos indicador, polegar e médio da mão direita como se o médico estivesse segurando uma pena de escrever. O espelho é colocado sob a úvula, rechaçando paracima e para trás o palato mole (Figura 5). Cuidase para não tocar nas regiões amigdalianas e parede posterior da faringe, zonas muito reflexógenas. Iniciase, então, o exemplo metódico da imagem laringoscópica e das zonas vizinhas, procurando movimentar ligeiramente o espelho, mas mantendo-o sempre na posição horizontal. É aconselhável, também, seguir uma ordem no exame procurando passo a passo visualizar todo o conjunto faringolaríngeo: bordo livre da epiglode e sua face laríngea; face faríngea da epiglode, valéculas e ligamento glosso epiglótico; zonas aritenóideas D e, com as eminências de Wrisberg e Santorini; bandas ventriculares D e; silhueta glótica; cordas vocais D e; comissura anterior; seios piriformes D e. Solicita-se ao paciente um maior relaxamento e uma inspiração profunda para melhor visualizar a silhuete glótica e estudar os movimentos das cordas vocais e zonas aritenóideas. Produzindo o fonema “I”, o paciente levanta a laringe e a parede anterior da traquéia. Na maioria dos casos, a laringoscopia indireta é realizada com certa facilidade. Entretanto, em outros se torna difícil. Existe doentes em que a individualidade, a queda e a forma da epiglote e, especialmente, a sensibilidade nervosa não nos permitem fazer uma boa laringoscopia indireta. Nestes casos, o timbre da voz, as disfagias e as dispnéias indicam sempre uma fibroscopia ou laringoscopia direta ou microscopia da laringe, mesmo sob a anestesia geral. 3.3 - Fibroscopia Os nasofaringoscópios flexíveis, atualmente, fazem parte de um exame de rotina para os pacientes com queixas de rouquidão, pois esse é um exame que pode ser feito no consultório com anestesia local. Os fibroscópios para o exame de laringe são de diâmetros e comprimentos menores. A anestesia é local, não só das mucosas da oro e hipofaringe, mas, também, da laringe e da fossa nasal que apresenta maior amplitude; é através dela que será introduzido o fibroscópio. A imagem é um pouco menor, mas permite uma visão estática e dinâmica da laringe. Os fibroscópios rígidos são Wendy Laila – MED FTC introduzidos, diretamente, na orofaringe, permitindo um exame menos incômodo para o paciente. A fibroscopia é mais um meio diagnóstico que permite um bom exame da laringe, a realização de biópsia, e que evita qualquer terapêutica prejudicial de prova, quando a laringe não pode ser bem visualizada. 4 - SISTEMA AUDITIVO A exploração física do sistema auditivo consiste na inspeção externa, palpação, otoscopia e otomicroscopia. 4.1 - Inspeção Através de uma boa observação, torna-se possível reconhecer os processos inflamatórios e neoplásicos do pavilhão auricular, bem como as malformações congênitas, a presença de cistos, fístulas congênitas, coloboma, corpos estranhos, rolhas de cera e pólipos no meato acústico externo, etc. 4.2 - Palpação Esse exame fornece elementos de valor na orientação diagnóstica ao se comprovar pontos dolorosos à pressão do antro mastóideo nas mastoidites agudas, ou da borda posterior da apófise mastóide, nos processos de tromboflebite do seio lateral, assim como do pavilhão auricular nas otites externas agudas. Pode revelar ainda, a presença de reações linfonodais periauriculares nos processos supurativos do ouvido externo e da caixa timpânica. 4.3 - Otoscopia Consiste no exame do meato acústico externo e da membrana timpânica, através do espéculo auricular, empregando-se iluminação direta ou indireta (Figura 6). Ao se introduzir o espéculo deve-se tracionar a orelha para cima e para trás, retificando desse modo as sinuosidades do meato acústico externo. Na criança, especialmente no lactente, essa tração deve ser feita para baixo. Se o meato acústico apresentar rolha ceruminosa, descamação do epitélio ou exsudatos, farse-á, previamente, cuidadosa limpeza, a fim de se proceder ao exame da membrana timpânica, que, normalmente é de cor pérola, colocada, no fundo do meato acústico externo, ligeiramente, inclinada para dentro (principalmente no lactente), fazendo ângulo de cerca de 45º com a parede inferior do meato acústico. Através da membrana timpânica, em seu centro e em direção oblíqua, de cima para baixo e de diante para trás, percebe-se, nitidamente, a saliência do cabo do martelo, que termina na extremidade superior por diminuto relevo acuminado: a curta apófise do martelo, de onde se originam 2 pequenas pregas ou saliências, uma anterior e outra posterior: são as pregas timpanomaleares, acima das quais se encontra a parte flácida da membrana de Shrapnell. Da extremidade inferior do cabo do martelo ou umbigo da membrana, dirigindo-se para diante e para baixo, verifica-se a presença do ponto luminoso de Politzer, devido à reflexão dos raios luminosos vindos do espelho frontal (Figura 7). Para facilitar a descrição da localização das lesões da membrana timpânica, esta é dividida de acordo com um mostrador de relógio, ou em 4 quadrantes (ântero-superior, ântero-inferior, póstero-superior e póstero-inferior) por meio de 2 linhas que se cruzam em ângulos retos, uma delas passando pelo eixo do cabo do Wendy Laila – MED FTC martelo. No estado normal, a membrana timpânica é mobilizável, o que se pode comprovar por intermédio do espéculo pneumático de Siegle. No estado patológico, todos esses elementos anatômicos da membrana timpânica podem estar alterados em maior ou menor grau de intensidade, como nas otites. 4.4. Otomicroscopia É o mesmo exame explicado anteriormente, só que nesse caso a iluminação é dada pelo microscópio cirúrgico com lente de 200 mm de distância focal, permitindo assim análise muito mais minuciosa e completa da membrana timpânica. A melhor visualização fornece uma limpeza mais completa do conduto e facilita quando da necessidade de parecentese, retirada de corpos estranhos ou rolhas ceruminosas, etc.