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Semiologia nasossinusal e otológica

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Wendy Laila – MED FTC 
 Semiologia nasossinusal 
As principais queixas relacionadas ao nariz e aos seios paranasais são: obstrução nasal, 
rinorreia/coriza, sangramentos, dor, espirros, coceira e alterações do olfato. 
Anatomia: duas cavidades nasais divididas entre si pelo septo nasal e várias cavidades 
paranasais que se comunicam, direta ou indiretamente através de seus óstios de ventilação e 
drenagem, com as fossas nasais, há necessidade da utilização de instrumental adequado, 
principalmente iluminação e espéculos nasais. 
Todas essas estruturas são revestidas com a mesma mucosa respiratória, tornando processos 
patológicos dessa região raramente restritos ao nariz ou somente aos seus paranasais. 
 
 
 
Exame: 
 
 
 
 
 
 
 
Wendy Laila – MED FTC 
Inicia-se pela inspeção e palpação da pirâmide nasal, na busca de desvios de linha média, 
sinais inflamatórios externos, pontos dolorosos, tumorações, e das narinas, tentando 
determinar a permeabilidade e outras alterações (desvios, tumores, pólipos, corpos 
estranhos). 
Para proceder à rinoscopia anterior, é utilizado o espéculo nasal com tamanho adequado de 
acordo com a narina do paciente. O médico não especialista pode utilizar o otoscópio com 
o otocone maior para a rinoscopia anterior, tentando visualizar o interior das fossas nasais. 
No exame objetivo do nariz, procura-se descrever desvios da parte anterior do septo, a cabeça 
dos cornetos inferiores e a cor da mucosa nasal (rósea nos normais, vermelha com secreção 
nas rinites agudas, azulada nos alérgicos e até a presença de algum corpo estranho). 
Rinossinusite: secreção purulenta saído pelo meato médio. 
Processo expansivo ou corpo estranho: secreção unilateral purulenta acompanhada por forte 
mau cheiro. 
O exame da parede lateral do nariz, permite verificar se há a saída de secreção purulenta dos 
meatos, o que auxilia no diagnóstico de rinossinusite. 
Endoscopia: acopladas ou não a dispositivo de captura de imagem para visualizar e 
documentar (videoendoscopia) são importantes. Esse exame usa-se fibras flexíveis e rígidas. 
• As flexíveis: tem uma imagem de menor qualidade do que os endoscópios 
rígidos, mas são mais aceitas tanto em adultos quanto em crianças, servindo 
para ver as cavidades nasais, rinofaringe, orofaringe, hipofaringe e laringe. 
• As rígidas: Tem a ponta passível de modificações de angulação até 90 graus 
 
Exames complementares: radiografia, tomografia, ressonância magnética. 
Principais queixas: 
- Rinorreia: chamada e coriza, corrimento e secreção nasal. As características do fluido têm 
relação direta com a sua origem. A características do fluido têm relação direta com a sua 
origem. 
• Coriza: ao usar esse termo, quer dizer que o paciente apresenta um quadro de 
natureza mais inflamatória e/ou infecciosa (rinites não infecciosas, rinites 
infecciosas) 
• Secreção ou “ranho” acredita-se que seja portador de infecções. 
• A característica da coriza/secreção tem como cor, transparência e espessura. 
• As características da coriza/secreções somente auxiliaram no diagnostico 
quando associada a questões de tempo, exame físico e exame 
complementares. 
 
Mucosa respiratória: composta por células produtoras de muco (caliciformes) em sua 
superfície e, na região submucosa, um número significativo de glândulas serosas e mucosas. 
Fazem parte da proteção das vias aéreas com características coelásticas e inflamatórias. 
Questionamentos: há quanto tempo? As suas características variam ou não durante o dia? 
Tem sintomas associados (prurido, espirros, lacrimejamento, dor de garganta) é anterior ou 
posterior (gota pós nasal)? Unilateral ou bilateral? Algum odor específico? 
Wendy Laila – MED FTC 
Principais diagnósticos diferenciais: 
Rinite alérgica, rinite não alérgica, resfriado comum/gripe, rinossinusite aguda ou crônica, 
corpos estranhos e fistula liquórica. 
• Sangramento Nasal 
• Idade do paciente e as características do sangramento a partir da anamnese 
(volume, uni ou bilateralidade, anterior e/ou posterior, vivo, associado a outros 
sinais e sintomas, obstrução nasal, pressão na face, febre) permitem uma 
dicotomização daqueles que apresentam sangramento tipicamente anteriores, 
e que apesar de causadores de transtornos sociais , não oferecem risco ao 
paciente, e aqueles que tem sangramento posterior com potencial para 
morbidade e mortalidade, originários de vasos mais calibrosos. 
 
• Obstrução nasal/ respirador oral 
• Queixa mais comum e de maior impacto na qualidade de vida dos pacientes. 
• Nariz congestionando, fechado. 
• O tempo de duração do problema, se uni ou bilateral, se há variância entre os 
lados, se há relação com a posição (decúbito dorsal ou ortastismo), época do 
ano, uso de medicações, exposição a alimentos, odores ou substancias 
químicas, cirurgia ou trauma prévio, presença de outros sintomas associados 
(coriza/rinorreia, espirros, prurido, sangramento, dor, alterações da pirâmide 
nasal ou faciais) 
• Em RNs, a obstrução nasal bilateral pode determinar uma emergência 
médica pela incapacidade de assumirem uma respiração oral de suplência. 
O exame físico: 
- Ectoscopia; palpação nasal; rinoscopia anterior; oroscopia; complementado com 
videoendoscopia rígida ou flexível, e se necessário diagnóstico diferencial e exames de 
imagens como TC e RM. 
• Tem 2 exames que mensura quantitativamente e de forma sistematizada a 
resistência e a área nasal (rinomanometria computadorizada e rinometria 
acústica) - só utilizados para pesquisa ou comparação no Pré e pós-operatório. 
 
• Dor de cabeça 
• Tem que investigar de forma cautelosa, pois muitas vezes é compreendida 
como sinônimo de sinusite por conta da presença de algum tipo de dor de 
cabeça em especial na região frontal, entre as órbitas ou na região temporal 
associada a presença de algum sintoma nasal (coriza, congestão, etc.) e/ou 
piora por exposição a variações de temperatura. 
• Apesar de ser um sintoma comum nas rinossinusites a maior parte dos pacientes 
com essa queixa não tem sinusopatia ou as alterações presentes não tem relação 
com a cefaleia. 
• A anamnese é essencial para o diagnostico diferencial complementada pelos 
exames de imagem como TC. 
 
Wendy Laila – MED FTC 
• Edema na face/ órbita 
 
• Aumento de volume na face com outras características inflamatórias (calor, 
rubor, dor), em geral na região orbitária e periorbitária, mas também em 
qualquer área. 
• O médico deve conduzir seu diagnóstico a partir da anamnese no sentido de 
afastar complicações infecciosas de processos nasossinusais, traumas e reações 
inflamatórias de caráter alérgico. 
 
• Distúrbios do olfato 
• O motivo mais frequente é a ausência completa e aguda desse sentido (anosmia) 
• Na prática esse sintoma surge quando o médico indaga o paciente em conjunto 
com outros sinais e sintomas nassosinusais (congestão, rinorreia/coriza, etc) 
em pacientes com diminuição (hiposmia) ou percepção de um odor ruim 
(parosmia). 
 
 
 
Semiologia Otológica 
A orelha humana cumpre duas funções fundamentais à vida: 
- É o órgão isoladamente responsável pelo elaborado sentido da audição 
- Representa um pilar fundamental na manutenção do equilíbrio 
As principais queixas otológicas dos pacientes se concentram em relação à audição e ao 
equilíbrio. 
Parte da via área superior, características anatômicas e fisiológicas: palco de diversos 
processos inflamatórios, infecciosos ou não, geradores de um grande e variado número de 
sinais e sintomas, como dor, zumbido, supuração, prurido, paralisia fácil. 
Principais queixas do paciente: dor, prurido/coceira, corrimento (supuração, otorreia, 
liquorreia, otorragia), surdez (hipoacusia), zumbudo, tontura/vertigem e paralisia fácil. 
Sintomas de acordo com o seu local de origem: 
1. Orelha externa 
Otalgia/ otadinia: características da dor – unilateral ou bilateral, espontâneaou 
provocada, pontual ou difusa, com irradiação para a vizinhança, piornaod durante a 
mastigação- e se há história de cirurgia otológica ou fácil, natação, viagem aérea, 
traumatismo, otorreia, surgimento de linfonodos retro ou infra-auriculares, quadro 
de vidas aéreas superiores associados. 
Wendy Laila – MED FTC 
Otorreia – supuração ou corrimento: saber se a história da otorreia é: recente ou 
antiga; sua cor; se é sanguinolenta; se tem cheiro; se é abundante ou escassa. A 
otoscopia dá condições de verificar a origem do problema: orelha externa ou média. 
Hipoacusia condutiva 
Prurido 
2. Orelha média 
Otalgia 
Otorreia 
Hipoacusia condutiva 
Autofonia 
3. Orelha interna – labirinto 
- Anterior (cóclea) 
Hioiacusia sensório-neural 
Zumbidos- muitas vezes queixa relacionada a exposições temporárias a sons de 
intensidade elevada em eventos musicais, ambientes de dança ou no próprio 
trabalho. Representa algum tipo de dano à orelha interna. Classificação: Subjetivos 
(quando detectados pelo paciente), Objetivos (raros, detectados também pelo 
médico). Chiado, apito, motor, cigarras. Caráter (intermitente ou constante), uni ou 
bilateralidade, o momento do dia em que ocorrem, sintomas associados (otológicos 
ou não), e se há doenças sistêmicas presentes. 
Diplacusia 
Algiacusia 
Pressão 
- Posterior (canais semicirculares) 
Vertigem/ tontura – estabelecer um diagnóstico diferencial entre uma vertigem 
(labiríntica), uma vertigem periférica central (SNC) ou um evento cardiovascular 
(síncope). A perda de consciência não é uma característica da vertigem 
(labirintítica). 
Agorafobia – tende a arrastar os pés e aumentar o polígono de sustentação do corpo, 
além de se deslocar próximo das paredes evitando atravessar espaços amplos. 
A vertigem pode se apresentar em formas de crises acompanhadas de zumbido, 
palpitações, sinais neurovegetativos (suor/palidez/náuseas e/ou 
vômitos/palpitações/ mas nunca perda de consciência. 
O sinal característico da crise vertiginosa periférica é a presença de nistagmo- 
movimento dos olhos, rítmico, sincrônico, com dois componentes, um rápido e um 
lento, de fácil comprovação. O deslocamento dos olhos é no plano horizontal. 
 
 
 
 
Wendy Laila – MED FTC 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Desequilíbrio 
4. Nervo fácil 
Paralisia facial: neuropatia periférica. Caracterizada pela diminuição ou ausência 
dos movimentos da musculatura de uma hemiface, decorrente de uma lesão no nervo 
facial, que pode ocorrer desde o seu núcleo no tronco encefálico, até suas fibras mais 
distais, que inervam os músculos da mímica facial. 
Ferramentas essenciais para o exame físico: 
- Otoscopia: 
Características da membrana timpânica: 
1. Integridade 
2. Transparência – semitransparente 
3. Coloração – âmbar – neutra 
4. Posição (levemente côncava com ponto de depressão máximo no umbigo do 
materlo) 
5. Mobilidade (pode ser aferida pela otoscopia pneumática) 
Em uma OMA: a membrana exibe hiperemia, com aumento da vascularização radial e 
diminuição da sua transparência, não associada a espessamento ou a outras alterações. 
Abaulamento. 
O exame padrão-ouro para determinar o tipo de perda auditiva é a audiometria. 
Acumetria com diapasão: comparação das vias aéreas, teste de Weber e teste de Rinne. A 
combinação dos três testes direciona o diagnóstico do tipo de perda auditiva (neurossensorial 
ou condutiva). 
 
Wendy Laila – MED FTC 
Observações: 
Identificação de uma membrana timpânica alterada com sinais flogísticos agudos, 
principalmente hiperemia e abaulamento, indicada a origem do processo na orelha média 
(otite média). 
Secreção escassa, fétida, com evolução arrastada acompanhada de hipoacusia > vertigem 
súbita e/ou paralisia fácil ipsilateral. 
Causas de dor extra-auricular: linfadenites, problemas na articulação temporomandibular, 
aumento de volume na glândula parótida com irradiação da dor para a orelha, levanta a 
possibilidade de tumor se houver paralisia fácil associada. 
A perfuração timpânica central caracteriza a chamada otite média crônica simples, enquanto 
a perfuração marginal ou artical (epitimpânica). 
A presença de secreção aquosa saindo pelo meato acústico externo após trauma 
cranioencefálico ou cirurgia otológica alerta para a perda de líquido cerebrospinal. 
Wendy Laila – MED FTC 
Classificação das perdas auditivas: 
- Condução 
- Sensório- neural 
- Mista 
Avaliação audiológica: composta pela audiometria tonal e vocal e imitanciometria, que 
podem revelar perdas auditivas sensoriais unilaterais. 
 
Semiologia Otorrinolaringológica 
A propedêutica otorrinolaringológica deve ser realizada por partes: a das fossas nasais e 
seios paranasais, a da faringe, a da laringe e a dos ouvidos. 
1 - FOSSAS NASAIS E SEIOS PARANASAIS 
Os exames mais simples e, comumente, utilizados para a inspeção das fossas nasais são as 
rinoscopias anterior e posterior, auxiliados pelo sistema de 
iluminação indireta, o espelho frontal ou iluminação direta, o 
fotóforo. 
1.1 - Rinoscopia anterior 
Inicialmente é feita uma inspeção simples da pirâmide nasal, 
narinas e vestíbulo, cuja finalidade é a procura de desvios da 
linha média, sinais inflamatórios externos, luxações do 
subsepto, deformidades da porção do septo nasal. A palpação, 
em seguida, pode detectar pontos dolorosos. Com o espéculo 
nasal, o examinador afasta a asa do nariz para ter visão do 
interior da fossa nasal, e as válvulas do espéculo são 
introduzidas no vestíbulo (Figura 1). Esse exame deve ser feito em duas posições. 
Primeira posição: 
A primeira posição, onde a cabeça do paciente está em ortostática, permite observar: - 
para baixo, o soalho da fossa nasal; para dentro, o septo nasal; para fora, a cabeça do 
corneto nasal inferior e a entrada, no meato inferior. O examinador deve estar atento 
quanto à presença de congestão, hipertrofia ou mesmo degenerações polipóides no 
corneto inferior, deformidades no septo nasal, e, principalmente, sua relação com o 
corneto inferior, para se ter uma idéia da permeabilidade nasal. A mucosa que reveste os 
cornetos pode se apresentar rósea pálida, em processos alérgicos, ou vermelho vivo, em 
processos infecciosos, agudos. É fundamental o uso de vasoconstrictores nos casos de 
congestão do corneto inferior. Para tanto uma mecha de algodão, embebida em solução 
de efedrina (0,25% para crianças e 1% para adultos) é deixada na fossa nasal por 10 
minutos. Com isso, a retração do corneto permitirá um exame mais correto e minucioso. 
Wendy Laila – MED FTC 
No meato inferior, procuramos exsudatos e corpos estranhos que aí se localizam com 
freqüência. 
Segunda posição: 
A segunda posição, onde a cabeça do paciente está em extensão permite observar: - para 
fora, a cabeça do corneto médio; para dentro, a porção alta do septo nasal. Entre as duas, 
há uma pequena fenda, a fenda olfativa que conduz à abóboda da fossa nasal, onde está 
a lâmina crivosa, que dá passagem aos filetes do nervo olfativo. Os desvios do septo, ou 
mesmo a hipertrofia dos cornetos podem exigir, também, a vasoconstricção para 
melhorar a visualização do corneto médio, ou meato médio, cuja inspeção tem grande 
importância na identificação de exsudatos ou formações poliposas, vindas das cavidades 
paranasais anteriores. Pode se fazer necessário o uso de estiletes para determinar a 
consistência, o volume e a origem dos pólipos ou outras lesões. 
1.2 - Rinoscopia Posterior 
Esse é o exame da rinofaringe, através de um espelho introduzido pela cavidade bucal 
(Figura 2) Quase sempre é necessária anestesia tópica, no palato mole e parede posterior 
da faringe, para impedir que reflexos nauseosos dificultem o exame. Com o abaixador 
de língua, o examinador afasta a língua do palato e instrui o paciente para respirar, 
pausadamente, pelo nariz, provocando assim, um afastamento do palato mole da parede 
posteriorda rinofaringe. Um pequeno espelho, previamente, aquecido é introduzido 
na orofaringe de um lado e de outro da úvula, refletindo a imagem do cavum e da coana. 
Observamos então, cuidadosamente, a cauda dos cornetos, a borda posterior do septo 
nasal, o teto do cavum com o tecido linfóide adenoideano, a tuba auditiva na parede 
lateral, a presença de pólipo, exsudatos ou degeneração da cauda dos cornetos, massas 
ou outras lesões. 
 
Rinoscopia posterior, mostrando a imagem refletida no espelho das coanas com a 
borda posterior do septo nasal e cauda do corneto nasal inferior. 
1.3 – Microrrinoscopia 
 O uso do microscópio cirúrgico com lente de 200 mm de distância focal é muito útil no 
exame mais minucioso do meato médio. Durante o exame, o corneto médio é luxado 
em direção ao septo nasal com um instrumento rombo, e o meato médio é exposto 
permitindo uma melhor visualização de pólipos, exsudatos e degenerações da sua 
mucosa. A grande vantagem do microscópio, além do aumento proporcionado, é uma 
qualidade superior de iluminação. 
1.4 - Endoscopia nasal 
1.5 O uso de endoscópios, tanto os flexíveis como os rígidos, praticamente, revolucionou o 
diagnóstico e o tratamento das patologias inflamatórias do nariz e cavidades paranasais. 
Trata-se de um equipamento que oferece excelente definição de imagem e grande 
profundidade de campo. Através dos endoscópios rígidos, com diferentes graus de 
inclinação e diferentes calibres, pode-se examinar regiões anteriormente inacessíveis 
mesmo com o microscópio. A sua indicação se faz necessária, quando o exame 
rinoscópio simples não é suficiente para firmar uma suspeita diagnóstica. O exame 
Wendy Laila – MED FTC 
endoscópico nasal poderá revelar degeneração de cauda dos cornetos nasais, 
imperfuração coanal, presença de vegetações adenóides na criança e no adulto, 
individualizar fístula liquórica, pontos hemorragíparos, pólipos nasais ou mesmo 
carcinoma na coana ou teto do cavum. 
1.5 - Sinusoscopia 
 O exame endoscópico dos seios paranasais permite avaliar, diretamente, o conteúdo dos 
seios, o estado da mucosa que os reveste, bem como o estado dos seus respectivos óstios 
de drenagem. Na maioria das vezes, esse exame requer hospitalização e ambiente 
cirúrgico. A rinosinusoscopia é de grande valor no controle pós-operatório ou pós-
radioterápico; é um método propedêutico em permanente aperfeiçoamento técnico que, 
quando acoplado ao sistema de vídeo e TV, facilita, também, o ensino médico. 
2 - CAVIDADE BUCAL 
 Apesar de muitos pacientes permitirem um exame da cavidade bucal de forma simples 
e completa, para a maioria deles, entretanto, necessitamos do auxílio de um, abaixador 
de língua. Para um exame mais demorado e completo da orofaringe colocamos uma das 
extremidades do abaixador no terço anterior ou médio da língua do paciente, a qual será 
recalcada para baixo, de maneira suave e contínua, recomendando ao paciente para que 
relaxe os músculos e respire, compassadamente. É importante não se tocar o terço 
posterior, para que o reflexo nauseoso não seja estimulado. A principal finalidade da 
orofaringoscopia é o exame das amigdalas palatinas, constituídas do polo superior, 
equador e polo inferior, cujas superfícies apresentam os orifícios mais ou menos dilatados 
das criptas amigdalianas. Na inspeção, verificamos o tipo anatômico da amígdala, suas 
possíveis e diversas reações inflamatórias, a presença ou não de exsudatos, ulcerações, 
pseudo-membranas, placas mucosas, formações tumorosas, etc. A expressão 
amigdaliana complementa o exame, principalmente nos casos de pesquisa de infecção 
crônica, para a comprovação de possível presença de exsudatos purulentos ou massas 
caseosas que se acumulam no interior das criptas, e que drenam para a cavidade faríngea. 
A inspeção da parede posterior da orofaringe, também, é importante. Sua mucosa 
normal contém algumas arborizações vasculares visíveis e granulações linfóides. No 
estado patológico, essas granulações aumentam em volume e número, ao mesmo tempo, 
que provocam hipersecreção mucosa. Outras alterações que poderiam ocorrer seriam 
reações inflamatórias agudas da mucosa de revestimento, ulcerações de etiologia 
variada, formações flegmonosas, etc. Perturbações da motilidade do véu mole, dos 
músculos constritores da faringe, bem como a sensibilidade da mucosa faríngea, pesquisa 
dos campos linfonodais cervicais complementam a exploração semiológica da cavidade 
faríngea. Nos casos de indicação, é importante lembrar o toque digital ou o uso do 
estilete, a colheita de material para exame bacteriológico e a biópsia. 
3 - LARINGE 
Hoje, o laringologista dispõe de importantes meios para um bom exame da laringe: 
exame externo, laringoscopia indireta e fibroscopia. 
3.1 - Exame externo 
A inspeção da região laríngea já deve ser feita com a anamnese. Enquanto o paciente 
conta a história de uma moléstia, o examinador está atento no timbre da voz, na 
existência de ruídos dispnéicos, nos movimentos da saliências e reentrâncias da laringe, 
formadas às custas das cartilagens tireóideas e cricóideas, na presença de linfonodos 
hipertrofiados, na região carotídea, na mobilidade da laringe que desce, ligeiramente, na 
inspiração e sobe na expiração. Em seguida, faz-se a inspeção das regiões vizinhas, 
observando-se a presença de tiragens nas regiões supra e infraclaviculares ou external, 
diferenciando as dispnéias das estenoses laringotraqueobrônquicas, das pulmonares ou 
medicamentosas. O próximo passo é a palpação tanto na laringe como nas regiões 
vizinhas. Os edemas externos, abalamentos e pontos dolorosos na superfície da laringe 
auxiliam o diagnóstico de um câncer avançado, de uma pericondrite, de um hematoma 
Wendy Laila – MED FTC 
ou mesmo de um abscesso laríngeo. Processos inflamatórios e dolorosos, na região 
aritenóidea podem ser pesquisados comprimindo-se a laringe de encontro à coluna 
cervical. Imediatamente, o paciente refere dor na região correspondente. No caso de 
edema nas cartilagens tireóideas, ou infiltração, a sensação de crepitação laríngea 
desaparece quando é pesquisada ao se mobilizar a laringe, lateralmente, de encontro ao 
esqueleto vertebral. 
3.2 - Laringoscopia indireta 
 É um exame realizado com espelho que fornece uma imagem estática e dinâmica da 
laringe; é o método mais simples e o primeiro a ser utilizado em qualquer caso suspeito. 
O paciente deve estar sentado, numa posição bastante ereta, confortável, mas com o 
corpo e membros verticais. O foco luminoso situado à direita do paciente, e na altura de 
sua orelha, permite uma luz refletida pelo espelho frontal. O tamanho ótimo do espelho 
a ser usado é aquele que permite uma boa mobilidade na orofaringe e que reflete todas 
as partes da hipofaringe e da laringe do doente. Prendese à ponta da língua, protegida 
por um fragmento de gaze, com o polegar e o dedo médio da mão esquerda, procurando 
enrolá-la no próprio dedo médio, através de uma pequena torção da mão. O dedo 
indicador apóia-se na arcada dentária superior, e o anular e o mínimo no queixo do 
paciente. Depois de proteger o freio lingual com gaze, traciona-se, gentilmente, a língua 
através de um bloco só, formado pela mão esquerda do médico, pelo rosto e língua do 
paciente. Pede-se ao paciente que não retire a língua, nem faça movimentos de deglutição 
ou contrações faríngeas. A boa colaboração do paciente e uma pequena nebulização com 
solução de lidocaina de 10% na parede posterior da orofaringe e base da língua, permitem 
um perfeito relaxamento da musculatura faríngea e constituem os elementos básicos para 
uma boa laringoscopia indireta. O espelho laríngeo de tamanho próprio, introduzido na 
faringe do paciente, é seguro com os dedos indicador, polegar e médio da mão direita 
como se o médico estivesse segurando uma pena de escrever. O espelho é colocado sob 
a úvula, rechaçando paracima e para trás o palato mole (Figura 5). Cuidase para não 
tocar nas regiões amigdalianas e parede posterior da faringe, zonas muito reflexógenas. 
Iniciase, então, o exemplo metódico da imagem laringoscópica e das zonas vizinhas, 
procurando movimentar ligeiramente o espelho, mas mantendo-o sempre na posição 
horizontal. É aconselhável, também, seguir uma ordem no exame procurando passo a 
passo visualizar todo o conjunto faringolaríngeo: bordo livre da epiglode e sua face 
laríngea; face faríngea da epiglode, valéculas e ligamento glosso epiglótico; zonas 
aritenóideas D e, com as eminências de Wrisberg e Santorini; bandas ventriculares D e; 
silhueta glótica; cordas vocais D e; comissura anterior; seios piriformes D e. Solicita-se 
ao paciente um maior relaxamento e uma inspiração profunda para melhor visualizar a 
silhuete glótica e estudar os movimentos das cordas vocais e zonas aritenóideas. 
Produzindo o fonema “I”, o paciente levanta a laringe e a parede anterior da traquéia. 
Na maioria dos casos, a laringoscopia indireta é realizada com certa facilidade. 
Entretanto, em outros se torna difícil. Existe doentes em que a individualidade, a queda 
e a forma da epiglote e, especialmente, a sensibilidade nervosa não nos permitem fazer 
uma boa laringoscopia indireta. Nestes casos, o timbre da voz, as disfagias e as dispnéias 
indicam sempre uma fibroscopia ou laringoscopia direta ou microscopia da laringe, 
mesmo sob a anestesia geral. 
3.3 - Fibroscopia 
 Os nasofaringoscópios flexíveis, atualmente, fazem parte de um exame de rotina para 
os pacientes com queixas de rouquidão, pois esse é um exame que pode ser feito no 
consultório com anestesia local. Os fibroscópios para o exame de laringe são de 
diâmetros e comprimentos menores. A anestesia é local, não só das mucosas da oro e 
hipofaringe, mas, também, da laringe e da fossa nasal que apresenta maior amplitude; é 
através dela que será introduzido o fibroscópio. A imagem é um pouco menor, mas 
permite uma visão estática e dinâmica da laringe. Os fibroscópios rígidos são 
Wendy Laila – MED FTC 
introduzidos, diretamente, na orofaringe, permitindo um exame menos incômodo para 
o paciente. A fibroscopia é mais um meio diagnóstico que permite um bom exame da 
laringe, a realização de biópsia, e que evita qualquer terapêutica prejudicial de prova, 
quando a laringe não pode ser bem visualizada. 
4 - SISTEMA AUDITIVO 
A exploração física do sistema auditivo consiste na inspeção externa, palpação, 
otoscopia e otomicroscopia. 
4.1 - Inspeção 
Através de uma boa observação, torna-se possível reconhecer os processos inflamatórios 
e neoplásicos do pavilhão auricular, bem como as malformações congênitas, a presença 
de cistos, fístulas congênitas, coloboma, corpos estranhos, rolhas de cera e pólipos no 
meato acústico externo, etc. 
4.2 - Palpação 
Esse exame fornece elementos de valor na orientação diagnóstica ao se comprovar 
pontos dolorosos à pressão do antro mastóideo nas mastoidites agudas, ou da borda 
posterior da apófise mastóide, nos processos de tromboflebite do seio lateral, assim como 
do pavilhão auricular nas otites externas agudas. Pode revelar ainda, a presença de 
reações linfonodais periauriculares nos processos supurativos do ouvido externo e da 
caixa timpânica. 
4.3 - Otoscopia 
Consiste no exame do meato acústico externo e da membrana timpânica, através do 
espéculo auricular, empregando-se iluminação direta ou indireta (Figura 6). Ao se 
introduzir o espéculo deve-se tracionar a orelha para cima e para trás, retificando 
desse modo as sinuosidades do meato acústico externo. Na criança, especialmente 
no lactente, essa tração deve ser feita para baixo. Se o meato acústico apresentar 
rolha ceruminosa, descamação do epitélio ou exsudatos, farse-á, previamente, 
cuidadosa limpeza, a fim de se proceder ao exame da membrana timpânica, que, 
normalmente é de cor pérola, colocada, no fundo do meato acústico externo, 
ligeiramente, inclinada para dentro (principalmente no lactente), fazendo ângulo de 
cerca de 45º com a parede inferior do meato acústico. Através da membrana 
timpânica, em seu centro e em direção oblíqua, de cima para baixo e de diante para 
trás, percebe-se, nitidamente, a saliência do cabo do martelo, que termina na 
extremidade superior por diminuto relevo acuminado: a curta apófise do martelo, de 
onde se originam 2 pequenas pregas ou saliências, uma 
anterior e outra posterior: são as pregas timpanomaleares, 
acima das quais se encontra a parte flácida da membrana 
de Shrapnell. Da extremidade inferior do cabo do martelo 
ou umbigo da membrana, dirigindo-se para diante e para 
baixo, verifica-se a presença do ponto luminoso de Politzer, 
devido à reflexão dos raios luminosos vindos do espelho 
frontal (Figura 7). Para facilitar a descrição da localização 
das lesões da membrana timpânica, esta é dividida de 
acordo com um mostrador de relógio, ou em 4 quadrantes 
(ântero-superior, ântero-inferior, póstero-superior e 
póstero-inferior) por meio de 2 linhas que se cruzam em 
ângulos retos, uma delas passando pelo eixo do cabo do 
Wendy Laila – MED FTC 
martelo. No estado normal, a membrana timpânica é mobilizável, o que se pode 
comprovar por intermédio do espéculo pneumático de Siegle. No estado patológico, 
todos esses elementos anatômicos da membrana timpânica podem estar alterados em 
maior ou menor grau de intensidade, como nas otites. 
4.4. Otomicroscopia 
É o mesmo exame explicado anteriormente, só que nesse 
caso a iluminação é dada pelo microscópio cirúrgico com 
lente de 200 mm de distância focal, permitindo assim 
análise muito mais minuciosa e completa da membrana 
timpânica. A melhor visualização fornece uma limpeza 
mais completa do conduto e facilita quando da 
necessidade de parecentese, retirada de corpos estranhos 
ou rolhas ceruminosas, etc.