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FACULDADE PROFESSOR MIGUEL ÂNGELO DA SILVA SANTOS Curso de Engenharia de Produção CALIPER NA PERFILAGEM DE POÇOS DE PETRÓLEO Leonardo Santos Ruan Domingos Thamires Esterque de Jesus Souza Macaé 2021 A perfilagem geofísica é um método de amostragem direta, que vem se mostrando muito eficaz com o desenvolvimento de novas tecnologias para medições de grandezas físicas. Esse serviço consiste na aquisição de informações de um poço com o intuito de identificar se é possível extrair óleo/gás. A partir das medições realizadas é possível correlacionar os dados para estimar porosidade, permeabilidade, saturação da água, do óleo e do gás, e a partir disso, analisar com precisão a profundidade na qual estão presentes óleo e gás passíveis de extração, o que caracteriza a localização da(s) zona(s) de produção. A perfilagem é responsável por um levantamento completo de perfis referentes ao poço para a produção de petróleo. O perfil de um poço é a imagem visual, em relação à profundidade, de uma ou mais características ou propriedades das rochas perfuradas. As imagens são obtidas a partir de ferramentas que descem no poço e fazem a captação dos valores e posteriormente o armazenamento em arquivos digitais. Há vários tipos de perfis responsáveis por essa leitura para uma melhor avaliação geológica, e um deles é o Caliper. A partir da análise dos perfis é que se decide quais intervalos do poço são mais economicamente interessantes para se executar testes de formação. Caso não haja esse interesse o poço é abandonado. Diversos tipos de testes podem ser programados e executados, de acordo com o objetivo que se espera alcançar. Dentre eles temos: identificação dos fluidos da formação, verificação da pressão estática e da existência de depleção, determinação da produtividade e dos danos da formação, além de amostragem de fluidos para PVT (pressão, volume e temperatura). Esses testes vêm sendo amplamente utilizados para se verificar a capacidade produtiva de um poço. O caliper, também conhecido como compasso calibrador, foi fabricado para informar o diâmetro do poço (sem revestimento) e a variação de toda a sua extensão. Além de mostrar a integridade do poço, esse perfil pode ser relacionado com características mecânicas da rocha. A combinação do compasso calibrador com outros equipamentos pode ser fundamental para a identificação adequada da estratigrafia. Ele contribui para manter a sonda reta e encostada na parede ou no centro do poço. Ele é aplicado no cálculo do volume de cimento para tampões ou cimentação do revestimento, apoio a operações de teste de formação, controle de qualidade de perfis e indicações das condições do poço em um determinado intervalo. A ferramenta de medição de calibre possibilita localizar a presença de tubos de revestimento, ou então, a localização de formações moles/macias e duras, zonas de fraturas, fissuras ou cavidades. Ele analisa a integridade do cimento, onde junto com outros perfis analisa se há necessidade de uma cimentação secundária. O caliper consiste em um ou mais braços que pressionam constantemente a parede do poço durante todo o processo de perfilagem. Qualquer mudança de diâmetro do poço provocará uma variação na abertura do braço que é registrada e informada conforme a unidade definida no processo de calibração. Nas figuras abaixo é possível observar um caliper com três braços de acoplamento mecânico, que, quando em contato com as paredes do poço, proporcionam um registro contínuo do diâmetro do poço. Esta ferramenta funciona como um paquímetro, proporcionando o registro de um perfil único e contínuo com a calibragem do diâmetro do furo. A dimensão do furo é um registro útil para determinar a condição do furo antes de executar as demais perfilagens com sondas mais caras ou aquelas contendo fontes radioativas. Além disso, a variação no diâmetro do furo é uma informação muito útil quando da verificação de anomalias geofísicas ocorridas em outros perfis geofísicos. Esse tipo de perfilagem é realizado por um equipamento composto por hastes articuladas que são posicionadas no fundo do furo e pressionadas contra a parede enquanto são tracionadas e puxadas desde o fundo do poço até a superfície. Ao longo do trajeto, as mudanças de diâmetro da sondagem, como possíveis cavidades relacionadas a fraturamentos ou zonas de fraquezas que foram desgastadas durante a perfuração, provocam variação na abertura das hastes. Todas essas variações são registradas e informadas conforme a unidade de medida adotada pelo equipamento utilizado e podem ser visualizadas em tempo real através dos computadores que recebem a informação na superfície. Um mecanismo na parte interna da sonda faz com que as hastes se movam de forma sincronizada, num movimento de abertura e fechamento. Um motor acionado pelo computador mantém as hastes fechadas, permitindo descer a sonda até o fundo, para poder dar início à operação de medição do diâmetro do poço. Ao se chegar ao fundo do poço, o motor é acionado para abrir os braços da sonda. O mecanismo de abertura e fechamento está acoplado a um potenciômetro que converte a posição dos braços em voltagem, sendo registrada pelo microprocessador da sonda. Esta voltagem é então convertida em diâmetro, que é a quantidade física que se quer medir. Ao proceder a subida do equipamento ele irá registrar o diâmetro de todo o poço. O perfil caliper auxilia no registro das variações para mais (desabamento) ou para menos (reboco ou estrangulamento) do diâmetro nominal da broca utilizada na perfuração do poco. O movimento de abertura ou fechamento dos braços, acoplados a uma bobina, geram respostas elétricas, que são originadoras de gráficos como o mostrado abaixo: O caliper deve ser calibrado em laboratório, e esse processo é feito através de uma escala com diâmetros conhecidos, que são medidos em polegadas. A haste do compasso de calibre deve ser encaixada na régua onde o diâmetro correspondente ao encaixe deve ser informado ao equipamento. A figura abaixo ilustra a escala e o encaixe da haste na mesma. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARBOSA, Thiago Alberto. Sistema de detecção de alívio de peso em operações de perfilagem de poços de petróleo. Campina Grande, 2003. 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