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Crescimento do capital implica crescimento de sua parcela va-
riável ou convertida em força de trabalho. Uma parcela da mais-valia
transformada em capital adicional precisa ser sempre retransformada
em capital variável ou fundo adicional de trabalho. Suponhamos que,
além de mantidas constantes as demais circunstâncias, a composição
do capital permaneça inalterada, ou seja, que determinada massa de
meios de produção ou de capital constante requeira sempre a mesma
massa de força de trabalho para ser posta em movimento, então cresce
evidentemente a demanda de trabalho e o fundo de subsistência dos
trabalhadores proporcionalmente ao capital, e tanto mais rapidamente
quanto mais rapidamente cresce o capital. Como o capital produz anual-
mente uma mais-valia, da qual parte é adicionada anualmente ao ca-
pital original, como esse incremento mesmo cresce anualmente com o
tamanho crescente do capital já em função e como, finalmente, sob o
aguilhão particular do impulso ao enriquecimento, por exemplo a aber-
tura de novos mercados, de novas esferas dos investimentos de capital
em decorrência de necessidades sociais recém-desenvolvidas etc., a es-
cala da acumulação é subitamente ampliável mediante mera repartição
modificada da mais-valia ou do mais-produto em capital e renda, as
necessidades da acumulação do capital podem superar o crescimento
da força de trabalho ou do número de trabalhadores, a demanda de
trabalhadores pode se tornar maior que a sua oferta e por isso os
salários se elevam. Esse tem de ser, afinal de contas, o caso, perma-
necendo inalterados os pressupostos acima. Como a cada ano mais
trabalhadores são ocupados do que no anterior, mais cedo ou mais
tarde tem de se chegar ao ponto em que as necessidades da acumulação
começam a crescer além da oferta habitual de trabalho, em que, por-
tanto, começa o aumento salarial. Queixas quanto a isso ressoam na
Inglaterra durante todo o século XV e primeira metade do século XVIII.
As circunstâncias mais ou menos favoráveis em que os assalariados
se mantêm e se multiplicam em nada modificam, no entanto, o caráter
básico da produção capitalista. Assim como a reprodução simples re-
produz continuamente a própria relação capital, capitalistas de um
lado, assalariados do outro, também a reprodução em escala ampliada
ou a acumulação reproduz a relação capital em escala ampliada, mais
capitalistas ou capitalistas maiores neste pólo, mais assalariados na-
quele. A reprodução da força de trabalho, que incessantemente precisa
incorporar-se ao capital como meio de valorização, não podendo livrar-se
dele e cuja subordinação ao capital só é velada pela mudança dos
capitalistas individuais a que se vende, constitui de fato um momento
da própria reprodução do capital. Acumulação do capital é, portanto,
multiplicação do proletariado.496
OS ECONOMISTAS
246
496 MARX, KARL. Op. cit. “Com igual opressão das massas, um país é tanto mais rico quanto
mais proletários ele tiver”, (COLINS. L’Economie Politique, Source des Révolutions et des

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