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Estenose Pilorica ♥ A Estenose Hipertrófica de Piloro (EHP) é uma condição congênita que afeta recém - nascido e lactentes. ♥ Caracteriza-se por um estreitamento (estenose) devido ao aumento (hipertrofia) da musculatura do piloro. ♥ Em resposta ao peristaltismo vigoroso, a fim de vencer a resistência ao escoamento do conteudo gastrico, a musculatura do estomago torna-se hipertrofiada, e o estomago, dilatado. ♥ Devido a estenose e a hipertrofia da musculatura local, todo o alimento ingerido e secreções gastricas só podem sair através do vomito. ♥ Essa condição apresenta - se mais comumente, em RN entre 2 a 8 semanas de vida, todavia o diagnóstico de EHP deve ser considerado em crianças até 12 semanas de vida. ♥ A etiologia exata da EHP é desconhecida. ♥ Em consequência da formação do edema na musculatura do piloro, desenvolve - se uma Síndrome de Obstrução ao Esvaziamento Gastrico, que é a principal responsavel pela maioria das cirurgias realizadas durante as 6 primeiros semanas de vida. ♥ A EHP é diagnóstico comum entre lactentes abaixo dos 3 ou 4 meses de idade, sendo vista na proporção de 3:1.000 nascimentos. ♥ Crianças masculinas predominam, com uma proporção de 3:1 a 4:1 em relação às meninas, e ha certa predileção pelos primogênitos (30%). ♥ Malformações associadas ocorrem em 7%, sendo as mais comuns: 1. Ma rotação. 2. Uropatia Obstrutiva. 3. Atresia de esofago. 4. Hérnia de hiato. ♥ A incidência de estenose pilórica é mais alta em lactentes com grupos sanguíneos B e O. Estenose PiloricaH i p e r t r o f i a d o c a n a l p i l ó r i c o Introdução Epidemiologia @nivyaemanuele ♥ A causa de estenose pilórica não é exata, mas muitos fatores têm sido implicados, como: 1. Hipertrofia muscular primaria. 2. Alterações na maturação das células ganglionares em resposta às elevadas concentrações de gastrina circulante. 3. A gastrenterite eosifílica, Síndrome de Apert (caracterizada fusão prematura das suturas cranianas, hipoplasia do terço médio da face e sindactilia {dedos das mãos e dos pés nascem grudados} das mãos e pés), trissomia do par 18, Síndrome de Smith - Lemli, Síndrome de Cornelia Lange. 4. Deficiências na síntese do óxido nítrico e uma maior reatividade neural evidenciada por coloração para marcação de peptídios vasoativos têm sido referidas como fatores iniciantes do ciclo de espasmo, obstrução e hipertrofia na EHP. ♥ A EHP consiste na principal causa de obstrução gastrointestinal superior no período neonatal, assim como é causa comum de vomitos não biliosos no lactente. ♥ A hiperperistalse gastrica, freqüentemente observada logo após a alimentação, caracteriza-se por ondas peristalticas vigorosas (ondas de Kussmaul), orientadas do quadrante superior esquerdo para o direito. ♥ A desidratação, que pode ocorrer desenvolve - se devido à diminuição da alimentação oral e aos vomitos repetidos. ♥ Como consequência do alongamento e espessamento do musculo do piloro, esse desvia-se para cima, passando a ocupar uma posição ântero-medial ao rim esquerdo e adjacente à vesícula biliar. ♥ Com a evolução clínica da EHP, os vomitos passam a ser mais frequentes e mais volumosos, podendo estar associado ou não a perda de peso e ao desenvolvimento de alcalose hipoclorêmica. Etiologia Fisiopatologia ♥ As principais alterações da estenose pilórica, tendo como parâmetro as imagnes visualizadas na radiografia simples do tórax, consistem em: 1. Dilatação gastrica marcante. 2. Escassez ou ausência de ar no intestino delgado e no intestino grosso. 3. Inexistência de bulbo duodenal cheio de ar. 4. Conteudo gastrico espumoso. 5. Pneumatose gastrica (condição rara, caracterizada pelo aprisionamento de gas na parede do estomago). ♥ A apresentação clínica classica consiste em vomitos frequentes, em jato, não biliosos, que ocorrem no período pós-prandial. ♥ Os portadores de estenose hipertrófica do piloro, em geral, permanecem assintomaticos até a 3° semana. ♥ Cerca de 20% têm vomitos intermitentes desde o nascimento, que então progridem para o quadro classico. ♥ Após os vomitos, o lactente fica faminto e sente a necessidade contínua de se alimentar. ♥ À medida que os vomitos persistem, ocorre perda progressiva de líquidos (desequilíbrio eletrolítico), íons hidrogênio e cloreto, levando à alcalose metabólica hipoclorêmica. ♥ A criança deixa de ganhar peso, torna - se constipada e adquire uma distensão abdominal. Manifestações Clínicas ♥ A palpação da oliva no epigastrico ou quadrante superior direito por um examinador qualificado é tido como sinal característico da EHP, não necessitando de investigação adicional. ♥ No entanto, a não palpação da oliva não descarta o diagnóstico de EHP. ♥ O hiperbilirrubismo é a associação clínica mais comum da estenose pilóric, também conhecida como síndrome icteropilórica. ♥ As crianças comumente estão emagrecidas e com apetite voraz típico. ♥ Os principais diagnósticos diferenciais a serem considerados são os que causam obstrução gastrica distal, seja ela pilórica ou duodenal. ♥ A etiologia dessas afecções pode ser congênita (pâncreas heterotópico, duplicação gastroduodenal, atresia pilórica ou EHP do pequeno lactente) ou adquirida (gastroenterite eosinofílica, ingestão caustica, ulcera péptica e neoplasia. ♥ As duas modalidades diagnósticas utilizadas para elucidar a EHP são as seriografias do trato gastrointestinal superior (STGS) e a ultra- sonografia (US). ultrassonografia ♥ O exame de ultrassom confirma o diagnóstico, na maioria dos casos, tem especificidade de 95%. Critérios para o diagnóstico incluem: 1. Espessura do piloro de 3-4 mm. 2. Em comprimento pilórico total de 15- 19 mm. 3. Diâmetro do piloro de 10-14 mm. ♥ Quando são realizados exames contrastados, eles demonstram: Canal pilórico alongado (sinal da corda). Sinal de oliva em lactente Diagnóstico O diagnóstico da estenose pilórica nunca deve ser feito com base apenas em radiografias simples. As alterações, nestas, não conseguem descartar efetivamente o piloroespasmo, principal diagnóstico diferencial, que não é um problema cirurgico. Protuberância do musculo pilórico no antro (sinal do ombro). Estrias paralelas de bario observadas no canal estreitado, produzindo “sinal do duplo trilho”. ♥ As vantagens da US incluem; 1. Ausência de invasividade. 2. Risco de aspiração praticamente ausente. 3. Racilidade de execução ao leito. 4. Visualização tridimensional da oliva pilórica. 5. Fornece a localização precisa do piloro, ajudando no acesso cirurgico. rADIOGRAFIA ♥ O principal receio em relação à sua utilização recai sobre o uso da radiação ionizante e o risco de aspiração do meio de contraste baritado. ♥ As principais alterações da estenose pilórica nas radiografias simples consistem em: 1. Dilatação gastrica marcante; Inexistência de bulbo duodenal cheio de ar. 2. Escassez ou ausência de ar no intestino delgado e no intestino grosso. 3. Conteudo gastrico espumoso e moteado. 4. Pneumatose gastrica (rara), ou mesmo um aspecto normal. ♥ Sugere-se a colocação de sonda nasogastrica até a porção distal do antro no início do exame, objetivando: 1. O esvaziamento das secreções gastricas, pois reduzem o revestimento do bario sobre a mucosa gastrica. 2. O controle da quantidade de bario, evitando a excessiva distensão gastrica. 3. A redução da probabilidade de aspiração do contraste, pois facilita a sua retirada. Injeta-se adequado volume de bario no antro e posiciona-se o lactente em decubito lateral direito. Exames Laboratoriais ♥ Disturbios laboratoriais refletem um estado de desidratação e perda de eletrólitos pelo vomito, com alcalose metabólica hipoclorêmica (níveis séricos de bicarbonato [HCO3] = 29 mmol/dL e níveis de cloreto = 98 mmol/dL), embora essas anormalidades possam estar ausentes no início do curso da doença. ♥ Os pacientes podem apresentar tanto hiponatremia como hipernatremia. ♥ A funçãorenal pode estar alterada caso desidratação grave esteja associada. ♥ O tratamento pré-operatório é direcionado para a correção dos disturbios hidroeletrolíticos acidobasicos. ♥ A correção da alcalose é essencial para evitar apneia pós-operatória, que pode estar associada à anestesia. ♥ A maioria dos lactentes é reidratada com sucesso nas primeiras 24 horas. Os vomitos em geral cessam quando o estomago esta vazio, e apenas ocasionalmente ha necessidade de aspiração nasogastrica. ♥ O procedimento cirurgico de escolha é a piloromiotomia. Tratamento incisão cirurgica do anel muscular do piloro. Essa incisura é feita por porção abdominal oblíqua direita, de 2 cm a 3 cm de extensão, sem secção dos musculos abdominais.
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