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Direito constitucional 3 E-MAIL PROFESSORA: CAROLINNE BRASIL MARTINS e-mails: carolinne.brasil@go.universo.edu.br - carolinnemartins@hotmail.com INSTAGRAN: @carolinnebrasilm WHATSAPP DA TURMA DIR. CONST. III: https://chat.whatsapp.com/BZK5CF4Ui1JIwfBBvzYoha SITE CONSTITUIÇÃO: www.planalto.gov.br AULA...(1) (03/08/2021) Ementa do Conteúdo Programático: Poder Legislativo, Processo Legislativo, Poder Executivo e Poder Judiciário. · Referências Bibliográficas: · LENZA · Tenho Puccineli · Jose Afonso da Silva · Vicente Paulo Observação - Avaliações: V-1, R-1, V-2, V-S - Segunda chamada de V-1 e de V-2 V-T MANUSCRITA E INDIVIDUAL - AULÕES NOS SABADOS (MODALIDADE REMOTA) Opções de V-T: -> 2 pesquisas manuscritas -> 2 aulões ->1 pesquisa manuscrita e 1 aulão 4) Datas das Avaliações: As datas serão repassadas assim que o calendário semestral for divulgado. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO TEORIA GERAL DA SEPARAÇÃO DOS PODERES -> A teoria da separação dos poderes é um macrotema de Direito Constitucional. Obs.: o artigo 2º traz, de forma expressa, a adoção da separação dos Poderes no Brasil. > O artigo 2º da CR é um princípio fundamental. O criador da teoria da separação dos poderes foi Aristóteles, em sua obra "A Política". Posteriormente, Montesquieu, em sua obra "O Espírito das Leis", desenvolve a teoria da separação dos poderes com a designação de cada FUNÇÃO a um órgão específico. Obs.: John Locke, em sua obra "Segundo Tratado sobre o Governo", desenvolve a teoria da separação dos poderes com a teoria bipartida (as três funções exercidas por dois órgãos). Obs. 2: Montesquieu foi quem desenvolveu a teoria TRIPARTIDA dos poderes. Obs. 3: a CRBF/1988 adotou a teoria tripartida de Montesquieu. > a teoria da separação dos poderes esteve presente de forma marcante no constitucionalismo clássico/liberal. Os pilares do constitucionalismo foram reconhecidos justamente no constitucionalismo clássico/liberal. * Organização do Estado * Separação dos Poderes * Direitos e Garantias Fundamentais -> Pressupostos básicos da teoria da separação dos poderes: -> Especialização funcional -> Independência orgânica No constitucionalismo brasileiro, nós tivemos uma Constituição que adotou a teoria QUADRIPARTIDA dos poderes: 1824. As demais Constituições brasileiras adotaram a teoria tripartida de Montesquieu (1891, 1934, 1937, 1946, 1967, 1969*, 1988). -> A teoria da separação dos poderes também é uma cláusula pétrea EXPRESSA (artigo, §4º, III). (artigo 60, § 4º, II da CR). Obs.: na verdade, os poderes são da República Federativa do Brasil, a qual é composta pela União, pelos Estados-Membros, pelos Municípios e pelo Distrito Federal. Obs.: na CR/88, NENHUM órgão exerce sua função principal de modo exclusivo. Na teoria tripartida adotada na CR/88, as funções (legislativa, executiva e judiciária) são exercidas pelos seus respectivos órgãos (Poder Legislativo, Poder Executivo e Poder judiciário) com primazia, com preponderância, com predomínio, mas Não com EXCLUSIVIDADE. Final da aula (1) dia: 03/08/2021. AULA...(2) (10/08/2021) Recomendou > > > > Enzo Pravatta Bassettti PODER: é a força política de um determinado Estado. É UNO. FUNÇÃO: são as atividades desempenhadas pelo Estado. São atividades típicas e atípicas. · Função típica denota a independência do Poder. · Funções atípicas denotam a harmonia entre os Poderes. Obs.: Nenhum poder é exercido de modo exclusivo. · A harmonia entre os Poderes está relacionada ao exercício das funções atípicas. · A função atípica é o exercício excepcional da função preponderante de um Poder pelo outro. · ÓRGÃOS: entidades que exercem as funções. PODER LEGISLATIVO O Poder Legislativo, até os séculos XVIII/XIX era exercido com inflexibilidade pelos Estados, os quais adotavam uma rigidez absoluta. Posteriormente, passou-se a adotar a possibilidade do exercício das funções atípicas. Obs.: O Poder Legislativo perde a característica da exclusividade. Com isso, surge o que se denomina de "sistema de freios e contrapesos". Sistema de Freios e Contrapesos é a possibilidade de um Poder exercer, excepcionalmente, o poder preponderante de outro. São as funções atípicas, exteriorizadas pela harmonia entre os Poderes. Esse sistema foi propagado, principalmente, pelos EUA. Obs.: A teoria da separação dos poderes, com a inserção do sistema de freios e contrapesos, passou a ser difundida no constitucionalismo clássico/liberal. Com a Revolução Francesa, o Poder Legislativo alcançou considerável posição de supremacia. Obs.: a partir do século XX, a atuação do Poder Legislativo passou a ser marcada pelo declínio. -> expressiva atuação do Poder Executivo. Atualmente, há situações que maculam a imagem do Poder Legislativo perante a sociedade: -> atuação omissa/deficiente na elaboração de normas; - > compra de votos; -> manobra de proteção; -> prática de corrupção. PODER LEGISLATIVO FEDERAL * CONGRESSO NACIONAL É a reunião de duas Casas legislativas: Câmara dos Deputados e Senado Federal. O Congresso Nacional (CD e SF) se reúne em sessão conjunta para: Obs.: Diferença entre sessão conjunta e sessão unicameral. Sessão conjunta: os votos são computados SEPARADAMENTE em cada Casa do Congresso Nacional. Verifica-se a maioria da CD e a maioria do SF. Sessão unicameral: são computados CONJUNTAMENTE todos os votos dos membros do Congresso Nacional (CD e SF). Extrai-se a maioria da totalidade do Congresso Nacional, que são 594 membros (513 deputados federais e 81 senadores da República). -> inaugurar a sessão legislativa; -> elaboração/alteração do Regimento Interno; -> conhecer de veto feito pelo Presidente da República e deliberar sobre ele; Obs.: leitura obrigatória das atribuições do Congresso Nacional - artigos 48 e 49 da CR. * ESTRUTURA DO PODER LEGISLATIVO FEDERAL No âmbito federal o Poder Legislativo adota o BICAMERALISMO. O Poder Legislativo possui duas Casas legislativas: CD e SF. * FUNÇÕES TÍPICAS E ATÍPICAS DO PODER LEGISLATIVO * Típicas: Legislar e fiscalizar Obs.: Segundo a doutrina majoritária, não há hierarquia das funções típicas de legislar e de fiscalizar do Poder Legislativo. Justificativas do Bicameralismo do Poder Legislativo na esfera federal: 1ª) em regra, o Senado Federal atua como casa revisora no processo legislativo ordinário, em que atua no controle interno do Poder. 2ª) o Senado Federal atua como representante dos Estados-Membros e do Distrito Federal. Obs.: os Municípios não possuem representação no Legislativo federal. Obs.: nos demais entes federados adota-se o princípio do unicameralismo. -> Estados-Membros: Assembleias legislativas. -> Municípios: Câmara municipal. -> Distrito Federal: Câmara Legislativa do DF. * Câmara dos Deputados > Artigo 45 da CR. Principais características da CD: 1) composta por representantes do povo; 2) são eleitos pelo sistema proporcional; 3) a representação para os Estados-Membros e para o Distrito Federal é proporcional ao número de habitantes. 4) Número total de deputados federais: 513. (Lc º 78/93). 5) Mandato: 4 anos, admitidas sucessivas reeleições. Obs.: utiliza-se, também, as expressões "legislatura" e "sessão legislativa". 6) Uma legislatura equivale a 4 anos. 7) Uma sessão legislativa corresponde a 1 ano. Final da aula (2) dia: 10/08/2021. AULA...(3) (24/08/2021). Obs.: no tocante aos Territórios Federais, o número de deputados é fixo: 4. Obs.: na CD - Câmara dos Deputados, há a possibilidade de renovação total da casa legislativa. Obs.: na CD, há a possibilidade de renovação total da casa legislativa. > Nacionalidade: brasileiros natos e naturalizados. Obs.: a Presidência da CD é privativa de brasileiro nato. Art. 14. § 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei: VI - a idade mínima de: a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador; b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal; c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juizde paz; d) dezoito anos para Vereador. -> Idade mínima: 21 anos (Deputados Federais). -> Competências privativas da CD: ... Estão expressas do artigo 51 da CR. -> essas competências não dependem de sanção presidencial. -> essas competências do artigo 51 são materializadas pela publicação de resolução. Obs.: a competência privativa do artigo 51 é exclusiva, indelegável. Obs.: Total de Deputados na CD... 513... (1/3 = 171), (2/3 = 342). 5. Senado Federal -> Composto por representantes dos Estados-Membros e do Distrito Federal. -> São eleitos pelo sistema eleitoral majoritário simples . -> Número total de senadores: 81. Obs.: número fixo por Estado e para o DF: 3 senadores. -> Mandato: 8 anos. (2 legislaturas; 8 sessões legislativas). - No senado federal, a renovação da Casa será, sempre, parcial. (1/3; 2/3). -> Nacionalidade: brasileiros natos ou naturalizados. Português equiparado >>>>> Obs: Eles serão estrangeiros, mas possuirão direitos equivalentes aos ostentados pelos brasileiros naturalizados, podendo se candidatar ao Senado. Porém... Obs.: somente os brasileiros natos poderão se candidatar à presidência da respectiva Casa (SENADO). -> Competências privativas: ... artigo 52 da CR. Obs.: as competências privativas do Senado são exclusivas e, portanto, indelegáveis. No artigo 52, I, o Senado Federal exerce a função jurisdicional de modo atípico. Obs.: as competências privativas do Senado são exclusivas e, portanto, indelegáveis. * Imunidades Parlamentares -> Aspectos introdutórios (válidos para todas as esferas do Poder Legislativo - federal, estadual, municipal e distrital) a) Finalidade Proteger a liberdade funcional de seus membros. b) Irrenunciabilidade As imunidades parlamentares (conjunto de direitos e garantias para que o parlamentar exerça livremente o seu mandato) não podem ser renunciadas porque são institucionais, e não pessoais. c) Afastamento do cargo Questão: Se o parlamentar se afastar para exercer outra função, ele permanece com as imunidades? Antes da CR/88, havia uma súmula editada pelo STF (Súmula nº4) no sentido de que o parlamentar temporariamente afastado permanecia com as imunidades parlamentares. Com a edição da CR/88, o STF passou a entender que o afastamento do parlamentar acarreta a suspensão das imunidades parlamentares, com a exceção da prerrogativa de foro (essa permanecia com o parlamentar, ainda que afastado do mandato). Obs.: Restou superada a Súmula nº 4 do STF (não é aplicada). POSSÍVEL PERGUNTA SUBJETIVA DE PROVA – RESPOSTA... No ano de 2018, o STF fez uma interpretação restritiva para a imunidade da prerrogativa de foro, no sentido de que só terá essa prerrogativa o parlamentar que estiver no exercício do mandato e o crime cometido for em razão deste. Conclusão: segundo o entendimento atual do STF, o parlamentar afastado não faz jus a nenhuma imunidade parlamentar. d) Suplentes Suplente não é parlamentar. Logo, não possui nenhuma imunidade, a não ser que ele venha a assumir o cargo. e) Estado de Defesa e Estado de Sítio Obs.: na vigência do Estado de Defesa e de Intervenção Federal, as imunidades parlamentares subsistem. - Artigo 53, § 8º. Obs. 2: somente na vigência do Estado de Sítio, as imunidades parlamentares poderão ser suspensas, pelo voto de 2/3 dos membros da casa respectiva. nos casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida. * Imunidades Materiais (para pr[oxima aula_. Informações úteis!!! V-1: 05 de outubro. V-2: 23 de novembro. R-1: a definir. Segunda chamada de: V-1 e de: V-2: 07 de dezembro. V-S: 14 de dezembro. Opções de V-T: - 2 pesquisas manuscritas. - 2 aulões (984273539) - 1 pesquisa manuscrita e 1 aulão. Democracia é suportar o insuportável. ...>>>>>>>>Dar atenção e ouvir o outro, mesmo que este esteja falando algo que você não suporte o que ele esteja falando ou se manifestando. Isto é a essência da “DEMOCRACIA”. Final da aula (3) dia: 24/08/2021. AULA...(4) (31/08/2021). OBS.: Dia 31/08/2021, não houve aula (4), devido a professora alegar problemas na internet. Pediu para os alunos ficarem tranquilos que não haverá perca do conteúdo. AULA...(5) (07/09/2021). Dia: 07/09/2021, não houve a aula (5), devido ao feriado do dia da Independência do BRASIL. AULA...(6) (14/09/2021). 2) Imunidades Parlamentares (Espécies) 2.1 - Imunidade Material -> Artigo 53, caput. Também é conhecida como "freedom of speech" (liberdade de discurso / liberdade de fala). a) dentro da Casa legislativa, os parlamentares possuem imunidade material absoluta (intra muros). Porém, fora da Casa legislativa, para que o parlamentar tenha imunidade material, há a necessidade de que sua fala esteja conexa com o exercício do mandato. (extra muros). * A imunidade material absoluta envolve a fala em plenário. b) Imunidade material no tocante à responsabilização civil Foi acrescentada ao artigo 53, caput com a aprovação da EC nº 35/2001. c) Quando a incidência da imunidade material tem início? -> Segundo o prof. Marcelo Novelino, a incidência da imunidade material se inicia também com a expedição do diploma, já que a Constituição é silente quanto a esse tema. d) Qual é a natureza jurídica da imunidade material sob o aspecto penal? * hediondos Segundo o STF, a imunidade parlamentar material é uma causa excludente de tipicidade (a tipicidade integra o fato típico). e) Imunidade material e redes sociais - caso Garotinho e delegado da PF - envolvimento em suposto crime de calúnia. Em decisão isolada, o STF decidiu que manifestação em blog pessoa l não constitui exercício funcional. 2015 - caso Caiado x ex-presidente Lula. O STF entendeu pela incidência da imunidade material porque a fala do Senador estava conexa com o exercício do seu mandato. Caso Jean Wyllys – 2.2 - Imunidades formais -> Estão relacionadas à prisão e ao processo de parlamentares. -> Também é conhecida como "freedom from arrest" (liberdade de locomoção) * Imunidade formal quanto à prisão - Artigo 53, § 2º. Regra: é a não prisão de parlamentares. Exceção: flagrante delito de crime inafiançável. a) o marco inicial para a incidência da imunidade formal quanto à prisão é a expedição do diploma (ato solene que ocorre após a eleição e antes da data da posse, em que se atesta a lisura do pleito eleitoral). b) No Brasil, nós temos duas espécies de prisão: cautelar (segundo a doutrina majoritária, as espécies de prisão cautelar são: flagrante delito, temporária e preventiva) e a prisão-pena (é a prisão após o trânsito em julgado de sentença penal condenatória). - Segundo o STF, o parlamentar poderá ser preso mediante sentença penal condenatória. - Segundo o texto da Constituição, são crimes inafiançáveis: -> racismo; -> ação de grupos armados; -> crimes hediondos; -> Tráfico de drogas; -> Tortura; -> Terrorismo. - As situações de flagrância estão expressas no artigo 302 do CPP.. c) A expressão "maioria" do artigo 53, § 2º refere-se à maioria absoluta dos membros da Casa legislativa. * Imunidade formal quanto ao processo: -> Artigo 53, § 3º. a) Antes da EC nº 35/2001, vigorava o Princípio da Improcessabilidade. 1988 - 2001. Com a aprovação da EC nº 35/2001, foi retirada a necessidade de autorização da Casa legislativa para que o parlamentar possa ser processado. (Princípio da Processabilidade). CRIME PRATICADO: -> ANTES DA DIPLOMAÇÃO: processo instaurado perante a Justiça comum de primeiro grau. Não há a incidência da imunidade formal quanto ao processo. -> APÓS A DIPLOMAÇÃO: o parlamentar será processado perante o STF se o crime tiver relação /conexão/vinculação com o exercício do mandato / função parlamentar. Obs.: para que haja ação penal, não há necessidade de autorização da Casa legislativa. -> após o recebimento da denúncia, o STF comunicará à respectiva Casa legislativa. -> o partido político com representação na Casa pode requerer a suspensão do processo (para a Casa Legislativa). -> A suspensão do processosomente será deferida perlo voto da maioria (absoluta) dos membros da Casa. -> Em havendo a suspensão do processo, também haverá a suspensão da prescrição. O legislador constituinte determinou que a suspensão do processo implica também na suspensão da prescrição para que não ocorra a extinção da punibilidade. Final da aula (6) dia: 14/09/2021. AULA...(7) (21/09/2021). Obs.: O parlamentar que teve seu processo sustado na vigência do mandato, caso seja reeleito, o processo volta a tramitar. Findo o mandato, caso o parlamentar não se reeleja, o processo será remetido à justiça de primeiro grau. * IMUNIDADES parlamentares dos Deputados Estaduais e Distritais: Temos a aplicação do Princípio da Simetria, ou seja, todos os comandos aplicados aos parlamentares federais também se aplicam aos parlamentares estaduais e distritais. -> Artigo 27, §1º. -> Artigo 32, § 3º. * IMUNIDADES parlamentares aos vereadores: Os parlamentares municipais não possuem imunidade formal. Os parlamentares municipais não possuem imunidade formal por ausência de expressa previsão em seu texto. Imunidade material dos parlamentares municipais: artigo 29, VIII. Obs.: a imunidade material dos parlamentares municipais é mais restrita do que as imunidades materiais dos parlamentares federais, estaduais e distritais. Isso ocorre por expressa disposição no texto da Constituição. * FORO DE PRERROGATIVA DE FUNÇÃO DOS PARLAMENTARES Prerrogativa de foro é a possibilidade que determinadas autoridades possuem, em razão do cargo ocupado, de serem julgadas por Tribunal designado no texto da Constituição. Obs.: as expressões "prerrogativa de foro" e "foro privilegiado" não são expressões sinônimas. A prerrogativa de foro existe em razão do cargo, e não da pessoa em si mesma. A prerrogativa de foro possui duas bases que estão condizentes com o Estado Democrático de Direito: -> Imparcialidade; -> os julgamentos são feitos por órgãos colegiados. A imparcialidade, no texto constitucional, está prevista no artigo 5º, incisos XXXVII e LIII. > Julgamento dos parlamentares federais: Artigo 53, § 1º: STF. Obs.: abrange todas as modalidades de infrações penais (eleitorais, crimes dolosos contra a vida, contravenções penais etc.), DESDE QUE que praticados no exercício do mandato e em razão dele. -> Julgamento dos parlamentares estaduais e distritais: -> Há a necessidade de se verificar a natureza do crime para se apontar qual é o Tribunal competente. - Tribunal Regional Eleitoral: crimes eleitorais. - Tribunal Regional Federal: crimes praticados em detrimento de bens, serviços e interesses da União, entidades autárquicas ou empresas públicas federais. - Tribunal de Justiça: demais crimes, incluindo-se os crimes dolosos contra a vida. -> Julgamento dos parlamentares municipais: -> Crimes dolosos contra a vida: Tribunal do Júri. Obs.: tradicionalmente, há a possibilidade de previsão de prerrogativa de foro para vereadores nas Constituições estaduais. Porém, o professor Marcelo Novelino defende que essa previsão se tornou inconstitucional devido ao recente posicionamento do STF para outros cargos em que não há previsão expressa na Constituição de 1988, e há previsão expressa na Constituição do respectivo Estado. * Comissões Parlamentares de Inquérito: Final da aula (7) dia: 21/09/2021. AULA...(8) (28/09/2021). COMISSÕES PARLAMENTARES DE INQUÉRITO A r t i g o 5 8, § 3. 1) Comissões. a) Comissões: Permanentes: são as que ultrapassam o período de uma legislatura. b) Comissões Temporárias: são as comissões que não ultrapassam o período de uma legislatura. c) Comissões Mistas: são as compostas por deputados federais e por senadores da República. Obs.: a atuação das CPI's está inserida na atividade típica FISCALIZATÓRIA do Poder Legislativo. * Requisitos para a instauração de uma CPI: 1- Indicação de FATO DETERMINADO a ser investigado. Obs.: não se admite a instauração de CPI para a investigação de fatos genéricos. Obs.: particulares podem ser investigados em uma CPI? A investigação de uma CPI a qual atinge particulares só se admite quando há a necessidade de tutela/proteção ao interesse público. 2 - Delimitação de prazo certo. Necessariamente, a CPI é uma comissão temporária. -> O Regimento Interno da CD diz que uma CPI pode durar até 120 dias, prorrogáveis por mais 60 dias. -> Uma CPI conjunta de deputados federais e senadores é chamada de CPMI (Comissão Parlamentear Mista de Inquérito). Obs.: uma CPMI, formada em conjunto por deputados federais e por senadores, SEMPRE terá a obrigatoriedade de 1/3 de deputados e 1/3 de senadores. A instauração de uma CPI evidencia um direito de minoria da Casa legislativa. (Possível pergunta de prova!!!). O STF decidiu que os requisitos para a instalação de uma CPI são normas de reprodução obrigatória, ou seja, não podem ser criados outros requisitos para a instalação de uma CPI nos âmbitos estadual, distrital e municipal. * Poderes de um a CPI: * Poderes de uma CPI: Obs.: tecnicamente, as CPI's ostentam poderes instrutórios próprios das autoridades judiciais. * Segundo a jurisprudência do STF, a CPI tem autorização para: a) oitiva de investigados e testemunhas. -> Tanto a lei nº 13.367/2016 quanto a recente jurisprudência do STF ressaltam que não há possibilidade de determinação de condução coercitiva para a oitiva em CPI. b) quebra dos sigilos fiscal, bancário e telefônico. Quebra de sigilo telefônico é diferente de interceptação telefônica. Dados telefônicos estão relacionados a informações de dia, hora e duração da chamada telefônica. A interceptação telefônica está relacionada ao conhecimento do CONTEÚDO da conversa feita pelos interlocutores. c) convocar autoridades e requisitar documentos. d) requisitar diligências tais como perícias, auditorias, acareações, exames grafotécnicos, reconhecimento de pessoas, análises contábeis etc. * Segundo a jurisprudência do STF, a CPI não tem autorização para: a) a CPI não pode decretar prisão cautelar de uma pessoa (prisão temporária ou preventiva), exceto a prisão em flagrante. b) uma CPI não pode decretar busca e apreensão domiciliar. c) uma CPI não pode determinar constrição de bens (ex.: arresto, sequestro, hipoteca de bens). d) uma CPI não tem autorização para anular atos de qualquer outro Poder da República. e) uma CPI não pode determinar uma intercepção telefônica. Obs.: Esses atos que mencionamos como não sendo possíveis de serem implementados diretamente por uma CPI estão inseridos dentro da denominada CLÁUSULA DE RESERVA DE JURISDIÇÃO. *******Cláusula de Reserva de Jurisdição são atos exclusivos do Poder Judiciário porque estão diretamente relacionados à flexibilização/restrição/mitigação de direitos fundamentais. ******* * OBSERVAÇÕES FINAIS: -> As decisões das CPI's devem, obrigatoriamente, ser motivadas, fundamentadas. -> Princípio da Colegialidade: a validade das deliberações das comissões está condicionada à manifestação da maioria absoluta de seus membros. -> A CPI''s não podem ter acesso a inquéritos policiais em trâmite, bem como a processos na Justiça sob sigilo judicial (segredo de justiça). -> Em regra, o Poder Judiciário não interfere na atuação de uma CPI. Porém, eventuais abusos e ilegalidades praticados por uma CPI podem ser controlados pelo Poder Judiciário. * Possibilidade de instauração de uma CPI nas demais esferas da Federação: -> Segundo o STF, atendidos exclusivamente os requisitos constitucionais, poderá haver a instauração de CPI nos âmbitos estadual, distrital e municipal. Todavia, na esfera municipal, os poderes instrutórios são reduzidos. Ex.: CPI municipal não pode determinar, diretamente, a quebra de sigilo fiscal, bancário e telefônico. -> Segundo os STF, as CPI's instaladas no Congresso Nacional devem ser de interesse nacional. As CPI's instaladas no âmbito dos Estados-Membros e do Distrito Federal devem ser de interesse regional. As CPI's instaladas no âmbito municipal devem ser de interesse local. 2
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