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Modelo Trabalho Acadêmico - ABNT

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA
ENFERMAGEM 
ENFERMAGEM NO CUIDADO DA SAÚDE DO TRABALHADOR
RISCOS FÍSICOS E SEUS AGRAVOS NO AMBIENTE HOSPITALAR
Rio de Janeiro, outubro de 2021.
UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA
ENFERMAGEM 
ENFERMAGEM NO CUIDADO DA SAÚDE DO TRABALHADOR
RISCOS FÍSICOS E SEUS AGRAVOS NO AMBIENTE HOSPITALAR
Trabalho apresentado à disciplina de Enfermagem no Cuidado da Saúde do Trabalhador
Obrigatória ao curso de Enfermagem como pré-requisito para aprovação deste período.
Rio de Janeiro, outubro de 2021.
RESUMO
No presente relatório foi abordado riscos ocupacionais a que estão expostos os profissionais de enfermagem no ambiente hospitalar, além dos fatores que favorecem a sua ocorrência e possíveis agravos. Também foi mencionado algumas definições e especificações sobre os riscos e como ele se adequam a rotina hospitalar.
Alunos: 
Amanda Silva dos Santos
Isabel Beatriz Mota do Nascimento
Thallita de Albuquerque Silva
Thamyris Raisa Afonso Mendes
Thifany Vitória Martins Cabral
 
Orientador:
Prof. Cristiane Maria Amorim Costa
Universidade Veiga de Almeida
 
 
 	Palavras-chave: Acidentes de Trabalho. Enfermagem. Fatores de risco.
Área do conhecimento: Enfermagem referente a Saúde do Trabalhador
Visto do Orientador: _____________________________________
ABSTRACT
This report addresses occupational risks to which nursing professionals are exposed in the hospital environment, in addition to the factors that favor their occurrence and possible injuries. Some definitions and specifications about the risks and how they fit the hospital routine were also mentioned.
Keywords: Work accidents. Nursing. Risk factors.
INTRODUÇÃO
 A equipe de enfermagem é parte integrante da estrutura hospitalar, e muitas vezes constitui maioria em seu quadro de funcionários. Em geral possui carga horária diferenciada e rotina desgastante. Está em contato direto com os pacientes/clientes submetidos a algum tipo de tratamento, assumindo importante papel junto aos mesmos, porém, percebe-se que o ambiente hospitalar é único no que diz respeito à normas, padrões e rotinas de trabalho, fato este, que interfere diretamente na qualidade de vida e riscos ocupacionais a que estão expostos seus funcionários. A ocorrência de acidentes de trabalho no ambiente hospitalar tornou-se comum, acontece quase a totalidade dos hospitais, nos mais diversos setores e situações apresentando graus de comprometimento variados, exigindo portanto identificação dos riscos e ações no sentido de minimizá-los, uma vez que sua ocorrência gera transtornos pessoais, familiares, prejuízos funcionais às unidades hospitalares, problemas sociais e gastos ao setor previdenciário, confirmando deste modo a importância de estudos relacionados ao tema.
DEFINIÇÃO:
O conceito de risco é entendido pela epidemiologia como a probabilidade de ocorrência de um dano. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001).
 A portaria de número 1.823, de 23 de agosto de 2012, determina obrigatório o cumprimento da política nacional de saúde do trabalhador e da trabalhadora, onde se alinha com o conjunto de políticas de saúde no âmbito do SUS, considerando a transversalidade das ações de saúde do trabalhador e o trabalho como um dos determinantes do processo saúde-doença.
 Um dos seus objetivos é fortalecer a vigilância em saúde do trabalhador e a integração com os demais componentes da vigilância em saúde, que pressupões a intervenção nos processos e ambientes de trabalho. Além de garantir a integralidade na atenção à saúde do trabalhador, que pressupõe a inserção de ações de saúde do trabalhador em todas as instâncias e pontos de rede de atenção à Saúde do SUS. Um estudo feito em 2018 mostra que as doenças relacionadas a saúde do trabalhador, estão constantemente ligadas com a idade, tempo de trabalho na unidade, idade de início laboral, horas de sono, jornada múltipla de trabalho, sem pausa para descanso, entre outras. A profissão de enfermagem por si só já enfrenta inúmeros estressores, muitos que já são considerados intrínsecos à profissão, como a longa jornada de trabalho em meio à dor, perda e sofrimento, cuidado de pacientes em condições de saúde opostas a vida e apoio aos familiares. 
 Tais estressores em conjunto com o modo como o trabalho é feito no dia a dia no ambiente de trabalho, são determinantes para o desenvolvimento de problemas de saúde. Isso são riscos ocupacionais, que são uma “condição ou conjunto de circunstâncias que têm potencial de causar efeito adverso, que pode ser: morte, lesões, doenças ou danos à saúde do trabalhador, à propriedade ou ao meio ambiente.” 
 Riscos esses que são definidos como: 
1- Físicos (iluminação, temperatura, ruído, radiações ionizantes);
2- Químicos (quimioterapia, glutaraldeído, detergentes enzimáticos, cloro);
3- Biológicos (bactérias, vírus, fungos, protozoários);
4- Mecânicos e/ou ergonômicos (ligados à natureza biopsicossocial do ambiente de trabalho).
 Nesse trabalho serão abordados os riscos físicos, que tem por definição aqueles que de acordo com Siqueira, Ventola e Watanabe (1995), Marziale e Rodrigues (2002), Ribeiro e Shimizu (2007) se referem aos ruídos, vibrações, radiações ionizantes e não ionizantes, temperaturas extremas, pressões anormais e umidades, iluminação inadequada e exposição a incêndios e choques elétricos.
IMAGEM 1: EXEMPLO DE RISCOS FÍSICOS
FONTE: MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006
A SEGURANÇA DO TRABALHADOR:
  Como já foi mencionado anteriormente, o ambiente hospitalar é um dos poucos lugares onde podemos encontrar todos os riscos existentes. Lá temos riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de acidentes. Com todos esses riscos presentes, a prevenção se faz muito necessária e deve ser eficiente.
 Além disso, é evidente que tudo tem um começo, e na Segurança do Trabalho o ideal é o trabalhador seja recebido com um:
· Treinamento de integração: É muito importante para apresentar os ricos presentes no ambiente de trabalho ao trabalhador recém-contratado. 
Não importa o tamanho do estabelecimento, esse treinamento é sempre necessário na contratação, periodicamente e sempre que surgir mudanças no processo de trabalho e riscos novos.
Lembre-se, instruir o empregado sobre os riscos presentes no ambiente de trabalho é lei NR 1.7 e NR 32.2.4.9. 
· CCIH – Comissão Controle de Infecção Hospitalar : Se você, o leitor, está trabalhando ou irá trabalhar em hospital é imperativo que conheça o pessoal que faz parte da CCIH. Já que, a CCIH está por dentro dos riscos infecciosos no hospital, riscos esses que estão em quase toda parte.
ESTRUTURA FÍSICA IRREGULAR:
 Muitas vezes a estrutura física da instituição hospitalar é inadequada: salas apertadas, corredores estreitos, rampas íngremes, escadas, salas que deviam estar acopladas uma à outra, distantes entre si, ausência de boa iluminação, ventilação, janelas, local ao ar livre (para arejar), estrutura física antiga e em más condições, banheiros insuficientes para o número de funcionários, ausência de armários para guardar bolsas e objetos pessoais, de um local de descanso digno para enfermagem entre outros problemas. Essa ausência de melhores condições de trabalho gera frustração, irritação e fadiga no funcionário que tem de se adaptar a situação apesar de realizar bem o seu trabalho. Os recursos materiais e os equipamentos também participam desse contexto. Sabemos que o ambiente interfere na qualidade de vida do ser humano, assim podemos inferir que acontece o mesmo em relação à enfermagem e o ambiente institucional (FARIAS et al (2007), RIBEIRO e SHIMIZU (2007).
 Todos os acidentes de trabalho das áreas hospitalares são de alto risco. Por ter um envolvimento direto com doenças e operar com aparelhos que oferecem riscos a quem os manipula, sem o devido cuidado, o dano à saúde do trabalhador e/ou dos pacientes pode ser irreversível. Algumas das consequências podem ser:
· contágio de doenças infecciosas como HIV ou hepatites. O contágio geralmenteé devido a acidente biológico com objetos perfurocortantes (seringas, agulhas e outros);
· lesões permanentes pelo contato com agentes químicos;
· lesões musculares ou articulares causadas pelo risco ergonômico;
· ocorrência de infecções hospitalares graves.
IMAGEM 2: RISCO POR INADEQUAÇÃO DE AMBIENTE
 FONTE: G1 ESPÍRITO SANTO, 2012
ILUMINAÇÃO
 A iluminação é fator importante dentro do ambiente de trabalho. Ela influência não somente no rendimento do funcionário como em sua saúde. A NR 17, que traz as normas de ergonomia, estabelece que todos os locais de trabalho devem dispor de iluminação adequada para a realização de todas as atividades laborais ali desempenhadas.
 Agravos causados pela má iluminação: uma má iluminação pode causar queda de rendimento laboral, problemas físicos e até emocionais. Dentre eles podemos destacar:
1. Irritação nos olhos: ambientes com luz muito intensa, por exemplo, pode causar vermelhidão, lacrimejamento, ardor, dores e incômodos nos olhos.
2. Cansaço Visual: luz em excesso quanto em quantidade insuficiente leva a um excessivo esforço da visão e, consequentemente, uma sobrecarga nos olhos. Sintomas que acompanham a fadiga visual incluem dores de cabeça, dores nos olhos, além de visão turva e embaçada. 
3. Distúrbios emocionais: a luz está intimamente relacionada a produção de melatonina, popularmente conhecida como hormônio do sono. Ambientes escuros ou com luz insuficiente estimulam a produção desse hormônio. Isso gera sensação de sonolência, diminuindo a disposição para trabalhar, o rendimento, e trazendo cansaço e apatia aos profissionais. Uma iluminação adequada pode trazer sensação de alegria além de combater até mesmo a depressão.
4. Problemas de pele: o uso excessivo do computador e/ou lâmpadas fluorescentes pode ocasionar envelhecimento precoce, manchas vermelhas na pele e desenvolvimento de câncer de pele. Por isso a recomendação por dermatologistas da utilização de protetor solar também em ambientes de trabalho fechados. 
 Vimos, portanto, que a iluminação é fator fundamental no ambiente de trabalho e sua utilização inadequada pode causar queda de rendimento, doenças, além de riscos de acidentes e aumentos nos índices de erros na execução de determinadas funções.
IMAGEM 3: O PERIGO DA ILUMINAÇÃO ARTIFICIAL NA SAÚDE 
FONTE: USIlluminations, 2018
 
TEMPERATURA:
 A temperatura em hospitais é uma das variáveis mais monitoradas e importantes nos processos hospitalares. Se faz necessário um acompanhamento da temperatura dos pacientes e de seu ambiente, de suas refeições e de seus medicamentos. Bem como também dos ambientes de armazenamento, manipulação de medicamentos e alimentos. Mas, mesmo sendo tão importante em várias frentes, essa variável ainda é “negligenciada” nos ambientes hospitalares. Uma pesquisa realizada em 2013 junto a hospitais privados de grande porte apontou um percentual de 75% destes ambientes com monitoração e registros manuais.
 Como por exemplo nos casos de recepção dos medicamentos, neste momento é importante ao responsável neste processo se certificar da temperatura dos produtos dos medicamentos termolábeis ou imunobiológicos. As vacinas por exemplo, necessitam de uma caixa de transporte específica para manter a temperatura entre 2ºC e 8ºC. Para verificar essa temperatura o responsável deverá se utilizar de um termômetro do tipo espeto ou infravermelho. No guia de boas práticas na rede de frio da ANVISA é possível ter mais detalhes sobre esse procedimento. Após se certificar que esta temperatura está de acordo, estes medicamentos seguem para um estoque intermediário. É lá onde ficam até o momento de serem despachados para as farmácias satélites. Neste momento, o almoxarifado fica responsável por monitorar e registrar a temperatura desses estoques. Para os medicamentos termolábeis normalmente são utilizadas câmaras frias para permitir o estoque de um número maior de medicamentos. Este ambiente é crítico pois possui grande quantidade de medicamentos de alto custo e uma falha no sistema de refrigeração ou fornecimento de energia coloca em risco estes produtos. Por isso, um sistema de monitoramento se faz necessário como item de segurança.
 Além disso, temos também o Centro Cirúrgico, que deve possuir sistema de ventilação para promover o conforto térmico à equipe e ao paciente e que diminua a contaminação ambiental. Para isso, é necessário manter o controle das condições termo higrométricas a fim de promover um ambiente confortável aos pacientes e profissionais de saúde bem como manter condições favoráveis a tratamentos específicos, inibir proliferação de microrganismos favorecida por ambientes úmidos e propiciar especificidades de temperatura para o funcionamento de equipamentos especiais. Recomenda-se que cada sala cirúrgica tenha controle individual da temperatura.
 Estes foram apenas dois dos casos em que a temperatura é ponto importante para a saúde e segurança do paciente e dos profissionais a qualquer problema em algum destes elos da cadeia pode comprometer todo o tratamento, bem como perdas tanto para a instituição como para os pacientes. Exemplo disso são os casos de medicamentos especiais, como oncológicos, que em alguns casos demandam importação e/ou rigoroso controle, uma perda neste sentido pode colocar em risco o paciente por interromper seu tratamento.
 Com isso, é visível que a temperatura do centro cirúrgico e demais ambientes dos hospitais podem ser diferente, e essa mudança de temperatura pode causar algumas doenças, dentre elas:
· Gripe: ocasionada por causa da queda brusca da temperatura ou por entrar em contato direto com pessoas doentes
· Pneumonia: já que ela é causada por bactérias que se aproveitam da queda da imunidade durante a mudança brusca de temperatura para se reproduzir.
Outro fator importante na temperatura é que de acordo com a resolução nº 9 da Anvisa, se faz necessário definições de periodicidade sobre as trocas e limpeza dos filtros, de acordo com o tipo de equipamento e o local de atendimento – público, comercial ou privado. O texto publicado pela Anvisa também aborda os principais e prováveis problemas gerados pela falta de manutenção e as devidas medidas a serem tomadas nesses casos. 
IMAGEM 4: A IMPORTÂNCIA DO CONTROLE DE TEMPERATURA DE GELADEIRA HOSPITALAR
FONTE: NEXXTO- LUCAS ALMEIDA, 2021
RUÍDOS:
 O ruído pode ser definido como qualquer perturbação vibratória em meio elástico que produz sensação auditiva (Merluzzi). Ou seja, pode-se dizer que o ruído é um som incômodo ou indesejado como por exemplo, buzinas, máquinas, trânsito, sirenes.
 Por isso, no ambiente hospitalar, principalmente em UTI, emergências e salas cirúrgicas, há ruídos originários de várias fontes que compõe a poluição sonora, como ventiladores, bombas de infusão, monitores cardíacos, alarmes, campainhas, telefones, interfones. Dentre os alarmes dos equipamentos, temos o do ventilador mecânico atinge 60 a 65 decibéis (dB), o sistema de vácuo (utilizado para aspiração) alcança 50 a 60 dB e os monitores cardíacos 50 a 55 dB. Fora isso, em relação ao ambiente cirúrgico, as cirurgias otorrinolaringológicas produzem ruídos acima de 75 dB e as ortopédicas e neurológicas, ruídos que excedem 100 dB em aproximadamente 40% do tempo operatório além de conversações desnecessárias provenientes dos próprios profissionais. (Oliveira e Arenas)
 Obviamente, esses níveis vão além do que é estabelecido como “não incômodo” pela Organização Mundial da Saúde (OMS). E, é esta determina que um limite para quartos de hospital de 40 decibéis pela manhã e 35 decibéis durante a noite. Aqui no Brasil, as variações definidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) não estão distantes. A norma responsável por essa medição é a NBR10152/2017, que estabelece uma variação de 35 a 45 decibéis.
 Os Riscos da Poluição Sonora Hospitalar: 
 Ao ver placas de silêncio espalhadas em um hospital, não se trata apenas do incômodo para os profissionais da saúde, mas, principalmente, para os pacientes, a poluição sonoraem um complexo médico pode retardar o processo de recuperação dos pacientes, colocando a própria função do hospital em cheque. Já que como Florence N. descobriu e orienta que o sono é um fator essencial no processo de recuperação e tratamento de inúmeros problemas de saúde. Por sua vez, ele pode ser interrompido facilmente quando há barulho em excesso.
 Além disso, o excesso de ruídos pode provocar várias formas de reações para os profissionais que lidam cotidianamente que vão além dos sintomas auditivos, como por exemplo, transtornos neurológicos, gastrointestinais e hormonais, além de:
· 
· Tremores nas mãos e olhos;
· Diminuição da reação aos estímulos visuais;
· Dilatação pupilar;
· Vertigens ou síncope;
· Náuseas e/ou vômitos;
· Diarreia ou constipação;
· Dores abdominais;
· Taquicardia;
· Elevação da pressão arterial;
· Aumento de adrenalina e cortisol;
· Insônia;
· Ansiedade;
· Fadiga;
· Cefaleia;
· Alterações de humor;
· Disfunções sexuais;
· Falta de apetite;
· Redução da habilidade e da destreza manual;
· Redução da atenção e concentração;
· 
· Diminuição do rendimento e eficiência;
 Outro exemplo, um estudo feito em um hospital público de Curitiba em 2018, com 138 profissionais de enfermagem, apontou que a queixa auditiva mais citada em relação à exposição aos ruídos foi o zumbido (14,49%), e a extra auditiva foi a irritação (45,63%), seguida de alteração do sono e dor de cabeça (44,20%) e baixa concentração (34,78%). (Costa, Lacerda e Marques)
Medidas de Prevenção e Tratamento:
 A melhor maneira de se combater o barulho dentro dos hospitais é implementando um projeto de isolamento acústico e condicionamento interno na arquitetura do ambiente, para proporcionar conforto. Qualquer clínica médica é composta por muitas salas, corredores e unidades de tratamento. Assim, cada local requer um estudo específico para reduzir os ruídos e as vibrações excessivas.
· Corredores: Em ambientes de saúde, os corredores costumam ser áreas de bastante movimento. Uma boa parte da comunicação entre a equipe acontece nesse espaço. Tudo isso faz com que o som se propague rapidamente ao longo dos corredores, afetando os quartos que estão conectados a ele. Para resolver esse problema, é necessário investir em um forro com boas qualidades de absorção e eficiência na redução da propagação do som, que também ofereça proteção a microrganismos compatível com áreas de saúde, melhorando a qualidade do ambiente.
· Unidades de emergência: são espaçosas e bem abertas. Elas costumam ser próximas da entrada da ambulância, o que eleva o nível de barulho e estresse. Como erros médicos podem acontecer nas unidades de emergência por conta de falhas de comunicação ocasionadas pela poluição sonora, é necessário ter atenção redobrada com esse ambiente. Por isso, o tratamento acústico engloba isolamento, absorção e, em certos casos, amortecimento de vibrações. O estudo de lay-out na utilização de divisórias com bom isolamento e de forros acústicos são fatores fundamentais para se proporcionar conforto, redução de ruido e dessa forma, proporcionar boas condições de comunicação.
· As áreas destinadas para idosos: merecem cuidado especial para que os pacientes se sintam seguros, calmos e confortáveis. O impacto do ruído é um grande inimigo dessas sensações desejadas. Portanto, estes ambientes devem receber atenção redobrada. Como esse tipo de espaço tende a receber muitas pessoas com deficiência auditiva, os profissionais da área podem ser forçados a elevar o tom de voz. Os ambientes com acústica adequada e baixa reverberação oferecem maior clareza e melhores condições de comunicação. Além disso, forros Acústicos serão bem-vindos nesse espaço, para favorecer a clareza do som. 
 Portanto, tratando-se do ambiente hospitalar, inúmeras medidas tanto na estrutura hospitalar como no próprio comportamento dos profissionais podem auxiliar na diminuição do frequente aumento da carga cognitiva pela exposição ao ruído associada a esses sintomas pode aumentar a possibilidade de ocorrência de erros e acidentes de trabalho.
IMAGEM 4: A IMPORTÂNCIA DO SILÊNCIO HOSPITALAR
FONTE: Spencer Aronfeld, 2012 
RADIAÇÃO:
 A revolução industrial tornou inegável que os ambientes de trabalho são vetores de riscos que podem comprometer a saúde e a segurança de seus trabalhadores. Tendo isso em vista, esses riscos passaram a possuir cinco classificações e dentre elas temos os riscos físicos, que englobam diversas formas de energia a que possam estar expostos os profissionais, dos quais as radiações estão inseridas.
 De acordo com a FIOCRUZ, a radiação é proveniente de ondas eletromagnéticas ou partículas que se propagam com uma determinada velocidade e, dependendo da quantidade de energia, podem ser apontadas como ionizantes ou não ionizantes. As radiações não ionizantes são de baixa energia e costumam estar sempre ao nosso redor, sendo através da luz, calor e ondas de rádio ou até mesmo através da TV ou do microondas. Já as radiações ionizantes, consideradas como altos níveis de energias, possuem fontes naturais e não naturais, ou seja, produzidas pelo homem, que são comumente encontradas nos cuidados em saúde (raios-x, tomografia computadorizada e radioterapia) e na geração de energia (usinas nucleares).
Ademais, as radiações ionizantes podem ser emitidas na forma alfa, beta e gama, além do raio-x. No que se refere às partículas alfa, por terem massa e carga elétrica relativamente maior, podem ser facilmente detidas, até mesmo por uma folha de papel; elas em geral não conseguem ultrapassar as camadas externas de células mortas da pele de uma pessoa, sendo assim praticamente inofensivas. Entretanto podem ocasionalmente, penetrar no organismo através de um ferimento ou por aspiração, provocando, nesse caso lesões graves. Já as partículas Beta são capazes de penetrar cerca de um centímetro nos tecidos, ocasionando danos à pele, mas não aos órgãos internos, a não ser que sejam ingeridas ou aspiradas. Por fim, assim como os raios-X, os raios gama são extremamente penetrantes, sendo detidos somente por uma parede de concreto ou metal.
 
 Apesar dos efeitos da radiação não poderem ser considerados inócuos, é inegável que o seu uso na medicina tem se mostrado indispensável e progressista, visto que permitiu o avanço dos tratamentos e diagnósticos, como o seu assessoramento na:
· Radioterapia: Consiste na utilização da radiação gama, raios X ou feixes de elétrons para o tratamento de tumores, eliminando células cancerígenas e impedindo o seu crescimento. 
· Braquiterapia: Radioterapia localizada para tipos específicos de tumores e em locais específicos do corpo humano, tendo como principal vantagem a proximidade da fonte radioativa, que afeta mais precisamente as células cancerígenas e danifica menos os tecidos e órgãos próximos.
· Aplicadores: São fontes radioativas de emissão beta distribuídas numa superfície, cuja geometria depende do objetivo do aplicador, muito usado em aplicadores dermatológicos e oftalmológicos. A atividade das fontes radioativas é baixa e não oferece risco de acidente significativo sob o ponto de vista radiológico
· Radioisótopos: Terapias medicamentosas que contêm radioisótopos, que são administrados ao paciente por meio de ingestão ou injeção, com a garantia da sua deposição preferencial em determinado órgão ou tecido do corpo humano. Por exemplo, isótopos de iodo para o tratamento do cancro na tiroide.
· Radiografia: Imagem obtida, por um feixe de raios X ou raios gama que atravessam a região de estudo e interage com uma emulsão fotográfica ou tela fluorescente.
· Tomografia: O princípio da tomografia consiste em ligar um tubo de raios X a um filme radiográfico por um braço rígido que gira ao redor de um determinado ponto, situado num plano paralelo à película. Assim, durante a rotação do braço, produz-se a translação simultânea do foco (alvo) e do filme. Obtém-se imagens de planos de cortes sucessivos, como se observássemos fatias seccionadas, por exemplo, do cérebro. 
· Mamografia: Instrumento que auxilia na prevençãoe na redução de mortes por câncer de mama. A imagem é obtida com o uso de um feixe de raios X de baixa energia, produzidos em tubos especiais, após a mama ser comprimida entre duas placas. O risco associado à exposição à radiação é mínimo, principalmente quando comparado com o benefício obtido.
· Mapeamento com radio fármacos: O marcador radioativo tem o objetivo de marcar moléculas de substâncias que se incorporam ou são metabolizadas pelo organismo do homem, de uma planta ou animal.
 Além disso, em unidades de Centro Cirúrgico, os equipamentos que utilizam esta radiação são os arcos cirúrgicos e os equipamentos de raios X, necessários às neurocirurgias, às intervenções ortopédicas e às cirurgias vasculares e cardíacas. 
 Contudo, como citado anteriormente, apesar de se mostrar um dispositivo relevante para a pratica assistencial médica, os efeitos da radiação não são inofensivos, de tal forma que o Ministério da Saúde (MS) certifica que diversas doenças podem estar relacionadas à exposição à radiação ionizante, tais como neoplasia maligna da cavidade nasal, dos brônquios, dos pulmões e da pele, câncer da tireoide, sarcoma ósseo, leucemia, síndromes mielodisplásicas, hipoplasia medular, púrpura e outras manifestações hemorrágicas, agranulocitose, polineuropatia induzida pela radiação, blefarite, conjuntivite, queratite, catarata, pneumonite por radiação, gastroenterite, infertilidade masculina e outros efeitos agudos da radiação. De acordo com o INCA, o risco de câncer proveniente dessa exposição depende da dose, da duração da exposição, da idade em que se deu a exposição e de outros fatores como, por exemplo, a sensibilidade dos tecidos frente aos efeitos carcinogênicos da radiação. Sendo assim, os efeitos da exposição podem ser agudos (os quais os pacientes que são tratados com radiação frequentemente experimentam), como náuseas, fraqueza, perda de cabelo, queimaduras na pele ou diminuição da função orgânica; e crônicos, como alteração de DNA e, consequentemente, o câncer. 
 
Medidas de Prevenção e Tratamento:
 Tendo isso em vista, os profissionais de saúde, principalmente aqueles inseridos em ambientes radioterápicos e os que fazem o constante uso do raio-x, como o centro cirúrgico, estão constantemente expostos à essa radiação e aos riscos que ela os submete, diminuindo sua qualidade de vida. Essa afirmativa torna indispensável o uso correto de EPI, EPC e uma remuneração diferenciada por insalubridade. Contudo, um estudo realizado em 6 cidades do Estado de São Paulo apontou a não utilização dos equipamentos de proteção pela maioria dos entrevistados e o não recebimento de remuneração diferenciada por insalubridade, evidenciando a falta de conscientização destes profissionais sobre seus direitos ocupacionais e dos malefícios à saúde pela exposição à radiação e quais seriam os sinais e sintomas mais frequentes, o denuncia o déficit da educação continuada por parte dos profissionais e das instituições que os contratam.
 Portanto, considerando o despreparo profissional, o baixo incentivo institucional e a falta de equipamento, como os capotes de chumbo, faz-se necessário, além da estimulação à educação continuada e da requisição pela reposição de estoque de EPI com qualidade e específico, a estipulação de medidas que irão minimizar os efeitos da radiação nos trabalhadores e, consequentemente de seus pacientes que costumam não receber o preparo necessário para receber a radiação.
 As medidas para minimizar os efeitos da radiação consiste em condições de trabalho favoráveis, com equipamentos que recebem manutenção constantemente e no controle à exposição de radiação através do dosímetro, monitor individual capaz de medir a dose efetiva de radiação recebida pelo sujeito durante sua permanência em áreas de risco, ou, ainda, em sua jornada de trabalho, permitindo avaliar se os valores aos quais ele se expôs estão dentro dos limites estabelecidos pela lei. Do mesmo modo, é imprescindível atitudes como: 
· Proibir a comida e a bebida, o fumar, mascar chicletes, manusear lentes de contato, a aplicação de cosméticos e ou produtos de higiene pessoal ou armazenar alimentos para consumo nos locais de uso de radiação e áreas adjacentes.
· Lavar as mãos:
· Não usar anéis, pulseiras, relógios e cordões longos, durante as atividades laboratoriais.
· Usar roupa de proteção durante o trabalho. Essas peças de vestuário não devem ser usadas em outros espaços que não sejam do laboratório (escritório, biblioteca, salas de estar e refeitório).
· Afixar o símbolo internacional de "Radioatividade" na entrada do laboratório. Neste alerta deve constar o nome e número do telefone do pesquisador responsável.
· Presença de kits de primeiros socorros, na área de apoio ao laboratório.
CONCLUSÃO:
 Visto que existe uma gama de fatores relacionados diretamente aos acidentes, percebe-se a grande importância de se adotar medidas preventivas para inibir a ocorrência deles. Farias et al., (2007) refere que a criação de serviço de saúde de trabalhador, com acompanhamento de condições de saúde periódico e implementação de medidas preventivas necessárias para evitar o surgimento de agravos e ação efetiva para a cura deles é de suma importância, sugere ainda o aumento da participação do trabalhador nas decisões, a criação de um programa de bem-estar dos profissionais na unidade de saúde e o favorecimento da segurança humana no trabalho de enfermagem. A criação ou o fortalecimento das CCIH, CIPAS, Comissões Investigativas e responsáveis por cursos de capacitação e educação continuada, o oferecimento e exigência do uso adequado dos EPIS, bem como a implementação das medidas padrão, são ações simples, mas que podem tornar mais seguro o ambiente hospitalar diminuindo as chances de os profissionais sofrerem algum tipo de acidente ou desenvolverem doenças relacionadas ao trabalho. Outro aspecto a ser destacado é a análise dos acidentes registrados nas CATs (Comunicação de Acidente de Trabalho) a fim de identificar contextos de ocorrência dos acidentes e possíveis ações preventivas, bem como, acompanhar o desfecho das investigações epidemiológicas.
REFERÊNCIAS:
BREVIDELLI, M.M. et al, Adesão às precauções universais: uma análise do comportamento de equipe de enfermagem. Revista Brasileira de Enfermagem 
CORREA, Chistina Feitoza; DONATO, Marilurde. Biossegurança em uma unidade de terapia intensiva - a percepção da equipe de enfermagem. Escola Ana Nery Revista de Enfermagem. Rio de janeiro, v.11, n.2, p. 197-204. junho 2000.
ELIAS, Marisa Aparecida; NAVARRO, Vera Lúcia. A relação entre o trabalho, a saúde e as condições de vida: negatividade e positividade no trabalho das profissionais de enfermagem de um hospital escola. Revista latino Americana de Enfermagem, v.14, n.4, p.517-525, jul/ago 2006.
FARIAS, Sheila Nascimento Pereira de; ZEITOUNE, Regina Célia Gollner. A qualidade de vida no trabalho de Enfermagem. Escola Ana Nery Revista de Enfermagem. Rio de Janeiro, v.11, n.3, p.487- 493, setembro 2007.
HAAG, Guadalupe Scorparo; Lopes, Marta Julia Marques; Schuck, Janete da Silva. A Enfermagem e a Saúde dos Trabalhadores. 2ª ed. Goiânia AB, 2001.
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