Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FILO PLATYHELMINTHES · CLASSE CESTODA/CESTOIDEA · FAMILIA TAENIIDAE Pertencem ao Reino Animalia; Compreendem duas subclasses: - Cestodaria: composta por helmintos, parasitos, anelídeos e peixes primitivos, sem expressão na Medicina Veterinária e Humana. - Eucestoda: são as tênias ou cestodeos. Caracterizam-se por serem segmentados e achatados dorsoventralmente, podendo possuir poucas ou várias proglotes. As duas ordens de maior importância na Medicina Veterinária são a Cyclophyllidea e a Pseudophyllidea. A forma adulta habita o intestino delgado. A forma larval, pode ser encontrada em diversos órgãos e tecidos, tais como: músculos lisos e estriados; tecido subcutâneo; fígado; pulmão e baço; Sistema nervoso de mamíferos, aves e peixes; e cavidade geral dos artrópodes. · Morfologia geral dos cestodas - Corpo segmentado (dividido em partes); - Formato de fita; Possuem três regiões morfologicamente diferentes: · Escólex (cabeça); · Colo (pescoço/crescimento dos proglotes) · Estróbilo (resto do corpo dividido em proglotes). Escólex Porção anterior mais ou menos cilíndrica, possui rostro ou rostelo e se destina a fixação do parasito nas vilosidades intestinais do hospedeiro. O escólex pode possuir os seguintes órgãos: · Órgãos de adesão: - Ventosas; - Botrídios; - Pseudobotrídios; - Tentáculos; · Órgãos de fixação: - Rostro ou rostelo (entre as ventosas); - Acúleos (ganchos em coroa); Colo Parte mais fina após o escólex. Formada por células embrionárias responsáveis pelo desenvolvimento das proglotes. Estróbilo É o tronco (corpo). É formado por uma cadeia de segmentos chamados de proglotes, que variam de forma e tamanho dependendo do gênero e da espécie. - São hermafroditas (possuem os dois sexos no mesmo indivíduo); - São acelomados (não apresentam celoma); - Não possuem aparelhos digestivos, respiratório e circulatório.; - São heteróxenos (precisam de mais de um hospedeiro para completar o ciclo); - Sistema nervoso (Gânglios no escólex); - Aparelho excretor (osmorregulação); Estrutura das proglotes Dentro de cada proglote encontra-se os órgãos sexuais dos cestodas. As proglotes dividem-se em: jovens, maduras e grávidas. As proglotes grávidas são os últimos segmentos e apresentam o ovo do parasito, que libera o embrião no intestino delgado. A fecundação ocorre entre as proglotes e raramente entre tênias. · Formas larvais Na ordem Cyclophyllidea, as larvas apresentam-se na forma: - Monossomáticos (cistos únicos); - Polissomático (cistos múltiplos). Podendo ser monocefálico ou policefálico. Os escóleces podem ser soltos ou aderidos na membrana germinativa com as seguintes formas: invertebrado vertebrados Na ordem Pseudophyllidea, as larvas geralmente são vermiformes: - Coracídio: larva de vida livre. - Procercoide: larvas que parasitam artrópodes aquáticos. - Plerocercoíde: encontrada na musculatura dos peixes (segundo hospedeiro intermediário). FAMILIA TAENIDAE · Características: Possuem 4 ventosas, rostro armado com acúleos em forma de foice; Fase larval dos tipos: - Hidátide; cisticerco; estrobilocerco ou cenuro (vertebrados). - Cisticercóides (artrópodes) Ovos arredondados com embrião hexacanto. HD: homem; HI: - T. solium (suínos) larva: Cysticercus cellulosae. Homem - T. saginata (bovino) larva: Cysticercus bovis. · Taenia solium Escólex globoso; Rostelo curto; Colo curto e delgado. Doenças: - Teníase: ocasionada no HD, que tem o verme adulto. - Cisticercose: ocasionada no HI, que tem a forma larval do cestodeo. HD: homem; HI: suínos e homem. - Local de parasitismo Adultos: intestino delgado do homem. Cisticercos: Cysticercus cellulosae. Tecido conjuntivo interfascicular dos músculos sublinguais, mastigadores, diafragma, músculo cardíaco e no cérebro. - Importância na saúde pública Na américa Latina 75 milhões vivem em áreas endêmicas e 0,5 são acometidas por cisticercoses, esta é a maior causa de epilepsia em humanos. - Patogenia e Sintomatologia No hospedeiro direto ocorre anorexia ou apetite exagerado, náuseas, vômito, diarreias alternadas com constipação, dores abdominais, perda de peso, manifestações alérgicas. No hospedeiro indireto (suínos) os sinais são inaparentes. - Epidemiologia/ meios de infecção Seres humanos · Ingestão dos ovos (causa cisticercose); · Ingestão da forma larval Cysticercus cellulosae (causa teníase); · Infecção indireta/heteroinfecção: ingestão de ovos nos alimentos ou reinfecção; · Infecção direta/autoinfecção: ingestão de ovos de tênias do próprio individuo. Ocorre em duas situações: 1. Autoinfecção externa: o indivíduo portador da T. solium elimina proglotes e ovos, contaminando a região perianal, e, pela coprofagia ou falta de higiene, ingere os ovos; 2. Autoinfecção interna: movimentos antiperistálticos do intestino delgado, proglotes ou ovos retornam ao estômago e liberam os embriões hexacantos, que, pelo elevado número de oncosferas, disseminam-se para vários órgãos. Suínos Ingestão de fezes humanas com ovos na agua, alimentos contaminados etc. Medidas de controle da carne Inspeção rigorosa dos músculos mastigadores (masseter), diafragma e outros músculos esqueléticos, língua, faringe esôfago e coração Encontro de 1 cisticerco vivo: carne destinada à salsicharia Poucos cisticercos vivos: salga ou fabricação de banha Muitos cisticercos: condenação. Diagnóstico - Exame de fezes: pesquisa de proglotes (HD); - Verificação de cisticercos na carcaça: (HI); - Detecção de cisticercos no homem: (tomografia, pesquisa de anticorpos). Diferença entre teníase, cisticercose e neurocisticercose TENÍASE: quando o ser humano é infectado pela tênia adulta; CISTICERCOSE: quando o hospedeiro for portador do cisticerco; NEUROCISTICERCOSE: quando o cisticerco cai na corrente sanguínea e vai para o cérebro. (pode parar em outras localidades). Em suínos ocorre a cisticercose e a neurocisticercose. Ciclo evolutivo · Taenia saginata - Características morfológicas Escólex cuboide; sem acúleos (ganchos); é denominada de tênia desarmada. Rostelo é ausente; o estróbilo (corpo) é longo e delgado e divide-se em 3 terços: 1º proglotes mais largas que longas; 2º terço proglotes quadradas; 3º terço proglotes mais longas que largas. HD: homem; HI: bovinos. - Local de parasitismo Adultos: Intestino delgado do homem; Cisticercos: Cysticercus bovis (músculos, pulmões, coração fígado do HI, língua). Importância na Medicina Veterinária Quando encontrados cisticercos na musculatura do animal (condenação pode ser total ou parcial da carcaça). Em bovinos a cisticercose não causa sinais clínicos. Ciclo da tênia saginata Cysticercus bovis É branco-acinzentado de aproximadamente 1 cm, Cheio de liquido, no qual pode se encontrar o Escólex. Patogenia e sintomatologia Geralmente é assintomática, mas pode causar Distúrbios digestivos, emagrecimento e prurido Anal. Tamanho e espoliação – Diarreia e dor de fome. Cisticercose cardíaca em bovino - Duração Da desvaginação até a 1ª proglote grávida: 90 dias; Um dia: 5 a 10 proglotes (ovos contaminando o ambiente); O embrião reconhece o hospedeiro específico, pois quando exposto ao PH reconhece o local através de mediadores químicos. Dentro do ovo o embrião está em período de latência. - Epidemiologia Deve ser levado em conta a prevalência e intensidade do parasitismo. Por exemplo: - Quantos ovos serão produzidos e lançados pelo HD; - Quais os mecanismos de dispersão desses ovos (chuva, vento etc); - Longevidade dos ovos mediante as condições ambientais. - Controle Evitar acesso de animais a água contaminada; Ingerir carne bovina bem passada; Inspeção sanitária em abatedouros. TENÍDEOS DO CÃO · Doenças parasitárias Dipilidiose - (Dipylidium caninum) Hidatidose - (Echinococcus granulosus) Cenurose - (Taenia multiceps) · Echinococcus granulosus O Gênero Echinococcus são responsáveis pelo complexo equinococose-hidatidose. São taeniidaes pequenos, com três a quatro proglotes, sendo o último grávido. O Echinococcusgranulosus é a espécie causadora da hidatidose. Sua incidência é maior na região sul do Brasil. Impacto econômico: condenação das vísceras Comprometimento do homem depende do órgão acometido. É a menor espécie de cestodeos de mamíferos; Tem escólex globoso e rostro com dupla coroa; Colo curto e possui três proglotes. Espécies no Brasil: E. granulosus e E. vogeli Forma larval: cisto hidático. - Doença A hidatidose (equinococose) é uma doença parasitária que ocorre de duas formas principais: hidatidose cística (equinococose) causada pelo Echinococcus granulosus e a hidatidose policística, causada pelo Echinococcus vogeli e Echinococcus oligarthrus. - Hospedeiros Definitivos: cães e outros carnívoros; Intermediários: mamíferos domésticos e silvestres, homem, primatas, suínos e coelhos. - Local de parasitismo Intestino delgado do cão Larvas: cisto hidático/hidátide no fígado (70%) e pulmões (20 a 30%). Em outros órgãos pode ocorrer só que com menor frequência. O Cisto hidático compõem-se de três membranas: membrana adventícia (externa e formada pelo tecido do hospedeiro); membrana anista ou cuticular (membrana externa do metacestodeo); membrana germinativa (membrana interna do cisticerco). · Epidemiologia O ciclo do E. granulosus depende de vários fatores: - Alta densidade populacional dos hospedeiros definitivos e intermediários (convívio de cães e ovinos em altas concentrações); - Fatores socioeconômicos (alto índice de abate domiciliar); - Fatores culturais (alimentar cães com vísceras cruas). Forma adulta do E. granulosus O cão não adquire hidatidose pela falta do ácido desoxicólico necessário para ativação da oncosferas. · Formas infectantes - Ovos: ingestão resulta na formação do cisto hidático; - Protoescóleces de cistos hidáticos rompidos acidentalmente: provocam a formação de novos cistos hidáticos (hidatidose secundária); - Protoescóleces: a ingestão de cistos com protoescóleces férteis pelo cão resulta no cestodeo adulto. · Importância na saúde pública - O E. granulosus é o principal causador da hidatidose cística; - É uma enfermidade mundialmente disseminada; - Impacto econômico: condenação das vísceras. · Ciclo de vida · Patogenia e sinais HD: Assintomáticos, infecções maciças: diarreia catarral. HI: os sintomas dependem do tamanho e local da hidátide. Hidatidose hepática: hiporexia, ruminação alterada, diarreia, emagrecimento progressivo e hepatomegalia, icterícia; Hidatidose pulmonar: tosse sibilante, pode ocorrer taquipneia e dispneia; No HI pode ocorrer degeneração da hidátide com calcificação. Se ocorre o rompimento de um cisto hidático, resulta em choque anafilático e desenvolvimento de cistos secundários em outras regiões do corpo. · Diagnóstico Laboratorial: pesquisa de proglotes nas fezes dos HD (difícil, proglotes pequenas eescassas). ELISA Necroscópico: encontro dos pequenos cestodas no intestino delgado (HD), presença do cisto hidático Humanos - diagnóstico por imagem (cisto hidático), ELISA. · Prevenção No cão: tratamento preventivo; não oferecer vísceras ao animal; destruir vísceras parasitadas; Humanos: campanhas educativas; educação sanitária e higiene. · Taenia multiceps Multiceps multiceps - Características morfológicas Escólex piriforme; Rostro com duas fileiras de acúleos; Colo longo e mais estreito que o escólex; - Hospedeiros Definitivo: cães; Intermediário: ovinos, caprinos e bovinos e ocasionalmente o homem. - Local de parasitismo Adulto: intestino delgado do cão; Forma larval/Cisticercos: Coenurus cerebralis (cenuro). Encontrado no cérebro de ovinos, caprinos, bovinos e, eventualmente, equinos e humanos. · Ciclo evolutivo Típico da família Taeniidae. - Diagnóstico H.D: pesquisa de proglotes nas fezes; H.I: necropsia - Patogenia e sintomatologia HD: assintomáticos; HI: humanos: dores de cabeça, vômitos, aumento da pressão intracraniana, paralisia do nervo craniano e motor. A doença pode ocorrer de forma aguda e crônica (tonteira ou cambaleio). Forma aguda: 1 mês após a invasão larval (SNC) Ataxia, tremores musculares, hiperestesia, decúbito. Forma crônica: sinais clínicos secundários à ocupação do cisto parasitário ( 2 a 4 meses após infestação). Isolamento, depressão, cegueira, andar em círculos, desvio de cabeça, marcha cambaleante. · Importância em Medicina Veterinária e Saúde pública No cão: teníase. Demais espécies: cenurose ou “torneio verdadeiro”. A patogenia está relacionada diretamente com a localização, o tamanho e a quantidade de cenuros. A localização mais frequente é no encéfalo, mas podem ser encontrados no cerebelo, no bulbo e, mais raramente, na medula espinal. O andar em círculo para um único lado (torneio verdadeiro) é um sinal clínico evidente. Ainda que raros, já foram diagnosticados casos em humanos. HIDATIDOSE X CENUROSE Transmissão - ovos no meio ambiente (pastagens, reservatórios de água, verduras/hortaliças. - Pelos dos animais (cães, ovelhas). Prevenção - Lavar as mãos sempre quando tiver contato com cães e outros animais, após manipular terra e utensílios, antes de se alimentar. - Ingerir alimentos de procedência conhecida; - Impedir acesso de animais a hortas; - Não alimentar cães com vísceras. · Dipylidium caninum Familia Dilepididae; - Características morfológicas Escólex retrátil; acúleos em forma de espinhos de roseira. Proglotes com movimentos próprios e formato de semente de pepino ou arroz. - Hospedeiros Definitivo: cães, gatos e eventualmente crianças. O homem pode atuar como hospedeiro acidental. Intermédiarios: pulgas (Pulex irritans; Ctenocephalides canis; C. felis), piolho (Trichodectes canis). - Localização Forma adulta: no Intestino delgado dos cães. Cisticercoide: cavidade celomática dos insetos. · Ciclo evolutivo Os proglotes saem com as fezes ou ativamente pelo ânus, liberando capsulas ovígeras. As pulgas adultas, por serem hematófagas, não têm capacidade de ingerir ovos, mas, no estágio larval, assim como o piolho mastigador Trichodectes canis, podem ingerir os ovos, que, na cavidade geral, transformam-se em larvas cisticercoides. O hospedeiro definitivo (cão, gato ou ser humano) ingere os hospedeiros intermediários (pulga e piolho), que são digeridos e liberam a forma larval cisticercoide; esta, em 20 a 30 dias, torna-se um cestodeo adulto. - Importância em Medicina Veterinária e Saúde Pública Produz a doença chamada dilipidiose, que ocorre mais em animais jovens e crianças. Geralmente é assintomática, pode ocorrer cólicas, diarreia mucosa e ataque epleptiformes. O animal coça em posição de trenó; Pode ocorrer obstruções intestinais; - Diagnóstico Sintomas e constatação de proglotes nas fezes Laboratorial: pesquisa de proglotes nas fezes dos cães (semelhantes a grãos de arroz). Método de sedimentação – cápsulas ovígeras. FAMÍLIA ANOPLOCEPHALIDAE · Características gerais Escólex musculoso sem rostro e sem acúleos; Proglotes mais largas que longas; Ventosas espessas; Ovos com aparelho piriforme; Larvas Cisticercóides em artrópodes; · Anoplocephala perfoliata Cestoda de equino. Possui escólex quase cúbico; Estróbilo não se destaca; Proglotes empilhadas; Ovos com aparelho piriforme. Hospedeiros: HD: equinos; HI: ácaros de vida livre (oribatídeos) (Cryptostigmata); Forma larval: Cisticercoide Hemocele dos ácaros Forma adulta: localiza-se na válvula 1 (escólex com apêndices) 2 (proglotes empilhadas) ileocecal, raramente no colon dos equinos. · Ciclo evolutivo Os proglotes maduros são liberados no meio exterior através das fezes, contendoovos com aparelho piriforme, estes são ingeridos por ácaros oribatídeos, e se alojam na hemocele destes ácaros, onde se transformarão em larvas. Os equinos ingerem os HI com as larvas e ocorre o rompimento da membrana da larva pelo ação dos sucos digestivos, liberando o embrião, que se fixa na mucosa intestinal, na válvula ileocecal chegando a forma adulta. · Quadro clínico Infecções leves despercebidas. Infecções maciças: cólica, anemia, emagrecimento, caquexia e morte. Formação de membranas diftéricas, hipertrofia e estenose da válvula ileocecal, ocasionando em cólicas de difícil diagnóstico. Não há transmissão para humanos! · Patogenia Pela aplicação das ventosas na mucosa intestinal ocorrem lesões com intensa congestão local que se traduz por estrias de sangue nas fezes. · Anoplocephala magna Escólex globuloso Ventosas formato de cúpula; Estróbilo se destaca; Maior cestodeo dos equinos; · Hospedeiros Definitivos: equideos Intermediários: ácaros oribatídeos de vida livre (cryptostigmata) Forma larval: Cisticercoide Localização: Adulto localiza-se no intestino delgado (jejuno), raramente no estômago de equinos. A forma larval na hemocele dos ácaros. Ciclo evolutivo Anoplocephala magna (escólex) É mais patogênica que a perfoliata, podendo levar a enterites graves. Patogenia/diagnostico/quadro clinico: semelhante a perfoliata. Não há envolvimento humano. · Paranoplocephala mamillana Escólex tetrágono, com 4 ventosas com as aberturas em fenda longitudinal. Hospedeiros: Definitivo: Equídeos Intermediários: ácaros oribatídeos Forma larval: Cisticercoide Localização: Adulto: intestino delgado, eventualmente na região pilórica do estômago; Larva: hemocele dos ácaros. Não há manifestação clínica aparente. Não há envolvimento humano. · Moniezia expansa Parasita de ruminante; Escólex globoso com ventosas bem visíveis; A abertura é em forma de fenda; Ovos tem formato irregularmente triangular e apresentam aparelho piriforme; Ovo com formato triangular Moniezia expansa adulto · Hospedeiros Definitivos: (ruminantes), ovinos e caprinos; Intermediários: ácaros de vida livre (oribatídeos); · Local de parasitismo Adulto: intestino delgado Forma larval: cisticercoides na hemocele dos ácaros · Ciclo evolutivo Os ovos ingeridos por ácaros oribatídeos ou insetos da ordem Psocoptera liberam o embrião, que vai para a hemocele dos ácaros, originando a Cisticercoide. O HI depois de ingeri-los liberam o embrião que se fixa na mucosa intestinal liberando as proglotes. · Quadro clinico O quadro clinico vai depender da evolução. Mas o animal apresenta mucosas pálidas, emagrecimento, sede, lã escassa. Ocorrem alterações no aparelho digestivo: aumento do volume abdominal, constipação alternada com diarreia e proglotes de Moniezia nas fezes, anemia intensa e marcha difícil. · Patogenia Infecção maciça: inflamação da mucosa intestinal e degeneração das vilosidades. · Moniezia benedeni Escólex cúbico, com quatro ventosas e abertura circular; Os ovos são quadrados e irregulares e maiores que o do M. expansa. · Hospedeiros Definitivos: bovinos. Intermediários: ácaros oribatídeos. · Ciclo evolutivo Forma larval: Cisticercoide Localização: ID de bovinos e as larvas na hemocele dos ácaros oribatídeos. Não há envolvimento para humanos. · Tyssonoma actinioides Escólex esférico e quatro ventosas globosas; Proglotes mais largas que longas com margem franjada; Ovos não tem aparelho piriforme; · Hospedeiros Definitivos: ruminantes Intermediários: insetos da ordem Psocoptera · Local de parasitismo Adultos: canais biliares, pancreáticos e intestino delgado; Larvas cisticercoides: hemocele dos insetos. · Quadro clínico Perturbações digestivas e emagrecimento. Patogenia: obstrução de canais biliares e pancreáticos. Diagnóstico: clínico – proglotes de Tysanosoma nas fezes. Laboratorial: método de flutuação (ovos sem aparelho piriforme) Não há transmissão para humanos. Como se faz o controle dos Anoplocephalideos? É importante esclarecer sobre o ciclo aos criadores; Evitar pastoreio dos positivos em pastos com ácaros de vida livre Desviar animais de campo único e sombrio que favorece o contágio. CLASSE TREMATODA · Características gerais São vermes folheados e achatados; Apresentam ventosas para fixação; São hermafroditas. Exceção: S. mansoni. Parasitam animais vertebrados; Local de parasitismo: fígado, ductos biliares, no trato digestivo e sistema vascular. HI: moluscos. · Ciclo evolutivo geral Possuem ciclo heteróxeno. Regra: participação de um molusco como primeiro hospedeiro intermediário. Os ovos eliminados pelas fezes geram um embrião chamado de miracídio (larva alongada, ciliada, com cone de penetração na extremidade anterior), que possui glândulas que produzem uma substância que quando associadas as condições ambientais, abrem o opérculo do ovo, onde eclode e passa para o meio aquático (necessário para sua sobrevivência). O miracídio nada até encontrar-se com o Hospedeiro intermediário (molusco), no qual penetra as partes moles e dentro do HI se transforma em esporocisto (saco sem cílios e repleto de células germinativas) onde irá se dividir inúmeras vezes no interior do molusco, originando milhares de formas infectantes. O esporocisto pode ter uma ou duas gerações. Na 1ª geração pode formar a rédia dando origem a numerosas cercarias, estas tem cauda e saem do molusco a procura de um substrato (vegetação aquática) ou de um segundo HI (invertebrado ou um vertebrado menor) ela perde a cauda e passa a ser chamada de metacercária (cercaria encistada). As metacercárias são consideradas a forma infectante do HD. · Fascíola hepática Características: Aspecto foliáceo; Tegumento com espinhos; Corpo achatado dorsoventralmente; São hermafroditas; Ovos são amarelados. Chamada de baratinha do fígado ou saguaipé. Causadora da fasciolose ou distomatose hepática. · Hospedeiros Definitivos: Ruminantes e homem; Intermédiario: molusco Lymnea. · Ciclo evolutivo da Fascíola hepática A Fascíola hepática tem ampla distribuição geográfica principalmente em locais que sofrem com inundações. Os ovos são arrastados pela bile e se misturam com as fezes, assim se espalham para o meio exterior. Quando estimulados pela luz e pela temperatura os ovos passam por um desenvolvimento embrionário. O miracídio tem capacidade natatória e é totalmente ciliado, ele nada em direção ao hospedeiro intermediário que é o molusco do gênero Lymnea, penetrando em suas partes moles. No interior do molusco, o miracídio evolui para esporocisto, rédias e depois cercárias (trematóide jovem e de cauda longa). As cercárias tem formato oval e uma cauda simples. Depois de formadas elas abandonam o molusco e aderem-se a vegetação aquática por meio de suas ventosas. Depois passam pela última transformação gerando a metacercária. Estas são ingeridas pelo Hospedeiro vertebrado e no intestino serão liberadas dos cistos, as larvas perfuram a parede intestinal e migram para o fígado onde se alojam nos ductos biliares e alcança sua maturidade sexual. · Características dos ovos da Fascíola hepática São operculados, não sobrevivem a temperaturas baixas e a dessecação. Uma vez infectado o caramujo continua sempre produzindo cercarias até a sua morte. · Transmissão da Fasciola hepática Ocorre por via oral. A parede externa do cisto é removida mecanicamente pela mastigação e ruptura do cisto ocorre no intestino por meio de enzimas, a trematoide jovem penetra a parede intestinal e vai em direção aos ductos biliares onde amadurecem sexualmente. As formas jovens migram no parênquima hepático, destruindo-o – é a fase aguda da doença. Os adultos provocam espoliação nos ductos biliares (Figura 19.8) e, na forma crônica da doença, pode haver calcificação desses ductos. Essa infecção provoca fibrose hepática e hiperplasia dos canais biliares, além de perdas na produção animal e mortes, muitas vezes pela migração das formas jovens; por isso o exame de fezes é negativo, pois ainda nãohá eliminação de ovos. - Larvas no parênquima hepático Causam hepatite traumática e hemorragia, fibrose hepática. - Adulto nos ductos biliares Hematofagismo – lesão na mucosa biliar pelos espinhos. Colangite crônica, hiperplasia do epitélio tubular dos canais biliares. Obstrução dos canais biliares e icterícia. FIBROSE HEPÁTICA Cicatrização do fígado, resposta do órgão a agressões repetidas. · Diagnóstico da Fascíola hepática Clínico: sintomas observados. Epidemiológico: ocorrência sazonal; ocorrência nos habitats dos caramujos; identificação destes hospedeiros intermediários. Necroscopico: lesões parênquima hepático e nos ductos biliares. Parasitológico: exame de sedimentação Ovos de casca fina, formato oval ou elíptico, operculados. · Controle Fonte de infecção (animal parasitado); Condições ambientais para o Lymnea. Tais como observar o seu habitat: açudes, brejos, plantações irrigadas. Locais sujeitos a inundações. Para controlar o HI deve-se empregar molusquicidas; drenar áreas úmidas; eliminar vegetação aquática modificando o habitat dos moluscos.
Compartilhar