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'"' A5J��CfOS; �5;1 COILOGI COS Dt\ G�AV�D�Zt' lj �t\�10 � �U[�l?J[�IO Planejada ou não planejada? Reação do pai, dos filhos e da família? Planos e sonhos interrompidos? A notícia da gravidez, o processo de gestação, o parto e o puerpério constituem momentos muito importantes para a mulher, o homem e todos os seus familiares. Promovem alterações físicas no corpo feminino, porém todos ficam emocionalmente envolvidos pela perspectiva do nascimento. O aspecto psicológico sofre mudanças. Torna-se mais sensível e emotiva, experimentando sentimentos e sensações novas, chorando e rindo com mais facilidade. Uma mulher pode vivenciar de maneiras distintas a gravidez durante sua vida. A intensidade das alterações psicológicas depende de fatores individuais, familiares, conjugais, culturais e da personalidade. O período da gravidez, parto e puerpério é uma fase de grande incidência de perturbações psíquicas na mulher e no homem, necessitando, por isso de uma atenção especial para manter ou recuperar o bem-estar. Podemos considerar a gravidez como uma crise de desenvolvimento, pois trata-se de uma situação de mudança a nível biológico, psicológico e social que exige da família e da mulher, em particular, um esforço suplementar para manter o equilíbrio resultando daí um acréscimo de vulnerabilidade. Até o nascimento do primeiro filho tudo se joga ao nível do desejo do imaginário, da expectativa... Se para o casamento temos o namoro como forma de simulado de uma aprendizagem concreta da relação conjugal, para a vida profissional estuda-se, forma-se o indivíduo, estagia-se, treina-se no terreno. Para ser pai ou mãe aprende-se através da fantasia, desde criança, brincando com bonecas e aos pais e às mães. Aprende-se com os próprios pais e mais tarde imaginando-se o bebê que se vai ter e a forma de se relacionar com ele: as alegrias e satisfação que dará, mas também as dificuldades e problemas que trará. Este último passo é acelerado ao longo dos nove meses de gravidez, acentuando-se mas últimas semanas, principalmente para a mãe. Com a falta da menstruação inicia um processo de ansiedade, de dúvida ou negação mesmo depois da confirmação médica. PRIMEIRO TRIMESTRE Surge uma variedade de sentimentos de alegria, apreensão, irrealidade e às vezes total rejeição. Hipersensibilidade: tudo está muito bem e de repente os olhos enchem- se de lágrimas, ou surge uma irritabilidade ou agressividade. Porque motivo? Nem sempre a grávida encontra uma resposta. Três fatores estão associados nestas oscilações de humor: PRIMEIRO TRIMESTRE a) alterações nos níveis hormonais; b) a história pessoal, conjugal e familiar da mulher; c) fatores relacionados com a sua personalidade. PRIMEIRO TRIMESTRE Instala-se uma ambivalência afetiva, um querer e um não querer, sentimentos contraditórios sobre os prós e contra da gravidez, por um lado, a mulher fica feliz e orgulhosa, por que vai ser mãe, atingindo a plenitude da feminilidade. Por outro lado, surgem preocupações e dúvidas sobre sua capacidade para exercer a maternidade, e tantas outras coisas. Excesso de sono, pode ocorrer para que o organismo se prepare para as tensões fisiológicas adicionais. Os sintomas de náuseas e vômitos correspondem tanto a mudanças hormonais como a influência de fatores psicológicos. PRIMEIRO TRIMESTRE O aumento da sensibilidade na área do olfato, paladar e audição e o aumento da irritabilidade na área emocional está ligado as oscilações de humor que tem origem nas alterações do metabolismo e no esforço adaptativo da nova realidade de vida. PRIMEIRO TRIMESTRE PRIMEIRO TRIMESTRE O nome da criança carrega o desejo que a mãe tem para com o bebê O sexo da criança Com quem vai se parecer Fisicamente Psicologicamente O que é herdado, o que é aprendido. Imaginar características do bebê auxilia na construção de uma identidade para ele, tornando-o mais real e conhecido no psiquismo dos pais. PRIMEIRO TRIMESTRE Acredita-se que todo este movimento imaginativo dos pais, que ocorre durante a gestação, influencie a futura relação pai-bebê, mãe-bebê repercutindo nas fantasias e representações paternas. PRIMEIRO TRIMESTRE • Alterações do desejo e desempenho sexual; • Isto ocorre por diversos fatores: a sensação de que a mulher grávida é “pura” e assexuada, medo de atingir e fazer mal ao feto, outros; • Pode ter a sensação de que seu corpo está deformado, sentindo-se feia, sexualmente incapaz de atrair alguém. SEXUALIDADE SEGUNDO TRIMESTRE Acontecem os primeiros movimentos do bebê e a mãe tende a atribuir características ao feto, características pessoais dependendo da interpretação dos movimentos, que podem ser percebidos como suaves ou bruscos e violentos. Cada vez que ele se mexe pode aumentar o encantamento e o amor mútuos entre mãe e filho; Ocorre a personificação do feto, através das alterações corporais, como aumento da cintura, peso, entre outros. SEGUNDO TRIMESTRE A mulher começa a “trabalhar na gravidez” propriamente dita, diminuindo a ambivalência afetiva e as dúvidas sobre ter ou não ter o bebê, consolidando a relação maternofilial. A proximidade do parto, pode trazer alguns medos: Medo de morrer no parto; De ficar com a vagina dilacerada; De não ter leite suficiente ou ser fraco; De ficar “presa”; De ter que mudar a rotina de vida. TERCEIRO TRIMESTRE É caracterizado por um significativo aumento do peso e da barriga, que geram receios e ansiedade na mulher, o que fragiliza emocionalmente a mãe, trata-se de uma "ansiedade antecipatória" em relação ao que poderá acontecer. TERCEIRO TRIMESTRE Para a mulher, é uma viagem, pois deixará de ter um corpo grávido para assumir um corpo não grávido e preparado para amamentar. É como se houvesse uma viagem a fazer, da qual não se pode desistir. Há mulheres que vivem uma ambiguidade interessante: ficam divididas entre manter o filho no ventre e dar-lhe a luz. A proximidade da hora do parto também traz muitos temores, como a dor a ser sentida, uma vez que parece que tudo começou com o Velho Testamento, no Gênesis 3:16. TERCEIRO TRIMESTRE Esse livro bíblico conta que Eva é enganada pela serpente, oferece a maçã a Adão, conhecendo o bem e o mal. Por isso, foi punida por Deus, que lhe disse: "de hoje em diante, parirás com dor e serás submissa ao teu marido". • 1ª fase (até às 12 semanas): caracteriza-se principalmente por labilidade emocional, irritabilidade, inquietação, ansiedade e susceptibilidade, atingindo-se o reequilíbrio psicológico pela 16ª semana aproximadamente. Priest definiu três fases de conteúdo psicopatológico potencial diferente, de acordo com os trimestres de gravidez, a saber: • 3ª fase (das 24 semanas até ao parto): com um acréscimo de ansiedade focalizada sobre o parto (receio, sofrimento, perda da integridade e eventual descontrole), sobre a saúde do filho (será perfeito?) e ainda sobre o seu esperado papel de mãe. • 2ª fase (12 às 24 semanas): com potencial psicopatológico baixo. A comunicação como a mola propulsora da saúde mental. Daí a importância que o enfermeiro crie um clima que favoreça o estabelecimento de confiança, empatia e respeito mútuo. Neste sentido, a relação estabelecida deve permitir à grávida total liberdade para expressar o que experimenta, o que sente, o que pensa a respeito de si e do mundo. Considerando quem é cuidado e quem cuida como seres humanos em interação que utilizam a comunicação verbal e não verbal a todo o momento, mesmo quando se executam os procedimentos mais técnicos. As mudanças de humor são frequentes no puerpério. O rápido declínio hormonal, o conflito sobre o papel materno e a insegurança pessoal contribuem para que as alterações emocionais ocorram. As mulheres comproblemas econômicos ou familiares apresentam maiores dificuldades em relação à maternidade. Perdas anteriores de fetos ou gestações sem sucesso, o desconforto físico tal como dor no períneo, o ingurgitamento das mamas e o cansaço colaboram nas reações negativas do puerpério. É normal que, ao principio, ela passe por uma fase de apatia, de tristeza ou, simplesmente, de insegurança”. Esta fase de nostalgia é designa por Baby Blues ou só Blues (dos Blues, canções nostálgicas dos negros norte-americanos) Os blues têm uma incidência de 50 a 80%. Caracterizam-se por choro, irritabilidade, ansiedade, tristeza, falta de concentração, fadiga, cefaleias, insónia inicial e diminuição do apetite. Esta sintomatologia tem inicio 3 a 7 dias depois do parto, persistindo por uma a duas semanas. Trata-se de um período transitório de instabilidade emocional, sem complicações, mas que justifica por parte do enfermeiro o suporte e vigilância da mãe e o bebê. Normalmente os blues são passageiros e passam sem sequelas, mas podem preceder uma depressão mais grave. Nas primeiras 48 horas de vida do bebê, a mãe já se sente deprimida, esse fato é, por si só um “sinal de alerta”, uma vez que “o normal é uma mãe sentir-se aliviada logo a seguir ao parto, independentemente das circunstâncias. Se isso não acontece podemos estar perante um princípio de depressão e é preciso atuar o mais depressa possível. A depressão pós-parto tem uma incidência de 5 a 20%. Episódios de crises de pânico com ansiedade generalizada podem complicar esta sintomatologia. São frequentes pensamentos obsessivos sobre os cuidados e a saúde do bebê. Manifesta-se por tristeza, apatia, irritabilidade, desespero, agitação ou lentificação, isolamento social, sentimentos de culpa, insónia, perda de apetite ou excessivo aumento de peso. O sintoma mais precoce, contudo é a desarmonia na interação, ainda antes de se manifestarem sintomas depressivos. O conceito de “boa mãe” reveste-se de características idealizadas e sobre- humanas, obrigando-a a absorver-se excessivamente com a criança. Não a deixando só nem por um instante, ficando extremamente tensa com o choro do bebê e culpando-se demais pela próprias falhas e limitações inerentes a qualquer relação humana. O risco de recorrência em futura gravidez é de 30 a 50% (há autores que apontam para 100%). Sentimentos negativos, desinteresse pelo bebê e culpabilidade por não conseguir cuidar dele, o que contribuirá para um desenvolvimento insatisfatório da interação mãe bebê. Além do ritmo acelerado das mudanças fisiológicas e hormonais na fase puerperal, ainda é necessário vários fatores de riscos que surgem como exigências pessoais. DEPRESSÃO PÓS PARTO • A gestação, o parto, os cuidados com o bebê. • Gravidez não desejada. • Baixa escolaridade. • A menor classificação econômica. DEPRESSÃO PÓS PARTO – FATORES DE RISCO • Relacionamento conjugal prejudicado. • Ajuda insatisfatória nos cuidados com a criança. • Maternidade precoce. • Ansiedade na gravidez. • Estresse na gravidez. DEPRESSÃO PÓS PARTO – FATORES DE RISCO • Psicoterapia, farmacologia, massoterapia e internamento em casos especiais. • Psicoterapia além da educação e o equilíbrio emocional da puérpera, permite ao paciente expor as suas dificuldades. • Utilização de quatro medicamentos: Fluoxetina, Citalopram, Sertralina e Paroxetina. DEPRESSÃO PÓS PARTO – TRATAMENTO • Na relação de cuidador-paciente, os enfermeiros devem fornecer serviços contínuos frente a DPP. • Os cuidados de enfermagem devem dar à mulher as ferramentas para cuidar de si e do(a) filho(a). DEPRESSÃO PÓS PARTO – QUAL O PAPEL DO ENFERMEIRO OBSTÉTRA????????? O enfermeiro encontra-se numa posição privilegiada para oferecer ajuda, sob a forma de ensino e aconselhamento. Conscientes porém que cada mulher representa um novo desafio, uma vez que as suas necessidades individuais devem ser intensificadas e satisfeitas. Contudo, as oportunidades são suficientemente importantes para fazer com que esta seja uma das atividades mais gratificantes da prática de enfermagem. • A identificação precoce possibilitará o encaminhamento da mãe para o aconselhamento ou psicoterapia. • Encaminhamento aos serviços complementares, acompanhando o tratamento e a evolução dos sintomas. • Cabe ao enfermeiro, não apenas uma atuação clínica, mas também a disponibilização de cuidados específicos. Por outro lado, se uma mulher já teve depressões (e sejam quais forem os motivos) é bem possível que venha a ter uma reincidência por causa do parto. “Os fatores de predisposição, ou núcleos depressivos, podem ser acionados pelo parto”. Podemos prevenir a depressão? Importa esclarecer que um parto por si só, não desencadeia uma depressão numa mulher normal. Isto é, uma mulher que não tenha qualquer antecedente depressivo, que não tem história de depressão na família dificilmente vai passar por ela só porque deu à luz. Durante o período de internação na maternidade é importante que o enfermeiro seja capaz de olhar para além da situação com que depara. O enfermeiro ao estar mais desperto para estes problemas, pode desenvolver esforços para acionar áreas como a psiquiatria, que nestas situações é fundamental. A mulher deve ser vista como um ser individual com necessidades próprias não desprezando os aspectos emocionais. A identificação dos fatores de riscos da DPP proporciona o desenvolvimento de ações adequadas para a prevenção de agravos que essa doença pode causar para a mãe e para a criança. Somente através do tratamento efetivo será possível tornar saudáveis os domínios cognitivo, emocional, comportamental e social, diminuindo os efeitos adversos da DPP. O enfermeiro possui papel fundamental na identificação precoce da DPP, para que possa elaborar estratégias que visem à prevenção desta patologia e possam contribuir na reabilitação da saúde mental da puérpera.
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