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1) Uma bacia de 1100 km² recebe anualmente 1750 mm de chuva, e a vazão média corresponde a 18m³/s. Calcule a evapotranspiração total desta bacia (em mm/ano). R.: Evap=1234 mm/ano Hidrologia Exemplos 1) Uma estação pluviométrica X ficou inoperante durante parte de um mês, durante o qual ocorreu uma tormenta. Os totais da tormenta em 3 estações adjacentes A, B e C foram de 39,3mm, 81,8mm e 21,3mm. As quantidades de precipitação anual normal para as estações X, A, B e C são de 153,72 mm, 176,47mm, 218,42mm e 186,94mm, respectivamente. Estime a precipitação da tormenta na estação X (utilize o método de ponderação regional). R.: Px = 36,44 mm Hidrologia Exemplos 2) Utilize o Método das Isoietas para determinar a precipitação média (em mm) na bacia hidrográfica representada na figura abaixo, em que se indicam as isoietas e as áreas por elas definidas. R.: Px = 86,73 mm Hidrologia Exemplos 3) Hidrologia Exemplos Ciclo Hidrológico e Bacias Hidrográficas Prof. Me. Thiago da Silva Santana Disciplina: Hidrologia Faculdade Mauá Engenharia Civil A Hidrologia é a Ciência que trata da água na Terra, sua ocorrência, circulação e distribuição, suas propriedades físicas e químicas e sua reação com o meio ambiente, incluindo sua relação com as formas vivas. A hidrologia dá suporte a estudos ambientais, energéticos, planejamento urbano para várias atividades humanas (usinas hidrelétricas, comitês de bacias, prefeituras, defesa civil, ANA, ONS). Hidrologia Hidrologia O ciclo hidrológico é o fenômeno global de circulação fechada da água entre a superfície terrestre e a atmosfera, impulsionado fundamentalmente pela energia solar associada a gravidade e a rotação terrestre. A superfície terrestre abrange os continentes e os oceanos, participando do ciclo hidrológico a camada porosa que recobre os continentes (solos, rochas) e o reservatório formado pelos oceanos. Hidrologia Introdução Parte do ciclo hidrológico é constituída pela circulação de água na própria superfície dos solos terrestres, circulação no interior e na superfície dos solos e rochas, nos oceanos e nos seres vivos. Na atmosfera a água circula tanto no estão de vapor como também nos estados líquidos e sólidos. A umidade no estado de vapor é invisível, sendo as nuvens um conjunto de aerossóis visíveis de microgotículas, mais umidade, e, dependendo da região e estação do ano, partículas de gelo. Hidrologia Introdução O intercâmbio entre a circulação da superfície terrestre e da atmosfera, fechando o ciclo hidrológico, ocorre em dois sentidos: a) no sentido superfície-atmosfera, onde o fluxo de água ocorre fundamentalmente na forma de vapor devido à evaporação e à transpiração; b) no sentido atmosfera superfície, onde a transferência de água ocorre em qualquer estado físico, sendo mais significativas, em termos mundiais, as precipitações de chuva e neve. Hidrologia Introdução O ciclo hidrológico só é fechado em nível global. Os volumes evaporados em um determinado local do planeta não precipitam necessariamente no mesmo local, porque há movimentos contínuos, com dinâmicas diferentes, na atmosfera, e também na superfície terrestre. Logo, o ciclo hidrológico como um ciclo aberto ao nível local. Hidrologia Introdução Pode-se começar a descrever o ciclo hidrológico a partir do vapor de água presente na atmosfera que, sob determinadas condições meteorológicas, condensa-se, formando microgotícolas de água que se mantêm suspensas no ar devido à turbulência natural. O agrupamento das microgotícolas e mais eventuais partículas de poeira e gelo, formam um aerossol que é chamado de nuvem ou de nevoeiro, quando a aerossol forma-se junto ao solo. Hidrologia Ciclo hidrológico Acontece a principal transferência de água da atmosfera para a superfície terrestre por meio da precipitação. A precipitação, na sua forma mais comum que é a chuva, ocorre quando complexos fenômenos de aglutinação e crescimento das microgotícolas, em nuvens com presença significativa de umidade (vapor de água) e núcleos de condensação (poeira ou gelo), formam uma grande quantidade de gotas com tamanho e peso suficientes para que a força da gravidade supere a turbulência normal ou movimentos ascendentes do meio atmosférico. Hidrologia Ciclo hidrológico Quando o vapor de água transforma-se diretamente em cristais de gelo e estes atingem tamanho e peso suficientes, a precipitação pode ocorrer na forma de neve ou granizo. No trajeto em direção a superfície terrestre a precipitação já sofre evaporação. Em algumas regiões esta evaporação pode ser significativa, podendo até mesmo ser totalmente vaporizada. Caindo sobre um solo com cobertura vegetal, parte do volume precipitado sofre interceptado em folhas e caules, de onde se acumula e evapora. Hidrologia Ciclo hidrológico Excedendo a capacidade de armazenar água na superfície dos vegetais, ou por ação dos ventos, a água interceptada pode-se reprecipitar para o solo. A água que atinge o solo segue diversos caminhos. Como o solo é um meio poroso, há infiltração de toda precipitação que chega ao solo, enquanto a superfície do solo não se satura. A partir do momenta da saturação superficial, o excesso não infiltrado da precipitação escoamento superficial. Hidrologia Ciclo hidrológico A infiltração e a percolação no interior do solo são comandadas pelas tensões capilares nos poros e pela gravidade. A umidade do solo realimentada pela infiltração é aproveitada em parte pelos vegetais, que a absorvem pelas raízes e a devolvem, quase toda, a atmosfera par transpiração, na forma de vapor de água. O que as vegetais não aproveitam, percola para os lençóis freáticos que normalmente contribui para a escoamento de base dos rios. Hidrologia Ciclo hidrológico O escoamento superficial é impulsionado pela gravidade para as cotas mais baixas, vencendo principalmente a atrito com a superfície do solo. O escoamento superficial manifesta-se inicialmente na forma de pequenos filetes de água que se moldam ao microrrelevo do solo. A erosão de partículas de solo pelas filetes em seus trajetos, aliada à topografia preexistente, molda, por sua vez, uma microrrede de drenagem efêmera que converge para a rede de cursos de água mais estável, formada par arroios e rios. Hidrologia Ciclo hidrológico A presença de vegetação na superfície do solo contribui para obstaculizar a escoamento superficial, favorecendo a infiltração em percurso. A vegetação também reduz a energia cinética de impacto das gatos de chuva no solo, minimizando a erosão. A água escoada pela rede de drenagem mais estável destina-se ao oceano. Hidrologia Ciclo hidrológico Hidrologia Ciclo hidrológico Uma parte infiltrada percola atingindo os aquíferos que escoam lentamente até rios e lagos (escoamento subterrâneo). A água que alcança os rios e por escoamento superficial, subsuperficial ou subterrâneo segue para lagos e oceanos, devido a ação da gravidade. Em qualquer tempo e local por onde circula a água na superfície terrestre, continentes ou oceanos, há evaporação para a atmosfera, fenômeno que fecha a ciclo hidrológico. Hidrologia Ciclo hidrológico Hidrologia Ciclo hidrológico Evaporação: Medida de forma direta por evaporímetros atmômetros ou tanques de evaporação ou indiretamente por equações empíricas, balanços de energia e hídrico. Influenciado pela altitude solar (ângulo dos raios solares às 12h - evaporação, umidade do ar – evaporação; e salinidade da água - evaporação. Transpiração: parte da evaporação que é provocada pela ação fisiológica dos vegetais. Dependem da umidade do solo, granulometria, idade das plantas, área das folhas, umidade do ar, temperatura. Hidrologia Ciclo hidrológico Evapotranspiração: soma da água que evapora das superfícies de água livre (rios, lagos, oceanos),do solo e dos vegetais (interceptada +transpiração). Interceptação: retenção da água de chuva antes de atingir o solo: interceptação vegetal ou retenção em depressões rochosas. Pode gerar redução de inundações, visto que a água retida tende a evaporar (reduz a vazão de pico, redução da erosão, assoreamento e a velocidade de escoamento ). Hidrologia Ciclo hidrológico Infiltração: passagem da água da superfície para o solo. Depende do tipo do solo, teor de umidade, teor de ar, presença de plantas; É limitada no valor máximo que o solo consegue absorver em termos de lâmina de água por unidade de tempo “capacidade de infiltração”. Hidrologia Ciclo hidrológico O ciclo hidrológico é normalmente estudado com maior interesse na fase terrestre, onde o elemento fundamental de análise da bacia hidrográfica. A bacia hidrográfica é uma área de captação natural da água da precipitação que faz convergir as escoamentos para um único ponto de saída, seu exutório. A bacia hidrográfica compõe-se basicamente de um conjunto de superfícies vertentes e de uma rede de drenagem formada por cursos de água que confluem até resultar um leito único no exutório. Hidrologia Bacia hidrográfica A Hidrologia Bacia hidrográfica A precipitação que cai sobre as vertentes infiltra-se totalmente no solos até haver saturação superficial destes, momento em que começam a decrescer as taxas de infiltração e surgir crescentes escoamentos superficiais. A água que escoa pelas vertentes tem como destino imediato a rede de drenagem, que ir transportá-la à seção de saída da bacia. Hidrologia Bacia hidrográfica Hidrologia Bacia hidrográfica Hidrologia Bacia hidrográfica Os limites da bacia são estabelecidos analisando a topografia do terreno (relevo) e delimitados identificando as áreas de maior cota, que constituem os chamados divisores topográficos da bacia. Como o escoamento se dá pela ação da gravidade, e a bacia é definida como o conjunto de áreas que contribuem para um ponto, percebe-se que as regiões de terreno mais elevado estabelecem uma divisão entre a parte do terreno cujo escoamento segue até o rio em questão e a parte cujo escoamento segue para outro rio de outra bacia. Hidrologia Bacia hidrográfica A delimitação de uma bacia pode ser baseada também no divisor geológico, em função das características geológicas; e no divisor freático, estabelecido de acordo com a posição do lençol freático (nível das águas subterrâneas no subsolo). Porém, devido à falta de informações e à não praticidade no estabelecimento dos divisores geológicos e freáticos. Hidrologia Bacia hidrográfica Divisor superficial (topográfico) e o divisor freático (subterrâneo) Hidrologia Bacia hidrográfica Ao se traçar o divisor de águas de uma bacia hidrográfica deve-se considerar: • O divisor de água NÃO corta nenhum curso d’águas; • Os pontos mais altos (pontos cotados) geralmente fazem parte do divisor de águas; • O divisor de águas deve passar igualmente afastado (ne meio) quando estiver entre duas curvas de mesmo nível; • O divisor de águas deve cortar as curvas de nível o mais perpendicular possível. Hidrologia Bacia hidrográfica A identificação do divisor de águas pode ser feita de maneira manual com base nas curvas de níveis: 1) Definir o ponto inicial (exutório) a partir do qual será feita a delimitação da bacia. O exutório está situado na parte mais baixa do trecho do curso d’água principal. 2) Reforçar a marcação do curso d’água principal e dos tributários (os quais cruzam as curvas de nível, das mais altas para as mais baixas para definição dos fundos de vale). Marcar os cursos d’água da outra bacia de outra cor. Hidrologia Bacia hidrográfica Hidrologia Bacia hidrográfica 3) Marcar picos da carta cartográfica que contornam o curso d’água principal e dos tributários. 4) Delimitar a bacia hidrográfica a partir do exutório, conectando os pontos mais elevados, tendo por base as curvas de nível. O limite da bacia circunda o curso d’água e as nascentes de seus tributários. Hidrologia Bacia hidrográfica Hidrologia Bacia hidrográfica Hidrologia Bacia hidrográfica Hidrologia Bacia hidrográfica Hidrologia Bacia hidrográfica Para facilitar a definição dos limites devemos diferenciar os talvegues dos divisores de águas. Os talvegues são depressões (vales), representados graficamente onde as curvas de nível apresentam a curvatura contrária ao sentido da inclinação do terreno (V), indicando que nestes locais ocorre concentração de escoamento. Nos divisores de água as curvas de nível apresentam curvatura voltada para o sentido da inclinação do terreno (A), sobre a qual as águas escoam no sentido ortogonal às curvas em direção aos talvegues. Hidrologia Bacia hidrográfica O divisor de águas também pode ser determinado de forma automática via SIG a partir da análise do MNT (Modelo Numérico do Terreno). Hidrologia Bacia hidrográfica Determinação da declividade do terreno Hidrologia Bacia hidrográfica Identificação das células que pertencem à bacia hidrográfica Hidrologia Bacia hidrográfica Identificação da Rede de Drenagem (Acúmulo da Área Contribuinte) Hidrologia Bacia hidrográfica Identificação da Rede de Drenagem (Acúmulo da Área Contribuinte) Hidrologia Bacia hidrográfica Hidrologia Bacia hidrográfica Identificação da Rede de Drenagem (Acúmulo da Área Contribuinte) Resultado final: Bacia Hidrográfica e Rede de Drenagem Principal Hidrologia Bacia hidrográfica Há também “bacias dentro de bacias” (figura). Hidrologia Bacia hidrográfica Tendo o ponto A como base, a área contribuinte, ou seja, sua bacia hidrográfica é a indicada em tal figura. Entretanto, essa bacia está inserida na bacia do ponto B que, por sua vez, está contida na bacia do ponto C. Assim, conforme a escala em que se trabalhe e, principalmente, o interesse do estudo a ser realizado, serão tomadas as bacias “maiores” ou as sub-bacias e micro-bacias. Hidrologia Bacia hidrográfica A bacia hidrográfica pode ser considerada um sistema físico onde a entrada é o volume de água precipitado e a saída é o volume de água escoado pelo exutório, considerando-se como perdas intermediárias os volumes evaporados e transpirados e também os infiltrados profundamente. Em um evento isolado pode-se considerar estas perdas e analisar a transformação de chuva em vazão feita pela bacia por meio do hidrograma (saída) e hietograma (entrada). Hidrologia Bacia hidrográfica Hidrologia Bacia hidrográfica A figura demonstra o papel da bacia hidrográfica em transformar uma entrada de volume concentrado no tempo (precipitação) em uma saída de água (escoamento) de forma mais distribuída no tempo. Observamos também a diferença entre um escoamento mais lento (subterrâneo) e outro mais rápido (superficial), este facilmente identificável pela forte elevação das vazões em curto espaço de tempo, que, após atingirem pico, decresce também rapidamente, mas geralmente em tempo maior que o da elevação. Hidrologia Bacia hidrográfica A dispersão do hidrograma no tempo é considerar o efeito da translação. Analisando-se uma lâmina L precipitada sobre uma bacia de área A em um pequeno intervalo de tempo, é razoável super que a precipitação ocorrida perto do exutório gerara um escoamento que chegará mais cedo a este ponto, enquanto que o escoamento gerado em locais mais distantes passara mais tarde pelo mesmo exutório. Desta maneira, há um escalonamento de chegada dos volumes a seção de saída, que reproduz o efeito de "espalhamento' das vazões no tempo. Hidrologia Bacia hidrográfica Considere a situação da figura a seguir onde ai representa uma faixa de área de onde o volume de água leva um tempo entre ti e ti-1 para chegar ao exutório. Os tempos ti identificam linhas de mesmo período de deslocamento ate a saída, ou, simplesmente, linhas isócronas. Em termos de volume,o que passa polo exutório na figura é Lai, o que corresponde a uma vazão média de Lai/dt, sendo dt o intervalo de tempo entre duas isócronas sucessivas. Inicialmente o volume La1 passará pelo exutório, no dt seguinte passará o volume La2 e assim por diante. Hidrologia Bacia hidrográfica Hidrologia Bacia hidrográfica Outro fenômeno que contribui para a conformação do hidrograma de saída da bacia é o fenômeno hidráulico do armazenamento. Nas condições naturais, com atrito, quanto maior o volume a escoar na bacia tanto maior é a carga hidráulica necessária para haver este escoamento, e portanto, tanto maior é a volume armazenado temporariamente na bacia. Hidrologia Bacia hidrográfica Numa bacia hidrográfica o efeito de armazenamento é mais significativo na rede de drenagens, que promove um abatimento na onda de cheia por armazenamento nos seus canais, fazendo chegar ao exutório um hidrograma mais distribuído no tempo. O abatimento do hidrograma é mais intenso se o escoamento atinge as zonas de inundação (leitos maiores) dos curses do água. Hidrologia Bacia hidrográfica Hidrologia Bacia hidrográfica Divisão hidrográfica nacional Hidrologia Bacia hidrográfica Hidrologia Bacia hidrográfica Hidrologia Bacia hidrográfica Hidrologia Bacia hidrográfica Hidrologia Bacia hidrográfica Hidrologia Bacia hidrográfica As características fisiográficas das bacias hidrográficas (obtidas por meio de mapas e imagens aéreas) tem a finalidade de permitir: • Comparação entre bacias hidrográficas; • Transferência de dados entre bacias vizinhas; • Projeção do comportamento da bacia no futuro; • Determinação de fórmulas empíricas (regionalização). Hidrologia Bacia hidrográfica Características fisiográficas das bacias hidrográficas • Área da bacia (A) – a área é um dado fundamental para definir a potencialidade hídrica da bacia hidrográfica, porque seu valor multiplicado pela lâmina da chuva precipitada define o volume de água recebido pela bacia. A área da bacia pode ser obtida por planimetragem de mapas (área projetada verticalmente) ou por cálculos a partir de mapas digitalizados, utilizando ferramentas computacionais de SIG (Sistemas de Informações Geográficas). Comprimento do rio principal (L): é determinado a partir do perfil longitudinal do curso d’água medindo-se o comprimento do trecho entre a nascente mais distante e o ponto de interesse ou exutório; Afeta o tempo de escoamento da água ao longo da bacia hidrográfica. Perfil longitudinal: representam a variação de cotas ao longo do comprimento do rio principal. Hidrologia Bacia hidrográfica Forma da bacia hidrográfica É uma das características mais difíceis de serem expressas em termos quantitativos. Tem efeito sobre: tempo de concentração, vazão máxima do hidrograma de cheia, tempo de base do escoamento superfial. Na tentativa de “quantificar” a forma de uma bacia hidrográfica vários índices e variáveis foram propostos, tais como: Índice de Compacidade, Fator de Forma, Fator de Conformação, Altitude Média, Curva Hipsométrica, Retângulo Equivalente, outros. Hidrologia Bacia hidrográfica Hidrologia Bacia hidrográfica Forma da bacia hidrográfica A bacia pode ser: CIRCULAR OU ALONGADA; - Nas circulares os pontos mais distantes da bacia estarão a uma distância similar do seu centro, por onde geralmente passa o curso d'água principal. Assim, as precipitações que ocorrerem nos pontos mais distantes dessa bacia chegarão ao rio principal e ao exutório da bacia no mesmo instante de tempo, visto que percorrem uma mesma distância. A consequência direta é a maior probabilidade de serem causadas inundações no rio principal e no exutório dessa bacia. Hidrologia Bacia hidrográfica Forma da bacia hidrográfica A bacia pode ser: CIRCULAR OU ALONGADA; - Nas bacias alongadas, as precipitações terão que percorrer distâncias diferentes até chegarem ao exutório da bacia, resultando em pouca sobreposição de escoamento de águas no canal principal e baixa probabilidade de se ter inundações. Hidrologia Bacia hidrográfica Índice de Compacidade (IC ou KC): É a relação entre o perímetro da bacia hidrográfica (P) e o perímetro de um círculo com área igual à da bacia hidrográfica. Também é conhecido como Índice de Gravelius. O IC é sempre um valor > 1 (se fosse 1 a bacia seria um círculo perfeito). Quanto menor o IC (mais próximo a 1), mais circular é a bacia, menor o Tc e maior a tendência de haver picos de enchente. Hidrologia Bacia hidrográfica Hidrologia Bacia hidrográfica Ic Hidrologia Bacia hidrográfica Fator de Forma (FF): É a relação entre a largura média da bacia (B) e o comprimento do curso principal (L). Quanto menor o FF, mais comprida é a bacia e portanto, menos sujeita a picos de enchente, pois o Tc é maior e, além disso, fica difícil uma mesma chuva intensa abranger toda a área da bacia. Hidrologia Bacia hidrográfica Hidrologia Bacia hidrográfica Alternativamente, este fator é estimado como sendo: Hidrologia Bacia hidrográfica Fator de Conformação (FC): É a relação entre a área da bacia e o quadrado do comprimento do Talvegue. Hidrologia Bacia hidrográfica Hidrologia Bacia hidrográfica Exemplo : Determinar o fator de conformação das bacias mostradas nas figuras. Hidrologia Bacia hidrográfica Declividade do Terreno: Condiciona o comportamento hidrológico da bacia, em especial o escoamento superficial e a infiltração. Tem influência direta no tempo de concentração; vazão máxima do hidrograma de cheia; e tempo de base do escoamento superficial. Quanto maior a declividade de um terreno, maior a velocidade de escoamento, menor Tc e maior as perspectivas de picos de enchentes. A magnitude desses picos de enchente e a infiltração da água, dependem da declividade média da bacia, associada à cobertura vegetal, tipo de solo e tipo de uso da terra. Hidrologia Bacia hidrográfica Método dos Pontos Amostrais: Selecionam-se pontos de interesse específico; ou pontos aleatórios; ou pontos de uma malha (pelo menos 100 pontos), e calcula-se a declividade em cada um deles assim: Li: é a distância perpendicular entre curvas de nível superior e inferior ao ponto considerado; h1 e h2: cota das curvas de nível consideradas (corresponde à equidistância do mapa). Hidrologia Bacia hidrográfica Pode-se utilizar a seguinte equação: Em que: I = declividade média da bacia (m/m); D= equidistância entre curvas de nível em m; ABH = área da bacia (m²); Cni= comprimento total das curvas de nível em m. Hidrologia Bacia hidrográfica Exemplo: Estimar a declividade média do terreno da bacia cujos dados são apresentados na tabela que segue. Hidrologia Bacia hidrográfica Altitude média da bacia: Dada pela curva hipsométrica: Representa o estudo da variação da elevação dos vários terrenos da bacia com referência ao nível médio do mar. Pode também ser determinadas por meio das quadrículas associadas a um vetor ou planimetrando-se as áreas entre as curvas de nível. Hidrologia Bacia hidrográfica Hidrologia Bacia hidrográfica Rede de drenagem O sistema de drenagem de uma bacia é constituído pelo rio principal e seus tributários; o estudo das ramificações e do desenvolvimento do sistema é importante, pois ele indica a maior ou menor velocidade com que a água deixa a bacia hidrográfica. Hidrologia Bacia hidrográfica Classificação dos cursos d’água a) Perenes: contém água durante todo o tempo. O lençol freático mantém uma alimentação contínua. b) Intermitentes: em geral, escoam durante as estações de chuvas e secam nas de estiagem. Durante as estações chuvosas, o lençol d’água subterrâneo conserva-se acima do leito fluvial e alimentando o curso d’água, já na época Hidrologia Bacia hidrográfica de estiagem, o lençol freático se encontra em um nível inferior ao do leito. c) Efêmeros: existem apenas durante ou imediatamente após os períodosde precipitação e só transportam escoamento superficial. A superfície freática se encontra sempre a um nível inferior ao do leito fluvial. Hidrologia Bacia hidrográfica Ordem dos cursos d’água: De acordo com a Figura, adota-se o seguinte procedimento: a) os cursos primários recebem o numero 1; b) a união de 2 de mesma ordem dá origem a um curso de ordem superior; e c) a união de 2 de ordem diferente faz com que prevaleça a ordem do maior. A ordem da bacia é então a ordem do leito principal na sua saída. Hidrologia Bacia hidrográfica Hidrologia Bacia hidrográfica Declividade do curso d’água principal Parâmetro de grande importância para o manejo de bacias, pois influencia diretamente no escoamento de água e consequentemente no tempo de concentração. Quanto mais íngreme (mais acidentado) um rio (mais perto são as curvas de nível e maior a velocidade de escoamento da água. Hidrologia Bacia hidrográfica 1) Método Direto - Declividade total (St): Obtida dividindo-se a diferença total de elevação do leito pela extensão horizontal do curso d’água entre esses dois pontos. Este valor superestima a declividade média do curso d’água e, consequentemente, o pico de cheia. H1 = diferença entre cotas, do ponto mais distante e da seção considerada, em metros. L = comprimento do canal (talvegue) principal, em metros. Hidrologia Bacia hidrográfica 2) Área equivalente (compensação de área) - Declividade ponderada (Smc). Consiste em traçar no gráfico uma linha, tal que a área, compreendida entre ela e a abcissa, seja igual à compreendida entre a curva do perfil e a abcissa. Calcula-se a área do triângulo (dividindo-o em áreas menores) e calcula-se a área total. Hidrologia Bacia hidrográfica 3) Declividade equivalente ou média harmônica (Sec). Leva em consideração o tempo de percurso da água ao longo da extensão do perfil longitudinal, considerando que o perfil tem declividade constante igual à uma declividade equivalente. Mais recomendada. Hidrologia Bacia hidrográfica Para a estimativa da Sec considera-se que o tempo médio de viagem do escoamento ao longo do canal principal do rio é: A velocidade média do escoamento (admitindo válida a condição de escoamento permanente) pode ser estimada pela equação de Chezy: Hidrologia Bacia hidrográfica Dividindo o comprimento total do rio (L) em sub-trechos de comprimento Li, o tempo total (t) para percorrer todo o trecho pode ser calculado como a suma dos tempos de viagem do escoamento ao longo da cada sub-trecho: Hidrologia Bacia hidrográfica Declividade 15-85 (S15-85): É obtida de acordo com o método da declividade total, porém descartando-se 15% dos trechos inicial e final do curso d’água. Isto se deve ao fato que a maioria dos cursos d’água têm alta declividade próximo da nascente, e logo, torna-se praticamente plano próximo de seu exutório. Hidrologia Bacia hidrográfica Densidade de Drenagem (Dd): É definida como a relação entre o comprimento total dos cursos de água e a área da bacia hidrográfica. Hidrologia Bacia hidrográfica Quanto maior a densidade de drenagem, maior a capacidade da bacia de fazer escoamentos rápidos no exutório. É um parâmetro utilizado para pré-avaliação em estudos de regionalização ou transposição de dados hidrológicos entre bacias de uma região, pois permite avaliar as semelhanças de escoamento entre bacias hidrográficas de tamanhos diferente. Hidrologia Bacia hidrográfica A classificação típica da rede de drenagem, conforme o valor da densidade de drenagem (Dd) é: Hidrologia Bacia hidrográfica Exemplo: Determinar a densidade de drenagem da bacia hidrográfica mostrada na figura. Hidrologia Bacia hidrográfica Analisando-se a geometria em planta da rede de drenagem de uma bacia hidrográfica, isto é o padrão de drenagem, podem- se inferir os solos que predominam na mesma. Geralmente, regiões em que os solos são pouco permeáveis apresentam grande quantidade de canais de drenagem, de pequeno comprimento. Por outro lado, baixas densidades de drenagem, indicam solos profundos e permeáveis, ou seja, com altas taxas de infiltração e boas condições de drenagem no perfil do solo. Hidrologia Bacia hidrográfica Medidas Climatológicas Prof. Me. Thiago da Silva Santana Disciplina: Hidrologia Faculdade Mauá Engenharia Civil Hidrologia Medidas Climatológicas Temperatura do Ar Variação temporal: Estações do ano; Hora do dia Variação espacial: Latitude e Altitude; Vegetação; Presença de massas d’água Medidas frequentes: Mínima, média e máxima diária Instrumentos: Termômetros de Hg; de Máxima; de Mínima; e Termôgrafos. Hidrologia Medidas Climatológicas Termômetro de Máxima: contém usualmente mercúrio, tem um afinamento no tubo, logo acima do bulbo. Quando a temperatura sobe, o mercúrio se expande e é forçado através do afinamento. Quando a temperatura cai o filete de fluído não retorna através do afinamento, sendo ali interrompido. Fica, assim, registrada a temperatura máxima. Escala +10 °C a + 50 °C . Para recompor o instrumento é necessário sacudi-lo para que o fluído volte para o bulbo. Hidrologia Medidas Climatológicas Termômetro de mínima: possui um pequeno índice de metal ou plástico junto ao topo da coluna de fluído (normalmente álcool). Quando a temperatura do ar cai, a coluna de fluído diminui e o índice é puxado em direção ao bulbo; quando a temperatura sobe novamente, o fluído sobe mas o índice permanece no nível da mínima temperatura atingida. Escala -20 °C a +40 °C Para recompor o instrumento é necessário inclinar o termômetro, com o bulbo para cima. Hidrologia Medidas Climatológicas Termômetro de Máxima Termômetro de mínima Hidrologia Medidas Climatológicas Temperatura Média Diária: O mais frequente é estimar a média diária como uma média ponderada das leituras horárias. No Brasil utiliza-se a fórmula: Hidrologia Medidas Climatológicas Outra fórmula alternativa é: Observação: estas temperaturas são medidas com termômetro comum de mercúrio (instalado também no abrigo meteorológico) ou registradas com termôgrafos. Hidrologia Medidas Climatológicas Termômetro Bimetálico: é baseado no princípio da expansão térmica diferencial, e consiste de duas tiras de metais diferentes que são unidas face a face e tem coeficientes de expansão térmica bem diferentes. Quando a temperatura varia, os dois metais se expandem ou se contraem desigualmente, o que causa uma curvatura do sensor, o que permite transpor esta variação sobre uma escala calibrada. O principal uso é na construção do termógrafo, um instrumento que registra continuamente a temperatura. Hidrologia Medidas Climatológicas Hidrologia Medidas Climatológicas Termohigrógrafo: Possui um cilindro com um dispositivo de relojoaria, sobre o qual se coloca um gráfico com escala dupla. Há uma barra de metal com duas agulhas de registro. Cada uma destas agulhas possui uma extremidade livre, que se situa junto ao gráfico, e a outra extremidade encontra-se presa a uma fibra sintética. Esta fibra contrai ou distende de acordo com as variações da umidade do ar e da amplitude térmica. Hidrologia Medidas Climatológicas Os termohigrógrafo podem também possui dois sensores; um de temperatura e outro de umidade. O sensor de temperatura composto por um sistema bimetálico enrolado estrategicamente de uma forma helicoidal e quando existir uma oscilação da temperatura este bimetal tende a contrair ou retrair fazendo com que o sistema mecânico movimente e devidamente calibrado ele transfere este movimento para a carta gráfica onde é feito o registro. Hidrologia Medidas Climatológicas Já o sensor de umidade é confeccionado de cabelo humano sem nenhum tratamento químico, delicadamente montados de uma forma artesanal em dois tufos de aproximadamente 50 fios cada um. Estes montados em balanço e com a oscilação da umidade eles tendem a contrair ou dilatar e transferem este movimento para o sistema mecânico quepor sua vez transferem para a caneta que registra na carta gráfica. Hidrologia Medidas Climatológicas Hidrologia Medidas Climatológicas Pressão Atmosférica Variação com: Altitude; Umidade do Ar Instrumentos de medida: Barômetros; Barógrafos Hidrologia Medidas Climatológicas Barômetro de Mercúrio - Mede a pressão atmosférica em coluna de milímetros de mercúrio (mm Hg) e em hectopascal (hPa). Hidrologia Medidas Climatológicas Barógrafo - Registra continuamente a pressão atmosférica em milímetros de mercúrio (mm Hg) ou em milibares (mb). O elemento sensível é constituído por uma série de cápsulas aneróides superpostas. Essas cápsulas, são câmaras metálicas de parede flexível, que sofrem deformação conforme a variação da pressão, sendo ampliado por um sistema de alavancas e registrando sobre um gráfico enrolado em volta de um cilindro. Hidrologia Medidas Climatológicas Hidrologia Medidas Climatológicas Evaporação de Superfície Livre É influenciada por: Presença de massas de água; Temperatura; Ventos; Umidade do Ar Medida com: Tanques (Classe A, enterrado ( GGI ), de 20 m² , flutuante); Evaporímetro (ou Atmômetro) de Piche e Evaporígrafo de Balança. Hidrologia Medidas Climatológicas Tanque Classe A - Mede a evaporação - em milímetros (mm) - numa superfície livre de água. Tanque cilíndrico de aço inox ou Fe galvanizado (Padrão US Weather Bureau) sobe estrado (madeira, tinta branca, 130cm x 130cm) e área gramada. Frequência de leitura: uma vez ao dia (7 hs); Local de instalação: ao ar livre. Hidrologia Medidas Climatológicas Hidrologia Medidas Climatológicas Hidrologia Medidas Climatológicas Esse método consiste na utilização de um tanque de evaporação direta, cheio de água, onde são feitas medidas, em milímetros, da agua evaporada entre uma leitura e outra. A lamina evaporada (Ev), medida pelo tanque, é multiplicada por um coeficiente do tanque (Kt), para que obtenhamos a evapotranspiração. ETo = Ev x Kt Os valores de Kt são tabelados em função de variáveis climatológicas e disposição do tanque no campo Hidrologia Medidas Climatológicas Hidrologia Medidas Climatológicas Estimativa de Evapotranspiração: Outra alternativa para o cálculo do coeficiente kt é a proposta de SNYDER (1992), que desenvolveu a seguinte equação: em que R é a distância (tamanho) da área de bordadura, em m; U é a velocidade do vento em Km/dia; e UR é a umidade relativa média do dia em %. Hidrologia Medidas Climatológicas Evaporação em Lagos e Reservatórios: A evaporação medida no tanque é ligeiramente superior à evaporação real de um lago, devido à radiação solar incidente na superficie lateral do mesmo. Assim, Hidrologia Medidas Climatológicas Evaporímetro de Piche - Mede a evaporação - em mililitro (ml) ou em milímetros de água evaporada - a partir de uma superfície porosa, mantida permanentemente umedecida por água. É constituído por um tubo cilíndrico, de vidro, de aproximadamente 30 cm de comprimento e 1 cm de diâmetro, fechado na parte superior e aberto na inferior. A extremidade inferior é tapada, depois do tubo estar cheio com água destilada, com um disco de papel de feltro, de 3 cm de diâmetro, que deve ser previamente molhado com água. A evaporação é calculada pelo abaixamento do nível da água no tubo. Hidrologia Medidas Climatológicas Evaporímetro Piche Frequência de leitura: Uma vez ao dia (7 hs) Local de instalação: Abrigo Meteorológico Hidrologia Medidas Climatológicas Evaporígrafo de Balança É constituído por reservatório com água instalado acima de uma balança. Quando a água evapora, a balança registra a diminuição da massa. Este registro é feito ao longo do tempo numa faixa de papel aderida a um cilindro que gira por meio de um sistema de relojaria. Hidrologia Medidas Climatológicas Hidrologia Medidas Climatológicas Radiação Solar Heliógrafo: Esfera de Cristal que mede a duração da insolação local. Registram o número de horas de insolação (horas em que o sol realmente brilhou). Constituído de uma esfera de vidro transparente, suspensa nas extremidades de um arco metálico. Os raios solares são convergidos pela esfera sobre o Heliograma (tira de cartolina especial fixada na concha metálica), queimando-o. Hidrologia Medidas Climatológicas Hidrologia Medidas Climatológicas Hidrologia Medidas Climatológicas Umidade Relativa do Ar Definição: é a relação entre a pressão de vapor local e a pressão de saturação. Hidrologia Medidas Climatológicas A umidade relativa do ar (UR)estima-se como: Hidrologia Medidas Climatológicas Onde: Pv : pressão do vapor (mmHg); Pvs: pressão do vapor de saturação à temp. do bulbo seco (mmHg); Pvsu: pressão de vapor de saturação à temp. do bulbo úmido (mmHg); p: pressão atmosférica (mmHg); A: cte. psicrométrica (ºC-1); t: temp. do ar lida no termômetro de bulbo seco (ºC); tu: temp. do ar lida no termômetro de bulbo úmido (ºC). Hidrologia Medidas Climatológicas Psicrômetro: Consiste num par de termômetros de bulbo seco e úmido. Medição indireta da UR: Mede-se t e tu; Local de instalação: Abrigo Meteorológico Frequência de leituras: 7, 9, 15 e 21 hs Hidrologia Medidas Climatológicas Pressão parcial de saturação do vapor de água em função da temperatura Hidrologia Medidas Climatológicas ea – pressão parcial atual do vapor de água do ar, kPa es – Pressão parcial de saturação do vapor de água em função da temperatura, kPa Obtida com o psicrômetro: Termômetro de bulbo seco (t) e Termômetro de bulbo úmido (tu) A água evapora subtraindo energia do bulbo úmido (tu < t). Hidrologia Medidas Climatológicas ea – pressão parcial atual do vapor de água do ar, kPa esu – pressão parcial de saturação à temperatura do termômetro úmido (tu), kPa t – temperatura do ar (termômetro seco), C tu – temperatura do bulbo úmido, C – constante psicrométrica: 0,062 kPa/C para psicrômetros ventilados e 0,074 kPa/C para psicrômetros não ventilados. Hidrologia Medidas Climatológicas Exemplo: Considere que as temperaturas de um psicrômetro não ventilado, em determinado local foram t = 25,3 C e tu = 19,8 C. Qual a umidade relativa do ar? Hidrologia Medidas Climatológicas Hidrologia Medidas Climatológicas Higrógrafo: Registra a umidade do ar, em valores relativos, expressos em porcentagem (%). Os higrômetros são compostos, em sua maioria, de substâncias com capacidade de absorver a umidade atmosférica, como: o cabelo humano e sais de lítio. No higrômetro construído com cabelo humano, uma mecha de cabelos é colocada entre um ponto fixo e outro móvel e, segundo a umidade a que está submetida, ela varia de comprimento, arrastando o ponto móvel. Esse movimento é transmitido a um ponteiro que se desloca sobre uma escala, na qual estão os valores da humidade relativa. Hidrologia Medidas Climatológicas Já o higrômetro de sais de lítio baseia-se na variação de condutividade desses sais, os quais apresentam uma resistência variável de acordo com a água absorvida. Um amperímetro com sua escala devidamente calibrada fornece os valores de umidade do ar. Outra maneira de medir a umidade relativa é calcular a velocidade de evaporação da água (psicrômetro – termômetros com bulbo seco e molhado). Hidrologia Medidas Climatológicas Hidrologia Medidas Climatológicas Precipitação Usualmente, a chuva é quantificada em termos de volume por unidade de área considerando-se um determinado período de tempo. A unidade mais comumente utilizada é milímetros que corresponde a espessura da lâmina d’água formada ao distribuir 1 litro d’água sobre 1 m² de superfície. Portanto, 1 mm = 1 L.m^-2. Medidas Climatológicas A quantidade de chuva precipitada é coletada em recipientes denominados: Pluviômetros: mede somente a lâmina total precipitada. A leitura é feita às 7:00 horas Pluviôgrafos: registra a lâmina precipitada e o tempo no qual ocorre (pode-se estimar a intensidade). pluviógrafo pluviômetro HidrologiaHidrologia Medidas Climatológicas Pluviômetro Utilizado para coletar e medir as chuvas. A quantidade de água captada é mostrada em milímetros (mm). Uma chuva de 1 mm por minuto, é equivalente a 1 litro de água por minuto em uma área de 1 metro quadrado (m²). Por exemplo, se sua casa tem um telhado com 10 metros quadrados e após uma hora de chuva o pluviômetro marcar 20 mm, quer dizer que cerca de 200 litros foram despejados sobre sua casa na última hora. 𝑃 = 10 𝑉 𝐴 Onde: P – precipitação (mm) V – volume recolhido (cm3) A – área de captação do anel (cm2) Medidas Climatológicas Pluviômetro convencional - armazena a quantidade de chuva. A medição é feita e anotada manualmente Hidrologia Cilindro receptor de água com medidas padronizadas; O funil protege a água coletada contra radiação solar, diminuindo as perdas por evaporação; Uma torneira colocada na base do recipiente permite a coleta do volume de água precipitada; A coleta é feita diariamente, às 7 horas. Medidas Climatológicas Hidrologia Pluviômetro Ville de Paris - O mais utilizado no Brasil. Possui uma "boca" padronizada de 400 cm², e um reservatório com uma torneirinha para descarregar a água em uma proveta para medição. São fornecidas provetas especiais de 7, 10, 25 e 80 mm já graduadas para este tamanho da área coletora, de modo a evitar os cálculos. Medidas Climatológicas Hidrologia Medidas Climatológicas Hidrologia Pluviômetro totalizador Recipiente de armazenamento permite o acúmulo de água por uma semana ou mais; Pode ser enterrado para evitar a evaporação; Retirada da água por meio de um sifão; Utilizado em áreas mais isoladas. Medidas Climatológicas Hidrologia Pluviógrafo flutuador (ou de bóia) Possui uma área de captação de 200 cm², composta de um coletor com funil e uma cisterna onde existe uma boia acoplada ao sistema de pena registradora. Quando a cisterna está cheia, um sistema de sifão a esvazia, e a pena inicia o gráfico no ponto zero; Cada sifonada corresponde a 10mm de água, na maioria desses pluviógrafos; Durante o tempo de esvaziamento não há registro de chuva, resultando em um erro instrumental; Hidrologia Medidas Climatológicas Hidrologia Medidas Climatológicas O marcador é acionado por uma bóia situada na superfície da água contida no receptor. Traça um gráfico de precipitação sob a forma de um diagrama (altura de precipitação acumulada x tempo) Hidrologia Medidas Climatológicas Hidrologia Medidas Climatológicas No pluviógrafo de cubas basculantes a água coletada cai em um sistema de duas cubas que estão interligadas por um eixo central. Quando uma das cubas enche, essa cuba irá rotacionar em torno do eixo e irá ser esvaziada, enquanto a que estava vazia começará a receber a água. Cada rotação corresponderá a uma certa quantidade de chuva precipitada, por exemplo 0,2 mm de chuva, e o aparelho registra o número de vezes que esse movimento ocorreu e o tempo em que ocorrem. Hidrologia Medidas Climatológicas Hidrologia Medidas Climatológicas Pluviômetro digital automático - mede, armazena e transmite automaticamente a informação sobre a quantidade de chuva. • Local de instalação: posicionar em áreas abertas, longe dos prédios e de vegetação alta Hidrologia Cuidados na instalação Hidrologia Medidas Climatológicas Ventos É uma variável importante para: • Cálculo de evaporação e transpiração; • Ondas em reservatórios; • Projetos de irrigação (aspersão); • Projeto de aeroportos; • Cálculo de esforços em estruturas e outros. Instrumentos de medida: Anemômetro: mede unicamente velocidade, Anemógrafo: mede velocidade e direção dos ventos. Hidrologia Medidas Climatológicas Anemômetro de Robinson (estacionário, de copos ou de pás) Um rotor com três conchas hemisféricas aciona um mecanismo onde é instalado um sensor eletrônico. A vantagem deste sistema é que ele independe da direção do vento, e, por conseguinte, de um dispositivo de alinhamento. Precipitação Prof. Me. Thiago da Silva Santana Disciplina: Hidrologia Faculdade Mauá Engenharia Civil in out dS P G ET Q G dT + = + + + dS T Q T P E d = + + P – precipitação Gin – fluxo subsuperficial de entrada ET – evapotranspiração Q – fluxo superficial de sáida (vazão) Gout – fluxo subsuperficial de saída dS/dT – variação da água armazenada para bacias “fechadas” Balanço Hídrico Hidrologia • Através do balanço hídrico, calculam-se as entradas e saídas do sistema. • É o princípio de funcionamento dos modelos hidrológicos de base física. • Baseia-se na lei de conservação de massa aplicada geralmente a uma bacia hidrográfica. Balanço Hídrico Hidrologia Na interface entre água e ar (ou entre gelo e ar) ocorre a troca de moléculas nos dois sentidos, ou seja, as moléculas de água estão em contínuo fluxo entre as fases líquida e gasosa. Na evaporação, mais moléculas passam para a fase vapor, enquanto na condensação um número maior de moléculas retorna à fase líquida. água ar Evaporação e condensação Hidrologia Taxa de evaporação: número de moléculas que passam da fase líquida para gasosa em um determinado período Taxa de condensação: número de moléculas que passam da fase gasosa para líquida nesse mesmo período umidade na atmosfera: taxa de evaporação umidade na atmosfera: taxa de condensação Evaporação e condensação Hidrologia O estado de equilíbrio dinâmico é atingido quando as moléculas de água passam com a mesma taxa entre as fases líquida e gasosa. Neste estado, a pressão exercida pelo vapor d'água é chamada de pressão de saturação de vapor. A saturação pode ser atingida introduzindo-se mais vapor na atmosfera ou diminuindo-se a temperatura (caso mais comum). Evaporação e condensação Hidrologia • Umidade absoluta: massa de vapor d’agua/volume de ar 𝑈𝐴 = 𝑚𝑣𝑎𝑝𝑜𝑟 𝑉𝑎𝑟 [𝑔.𝑚−3] • Razão de mistura: massa de vapor d’água/massa de ar seco 𝑤 = 𝑚𝑣𝑎𝑝𝑜𝑟 𝑚𝑎𝑟 𝑠𝑒𝑐𝑜 [𝑔. 𝑘𝑔−1] • Umidade específica: massa de vapor d’água/massa de ar 𝑈𝐸 = 𝑚𝑣𝑎𝑝𝑜𝑟 𝑚𝑎𝑟 𝑠𝑒𝑐𝑜 +𝑚𝑣𝑎𝑝𝑜𝑟 [𝑔. 𝑘𝑔−1] não podem ser medidas diretamente volume varia com a temperatura e pressão (lei dos gases) Medida da umidade na atmosfera Hidrologia Umidade relativa (UR) Hidrologia • Umidade relativa: razão entre pressão de vapor (𝑒) e pressão de saturação de vapor (𝑒𝑠) 𝑈𝑅 = 100 𝑒 𝑒𝑠 [%] Não indica a verdadeira concentração de vapor, mas diz quão perto a atmosfera está da saturação. Se a atmosfera fosse completamente limpa, sem superfícies ou partículas, a UR teria que exceder em muito os 100% para que houvesse formação de gotículas de água. Na atmosfera real, esta situação não ocorre, de modo que o excesso de vapor d’água se condensa em condições apenas levemente supersaturadas (UR ~ 101%). Se o conteúdo de vapor d’água na atmosfera permanecer constante, um decréscimo na temperatura aumentará a umidade relativa (UR) e um aumento na temperatura diminuirá a UR. Temperatura x Umidade Relativa Hidrologia Ponto de orvalho é a temperatura na qual o ar deveria ser resfriado à pressão constante para tornar-se saturado. Este termo surge do fato de que, durante a noite, objetos próximos à superfície frequentemente se resfriam abaixo da temperatura de ponto de orvalho. O ar em contato tornar-se saturado e a água condensa-se na forma de orvalho sobre esta superfície. Quando a temperatura de ponto de orvalho está abaixo da temperatura de congelamento, o vapor d’água é depositado como geada. Temperatura x Umidade Relativa Hidrologia O principal processo responsável pela formação de nuvens na atmosfera está relacionado às correntes ascendentes e descendentes de ar e pode ser considerado um exemplo de processo adiabático (sem troca de calor). Para entender os processos adiabáticos na atmosfera é usual pensar nessas correntes como se fossem compostos de unidades discretas de massa, chamadas parcelas de ar isoladas termicamente do ambiente, com a mesma pressãodo ar ambiente no mesmo nível (equilíbrio hidrostático) e movendo-se lentamente (energia cinética desprezível). Processo de Formação de Nuvens Hidrologia Quando sobe na atmosfera, a pressão sobre a parcela de ar cai, fazendo-a expandir "empurrando" o ar em sua volta, realizando trabalho (positivo). A energia para o trabalho de expansão é retirada da energia interna da parcela de ar, e com isso a temperatura cai. A lt it u d e oC A taxa de variação da temperatura que uma parcela de ar seco sofre quando sobe ou desce na atmosfera é chamada taxa adiabática seca que cerca de 10C/km (a taxa real é muito menor que isso: 6,5 C/km na troposfera). Processo de Formação de Nuvens Hidrologia Conforme a parcela sobe, seu resfriamento aumenta a umidade relativa até resultar na condensação. O nível em que isto ocorre é chamado de nível de condensação. A partir deste nível, o calor latente de condensação é liberado. Caso esta parcela continue subindo, a taxa de resfriamento é reduzida pela liberação de calor latente. Esta taxa de resfriamento menor é chamada de taxa adiabática úmida ou saturada, podendo variar de 3C/km para ar muito úmido, a 9C/km para ar com pouca umidade. Processo de Formação de Nuvens Hidrologia Resumindo: parcelas ascendentes não saturadas se resfriam à taxa adiabática seca. Após atingirem a saturação no nível de condensação, o resfriamento se dá segundo a taxa adiabática úmida ou saturada. Processo de Formação de Nuvens Hidrologia Uma parcela de ar sofre forças de flutuação (empuxo) que a fazem deslocar-se verticalmente. Se o ar da parcela for mais quente (e portanto, menos denso) que o ar ambiente, ela tende a subir. Se o ar da parcela for mais frio (mais denso) que o ar ambiente, ela tende a descer. Estabilidade atmosférica Hidrologia oC oC 𝑡𝑝𝑎𝑟𝑐 > 𝑡𝑎𝑚𝑏 oC oC 𝑡𝑝𝑎𝑟𝑐 < 𝑡𝑎𝑚𝑏 Numa camada de ar estável, uma parcela de ar ascendente torna-se mais fria que o ar ambiente ou uma parcela de ar descendente torna-se mais quente que o ar ambiente. Tanto num caso como no outro a parcela é forçada a retornar à sua altitude original. Numa camada de ar instável, uma parcela de ar ascendente torna-se mais quente que o ar ambiente e continua a subir ou uma parcela de ar descendente torna-se mais fria que o ar ambiente e continua a descer. Estabilidade atmosférica Hidrologia ZCI Mecanismos de ascensão do ar úmido e formação de nuvens Três passos principais 1) Aumento da umidade da atmosfera vapor d’água proveniente da evaporação e evapotranspiração 2) Resfriamento das massas de ar condensação do vapor d’água em água líquida (formação de nuvens) 3) Crescimento das gotículas por colisão e coalescência precipitação. Mecanismos de formação de chuva Hidrologia Em geral, as nuvens são formadas quando o ar está saturado e desde que haja uma superfície sobre a qual o vapor d’água possa condensar. Quando a condensação ocorre no ar acima da superfície, minúsculas partículas conhecidas como núcleos de condensação servem como superfície sobre a qual o vapor d’água condensa Os núcleos de condensação são partículas com diâmetro maior que 1m e são formadas por poeira, fumaça ou fuligem, sais e sulfatos. Em geral, possuem propriedades higroscópicas (capaz de absorver água/umidade do ar). Formação de nuvens Hidrologia Nucleação homogênea • Ocorre em ambiente de ar limpo (puro) • Gotículas são formadas por colisão das moléculas de vapor d’água • Requer condição de supersaturação (UR > 110% - inexistente na natureza). Nucleação heterogênea • Ocorre na presença de Núcleos de Condensação de Nuvens. • Requer valores de umidade de 1 a 3% acima do valor de saturação. Formação de nuvens Hidrologia As nuvens são inteiramente compostos de gotículas de água líquida e precisam conter gotículas com diâmetros maiores que 0,02mm para que se forme precipitação. Essas gotículas caem rapidamente, colidem com as gotículas menores e mais lentas e coalescem (combinam) com elas, tornando-se cada vez maiores. Tornando-se maiores, elas caem mais rapidamente e aumentam suas chances de colisão e crescimento. Formação das gotas de chuva Correntes ascendentes também ajudam, porque permitem que as gotículas atravessem a nuvem várias vezes. As gotas de chuva podem crescer até 6 mm de diâmetro, quando sua velocidade terminal é de 30km/h. Neste tamanho e velocidade, a tensão superficial da água, que a mantém inteira, é superada pela resistência imposta pelo ar, que acaba "quebrando" a gota. As pequenas gotas resultantes recomeçam a tarefa de anexar gotículas de nuvem. Formação das gotas de chuva • Precipitações ciclônicas ou frontais • Precipitações orográficas • Precipitações convectivas Foto: Mitch Dobrowner Tipos de precipitação Ciclônica ou frontal: ocorrem no encontro de massas de ar de características distintas (ar quente + ar frio). Em geral, quando uma massa de ar quente, carregada de grande volume de vapor de água – ainda não saturado, encontra uma massa de ar frio com baixa umidade. De acordo com a dinâmica atmosférica, o ar frio tem tendência a ocupar as áreas mais próximas à superfície, enquanto o ar quente sobe para as camadas mais elevadas da atmosfera. No caso da formação da chuva frontal, além desse movimento, há uma “troca de temperaturas” entre as massas de ar fria e a massa de ar quente e úmida acaba por se resfriar, o que ocasiona a condensação da umidade ali presente. Ciclônica ou frontal Hidrologia Ciclônica ou frontal Hidrologia A precipitação ciclônica ou frontal compreende a maior parte do volume de água precipitado em uma bacia (abrangem grande área). Pode ocorrer por vários dias (contínuas), apresentando pausas com chuviscos. Longa duração e média/forte intensidade, podendo ser acompanhadas de ventos fortes. Ciclônica ou frontal Hidrologia Orográfica Hidrologia Orográfica: tipo de precipitação que ocorre a massa de ar úmida entra encontra com um obstáculo do relevo – uma montanha, por exemplo – condensa e precipita. É originada quando uma massa de ar úmido que se desloca, encontra uma barreira topográfica com uma elevada altitude (serra, montanha, etc), e é forçada a elevar-se, ocorrendo queda de temperatura seguida da condensação do vapor d’água, formação de nuvens e precipitação. Chuvas orográficas apresentam pequena intensidade, e longa duração. São comuns nas regiões montanhosas próximas ao mar. Orográfica Hidrologia Convectivas Hidrologia Convectivas: ocorrem em razão da diferença de temperatura, umidade e pressão que ocorre no ciclo convectivo atmosférico. O ar, quando aquecido e cheio de umidade, é menos denso e por isso, tem a tendência de subir para as áreas mais elevadas da atmosfera. Ao alcançar as camadas superiores da atmosfera, forma nuvens do tipo cúmulo ou cúmulo-nimbo. Quando essas nuvens cheias de vapor d’água encontram camadas superiores da atmosfera que são mais frias, ocorre a condensação e consequentemente a precipitação. Este é o movimento térmico de convecção. São caracterizadas por serem de curta duração e abrangem pequenas áreas. Podem variar a intensidade de leve a pesadas, dependendo das condições de umidade e do contraste atmosférico. Tempestades com trovão, que despejam grande volume de água em curto período de tempo e sobre uma área relativamente pequena. Típico das regiões tropicais, onde os ventos são fracos e a circulação de ar é essencialmente vertical. Intensas e de curta duração – chuvas de verão. Convectivas Hidrologia Convectivas Hidrologia Altura pluviométrica (h): quantidade de água precipitada em uma determinada região, representada pela altura de água acumulada no aparelho. Equivale à lâmina que se formaria sobre o solo como resultado de dada chuva, caso não houvesse escoamento, infiltração ou evaporação. Dado obtido por meio da leitura dos pluviômetros e em unidade de medida de milímetros (mm). Duração (t): intervalo de tempo decorrido entre oinstante no qual se iniciou a chuva e o seu término. Expressa, normalmente, em minutos ou horas. Grandezas características Hidrologia Intensidade (i): precipitação por unidade de tempo (velocidade da chura), isto é, i = h/t. Expressa, normalmente, em mm/h ou mm/min. Medida pelos pluviográfos. Frequência (F): número de ocorrências de uma dada quantidade de precipitação em um dado intervalo de tempo fixo. Tempo de retorno, ou Período de Retorno ou Período de Recorrência (T): representa o tempo médio de anos no qual a precipitação analisada apresente o mesmo valor ou maior. Em geral, considera-se Tr = 1/F. Grandezas características Hidrologia Gráfico que expressa a precipitação em função do tempo; Geralmente representado por um gráfico de barras; Nas ordenadas (eixo y) podem figurar a precipitação acumulada (em mm) ou a intensidade de precipitação (mm/hora); Nas abscissa (eixo x) é apresentada a unidade de tempo, podendo ser em minutos, horas, dias, meses ou anos. Hietograma Hidrologia Hietograma Hidrologia Hietograma Acumulado Hidrologia O objetivo de um posto de medição de chuvas é o de obter uma série ininterrupta de precipitações ao longo dos anos. Em qualquer caso pode ocorrer a existência de períodos sem informações ou com falhas nas observações, devido a problemas com as aparelhos de registro e/ou com a operador do posta. Os dados coletados devem ser submetidos a uma análise antes de serem utilizados. Análise dos dados de precipitação Hidrologia Análise dos dados de precipitação Hidrologia As causas mais comuns de erros grosseiros nas observações são: a) preenchimento errado do valor na caderneta de campo; b) soma errada do número das provetas, quando a precipitação é alta; c) valor estimado pelo observador, por não se encontrar no local no dia da amostragem; d) crescimento de vegetação ou outra obstrução próxima ao posta de observação; e) danificação do aparelho; f) problemas mecânicos no registrador gráfico. Análise dos dados de precipitação Hidrologia O primeiro passo para se preparar os dados para o tratamento estatístico consiste na identificação e correção desses erros. Após esta análise as séries poderão apresentar lacunas que devem ser preenchidas par alguns dos métodos indicados a seguir. Análise dos dados de precipitação Hidrologia Preenchimento de falhas Método de ponderação regional: método simplificado normalmente utilizado para o preenchimento de séries mensais ou anuais de precipitações, visando a homogeneização do período de informações e à análise estatística das precipitações. Para um grupo de postos, são selecionados polo menos três que possuam no mínimo dez anos de dados. Para um posto Y que apresenta falhas, as mesmas são preenchidas com base na seguinte equação: Análise dos dados de precipitação Hidrologia onde y é a precipitação do posto Y a ser estimada x1, x2 e x3 = as precipitações correspondentes ao mês ou ano que se deseja preencher, observadas em três estações vizinhas; ym = a precipitação média do posto Y; xm1, xm2, xm3 = as precipitações médias nas três estações circunvizinhas. Análise dos dados de precipitação Hidrologia O resultado estatístico da precipitação não sofre significativamente com as limitações deste preenchimento, o valor preenchido é utilizado para homogeneizar séries de precipitações para análise. A para o preenchimento de valores diários de precipitação não se deve utilizar esta metodologia, pois os resultados podem ser muito ruins. Normalmente valores diários são de difícil preenchimento devido à grande variação espacial e temporal das precipitações. Análise dos dados de precipitação Hidrologia Método de regressão linear: mais aprimorado para preenchimento de falhas. Na agressão linear simples as precipitações dos postos com falhas e de um posto vizinho são correlacionadas. As estimativas dos dois parâmetros da equação podem ser obtidos graficamente ou através de critério de mínimos quadrados. No primeiro caso, num gráfico cartesiano ortogonal são plotados os pontos correspondentes aos dois postos envolvidos e traçada, a sentimento, a reta que passa pelo ponto definido pelos valores médios das duas variáveis envolvidas e de melhor ajuste a nuvem de pontos. Análise dos dados de precipitação Hidrologia Análise de consistência de series pluviométricas Após o preenchimento da série é necessário analisar a sua consistência dentro de uma visão regional, isto é, comprovar o grau de homogeneidade dos dados disponíveis num posto com relação as observações registradas em postos vizinhos. O método da Dupla Massa, válido apenas para séries mensais ou anuais, consiste em selecionar os postos de uma região, acumular para cada um deles os valores mensais (ou anuais), e plotar num gráfico cartesiano os valores acumulados correspondentes ao posto a consistir (nas ordenadas) e de um outro posto confiável adotado como base de comparação (nas abscissas). Análise dos dados de precipitação Hidrologia Um aprimoramento do método consiste em obter-se os valores médios das precipitações mensais acumuladas em vários postos da região e utilizar-se a série, assim formada, como base de comparação (plotando estes valores nas abscissas). Se os valores do posto a consistir são proporcionais aos observados na base de comparação, os pontos devem-se alinhar segundo uma única reta (figura a). A declividade da reta determina o fator de proporcionalidade entre ambas as séries. Análise dos dados de precipitação Hidrologia Também é possível que os postos não se alinhem segundo uma única reta podendo apresentar as seguintes situações: a) mudança na declividade, determinando duas ou mais retas. Constitui o exemplo típico derivado da presença de erros sistemáticos, mudança nas condições de observação ou a existência de uma causa física real, como alterações climáticas no local provocadas pela presença de reservatórios artificiais. Para se considerai a existência de mudança na declividade, é prática comum exigir a ocorrência de pelo menos cinco pontos sucessivos alinhados segundo a nova tendência. Análise dos dados de precipitação Hidrologia Para corrigir os valores correspondentes ao posto sob análise, existem duas possibilidades: corrigir os valores mais antigos para a situação atual ou corrigir os valores mais recentes para a condição antiga. Os valores inconsistentes podem ser corrigidos de acordo com a seguinte expressão (figura b): Análise dos dados de precipitação Hidrologia Onde PC = a precipitação acumulada ajustada a tendência desejada, PA* = valor da ordenada correspondente à intersecção das duas tendências, Ma = coeficiente angular da tendência desejada, Mo = coeficiente angular da tendência a corrigir e Po = Po - PA*, sendo Po igual valor acumulado a ser corrigido. b) Alinhamento dos pontos em retas paralelas: ocorre quando existem erros de transcrição de um ou mais dados ou pela presença de anos extremos em uma das séries plotadas (figura c). A ocorrência de alinharemos, segundo duas ou mais retas aproximadamente horizontais (ou verticais), pode ser a evidência da comparação de postos com diferentes regimes pluviométricos; Análise dos dados de precipitação Hidrologia c) Distribuição errática dos pontos : geralmente é resultado da comparação de postos com diferentes regimes pluviométricos, sendo incorreta toda associação que se deseje fazer entre os dados dos postos plotados (figura d). Análise dos dados de precipitação Hidrologia Análise dos dados de precipitação Hidrologia Qual é o volume precipitado sobre uma bacia hidrográfica que possui mais de um pluviógrafo/pluviômetro? Previsão para hoje: chuvas acima da média Precipitação média numa área Hidrologia Precipitação média numa área Hidrologia Para calcular a precipitação média numa superfície qualquer, é necessário utilizar as observações dentro dessa superfície e nas suas vizinhanças. Aceita-se a precipitação média como sendouma lâmina do água de altura uniforme sabre toda a área considerada (figura), associada a um período de tempo dado (como uma hora, dia, mês, ano). Precipitação média numa área Hidrologia Precipitação média numa área Hidrologia Método da media aritmética - Admite-se que todos pluviômetros tem o mesmo peso. A precipitação media é então calculada como a media aritmética dos valores medidos: onde Pm = a precipitação média na área em mm, Pi = precipitação média no i-ésimo pluviômetro e n o número total de pluviômetros. O método ignora as variações geográficas da precipitação, portanto é aplicável apenas em regiões onde isso possa ser feito sem incorrer em grandes erros, coma áreas planas com variação gradual e suave do gradiente pluviométrico e com cobertura de pastas de medição bastante densa. Precipitação média numa área Hidrologia Método da media aritmética Recomendadas para bacias menores que 5000km² de área (plana/relevo suave); Considera que todos os pluviômetros possuem a mesma importância na determinação da precipitação; Executado pela simples média aritmética das precipitações medidas em cada pluviômetro; É um método simples, mas ignora variações espaciais da precipitação. Precipitação média numa área Hidrologia Método de Thiessen - Este método considera a não-uniformidade da distribuição espacial dos postos, mas não leva em conta o relevo da bacia. A metodologia consiste no seguinte (figura): a) Ligue os postos por trechos retilíneos; b) Trace linhas perpendiculares aos trechos retilíneos passando polo meio da linha que liga as dais postos; c) Prolongue as linhas perpendiculares até encontrar outra. O polígono é formado pela intersecção das linhas, correspondendo a área de influência do cada posto; d) a precipitação media é calculada por: Precipitação média numa área Hidrologia Onde, Atotal = a área de influência do posto i; Pi = a precipitação registrada no posto i e A -= a área total da bacia. Logo, baseia-se na média ponderada da área de influência de cada posto de medição. 1 1 2 2 ... n n m total A P A P A P P A + + + = Precipitação média numa área Hidrologia 1 1 2 2 ... n n m total A P A P A P P A + + + = Precipitação média numa área Hidrologia Precipitação média numa área Hidrologia O método dá bons resultados em terrenos levemente acidentados (não considera a variação orográfica), quando a localização e exposição dos pluviômetros são semelhantes e as distâncias entre eles não são muito grandes. Facilita a cálculo automatizado, já que uma vez estabelecida a rede, as valores de Ai permanecem constantes, mudando apenas as precipitações P. Precipitação média numa área Hidrologia Método das isoietas - As isoietas são linhas de igual precipitação que podem ser traçadas para um evento ou para uma duração especifica. O traçado das isoietas pode seguir a seguinte sequência (figura): a) Localize os postos no mapa da região de interesse e escreva a total precipitado para a período escolhido ao lado do cada posto; b) Esboce linhas de igual precipitação, escolhendo números inteiros ou característicos; c) Ajuste estas linhas por interpolação entre as pontos; Precipitação média numa área Hidrologia d) Utilize um mapa de relevo e superponha com a mapa de isoietas. Faça um ajuste destas linhas com o relevo; Interpola-se linearmente determinando os pontos onde vão passar as curvas de nível, dentro do intervalo das duas alturas pluviométricas. Precipitação média numa área Hidrologia e) Para se obter a precipitação planimetria-se a área entre isoietas, Ai,i+i, multiplique pela média das precipitações das respectivas isoietas, (Pi+Pi+i)/2, e divide-se pela área total (figura): Precipitação média numa área Hidrologia A1 A2 A3 A4 P1 P2 A5 A6 A7 P3 P4 P5 P6 Mapa de Isoietas: Representa a distribuição espacial da precipitação para um período considerado (“curvas de nível de chuva”). ( )2 31 2 1 1 2 3 ( ) ... 2 2 n n m total P PP P A P A A A P P A ++ + + + + = Precipitação média numa área Hidrologia Mapa de Isoietas Precipitação média numa área Hidrologia Mapa de Isoietas Precipitação média numa área Hidrologia Mapa de Isoietas Precipitação média numa área Hidrologia Mapa de Isoietas Precipitação média numa área Hidrologia Método mais utilizado por serem o único método que considera a influência orográfica na precipitação, sendo assim o mais preciso. Intervalo das isolinhas: depende do período considerado e da extensão da zona de estudo • isoietas anuais - curvas de 100 em 100mm; • isoietas diárias – curvas de 10 em 10 mm (eventos extremos). Precipitação média numa área Hidrologia Exemplo: Determinar a altura de chuva média da bacia hidrográfica com área de 35 km² considerando os postos 1, 2 e 3 (figura). As alturas pluviométricas médias anuais observadas são: P1 = 1000mm; P2= 1500mm e P3= 750mm. Precipitação média numa área Hidrologia Solução: Precipitação média numa área Hidrologia Solução: Precipitação média numa área Hidrologia Solução Considerando que A1= 150km²; A2 = 150 km² e A3 150 km² e que P1 = 1000mm; P2= 1500mm e P3= 750mm. A altura de chuva média calculada pelo método dos polígonos de Thiessen, seria igual: a: Precipitação média numa área Hidrologia Exemplo: O quadro mostra a bacia hidrográfica do Ribeirão Vermelho e 10 postos pluviométricos, instalados no seu interior e nas áreas adjacentes. Os totais anuais de chuva dos referidos postos estão apresentados na tabela abaixo. Precipitação média numa área Hidrologia Solução: Precipitação média numa área Hidrologia Exemplo: Determine a precipitação média da bacia hidrográfica apresentada na figura considerando os dados apresentados na tabela. Isoietas Área (km²) Precipitação (mm) Precipitação Ponderada (mm) 1250 – 1200 35 1225 219,87 1200 - 1150 50 1175 301,28 1150 – 1100 55 1125 317,31 1100 – 1050 45 1075 248,08 1050 – 1000 10 1025 52,56 Total 195 - 1139,10 Precipitação média numa área Hidrologia Solução: Isoietas Área (km²) Precipitação (mm) Precipitação Ponderada (mm) = Precipitação x (Área/Área Total) 1250 – 1200 35 1225 219,87 1200 - 1150 50 1175 301,28 1150 – 1100 55 1125 317,31 1100 – 1050 45 1075 248,08 1050 – 1000 10 1025 52,56 Total 195 - 1139,10 (Precipitação Média) Precipitação média numa área Hidrologia Solução: Precipitação (mm) x Área (km²)/ Área total = 222125 km².mm/195km² = 1139,10 mm Isoietas Área (km²) Precipitação (mm) Precipitação (mm) x Área (km²) 1250 – 1200 35 1225 42875 1200 - 1150 50 1175 58750 1150 – 1100 55 1125 61875 1100 – 1050 45 1075 48375 1050 – 1000 10 1025 10250 Total 195 - 222125 Análise de Frequência de Séries Mensais e Anuais Hidrologia A precipitação é um processo aleatório. A previsão determinística deste processo somente pode ser realizada com antecedência de poucos dias, mesmo assim com margem de erro significativa. As previsões de médio prazo são limitadas quanto a quantidade e tempo de ocorrências. A sua previsão, na maioria dos problemas, é realizada com base na análise estatística de eventos passados. O conhecimento estatístico das precipitações apresenta interesse por sua frequência aplicação nos projetos associados a aproveitamento de recursos hídricos. Os estudos estatísticos permitem verificar com frequência as precipitações ocorreram com uma dada magnitude, estimando as probabilidades teóricas de ocorrência das mesmas. Análise de Frequência de Séries Mensais e Anuais Hidrologia Precipitação Máxima A precipitação máxima entendida com uma ocorrência extrema, com duração, distribuição temporal espacial crítica para uma área ou bacia hidrográfica. A precipitação pode atuar sobre a erosão do solo, inundações em áreas rurais e urbanas, obras hidráulicas entre outros. O estudo das precipitação máximas é um dos caminhos para conhecer- se a vazão de enchente de uma bacia. As precipitação máximas são retratadas pontualmente pelas chuvas de intensidade,duração e frequência (i-d-f) e através da Precipitação Máxima Provável (PMP). Análise de Frequência de Séries Mensais e Anuais Hidrologia As chuvas de intensidade, duração e frequência (i-d-f) relacionam a duração, a intensidade e o risco da precipitação ser igualada ou superada. A PMP é definida como a maior coluna pluviométrica, correspondente à uma dada duração, fisicamente possível de ocorrer sobre uma dada área de drenagem em uma dada época do ano. Este método é mais utilizado para grandes obras onde o risco de rompimento deve ser mínimo. Esses métodos caracterizam a precipitação máxima pontual, no entanto as características de sua distribuição temporal (hietograma) e espacial são importantes para a caracterização da vazão na bacia. Análise de Frequência de Séries Mensais e Anuais Hidrologia Determinação de curvas intensidade-duração-frequência Correlacionando intensidade e duração das chuvas verifica se que quanto mais intensa for uma precipitação, menor será sua duração. A relação cronológica das maiores intensidades para cada duração pode ser obtida de uma série de registros pluviógráficos de tormentas intensas. A função i = f(t,p), onde i = intensidade, t = duração, p = a probabilidade ou TR = 1/p, é determinada com base nos dados pluviógráficos do local de interesse ou estimada com base nos dados dos postos vizinhos. Análise de Frequência de Séries Mensais e Anuais Hidrologia Determinação das curvas i-d-f em locais com dados Para projetos de obras hidráulica, tais como vertedouros de barragens, sistemas de drenagem, galerias pluviais, dimensionamento de bueiros, entre outros, é necessário conhecer as três grandezas que caracterizam as precipitações máximas: intensidade, duração e frequência ou tempo de retorno. A intensidade pode ser substituída pela precipitação total na duração, denominando se as curvas, neste caso, de p-d-f. A determinação da relação entre estas três variáveis deve ser deduzida das observações das chuvas intensas durante um período de tempo suficientemente longo e representativo dos eventos extremos do local. Análise de Frequência de Séries Mensais e Anuais Hidrologia A análise pode ser é realizada em função de séries anuais ou séries parciais. A escolha de uma ou de outro tipo de série depende do tamanho da série disponível e do objetivo do estudo. A metodologia de série parciais é utilizada quando o número de anos de dados é pequeno (< 12anos) e os tempos de retorno utilizados são inferiores a 5 anos. A metodologia de séries anuais baseia-se na seleção das maiores precipitações anuais de uma duração escolhida. Com base nesta série de valores é ajustada uma distribuição de extremos que melhor se ajuste aos valores. Análise de Frequência de Séries Mensais e Anuais Hidrologia Na construção da curva i-d-f é necessário ajustar uma distribuição estatística aos maiores valores anuais de precipitação para cada duração. Quando o aparelho permite discretização de até 5 minutos em geral são escolhidas as seguintes durações: 5, 10, 15, 30 e 60 mim, 1, 2, 4, 6, 12, 18 e 24 horas. Segue a seguinte sequência: a) Para cada duração são obtidas as precipitações máximas anuais com base nos dados do pluviógrafo; b) Para cada duração mencionada é ajustada uma distribuição estatística; c) Dividindo a precipitação pela sua duração obtém-se a intensidade; d) As curvas resultantes são a relação i-d-f. Análise de Frequência de Séries Mensais e Anuais Hidrologia Análise de Frequência de Séries Mensais e Anuais Hidrologia As curvas também podem ser expressas por equações por genéricas que têm a seguinte forma: Onde i = intensidade, expressa em mm/h; Tr = o tempo de retorno, em anos; t = a duração da chuva, em minutos, e a, b, c e d são parâmetros que devem ser determinados para cada local. Análise de Frequência de Séries Mensais e Anuais Hidrologia De acordo com o Termo de Referência e Especificações para Elaboração de Projetos de Sistema de Drenagem Pluvial em PEAD no Distrito Federal de 2017, temos a seguinte equação de intensidade - duração - frequência de chuva no Distrito Federal. Análise de Frequência de Séries Mensais e Anuais Hidrologia O ajuste pode ser realizado linearizando a equação, através do uso de logaritmos e utilizando a regressão múltipla. Curvas i-d-f foram estabelecidas por PFASTETTER (1957). Fazendo uso da plotagem das curvas p -d-f em escala bi logarítmica, o autor ajustou para cada posto a seguinte equação empírica: Onde P - precipitação máxima em mm; t - duração da precipitação em h oras; a, b e c - constantes para cada posto ; R - fator de probabilidade. Análise de Frequência de Séries Mensais e Anuais Hidrologia O fator R de probabilidade é definido como: Onde, Tr - tempo de retorno em anos ; e - são valores que dependem da duração da precipitação; - constante ( =0,25 par a todos os postos). Análise de Frequência de Séries Mensais e Anuais Hidrologia O fator fornece uma precipitação em mm para um tempo de recorrência de 1 ano; o fator R permite calcular a estimativa par a outros tempos de retorno. Análise de Frequência de Séries Mensais e Anuais Hidrologia Análise de Frequência de Séries Mensais e Anuais Hidrologia Exemplo: Utilize método empírico de Pfafstetter (1957) para determinar: a) precipitação com 1h de duração e 10 anos de tempo de retorno em Uruguaiana (RS); b) fator R de uma precipitação de 14mm e 5 min. De duração em Florianópolis (SC). Análise de Frequência de Séries Mensais e Anuais Hidrologia Solução: a) Para tempo de retorno de 10 anos, 1h de duração obtém-se = 0,156, = 0,12; a = 0,2; b= 38; c= 10. Dessa forma, Análise de Frequência de Séries Mensais e Anuais Hidrologia Solução: b) Para 5min de duração (0,083 h) e 14mm de precipitação, obtém-se = 0,108, = -0,04; a = 0,3; b= 33; c= 10. Dessa forma, Para Tr = 1 ano Dividindo a precipitação observada pela precipitação correspondente a 1 anos de tempo de retorno obtém-se o fator R: Análise de Frequência de Séries Mensais e Anuais Hidrologia Precipitação máxima provável (PMP) A PMP pode ser vista não como um limite físico, que pode vir a ocorrer para as condições analisadas, mas sim como um evento cuja superação está associada a uma probabilidade muito baixa. Muitas organizações vinculadas à segurança de barragens recomendam explicitamente a PMP para o caso de grandes obras onde o galgamento envolve grande risco. Os métodos de avaliação da PMP podem ser classificados em duas categorias: a) métodos hidrometeorológicos; e b) métodos estatísticos. Análise de Frequência de Séries Mensais e Anuais Hidrologia Dentre os métodos hidrometeorológicos distinguem-se aqueles baseados maximização de tormentas severas observadas e os quais simulam condições extremas através de modelos de tormentas. Métodos hidrometeorológicos Esses métodos buscam as condições hidrometeorológicas mais severas das ocorrências observadas. Considerando que o total precipitado tende a crescer à medida que aumenta o teor de umidade do fluxo de ar que alimenta as tempestades, admite-se que a coincidência entre máxima precipitação e máxima umidade não ocorreu no passado devido as flutuações dos demais fatores que influenciam o fenômeno, mas nada impede que tal coincidência venha a ocorrer no futuro. Análise de Frequência de Séries Mensais e Anuais Hidrologia Maximizaçao de tormentas severas - Sob esta denominação agrupam- se as técnicas de maximização da umidade, maximização espacial (transposição) e maximização de sequencias de tormentas severas. A maximização da umidade baseia-se no seguinte: a) a precipitação observada é diretamente proporcional á massa de vapor de água na atmosfera (altura de água precipitável); b) a condição externa de chuva é obtida somente pela maximização da referida massa de vapor. O conteúdo de umidade numa coluna vertical de ar de área unitária é obtido por: Análise de Frequência de Séries Mensais e Anuais Hidrologia Onde W= a massa de água por unidade de área (g/cm²); qs = a umidade
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