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Analise Critica - sala sao paulo

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Analise Critica 
O Projeto de revitalização ( Sala São Paulo ) para a antiga Estação Ferroviária Júlio Prestes Maia, deixou de destacar a prática do uso cultural desse bem tombado, sem relacionar os valores arquitetônicos com o valor histórico: de que era uma estação ferroviária muito importante para a economia da época, pois se responsabilizava pelo transporte do café. O modelo de uso ali instalado, visou o marketing cultural sem se preocupar com a memória afetiva que relacionava a exportação do café aos grandes benefícios da economia do país. Deve-se destacar, que conservou e recompôs algumas características da antiga edificação, como exemplo: os pisos de mosaicos, pisos em granilite e vitrais, e embora o uso do bem cultural não tenha sido mantido. Com o marketing cultural, trouxe muitas vantagens: por conta da qualidade acústica, que foi reconhecida como uma das melhores salas sinfônicas da America Latina, esta entre as 10 melhores salas do mundo, e com pouco tempo após sua inauguração, recebeu o prêmio de honra 2000 da USITT – United States Institute for Theatre Technology. Era a primeira sala de concertos no Brasil e já havia um reconhecimento internacional da sua excelência. Promovendo dessa forma o turismo da região e conhecimento sobre a importância da ferrovia na economia brasileira.
A intervenção atende a Carta de Veneza nos seguintes pontos:
Conservação :
Artigo 5 – A conservação dos monumentos é sempre favorecida pela sua adaptação a uma função útil a sociedade. 
A Sala São Paulo atende a este requisito pois seu uso é cultural e histórico, e qualquer pessoa pode ter acesso a esse bem. 
Artigo 6- A conservação de um monumento implica a conservação tradicional de um enquadramento a sua escala. Qualquer destruição ou qualquer arranjo susceptível de alterar as relações de volume e cor devem ser prescritos. 
Todas as novas intervenções ficam claras com a utilização de materiais que destacam a presença da intervenção, novas cores: azul escuro, madeira e pau marfim – madeira aço e alumínio entre outros.
Artigo 7 – O monumento é inseparável da História – da qual é testemunho – e também do meio que esta situado. Por conseguinte, a deslocação de todo ou uma parte do monumento não pode ser tolerada.
A Sala São Paulo foi construída no mesmo local, nada foi alterado de lugar.
Restauração 
Artigo 12 – Os elementos destinados a ocupar as falhas existentes devem integrar-se harmoniosamente no contexto, tendo que distinguir das partes originais, a fim de que o restauro não falseie o documento de arte e história. 
O chão do hall central que foi rebaixado para ter melhor acústica, e o teto 100% móvel – onde seria o teto de vidro do jardim de inverno são alguns desses exemplos. 
Conclusão
A Criação da Sala São Paulo no hall central, em que antes era o jardim de inverno, valoriza o edifício que estava sem uso, por conta da crise que se instalou após a queda da bolsa de Nova York, transformando uma estação ferroviária em operação em uma fantástica sala de concertos, com isso trazendo para um edifício histórico um bem cultural de grande importância para a economia e cultura brasileira.

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